FILME: Son of Batman (O Filho do Batman) - especial Batman na Tela: edição 33

Desde que este universo animado novo da DC começou lá atrás em 2007 com Superman: Doomsday, eu venho notando uma série de problemas com os filmes animados. Um desses problemas é que o desenvolvimento de personagens tem sido cada vez mais reduzido para dar mais lugar à ação genérica, e isso era algo que não tínhamos enquanto os longas animados que eram feitos há anos atrás eram baseados em algum aspecto de suas respectivas séries animadas da TV onde já havia tido bastante desenvolvimento de personagens e de mundo, o que possibilitava o filme animado em questão tomar certas liberdades com alguns personagens e situações. Aliás, as animações mais recentes vem sendo baseadas em histórias fracas nas HQs, o que tem, acredito eu, influenciado essa pequena queda de qualidade nessas animações, pelo menos na maioria das vezes, pois algumas outras vezes isso não foi um problema, como já vimos em Under the Red Hood, uma animação desta nova safra feita sob as mesmas condições e que se sai surpreendentemente bem.

Em Son of Batman, uma das novas animações do selo DCUAOM, a primeira do Batman sem contar com o envolvimento de Bruce Timm, baseada no fraco arco de histórias escrito nas HQs por Grant Morrison em 2006, "Batman & Son" (Batman e Filho), Batman descobre que teve um filho com a sedutora Thalia Al'Ghul, filha do temido líder da Liga dos Assassinos Ras Al'Ghul. A partir daí, tem-se alguns pequenos problemas que Batman terá que enfrentar.

O primeiro deles é que o garoto foi treinado pela Liga, e por isso, foi ensinado desde cedo a matar seu inimigo; o segundo problema é que Thalia quer que o pai do garoto cuide dele, uma vez que vovô Ras morreu em um embate com o vilão Waylon Jones, também conhecido como Deathstroke; e o terceiro problema é que Damian Wayne, o garoto, se parece demais com seu pai.

Isso vai desencadear uma série de eventos como o menino se sentir com ciúmes quando vê que Dick Grayson, o Nightwing, foi o Robin antes dele, ou como seu pai querer tentar ensinar o garoto que para ser um líder da humanidade, primeiro ele tem que pertencer à humanidade, e isso implica em poupar as vidas de seus adversários.

Dito isso, Damian se torna o novo Robin, salva sua mãe das garras de Deathstroke com a ajuda de Batman, Nightwing e o Dr. Kirk Langstron (que aqui não vira o Morcego-Humano) e passa a viver com seu pai até o final da animação. E apesar de ela conter uma trama bacana e o traço do desenho ser bastante similar ao de Andy Kubert, compartilha dos mesmos problemas que outras animações vem tendo ultimamente no universo da DC, o ritmo e o excesso de ação.

Detalhe aqui para o novo modelito do morcego, parece que os animadores já estão querendo apontar uma possível transição para o reboot dos novos 52, se bem que até agora não há elemento realmente significativo deste reboot a não ser o traje do morcego.

O desenvolvimento de personagens é mais ou menos, tem seus momentos, mas tem partes que chateiam. Teria-se que desenvolver estes personagens um pouco melhor antes de jogá-los em uma animação. O problema é que estas animações da DC tem que cumprir o tempo de duração de 1:20 horas no máximo, e é difícil condensar tudo em um filme pequeno desses. Quando tínhamos Batman TAS, TNBA, havia tempo de desenvolver personagens antes de vermos eles em grandes confrontos. O universo animado da DC vem sofrendo estes revezes já faz algum tempo, fazendo com que os filmes acabem perdendo aquela atmosfera bacana que possuía nos trabalhos mais clássicos.

Enfim, assim como vem sendo nos últimos tempos, tanto com o Batman quanto com outros personagens da DC, temos aqui mais uma animação OK, mas regular, com ação genérica e desenvolvimento genérico, baseada em um arco de histórias nas HQs também bem genérico e mundano, que diverte pela sua aproximação de filme de ninja e nos mantém um pouco por dentro do que vem acontecendo nas HQs mais recentes do Batman e claro, tem como sempre, animação de primeiríssima linha, mas que não suprem outra função que não seja ser um veículo para fãs de longa data destes personagens de verem suas HQs ganharem movimento nas telas. Ou seja, uma animação com teor mais burocrático. O elenco de vozes também mudou. Pessoalmente eu não gosto de Jason O'Mara como a voz do Batman. Se não poderiam ter Kevin Conroy na animação, que pelo menos trouxessem a bordo Roger Craig Smith de Batman: Arkham Origins, que faz algo próximo de Conroy com a voz.

O que só me faz re-enfatizar a afirmação que venho dizendo há tempos: precisamos de outra Batman TAS! Outra série do morcego que seja tão boa em qualidade quanto esta série clássica para que possamos contar com um pouco mais de desenvolvimento de mundo e de personagens. Ou isso ou que aumentem o tempo de duração das animações para que possa haver mais desenvolvimento e um planejamento melhor, para que possamos ver os personagens de fato ganharem mais contornos antes de podermos vê-los lutar, possibilitando que a equipe de roteiristas faça histórias mais significativas, como antes. Eu amo demais este universo animado da DC, e ver ele acabar é algo que, de forma alguma quero ver acontecer. Ah sim, e como esquecer: escolham melhor os arcos que vão adaptar! Não é sempre que pode-se escolher um arco genérico e transformá-lo em algo inspirado, como foi o caso de Under the Red Hood, ou Justice League: Doom.

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Son of Batman (2014)

Título em português BR: O Filho do Batman

Nota: 7 / 10

Direção: Ethan Spaulding

Produção: Alan Burnett, Toshiyuki Hiruma, Benjamin Melniker, Sam Register, James Tucker, Michael Uslan

Roteiro: James Robinson, Joe R. Lansdale (baseado em arco de histórias escrito por Grant Morrison e Andy Kubert, baseado em personagens criados por Bill Finger, Bob Kane, Jerry Robinson, Neal Adams, Marv Wolfman, Denny O'Neil, George Pérez, Bob Brown, Dick Giordano, Frank Robbins)

Trilha sonora: Frederik Wiedmann

Estrelando: Jason O'Mara, Stuart Allan, Morena Baccarin, Giancarlo Esposito, Xander Berkeley, Thomas Gibson, David McCallum, Dee Bradley Baker, Sean Maher, Diane Michelle, Andrea Romano, Fred Tatasciore, Bruce Thomas, Kari Wahlgren

Outros títulos da linha DC Universe Animated Original Movie:

- Batman: The Killing Joke (Batman: A Piada Mortal) (2016)
- Justice League vs. Teen Titans (Liga da Justiça vs. Jovens Titãs) (2016)

- Batman: Bad Blood (Batman: Sangue Ruim) (2016)

- Justice League: Gods and Monsters (Liga da Justiça: Deuses e Monstros) (2015)

- Batman vs. Robin (Batman vs. Robin) (2015)

- Justice League: Throne of Atlantis (Liga da Justiça: O Trono de Atlantis) (2015)

- Batman: Assault on Arkham (Batman: Assalto em Arkham) (2014)

- Son of Batman (O Filho do Batman) (2014)

- Justice League: War (Liga da Justiça: Guerra) (2014)

- Justice League: The Flashpoint Paradox (Liga da Justiça: Ponto de Ignição) (2013)

- Superman: Unbound (Superman: Sem Limites) (2013)

- Batman: The Dark Knight Returns - Part 2 (Batman: O Cavaleiro das Trevas - Parte 2) (2013)

- Batman: The Dark Knight Returns - Part 1 (Batman: O Cavaleiro das Trevas - Parte 1) (2012)

- Superman vs. The Elite (Superman vs. Elite) (2012)

- Justice League: Doom (Liga da Justiça: A Legião do Mal) (2012)

- Batman: Year One (Batman: Ano Um) (2011)

- Green Lantern: Emerald Knights (Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeralda) (2011)

- All-Star Superman (Grandes Astros: Superman) (2011)

- Superman/Shazam: Return of Black Adam (Superman/Shazam: O Retorno do Adão Negro) (2010)

- Superman/Batman: Apocalypse (Superman/Batman: Apocalipse) (2010)

- Batman: Under the Red Hood (Batman Contra o Capuz Vermelho) (2010)

- Justice League: Crisis on Two Earths (Liga da Justiça: Crise em Duas Terras) (2010)

- Superman/Batman: Public Enemies (Superman/Batman: Inimigos Públicos) (2009)

- Green Lantern: First Flight (Lanterna Verde: Primeiro Voo) (2009)

- Wonder Woman (Mulher Maravilha) (2009)

- Batman: Gotham Knight (Batman: O Cavaleiro de Gotham) (2008)

- Justice League: The New Frontier (Liga da Justiça: A Nova Fronteira) (2008)

- Superman: Doomsday (A Morte do Superman) (2007)

Trailer: