Monday, June 18, 2018

NO CINEMA: The Hurricane Heist

5 / 10
Filme que mistura trama de catástrofe e assalto inicia até que bem, mas depois se desencontra demais, bagunça demais o coreto, bola soluções infantis demais, vai se arrastando até onde pode para depois priorizar a ação frenética. Não empolga e acaba causando risos involuntários.

Confira minha opinião!

Título brasileiro: No Olho Do Furacão
Direção: Rob Cohen
Estrelando: Toby Kebbell, Maggie Grace, Ryan Kwanten, Ralph Ineson, Melissa Bolona, Ben Cross, Jamie Andrew Cutler, Christian Contreras, Jimmy Walker, Ed Birch, Moyo Akandé, James Barriscale, Erik Rondell, Mark Basnight, Keith D. Evans, Mark Rhino Smith


Quando eu entrei na sala de cinema, eu estava esperando pelo menos assistir um thriller bacana, bem executado, não necessariamente algo inovador ou excelente, porque eu já sabia pela própria natureza da produção que não iria ser, mas eu esperava pelo menos coesão. Saí eu e meu irmão do cinema aos risos com as situações embaraçosas que o filme perpetrou.

O título porcamente traduzido para o português também não ajudou a gente a ter noção do real intento aqui. O título original do filme destaca bem a coisa do filme de assalto. É uma mistura meio torta que resolveram fazer de filme-catástrofe com filme de assalto. Vai entender o que se passou na cachola dessa gente.

Uns meses atrás, eu havia publicado uma matéria aqui intitulada "Filme adulto x filme infantil - a inversão da modernidade.", tomando por base dois exemplares de filmes que tivemos este ano e confrontando as ideias contidas neles para concluir que os filmes que, em "teoria", são para o público adulto, tem ideias infantis, enquanto os filmes infantis atuais, especialmente os da Pixar, parecem mais adultos do que os que são considerados como filmes adultos. Eu gostaria que você lesse estas minhas ideias para ver que o mesmo se aplica aqui neste filme, tendo apenas que substituir os eventos dentro do filme.

Vou te dar um exemplo: há um recurso de foreshadowing que o filme usa no começo, mostrando uma coisa que vai aparecer lá na frente no clímax. É a coisa mais sem-noção que você pode imaginar! Os personagens principais do filme quando crianças, em 1992, sofreram a morte do pai deles com um grande furacão, e a fumaça do furacão forma uma "caveira da morte" quando passa pelos meninos. Como se isso já não rendesse uma orquestra de facepalms de tão ridículo, esta mesma ideia é perpetrada no clímax, agora nos tempos atuais com os personagens em suas versões adultas. A palavra "dumbass" não saía da minha cabeça nessa hora! Isso é algo que uma criança de 7 ou 8 anos pensaria em fazer!

Oras, se o roteirista queria tanto estabelecer uma ligação do personagem com seu passado, e que ele estava enfrentando algo que ele não podia enfrentar anos atrás, haviam infinitas maneiras melhores de fazer isso, eu mesmo já consigo pensar em duas ou três aqui enquanto escrevo, baseadas em boa fotografia e pequenos toques sutis de montagem.

Eu juro por Deus que deve ser o estagiário que escolhe os roteiros de filmes, não é possível! Não lê a coisa toda até o final, pensa "uhh-dããã é um filme com mensagem ambientalista, he he he", alguém vai lá, dá o sinal verde, abre o cofre de dinheiro pra dar para o filme pra transformar roteiros esburacados como este em celuloide. Só pode!

Enfim, a trama é mais ou menos essa daqui: tem um assalto ao tesouro americano que foi planejado por um cara; e tem esses dois irmãos, um é meteorologista e o outro é ex-soldado, e cabe a eles, e a uma outra mulher que é a agente do tesouro, interpretada pela Maggie Grace, a Shannon de Lost, pararem o assalto e deterem os bandidos, enquanto enfrentam o poder devastador do furacão.

Era até que uma ideia interessante, tinha uma boa premissa, poderia ter dado certo, mas o filme se desencontra todo. Ele não sabe se quer ser um drama, uma aventura, um filme de ação, se quer ou não ter pitadas leves de comédia, enfim, é uma bagunça geral. O filme se perde tantas vezes que eu simplesmente parei de tentar acompanhá-las e tentei me concentrar em captar as ideias e simplesmente curtir a ação. Como filmes de ação com catástrofe ambiental ele até que passa batido, mas como drama, fica todo desencontrado. O final extremamente alegrinho e "hi-hi-ha-ha" da projeção tira todo aquele ar de seriedade que uma boa história como esta deve ter. Não estou querendo ser chato, realmente o filme não precisa fazer carranca o tempo todo, mas também, esse finalzinho à toque de caixa realmente ficou sofrível.

Resumindo: um filminho medíocre, morno, quase sem nexo algum que me fez apreciar mais a companhia do meu irmão na ida ao cinema do que o próprio filme em si. Mas pelo menos a gente deu uma ou outra risada. Não recomendo que você gaste dinheiro com isso, espere sair por aí e assista em casa, ou então vai assistir Jurassic World: Fallen Kingdom que você ganha mais.

The Hurricane Heist (2018)

Produção: Karen Elise Baldwin, Rob Cohen, Mark Damon, Moshe Diamant, William J. Immerman, Christopher Milburn, Danny Roth, Michael Tadross Jr., Damiano Tucci
Roteiro: Scott Windhauser, Jeff Dixon, Anthony Fingleton, Carlos Davis
Trilha sonora: Lorne Balfe

Trailer:

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