Eu não estava esperando falar tão cedo deste filme, mas estou muito contente por fazê-lo antes do prazo previsto. Especialmente porque, assim como o primeiro, Back to the Future: Part II também fez parte de minha juventude e é o meu favorito de toda a trilogia. Engraçado como que há 23 anos atrás, ficávamos todos imaginando se o futuro seria exatamente como o filme de Zemeckis previa. Algumas coisas foram profetizadas no filme, outras passaram longe, então não, estando agora em 2015, este futuro previsto no filme ainda está meio longe de se realizar, pelo menos para os meros mortais de todo dia. O filme, no entanto não perdeu seu apelo e seu valor, e continua tão ou até mais divertido do que quando foi lançado. Este não somente é o meu favorito porque tem mais viagens no tempo, mas também porque brinca com as possibilidades de universos paralelos, conceitos científicos tão discutidos por gênios como Kip Thorne e Stephen Hawking. E finalmente eu posso dizer que o assisti no cinema!!
Claro, isso tudo descrito acima são tremendos atrativos e também o retorno de alguns dos melhores e mais memoráveis personagens que o cinema mundial já foi capaz de criar! Quase toda a turma está de volta aqui nesta sequência, exceto por Crispin Glover e Claudia Wells, que resolveram seguir com suas vidas e cujos personagens ficaram agora a cargo de Jeffrey Weissman (George McFly), contando ainda com ajuda de material de arquivo de Crispin Glover, e Elisabeth Shue (Jennifer Parker). A continuação retoma exatamente do ponto que parou o primeiro filme. Marty, Jennifer e Doc pegam o DeLorean e vão para o futuro. Lembra que esta era a piada final do filme? Pois é, com os incessantes pedidos por uma continuação que não estava nos planos, Zemeckis e Gale tiveram que inventar uma desculpa para a viagem ao futuro. A cena final em que eles se encontram teve que ser re-encenada por causa da substituição de atriz, mas nada que prejudique.
A trama se inicia com os três em um DeLorean voador indo para 2015 para resolver os "problemas familiares" de Marty no futuro. A parte engraçada aqui é que, como os roteiristas não envisionavam uma sequência, o fato de Jennifer ter embarcado na viagem também tornou-se um problema para a dinâmica Marty-Doc, então os caras resolveram fazer Doc colocá-la para dormir com um dispositivo eletrônico indutor do sono para que ela ficasse dentro do DeLorean enquanto os dois resolvessem seus problemas. Vamos então à trama.
Ocorre que seu filho, Marty McFly Jr. (Fox) se envolveu em uma roubada com a gangue de Griff Tannen (Wilsom) e causou a derrocada de toda a família McFly, colocando também Doc no meio do jogo. Marty e Doc, então resolvem esse imbróglio futurístico, mesmo que os planos de Doc não tenham saído como planejado e estão prestes a retornar à 1985, com Doc se arrependendo de ter construído a máquina do tempo e querendo destruí-la quando voltassem. Porém, Marty acaba comprando um almanaque de esportes com todos os eventos importantes que tiveram ao longo dos anos e os resultados, mas acaba largando em uma lixeira em 2015 após ter levado uma bronca de Doc. Isso significa o quê? Isso mesmo, leitor, mais problemas para a dupla!
Griff é preso, mas o velho Biff Tannen estava por aí; ele sai do Cafe 80's onde começou toda a confusão e não só encontra o almanaque, como também ouve a conversa da dupla sobre viajar no tempo, e se lembra de que quando estava saíndo da casa dos McFly em 1985, avistou o carro voador sem saber o que era na época. Determinado a mudar sua vida, ele viaja no tempo e dá a si mesmo em 1955 o almanaque de esportes. Quando Marty e Doc retornam à 1985, está tudo mudado. A casa que Marty morava não é mais a casa dele, a escola de Hill Valley foi incendiada há anos atrás, Doc é preso em um hospício (o Doc alternativo) e Biff Tannen, por alguma razão é casado com a mãe de Marty. Tudo de cabeça para baixo!
Consternado, Marty procura desesperadamente a ajuda de Doc para saber o que aconteceu. Doc explica o que aconteceu com a linha temporal, a ideia da realidade paralela, e os dois voltam à 1955 para impedir que o velho Biff dê ao jovem Biff o almanaque que destruirá tudo que Marty e Doc conhecem.
A trama desta sequência continua sensacional, até mesmo mais tensa e sombria por vezes, como quando Doc encontra Marty no cemitério. O conceito de realidades paralelas, embora o filme tenha viajado na fantasia por vezes, é muito bem trabalhado, com Doc inclusive explicando como um legítimo professor o que aconteceu. Este é um dos filmes que os roteiristas de forma geral mais se baseiam como referência para compôr suas tramas temporais. Viagem no tempo, como sabemos, é um tema delicadíssimo de se trabalhar. Um cálculo errado na premissa e tudo pode eclodir pelos ares, portanto tem que se ter muita cautela ao se trabalhar com isto, até porque tratam-se de teorias sem aplicações práticas realmente significativas.
Aliás, eu não posso deixar de mencionar a aparição nesta trilogia de dois futuros talentos do cinema: consegue identificá-los?
Sim, caro leitor, você está vendo direito! Estes são Billy Zane e Elijah Wood! Zane era o Match, um dos bullies da guangue de Biff Tannen! E o Frodo Baggins era um dos meninos que estavam no fliperama em 2015 no Cafe 80's e vê Marty atirar com o revolver no jogo e diz "tem que usar as mãos? Parece brinquedo de criança!" Como o tempo passa!
A aventura continua divertidíssima. Marty e Doc viajam para o passado novamente para se verem no momento em que fizeram certos acontecimentos e aí a montagem e a edição funcionam completamente a favor do filme. Revisitamos cenas do primeiro filme, agora com uma perspectiva diferente. É divertidíssimo, por exemplo, ver os personagens tentarem evitar encontrarem seus "eus temporais", como quando a Jennifer se encontra ou quando vemos Doc batendo um papinho com Doc. É divertidíssimo!
Mas a maior diversão aqui está quando estes personagens viajam para o futuro e veem as maravilhas futurísticas, como o Cafe 80's, onde temos um atendente eletrônico que se usa da imagem de Michael Jackson, tem também o holograma do suposto filme "Jaws 19", como uma piada dos roteiristas que Jaws (Tubarão) iria ter uma tantada de sequências. Ah sim, há os carros que voam e flutuam, o Hoverboard, o casaco que tem secagem automática, os tênis com cadarços automáticos, a TV com multi-canais e muito mais. Claro, estamos em 2015 agora e muita coisa não se concretizou como achávamos que iria na época. Temos hologramas, mas não são tão na cara como mostra o filme. Também já existem o Hoverboard, o casaco e os tênis do filme, e até mesmo as plataformas que flutuam, mas além de não estarem disponíveis ao grande público, são itens caríssimos. Agora, a questão da TV e das chamadas telefônicas em vídeo já são uma realidade acessível a todos.
Mas enfim, mesmo a não concretização de certas "profecias" não tiram o apelo e o charme do filme, que continua tão atraente e divertido como era em 1989. Aliás, há um subtexto muito bacana aqui que Doc Brown abre: supondo que viajar ao passado fosse possível (o que acreditamos que não seja, devido ao paradoxo do avô), será que realmente iríamos querer mexer em nossa linha temporal? E quanto ao futuro? Doc continua a discussão iniciada no primeiro filme. Será que compensa sabermos de nosso próprio futuro?
Eu sou um cara totalmente obcecado com a ideia. Me daria imenso prazer poder viajar para o passado e ver coisas que eu perdi porque não era nascido, ou então ir para o futuro distante para ver onde a humanidade chegou, o que criou, para poder ver épocas que eu jamais vou poder ver de perto. É por causa deste fascínio com o desconhecido e o tempo distante, as possibilidades, que filmes como este exercem grande paixão sobre mim e outras pessoas que também são fascinadas com estas coisas.
Com um roteiro dinâmico e fabuloso, Back to the Future: Part II continua a saga de Marty e Doc com uma trama divertida, dinâmica e apaixonante. E deixa aqui o cliffhanger para a conclusão na parte 3 que falaremos sobre e, assim como deixei a incerteza de quando faria tal coisa no artigo sobre o primeiro filme, deixo aqui também a mesma incerteza à você, caro leitor, pois afinal, Doc diz que somos nós que fazemos o nosso futuro! Um bom futuro para você então e nos veremos lá, quando chegar a hora de concluírmos nosso especial sobre esta amada trilogia! Até lá!
A trama desta sequência continua sensacional, até mesmo mais tensa e sombria por vezes, como quando Doc encontra Marty no cemitério. O conceito de realidades paralelas, embora o filme tenha viajado na fantasia por vezes, é muito bem trabalhado, com Doc inclusive explicando como um legítimo professor o que aconteceu. Este é um dos filmes que os roteiristas de forma geral mais se baseiam como referência para compôr suas tramas temporais. Viagem no tempo, como sabemos, é um tema delicadíssimo de se trabalhar. Um cálculo errado na premissa e tudo pode eclodir pelos ares, portanto tem que se ter muita cautela ao se trabalhar com isto, até porque tratam-se de teorias sem aplicações práticas realmente significativas.
Aliás, eu não posso deixar de mencionar a aparição nesta trilogia de dois futuros talentos do cinema: consegue identificá-los?
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| Lembra do babaca de Titanic? Pois é, ele era da gangue do Biff! E do queimador de anel da Terra Média, lembra? Pois é! |
A aventura continua divertidíssima. Marty e Doc viajam para o passado novamente para se verem no momento em que fizeram certos acontecimentos e aí a montagem e a edição funcionam completamente a favor do filme. Revisitamos cenas do primeiro filme, agora com uma perspectiva diferente. É divertidíssimo, por exemplo, ver os personagens tentarem evitar encontrarem seus "eus temporais", como quando a Jennifer se encontra ou quando vemos Doc batendo um papinho com Doc. É divertidíssimo!
Mas a maior diversão aqui está quando estes personagens viajam para o futuro e veem as maravilhas futurísticas, como o Cafe 80's, onde temos um atendente eletrônico que se usa da imagem de Michael Jackson, tem também o holograma do suposto filme "Jaws 19", como uma piada dos roteiristas que Jaws (Tubarão) iria ter uma tantada de sequências. Ah sim, há os carros que voam e flutuam, o Hoverboard, o casaco que tem secagem automática, os tênis com cadarços automáticos, a TV com multi-canais e muito mais. Claro, estamos em 2015 agora e muita coisa não se concretizou como achávamos que iria na época. Temos hologramas, mas não são tão na cara como mostra o filme. Também já existem o Hoverboard, o casaco e os tênis do filme, e até mesmo as plataformas que flutuam, mas além de não estarem disponíveis ao grande público, são itens caríssimos. Agora, a questão da TV e das chamadas telefônicas em vídeo já são uma realidade acessível a todos.
Mas enfim, mesmo a não concretização de certas "profecias" não tiram o apelo e o charme do filme, que continua tão atraente e divertido como era em 1989. Aliás, há um subtexto muito bacana aqui que Doc Brown abre: supondo que viajar ao passado fosse possível (o que acreditamos que não seja, devido ao paradoxo do avô), será que realmente iríamos querer mexer em nossa linha temporal? E quanto ao futuro? Doc continua a discussão iniciada no primeiro filme. Será que compensa sabermos de nosso próprio futuro?
Eu sou um cara totalmente obcecado com a ideia. Me daria imenso prazer poder viajar para o passado e ver coisas que eu perdi porque não era nascido, ou então ir para o futuro distante para ver onde a humanidade chegou, o que criou, para poder ver épocas que eu jamais vou poder ver de perto. É por causa deste fascínio com o desconhecido e o tempo distante, as possibilidades, que filmes como este exercem grande paixão sobre mim e outras pessoas que também são fascinadas com estas coisas.
Com um roteiro dinâmico e fabuloso, Back to the Future: Part II continua a saga de Marty e Doc com uma trama divertida, dinâmica e apaixonante. E deixa aqui o cliffhanger para a conclusão na parte 3 que falaremos sobre e, assim como deixei a incerteza de quando faria tal coisa no artigo sobre o primeiro filme, deixo aqui também a mesma incerteza à você, caro leitor, pois afinal, Doc diz que somos nós que fazemos o nosso futuro! Um bom futuro para você então e nos veremos lá, quando chegar a hora de concluírmos nosso especial sobre esta amada trilogia! Até lá!
Back to the Future: Part II (1989)
Título em português BR: De Volta para o Futuro: Parte II
Nota: 10 / 10
Direção: Robert Zemeckis
Produção: Neil Canton, Bob Gale, Kathleen Kennedy, Frank Marshall, Steven Spielberg, Steve Starkey
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Trilha sonora: Alan Silvestri
Estrelando: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Thomas F. Wilsom, Jeffrey Weissman, Elisabeth Shue, James Tolkan, Billy Zane, Elijah Wood
Outros filmes desta cinessérie:
- Back to the Future: Part III (De Volta para o Futuro: Parte III) (1990)
- Back to the Future: Part II (De Volta para o Futuro: Parte II) (1989)
- Back to the Future (De Volta para o Futuro) (1985)
Game relacionado:
- Back to the Future: The Game (De Volta para o Futuro: Parte III) (2010-2011/2015)
Trailer:
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