No dia seguinte, Departamento de Polícia de Gotham City. Border está aguardando por Gordon, pois haverá interrogatório das duas testemunhas capturadas. Uma delas, o Raposa, foi presente de Batman. Border evita pensar nisso quando está tão perto de descobrir o covil de Máscara Negra. Mas Gordon tem más notícias.
- Willliam, venha comigo.
Gordon e William se dirigem para a sala de interrogatório. Gordon pára e olha para William.
- Lembra da testemunha da casa de Wienne? Bom, não sei como aconteceu, mas…
Quando Gordon vira o Raposa, sua carne já está podre. Morto. Vivenciando aos poucos o medo e a loucura antes de seu destino final. Enquanto passou esses dias na polícia, sua estrutura orgânica foi gradativamente e lentamente se deteriorando. Em sua mente, enfrentava seu pior medo: ser morto. Suas visões eram horríveis, distorcidas e assustadoras. Seu estado catatônico não permitia nenhuma reação de pavor. Aos poucos seus órgãos foram se deteriorando até que finalmente deixasse de viver. Border leva a mão à boca devido ao mau cheiro, e seu sangue sobe à cabeça. A toxina do Espantalho havia funcionado novamente e feito mais uma vítima.
Indignado, Border se dirige para Gordon, cabeça a mil.
- E o outro, como está?
Gordon, irônico, retruca em tom de sarcasmo.
- Bom, até você começar a interrogá-lo, está bem. Teve algumas fraturas, lembranças suas claro, mas tem condições de falar. Se quiser, terá 3 minutos com ele.
- 5 minutos.
Gordon não acha que Border esteja em seu juízo perfeito devido a seu tom de voz.
- William, tem certeza que quer fazer isso? Quero dizer… você esteve sob pressão, não acha que é melhor relaxar? Você já fez tanto por…
- Só quero falar com ele agora, James. É tudo que eu penso – retruca Border, impaciente.
Gordon pensa por um instante. Para o bem ou para o mal, o Comissário não lhe poderia negar a chance, afinal o suspeito era dele.
- É por eles que está fazendo isso, não é? É pessoal? Por favor, me diz que não é pessoal.
O silêncio toma conta da sala. Por fim, Gordon decide arriscar uma chance…
- Está bem. Terá seus 5 minutos, mas é tudo. Sabe onde vou estar.
Gordon hesita, mas finalmente abre a porta da sala para Border entrar e conversar com o Rato, o bandido capturado.
Ao entrar, Rato tenta provocar o tira.
- Ooora, ta aí o tira, espero que tenha um bom advogado pra esse vergão da minha cabeça, porq…
O Rato não tem tempo de responder. Border vira um murro na cara dele com tanta força, que Rato cospe um dente da boca, sangrando.
Rato não se deixa intimidar. Olhando para o tira com desprezo, provoca novamente.
- … também vou contar esse dente, falou?
William senta, olhar fixo no Rato.
- Corta essa merda. Eu sei pra quem você trabalha.
- Hãn… por que estou aqui então?
- Pra me dizer onde encontrá-lo. Agora escuta, verme…
- Ops… Rato.
William tem vontade de acertar outro murro. Contendo-se, continua.
- Olha, Rato, não banque o espertinho. Seu chefe opera em algum buraco podre por aqui, onde ele deixa vermes nojentos como você limparem as patas. A polícia procurou nos principais pontos da cidade, mas parece que a lombriga se meteu num buraco bem fundo. Onde é?
Rato, mais uma vez resolve testar William.
- Olha, primeiro de tudo: não fui eu que atirei no velho lá onde…
- Responde a pergunta, seu merda.
Rato resolve jogar com William.
- Tá, tudo bem, eu te digo onde ele está… mas aí você vai fazer o que? Ir atrás dele? – Rato dá uma risada de canto de boca – você precisa saber de uma coisa, cara: não é você que acha o cara, ele que acha você. O cara é sinistro, doido, fala com manequim!
- As coisas mudam. Onde ele está? – Border começa a perder a calma.
- E aquele charuto de marca que ele assopra toda noite também é sinistro. Aliás, se você quer tanto máscaras, porque não tenta o teatro, o circo, ou sei lá…
William se levanta, enfurecido. Rato continua.
- Ooopa, eu não disse nada demais, cara…
- Não me testa…
- Já sei… você precisa de uma daquelas máscaras pra te animar, cê ta bem nervos…
Súbito, William perde as estribeiras e agarra Rato pelo pescoço, dando-lhe um potente soco no estômago. Rato cospe sangue. Engrossando mais a voz, com tom ameaçador, similar ao que Batman costuma fazer, volta a perguntar.
- Onde é, seu desgraçado? ONDE?
- A-acho que eu vou vomitar em voc…
Border, enlouquecido, não pensando em mais nada, arremessa a cabeça do Rato contra o vidro, fazendo seu corpo esguio despencar no chão.
- ONDE ESTÁ A MERDA DO SEU CHEFE? FALA!
- Ta no N…
Border acerta um forte chute na cabeça do Rato. Sua cabeça começa a sangrar.
- ONDE, DESGRAÇADO?
De repente Border está acertando um chute atrás do outro…
- ONDE ELE ESTÁ, FALA SEU VERME!
Na tentativa de fazer o enlouquecido tira parar, ele gagueja.
- N-no Na-n-Narrows…
Gordon se cansa de ver e resolve tirar Border de lá.
- Pare Border, acabou, você não pode…
Descontrolado, Border acerta um murro em Gordon, jogando ele longe. Desesperado, Gordon grita "DETENHAM ELE!" e um grupo de policiais tentam agarrar Border e tirá-lo de lá. Border ainda está aos gritos.
- SEU DESGRAÇADO, SEU PATIFE DESGRAÇADO, VOCÊ OS MATOU! EU VOU TE QUEBRAR! DESGRAÇADO! DIZ AO SEU CHEFE QUE EU VOU ATRÁS DELE… ME SOLTEM… EU VOU ATRÁS DO VERME, VOU ARRANCAR SEU CORAÇÃO E FAZÊ-LO ENGOLIR! VOCÊ SABE O QUE EU PERDI! VOCÊ OS MATOU!
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