Nota: 8 / 10
Este é um conto bem pouco usual do Batman. Escrito em 1989, ele é uma história não-canônica, que se passa em um "e se..." tipo de universo. Aqui, o autor tenta imaginar o Batman, se ele tivesse sido criado na época vitoriana, em 1889.
A ideia é sensacional. A execução é só ok. Existe outra história do Batman que se passa neste universo vitoriano, Master of the Future, de 1991, escrita pelo mesmo autor, e é bem mais legal do que essa, mas como vai sair uma animação deste conto do morcego ano que vem, resolvi apresentá-lo a vocês.
Brian Augustyn se empenha em nos trazer as repercussões que o homem-morcego traria se um dia se deparasse com o desafio de enfrentar um certo assassino londrino famoso. A atmosfera parece algo saído de qualquer boa história de Hercule Poirot ou Sherlock Holmes.
Bruce conta a um certo Dr. Freud (referência de época executada com sucesso!) este seu sonho corriqueiro, e descobrimos que não só Bruce Wayne foi aluno de Freud nesta realidade, mas também chegou a ter um certo grau de contato com um certo detetive inglês. O futuro morcego vitoriano então retorna à Gotham City e cumprimenta seu tio Jake um senhor grisalho que tem aquela barba proeminente no lado da cabeça, característica da moda masculina do final do séc. XIX. Logo depois vemos o Alfred vitoriano, também seguindo a mesma tendência de moda de barba. Jake e Bruce dão um giro pelo navio, entram em uma festa, e depois Bruce acaba voltando à sua mansão quando a viagem termina, e lá está ele... estirado em um mancebo... o pijama noturno de Bruce, de fazer mingau de bandido.
Gotham By Gaslight (Fevereiro/1989)
A ideia é sensacional. A execução é só ok. Existe outra história do Batman que se passa neste universo vitoriano, Master of the Future, de 1991, escrita pelo mesmo autor, e é bem mais legal do que essa, mas como vai sair uma animação deste conto do morcego ano que vem, resolvi apresentá-lo a vocês.
Brian Augustyn se empenha em nos trazer as repercussões que o homem-morcego traria se um dia se deparasse com o desafio de enfrentar um certo assassino londrino famoso. A atmosfera parece algo saído de qualquer boa história de Hercule Poirot ou Sherlock Holmes.
A trama deste curtíssimo conto, de aproximadamente 53 páginas apenas, se inicia com uma carta aberta de Jack, O Estripador, se vangloriando pelos seus crimes de ter dilacerado 5 mulheres. O trecho inicial da história, após a carta, nos reconta a origem do Batman, vemos os Wayne ao relento levando um tiro e sendo mortos, exatamente como no original, a diferença é que, sem o cinematógrafo, os Wayne não saem do cinema, mas passeiam em meio à estrada à noite, quando vem o assassino e executa Thomas e Martha, deixando o pequeno Bruce órfão. Ou seja, fora as adaptações para a devida época, é a mesma ladainha de sempre.
Bruce conta a um certo Dr. Freud (referência de época executada com sucesso!) este seu sonho corriqueiro, e descobrimos que não só Bruce Wayne foi aluno de Freud nesta realidade, mas também chegou a ter um certo grau de contato com um certo detetive inglês. O futuro morcego vitoriano então retorna à Gotham City e cumprimenta seu tio Jake um senhor grisalho que tem aquela barba proeminente no lado da cabeça, característica da moda masculina do final do séc. XIX. Logo depois vemos o Alfred vitoriano, também seguindo a mesma tendência de moda de barba. Jake e Bruce dão um giro pelo navio, entram em uma festa, e depois Bruce acaba voltando à sua mansão quando a viagem termina, e lá está ele... estirado em um mancebo... o pijama noturno de Bruce, de fazer mingau de bandido.
No dia seguinte, Bruce vai ter com o James Gordon desta realidade, que é um tanto mais bonachão e é inspetor aqui, sendo que o comissário de polícia é um certo Tolliver. Há uma pequena e breve referência ao Coringa, uma foto de um criminoso que acabou tomando um veneno que deformou sua boca, mas é só isso, não se anime demais. Gordon fala da onda de assassinatos na cidade, vemos um breve monólogo do assassino em alguns quadros, para logo em seguida nos depararmos com a primeira aparição do Batman vitoriano detendo uma trupe de criminosos. Quem já leu Batman: Year One de Frank Miller, vai ver uma tantada de referências aqui a essa história.
Batman intimida os valentões daquele jeito que só ele sabe, causando comoção na imprensa de Gotham, que se prontifica a destacar as ações do morcego pelos lugares que passa, sempre na escuridão, e mostrando a agilidade e o preparo que tem. Ele fica tão bom no que faz, que o inspetor Gordon diz que terá que convencer velhinhas que não existem vampiros gigantes querendo o sangue delas, em um dos momentos que Augustyn destaca a superstição que permeava esta época. Não demora muito para o justiceiro ganhar fama e se tornar uma personalidade temida pelos bandidos. Se fosse só isso, até o momento estaria tudo bem. O problema é que o tal assassino ainda se encontra à solta.
Isso dá margem para que o Gordon comece a suspeitar de Bruce, uma vez que ele fica sumindo em momentos nada pertinentes. O assassino faz mais uma vítima enquanto isso, e planta a evidência do crime na mansão Wayne, sorrateiramente e sem ninguém suspeitar. O resultado, você já imagina. Numa revista à mansão, Gordon encontra a arma do crime e manda prender Wayne. Ele é julgado e condenado à forca. Bruce tenta encontrar pistas que podem lhe inocentar, enquanto passa uma temporada na cadeia, mas em vão, até que num belo dia, dentro de um livro, ele encontra fotografias interessantes.
O restante da história é a resolução inevitável de todos estes imbróglios, obviamente. A revelação do assassino, confesso que achei meio clichê, mas ok, a atmosfera densa da Gotham vitoriana ajuda nesse sentido, e certas situações na história ficam meio sem explicação, como por exemplo, a forma que Bruce conseguiu que Alfred o libertasse da prisão. Não achei que ficou bem claro isso, faltou um pouco mais de desenvolvimento.
O final é meio abrupto, como se eles quisessem encerrar tudo de uma vez, bem rápido. Achei que poderia ter mais desenvolvimento nessa parte também. Porém, é o esperado. Os desenhos de Mike Mignola, em sua fase pré-Hellboy, são ótimos, com traços bem parecidos com as histórias do Hellboy, mas eu pessoalmente prefiro o traço de Master Of The Future, a sequência desta história. Em diversos aspectos, Master Of The Future é uma história melhor acabada e mais interessante, mas enfim, Gotham By Gaslight diverte e não faz feio.
O design da roupa do morcego também é um dos mais interessantes aqui. Portando armas em seu cinto, Batman veste um capuz que aparenta ser de tecido grosso, visivelmente costurado em sua fronte, e os desenhos destacam bem a ausência de tecidos aderentes e qualquer vestimenta que o Batman vista mais recentemente, sendo um modelo de uniforme mais tradicional. Claro isso não tira a funcionalidade do traje.
Enfim, embora esta história tenha os probleminhas que mencionei, eu recomendo a leitura, pois trata-se de um conceito bem interessante e atraente. Mas logo depois desta história, eu já recomendo a você engatar Master Of The Future, a sequência, que é bem mais interessante e bacana, e com traços que, pelo menos pra mim, são visualmente mais atraentes. No mais, estou curioso no que vai acontecer quando adaptarem esta HQ para animação. É muito curta! Se bobear, mais curta até do que The Killing Joke. Se juntarem com a sequência, pode até sair algo bem legal e mais longo, mas vamos ver o que vão fazer. Enquanto a animação não chega ano que vem, vá atrás de conhecer esta interessante versão do Batman.
Gotham By Gaslight (Fevereiro/1989)
Título em português BR: Gotham City 1889
Nº de edições: 1
Editora: DC Comics
Formato: One-shot
Roteiro: Brian Augustyn
Desenhista: Mike Mignola
Colorista: David Hornung
Letrista: John Workman
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