Tuesday, June 12, 2018

GAME: Time Commando (PC)

10 / 10
Dando sequência à nostalgia de meu blog, falo aqui de um game que pra mim até hoje é especial. Uma porque ele foi meu primeiro game de computador, e outra, porque ele é uma aventura de ficção-científica pelo tempo como poucas. É o game Time Commando, de 1996.

Confira minha opinião!

Direção: Frédérick Raynal
Produção: Serge Plagnol
Chefe de Design: Didier Chanfray
Trilha sonora: Philippe Vachey
Vozes gerais: Marc Bennett, Henry Siegel, Raphael Simon, Jay Sosnicki (introdução)


Já que eu resolvi ressuscitar a minha sessão de games, se prepare caro leitor, pois vou falar de mais velharias; mas é velharia da boa! Vou falar sobre o primeiro game de PC que eu joguei na vida! Foi exatamente em 1997 que isso aconteceu, quando eu ganhei meu primeiro computador, um glorioso Pentium 166! Sim, sou velho pacarai! Basicamente, era uma máquina parecida com esta.

Repare ainda que a minha máquina não tinha também o recurso da placa MMX, que na época era um chip que dava mais velocidade e memória, e permitia que a gente jogasse games mais pesados para a época, como o Virtua Fighter 2! Ah, e eu também não tinha Internet! Pois é! Eu não era "conectado", como se diz. Não tinha internet, nem redes sociais, nem Netflix, nem nada disso, era tudo simplão! Saudade desses tempos! Não tinham trolls de internet, discussão política, nem chatisse, nem frescura, nem youtubers, e a sigla "PC" era apenas para o termo Portable Computer, e não Politicamente Babaca. Bons tempos!... Ok, já tô ficando depressivo, de volta à resenha!

Bem, no meio desse contexto todo, eu descobria o (na época eu pensava assim) maravilhoso e mágico mundo da tecnologia. Era tanta coisa nova, que eu queria explorar tudo. Mas acima disso, eu queria era jogar muito videogame!

Activision em tempos de Atari
Os games de computador na época eram bastante limitados em termos gráficos. Mas sempre tinha alguém com capricho maior que, em meio às limitações, fazia grandes obras. Na época por exemplo, a Activision, que já era uma grande conhecida por games como Boxing, o clássico Enduro, o adventure Pitfall!, todos ainda no Atari, lá nos longínquos anos 80, ou por desenvolverem a série River Raid, aposta então no visual tridimensional e acerta ao se juntar à desenvolvedora francesa Adeline, e juntos trabalharem em um game com visual de locações simplesmente lindo e uma proposta absolutamente tentadora para caras como eu na época, ávidos por histórias de viagem no tempo. O game em questão era Time Commando.

Tela de instalação do PC
Tinha um pessoal da desenvolvedora Infogrames, famosa pela série Alone in the Dark, que estava chateada com certos direcionamentos que a empresa estava tomando para os próximos games. O resultado foi que eles se separaram e formaram a Adeline, e por causa disso, você vai ver no trabalho gráfico e de jogabilidade de Time Commando, certas similaridades, porém com muito mais melhorias em comparação.

Enfim, Time Commando foi não só um game de PC que me marcou, mas também um game de forma geral que me marcou bastante. Eu sempre fui alucinado por este jogo, tendo zerado ele diversas e diversas vezes, até memorizar os controles, os níveis, enfim, tudo aquilo que o game oferecia.

Outra tela de instalação do PC
Ao mesmo tempo que este é um game muito querido por mim, é parcamente conhecido pelo grande público. Por achar que ele merece ter mais visibilidade e ser mais lembrado, estou fazendo este artigo sobre ele. Talvez eu também não o tivesse conhecido à época, caso ele não estivesse incluso junto com o meu primeiro computador, como foi o caso. Na época, quando eu comprei meu Pentium, veio este game, um outro chamado Magic Carpet 2, e um CD com uma versão demo do game Virtual Pool. Estes games foram minhas apresentações iniciais aos jogos de PC nesses dias, juntos com as versões demo de Hyperblade e Interstate '76, também ambos da Activision. Bons tempos!

Arte do game
Infelizmente o game não está disponível pelo Steam, e eu esperava que eu pudesse achá-lo lá na rede hoje em dia. O único lugar que eu consegui achá-lo foi este site, chamado GOG, mas eu não sei como funciona ainda, parece ser uma plataforma alternativa ao Steam, mas tem pouca coisa no acervo até o momento; estou rodando o meu antigo CD original do game através do DosBox que eu tenho aqui, funciona super bem, apesar de ter que digitar vários comandos pra rodar, dá pra jogar dentro do emulador de MS-DOS numa boa; se você quiser e souber como fazer, acho que dá até pra rodar ele em sistema de máquina virtual, com softwares como VMware e Virtual Box, mas eu não testei, pelo DosBox eu acho mais fácil, quando o game antigo tem suporte ao DOS, eu prefiro esse programa. Então vamos lá, vamos falar um pouquinho deste game muito bacana que, apesar de ser bem antigo, para mim é uma relíquia que vale a pena ser lembrada.

CARACTERÍSTICAS GERAIS


Era medieval
Começarei como sempre descrevendo o game na parte técnica, como faço com todos eles. Ele é um game de fases, estilo antigo, não é mundo aberto. A tela rola, te dá algo pra fazer, você vai passando pelas localidades e detonando inimigos, pegando itens, descobrindo segredos nas fases, etc, ou seja, o estilo clássico de game, e você não pode voltar a algum lugar se a tela já rolou, tem que continuar se movendo sempre em frente. Os diálogos do game são inexistentes, tem apenas uma apresentação inicial e uma final quando se termina, mais os grunhidos dos personagens e só. Porém a falta de diálogos é compensada pelo visual sensacional para a época e a ambientação envolvente. A equipe gráfica da Adeline caprichou e reconstruiu épocas  de maneira que você tem a impressão de estar lá, mesmo o game sendo em terceira pessoa.

Vortex temporal na Pré-história
Você controla Stanley, um guarda de uma organização científica futurista, e vai viajando no tempo em diversas localidades históricas. Cada tempo histórico é dividido em duas partes e tem uma variedade diferente de armas e objetos para você usar, mas certos itens do game são constantes em qualquer fase. Chips azuis são energia que você usa nos vortex temporais entre as fases, não só pra gravar seu game, mas também para recuperar tempo na barra do mostrador. Ficar sem tempo acarreta morte, por isso não deixe de pegar esses chips e usá-los com sabedoria; cubos vermelhos são meia vida na barra de energia de Stanley e cubos amarelos são partes pequenas de vida. Em certos lugares você pode achar scrolls amarelos, esses scrolls representam barra extra de vida, então não deixe de pegá-los! Tem também triângulos listrados, esses representam vida extra, então pegue todos que conseguir.

Japão feudal
Para pegar uma nova arma no game, qualquer que seja, simplesmente ande sobre ela, e para selecioná-la, use o teclado numérico. Para realizar ações com o Stanley, você geralmente precisará das combinações de botões Ctrl e Alt, mais os direcionais. Os controles são muito semelhantes aos que se usa em games como Alone in the Dark ou Resident Evil, porém, com muito mais fluidez. Exemplo, para golpear, aperte Ctrl + direcionais para diferentes golpes, tanto sem, quanto com armas. Para pular, aperte Alt + direcional pra cima, para pular pra frente. A barra de espaço também é usada quando você passa por vortexes temporais e lugares específicos no game onde tem itens secretos. Um barulho será ouvido quando você estiver passando por um desses lugares, se você estiver nos níveis menores de dificuldades, ou não, se estiver nos maiores.

O Futuro
As eras são as seguintes, em ordem: Pré-História, Império Romano, Japão Feudal, Era Medieval, Conquistadores, Velho-Oeste, Guerras Modernas, Futuro e Nível do Vírus. Ou seja, pela ordem, você luta contra homens das cavernas, soldados romanos, caratecas, cavaleiros medievais, piratas, cowboys, soldados e tanques, e no final, ainda tem toda uma parte de ficção-científica, que é o mote do game no fim das contas. E em cada um desses níveis, você terá as armas específicas dele, por exemplo, na pré-história, você terá pedras e paus, no Japão, você terá espadas, leques cortantes e shurikens, na era do velho-oeste, você terá pistolas, trabucos e canhões, e no futuro, logicamente, você terá armas lasers, do tipo Star Wars.

Chefão da Pré-História
Na segunda metade de cada nível você sempre terá um tipo de "chefão" para lutar, um boss battle, que é para concluir sua estadia naquela era e ir para a próxima. O último chefão do game é complicado, e você ainda tem que proteger uma mulher enquanto luta. Enfim, é diversão clássica de game clássico, quem curte uma nostalgia vai se deliciar com tudo isso. Às vezes, apesar de gostar, eu fico meio cansado dessa fórmula mais moderna de games de mundo aberto, ou então esses games portáteis que você tem que fazer mil coisas e conseguir mais recursos e parecem nunca ter fim, então eu volto ao que é básico, com games como este aqui.

Passemos à pequena trama dele então, para concluirmos logo em seguida.

A TRAMA

Cinematic de introdução
Basicamente, a minúscula trama do game é uma de invasão de sistemas. As viagens temporais não se passam na vida real, mas dentro de um supercomputador. Você é Stanley, um agente da organização SAVE (Special Action for Virus Elimination), no agora não muito longínquo ano de 2020, e você trabalha no Historical Tactical Center. Neste edifício militar, uma organização trabalha junto dos militares para criar um grande programa de simulação de combate em qualquer era histórica, envolvendo passado, presente e futuro. Tudo parece ir bem, mas então, um infiltrado de uma organização rival implementa um vírus dentro do supercomputador que cria um vortex temporal que suga tudo que encontra. A mulher do centro que estava junto ao computador é engolida pelo vortex.

Mais um belíssimo cinematic do game
Aqui cabe a pergunta incômoda: que tipo de centro de segurança é esse que deixa um infiltrado andar livre pelas instalações sem nem sequer interceptá-lo? Como é que não foram lá e avaliaram o cara antes de darem a ele acesso a todo o sistema? Tá certo, eu gosto bastante do game e costumo sempre fazer vista grossa a essa cratera de roteiro, mas é bom a gente apontar certas coisas. Mas enfim, o cara vai lá e sabota todo o sistema, inserindo o vírus nele que acaba abrindo a caixa de Pandora.

Velho-Oeste
Enquanto isso, Stanley está em outra sala, jogando... é... Time Commando... no seu dispositivo portátil. Cara... legal o game prever o futuro dos portáteis e tudo, mas... sério... essa coisa do game referenciar ele mesmo em certas partes hoje soa muito galhofa! Já pensou? Eu sou um soldado e na minha hora de folga eu vou lá jogar um game portátil comigo mesmo de uma batalha que nem aconteceu ainda em meu mundo. Coisa estranha, o universo poderia implodir numa dessas! Na época a gente não ligava, mas hoje... bem, continuando.... Stanley é acionado e chega lá onde o problema do vortex está causando o caos. Ele entra no vortex temporal e a partir daí o game começa. Terminado o game você tem a sequência final com o fim óbvio, o virus do computador é destruído, Stanley retorna, o invasor é preso e o vírus vira história; esse último trocadilho eu não inventei, é culpa do game mesmo, na sua sequência final.

Como é tudo assim bem óbvio e sem grandes surpresas, o legal mesmo do game fica sendo a jornada.

Guerras modernas
Mesmo que com movimentos gráficos antigos e deficitários demais, ainda é muito legal você estar na idade medieval e lutar contra um cavaleiro; ainda é muito bacana você estar no meio do mar e travar batalhas contra um pirata ou bucaneiro, eu mesmo fazia movimentos variados com a espada para a batalha parecer realmente com uma luta de esgrima; é sensacional também você ir para o velho-oeste e trocar tiros com foras-da-lei, exatamente como nos filmes de faroeste; e é muito bacana a parte futurista do game, onde você praticamente se sente dentro de uma trama da franquia Tron.

Há algumas partes do game em que a câmera atrapalha um pouquinho, porque às vezes ela não se movimenta do jeito que você se move, e isso prejudica a visibilidade em certos momentos, mas de forma geral, o visual e a fotografia do game se destacam de tal forma que a sua interação com aqueles ambientes ficam bem bacanas. E em uma época com tantas restrições gráficas, podemos dizer que os caras tiraram leite de pedra ao elaborar tal game.

Nível do Vírus
Time Commando foi sucesso na época que saiu, pelo menos no círculo onde foi lançado. A crítica falou muito bem do game, e quem jogou ele naquela época, como eu, também ficou maravilhado com ele. O game havia saído em 1996, e eu o conheci em 1997, quando ganhei meu primeiro computador de meus pais, na época eu o jogava no Windows 95 ainda, o game instalava tranquilamente no Windows, e não tinha qualquer problema. Me diverti muito jogando ele e zerando o game diversas vezes, numa delas eu ainda fui parar numa espécie de nível secreto, que era onde você era o Stanley e caia num ringue de luta. Aí o computador jogava vários personagens em você e você tinha que lutar contra eles, como se estivesse em um game do tipo KOF.

A trilha sonora do game também me agrada imensamente. Há duas músicas do CD que são o tema principal do game, que é bem bacana, e uma outra mais aceleradinha, sempre gostei mais da primeira. Nas fases, o game também possui inserções musicais bem legais, e cada conjunto de músicas reflete aquela era em que você está.

Detalhe da sequência final
Recentemente eu me peguei testando alguns jogos antigos em meu computador, de forma a fazer uma manutenção de softwares em meu acervo, e coloquei este game para rodar de novo e viver alguma nostalgia. Foi muito bacana. Eu espero fazer isso mais vezes no futuro, falar de games antigos que me marcaram, especialmente simuladores de Pinball, para esses eu tenho uma matéria toda encabeçada, falta tempo para eu fazer ela, mas eu chego lá. Quanto aos novos games, não está dando muito ultimamente, mas não desistirei, e falarei quando der. No momento, fica aqui a minha recomendação, tanto pra você velhaco como eu, quanto pra quem é mais novo: se você não conhece ainda este game, experimente jogá-lo e divirta-se a valer em batalhas em diversas eras de nossa história. Ele não teve sequência, mas é exatamente por este fato que eu acredito que ele é um game único. Vale a pena explorar.

Time Commando (1996)

Desenvolvedor: Adeline Software International
Distribuidor: Activision
Plataformas: PC (Windows, MS-DOS), PlayStation, Sega Saturn
Gênero: Ação e Aventura; plataforma
Modo: Single player

Site: www.activision.com

Trailer oficial:


10 comments:

  1. Olá, como faço pra baixar esse jogo no PC? uso o Win 10, tem como?

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    1. Oi, anônimo! Olha, meu site não é de downloads, é apenas de matérias e resenhas. Mas vou te dar umas dicas.

      Tem este endereço aqui: https://playclassic.games/game/play-time-commando-online/play/

      Através dele, você joga o game online através de uma simulação de ambiente DOS que eles fazem. Mas a qualidade é mínima, precária, se for só pra você conhecer sem compromisso algum, ok, mas pra se ter a real experiência do game, eu recomendo:

      1- ter o CD original dele e rodá-lo via DOS Box ou um emulador de máquina virtual com Windows 95 instalado;

      2- fazer uma conta no GOG (é um concorrente do Steam) e comprar o game lá por 12 reais. O endereço do game no serviço é este: https://www.gog.com/game/time_commando .

      Uma dessas duas opções acima vai te dar uma experiência cristalina do game. Eu jogo ele pelo meu CD original mesmo, que eu tenho desde sempre, mas como você talvez não o conheça e mostra interesse, a segunda talvez seja mais viável!

      Beleza? Espero ter ajudado! Abraço!

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  2. Estou com uma máquina Celeron 256mb Tam HD data 500gb com win98 instalado... Jogo instala mas não roda.. Poderia me ajudar

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    1. Vixe cara, Celeron? É uma máquina bem ruinzinha para jogos. Mas dadas as configurações do Time Commando, deveria rodar sem maiores problemas. Sinceramente, eu não sei como te ajudar. ABRAÇO!

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  3. Deu até vontade de jogar denovo, esse ano está tudo haver com o jogo, já que pela história se passou em 2020 e temos um vírus causando um problema mundi

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  4. Blog muito bem feito do nosso preferido jogo, me fez lembrar da época ouro dos games, época onde competitividade nao era objetivo e sim diversão, bad chegando... mas enfim vamos joga-los para nos divertir, outro bom também é outlive feito em solo brasileiro haha e dublado também e pouco reconhecido infezlimente. Vamos jogar diante dessa pandemia ou pelo menos ver gameplays deles haha

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  5. achei pq lembrei que eh um jogo que queria mto uma sequencia e até hoje nada.. bom ler a resenha e lembrar mais ainda desse jogao

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  6. achei esse blog pq lembrei desse jogo , realmente foi incrível . jogava demais..
    pena q nunca teve uma sequencia..

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  7. Eu instalei ele a pouco pra jogar e não tava sabendo pular, daí cai de paraquedas aqui. Acabei aprendendo e ainda li todo o artigo. Estou na fase dos bucaneiros no navio em meio a uma tempestade. Pra quem quiser baixar eu consegui um link através do Google de um torrent, no começo fiquei com dúvida se rodaria no meu Windows 11 porém está rodando perfeitamente como se fosse um jogo atual. Apesar da tecnologia da década de 90 gosto muito dos gráficos, eu acho que posso baixar hoje uma cópia porque na década de 90 eu tinha o jogo original e comprei junto com a revista Expert, eu era muito criança e nunca consegui zerar instalei pra realizar isso hoje porque marcou muito minha vida, jogava todos os dias e não cansava.
    Obrigado pela matéria.

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  8. Pra quem tá procurando jogar, também tem uma versão pra PS1. Emular ele é bem mais fácil do que caçar como emular o DOS. E claro, tem as opções que o autor do post mencionou. A do GOG é uma boa.

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