Máscaras do medo
Em seu covil, cercado por uma grande coleção de máscaras, numa saleta toda decorada, e com seu manequim que ele chama de Circe, seu amor assassinado, Máscara Negra recebe as últimas informações.
Em seu covil, cercado por uma grande coleção de máscaras, numa saleta toda decorada, e com seu manequim que ele chama de Circe, seu amor assassinado, Máscara Negra recebe as últimas informações.
- Senhor Máscara Negra, o Raposa foi pego, senhor. Deve estar prestando depoimento pros tiras agora. Eu acho que...
O pobre rapaz não tem tempo de completar a frase, pois a morte o aguarda. Máscara Negra se vira para seu capanga, e com um tiro certeiro, o homem, assustado se lamenta em seus últimos minutos de vida.
- P-p-por quê…?
- Por interromper minha conversa com Circe.
E o pobre homem cai… morto.
O grande chefão, rosto coberto com sua máscara talhada da tumba de seu pai e voz abafada intimidando o resto de seus homens.
- O Raposa foi uma mera distração. Aquele que absorve o espírito da máscara que usa, torna-se mais poderoso. O Raposa duvidou disso e teve seu fim. Eu coloquei na máscara dele uma dose menor da toxina, ela irá agir progressivamente, em questão de mais algumas horas, ele não vai falar mais.
O capanga, Monstro, não parece tão tranqüilo.
- Batman não vai se ater a pegar um de nós e deixar as coisas nas mãos da polícia. Ele é muito esperto.
- A essa hora ele já deve ter descoberto a relação entre meus crimes e o Espantalho. Mas isso não vai interferir no meu plano de vingança. Teremos mais uma vítima até amanhã de manhã, Driscoll Luppo, e se dermos sorte, acabarei também com a última ligação minha com a empresa de meu pai. Então a polícia e Batman ficarão sem provas e eu poderei agir livremente. Depois disso, matarei o Espantalho, por precaução. Agora saiam. Deixem-me a sós com Circe.
Os capangas obedecem e, mergulhado em sua própria loucura, Máscara Negra volta a dialogar com seu manequim.
À tarde, a caminho de Gotham, em uma das embarcações que geralmente envia a droga, está o Dr. Jonathan Crane, mais conhecido por todos pela alcunha de Espantalho, o terrível mestre do medo. Crane está viajando de volta para Gotham para reclamar de Roman, sua parte nos lucros da operação, uma fatia consideravelmente alta considerando que a droga foi elaborada e transportada fora da cidade, com o objetivo de não levantar suspeitas. Uma vez que o prefeito da cidade aboliu a pena de morte por achar que a cidade já tem morte e loucura demais, a produção da droga poderia chamar a atenção da lei, então ela era produzida fora e enviada para a cidade.
Ao chegar ao porto de Gotham, há um carro aguardando pelo Dr. Crane. Ele se dirige para o veículo, tomando cuidado para não ser notado. Dentro do carro, há dois sujeitos usando máscaras. Crane, já seguindo para o local de Máscara Negra parece desconfortável.
- Eu achei que o chefe de vocês não iria se importar de me fazer uma recepção pessoalmente… sabe, a boa e velha transparência profissional entre dois especialistas de um mesmo ramo.
Um dos mascarados se vira para ele.
- É, mas desde que os detetives começaram a investigá-lo ele prefere manter certo sigilo, portanto vai se acostumando.
- Eu só espero que a oferta de seu chefe seja satisfatória para ter valido a pena me arrastar de novo para esse fim de mundo.
- Fica frio aí, espertalhão. O cara é doido da cabeça, mas cumpre o que promete.
E a viagem prossegue.
Chegando no esconderijo, o Espantalho não encontra seu associado. Impaciente, dirige-se para os homens mascarados.
- Isso é alguma piada?
Dentro de um lugar escuro, surge uma figura de rosto negro e imóvel.
- Acha que sou do tipo que faz piadas? O que aconteceu, está preocupado? Ou resolveu me passar a perna?
- Preocupado? Não, só vim é pra ver se está cumprindo com sua parte. E também vou querer um adiantamento, porque desde que começamos com isso, não recebi resposta alg… ei!
Os capangas não deixam o Dr. Crane terminar a frase. Agarrando Crane, aproximam o vilão na frente de seu chefe. Máscara Negra deliberadamente retira a máscara de Crane e também a sua própria.
- Agora escute…
- Isso, agora vamos conversar, de Espantalho para monstro. Acha que me assusta com esse seu rosto?
Máscara Negra vira um murro na cara de Crane e, apontando um revolver em sua cabeça, ameaça o mestre do medo.
- Como eu ia dizendo, escute bem: 1º- Se me questionar mais uma vez, não vai receber nada, e mesmo que receba, não estará em condições de aproveitar – Nesse momento, Máscara Negra esconde a máscara de Crane atrás de si. – 2º- Antes de receber sua parte, já que está aqui, fará um grande favor para mim.
Após dizer o que quer, Máscara Negra devolve a carapuça de Crane e manda soltá-lo.
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