Tuesday, June 2, 2009

FAN FICTION: Batman: Sob O Domínio Da Face Oculta - Capítulo 13

O homem sem medo

Súbito, escuta-se um grande estrondo vindo de alguns andares acima. Batman imagina que alguém mais pode estar querendo o segredo pela qual estão ali. Sabendo que não tem tempo a perder, Batman empunha seu gancho automático para fora da janela do andar e avisa para Border se segurar. Em poucos segundos eles estão no andar de destino, as Indústrias Janus. Dentro do escritório, Border indica à Batman a pequena saleta onde os documentos originais do composto estão guardados que subitamente tem sua porta arrombada. Uma sombra assustadora se mostra em meio à fumaça da explosão: o Espantalho escapou e se dirigiu diretamente para o prédio, como Batman previa.

Interrompido pela chegada súbita, porém esperada dos dois, o Espantalho esborrifa uma grande quantidade do concentrado de seu gás do medo pela sala. Batman coloca sua máscara isoladora do veneno e, virando-se para Border, pede para que cubra o rosto imediatamente, pois as condições do tira já não eram as melhores. Vendo que Border e sua paciência já totalmente esgotada podem fazer alguma loucura, Batman pede para que cubra sua passagem para adentrar à sala, mas que fique fora do campo do veneno e da visão de Crane.

Não demora muito para Border tentar fazer o que bem entende. Tendo um acesso de raiva para cima do Espantalho, Border passa por Batman como um furacão e imediatamente segura o braço do criminoso, mesmo sabendo que o excesso de gás poderia matá-lo. Em sua mente, afetada pela alta dose de concentração do gás, Border começa a ter visões horríveis, ouve Crane e depois Máscara Negra dizendo que sua mulher berrou como uma gazela quando morreu, mas a essa altura, o tira já não se importa com mais nada... nem mesmo a morte. Era um duelo impressionante. O Espantalho, fisicamente inferior, mas com aparência de besta aos olhos do tira se defendia e tentava um rápido contra-ataque aproveitando alguns lapsos da mente afetada de Border, enquanto era golpeado com fortes rajadas de punho. Border parecia alucinado, lutava como um verdadeiro profissional e partia pra cima ignorando completamente as visões horrendas que surgiam em sua frente, porém acaba cedendo. Temendo o pior, Batman toma a dianteira e tenta deter o mestre do medo com poderosos golpes. O Espantalho, não resistindo aos poderosos murros desferidos por seu oponente, é arremessado para longe, sua máscara retirada de seu rosto, começando também a ter estranhas visões. Em um curto espaço de tempo, Batman se torna uma criatura de duas cabeças e garras ameaçadoras diante de Crane, e paredes começam a se fechar ao seu redor. Porém, algo mais estava acontecendo. Batman sabia disso. E em um rápido movimento, Batman detém o mestre do medo e lhe aplica uma pequena dose do seu composto.

- Máscara Negra pretendia matá-lo. Uma reação forte do organismo era o catalisador para que a substância na máscara de Crane fizesse efeito. O mesmo que está lhe acontecendo agora...

- Eu não me importo.

... E vai acabar matando a você também se continuar agindo dessa forma.

- Dane-se morcego!

Aos olhos de William, o terrível gárgula de duas línguas e de aparência terrível vai desaparecendo quando Batman também lhe aplica uma dose do antídoto, dando lugar à figura icônica do homem-morcego. Batman entra na pequena saleta com sua máscara de ar e pega alguns documentos, nunca deixando de investigar se haviam pistas remanescentes.

- Se perder novamente a sanidade pode complicar mais as coisas. – esbraveja Batman ao ver o tira entrar pela porta - Poderia ter morrido agora. Vamos descer.

Quando se preparavam para descer o edifício, ouvem o barulho de um helicóptero com um capanga pendurado na escada. Ele atira um poderoso míssil, explodindo o andar onde William, Batman e Crane se encontram. Em questão de segundos, parte do prédio desmorona. Policiais e a imprensa começam a chegar no local do ocorrido. Em frente aos destroços encontram Jonathan Crane e com ele algumas seringas do antídoto e o capanga de Máscara Negra capturado. Crane havia sido vítima da poderosa fórmula que ele mesmo ajudou a perpetuar pelas embarcações do porto da cidade. Os policiais recolhem os sobreviventes e os bombeiros iniciam as buscas por vítimas em meio aos destroços, não encontrando ninguém. Do outro lado, Batman e Border se encontram semi-desmaiados e um pouco atordoados com tudo. Batman havia saltado com Border em tempo suficiente pra não serem atingidos.

Conforme Batman se levanta, percebe que William continua inconsciente, mesmo estando sob a proteção do manto do morcego durante a explosão e a fuga. Logo depois, em um rápido movimento, Border abre os olhos, parecendo bastante alucinado com tudo, e se vira, olhar vidrado, movendo rápido a cabeça tentando recobrar os sentidos. Inconscientemente, enquanto tosse a fumaça, acaba cuspindo sangue. O veneno no corpo de Border volta a fazer efeito e as previsões não são as melhores. Mesmo em péssimo estado, William decide seguir em frente, agora que se encontra tão perto. Injeta em si mesmo mais uma dose do concentrado que Batman sintetizou e após uma breve pausa tenta se levantar, ainda meio desajeitado, tentando se recobrar o mais rápido possível.

Enquanto cambaleia, uma voz lhe chama. Batman imaginava que Border queria vingança. Já sentiu isso na própria pele.

- Vai até Máscara Negra nessas condições?

- Por que pergunta? Vai tentar me impedir, como fez Gordon? – ameaça Border sem olhar pra trás.

- Não… não desta vez.

Batman pára em frente a Border, dizendo "sinto muito". Border e Batman permanecem imóveis por alguns instantes, olhares fixos. Border parece ter captado algo naquelas três palavras. Uma unidade dos bombeiros começa a chegar. Nenhum dos dois se movimenta. Batman começa a ponderar todas as razões para que ele e o policial tivessem chegado àquele ponto. Também se recorda daqueles da qual superprotegeu. Um deles acabou sendo morto nas mãos de um psicopata. Não cometeria o mesmo erro. Ou cometeria? Há uma comunicação poderosa que se passa por entre aquelas expressões de dor e sofrimento. Não poderia ser de outra forma. Em seu íntimo, Border não desejaria mais nada, além de ir atrás daquele que lhe trouxe toda essa agonia… se tivesse que morrer, então que fosse, mas não sem antes dar o inferno para seu maior inimigo. E ninguém poderia lhe dizer algo diferente. Implacável, decidido, forte, poderoso. Border havia ganho o respeito do morcego, respeito que o mesmo reserva para poucos. Em meio ao silêncio, Batman faz um sinal com a cabeça como se dissesse "Pode ir. Eu cuido do resto". O policial obedece. Alguns membros da força tentam se comunicar com seu tira mais implacável, mas Batman intervém dizendo "Ele precisa de um tempo sozinho. Vamos esperar".

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