Pois é, chegamos no terceiro exemplar da série Batman: Arkham, caros leitores. E infelizmente, eu tenho que dizer aqui que Batman: Arkham Origins não é o melhor desta trilogia do Xbox 360, apesar de seus pontos altos. Uma outra má notícia para todos, é que a equipe original da série de games não estava disponível para trabalhar neste aqui, incluindo aí as vozes originais do game, então a WB teve que passar a incumbência para outra desenvolvedora. Este game não foi desenvolvido pela Rocksteady, mas sim pela WB Games Montréal. O mau sinal já começa daí. O roteirista do game também não é o lendário Paul Dini aqui ou mesmo o idealizador da série, Sefton Hill, mas outras pessoas, o que faz com que a própria história do game também não seja tão interessante quanto nos dois anteriores. Essas são as más notícias. As boas são que, apesar destes contratempos, Arkham Origins ainda assim é um bom game, apesar de ficar em última posição em relação aos seus antecessores.
Eu me lembro de ter acabado o game e logo após alguns dias eu já não me recordava mais da história que eu vi nele. Diferente do que aconteceu com os dois primeiros, em que a história ainda estava fresca na minha cabeça, mesmo depois de meses de tê-los jogado. Eu até tive que jogar uma segunda vez o modo história em Julho para me recordar do que se tratava esse Arkham Origins. Tinha um ou outro relampejo de lembranças, especialmente os combates que foram bons, mas o todo estava nebuloso. Infelizmente os roteiristas Corey May, Ryan Galletta e M. Dooma Wendschuh tentam seguir os passos brilhantes de Paul Dini, mas só conseguem reciclar fórmulas.
Antes de seguirmos em frente, quero fazer uma observação e uma crítica: eu não jogo games "totalmente em português", como diz aquela maldita embalagem do demônio! Se o game é comercializado assim, eu vou atrás da versão importada, pago um pouco mais caro, mas me recuso terminantemente a jogar essas versões dubladas, vendidas com essa ditadura de idioma, sem a opção de podermos escutar o som original, portanto eu não vou falar da dublagem, até porque eu não sei como ela é e nem tenho interesse em saber. Vamos ao game.
O esquema de controle é exatamente o mesmo dos outros dois games, nisso a WB Games Montréal tomou o devido cuidado e até parece ter melhorado a responsividade dos controles. O combate aqui, se for ver está até um tanto melhorado em relação aos outros games, o que é estranho, pois segundo os roteiristas, a história se passa 15 anos antes de Arkham Asylum começar. Como que o Batman lutava melhor e era um melhor investigador há 15 anos atrás do que nos dois games anteriores? Pensem um instante! Meio incongruente isso, não?
E outra: uma das melhorias na luta é, que logo depois de você caminhar um pouco a mais da metade do game, você vai ter uma luva de eletro-choque, acessório que você consegue depois que acaba o arco do vilão Eletrocutador. Puts, eu me coloquei a pensar aqui... se essas luvas são tão porretas durante as lutas, o que aconteceu com elas após 15 anos, caramba? Por que o Batman não as tem em Arkham Asylum e Arkham City? Meio estranho que o morcego iria se desfazer de um apetrecho tão útil ao combate, não?
Enfim, este é só um dos furos que a história do game possui. O outro é que vemos o morcego com uma roupa muito melhor do que as anteriores, e em um dos DLCs, "Cold, Cold Heart", o morcego ainda tem uma outra roupa cheia de traquitanas térmicas, a XE Suit! Puxa, que aconteceu com esses apetrechos, onde foram parar? Quer dizer que o morcego usa eles no início de sua carreira e depois descarta eles, sendo que poderiam ser úteis 15 anos depois e até com versões melhoradas? Não me parece que o Batman iria fazer uma coisa dessas, sendo obcecado como ele é! Enfim, quiseram inventar um monte de coisas novas e acabaram gerando uma série de inconsistências narrativas.
E novamente os caras perpetuam o único ponto negativo que eu realmente achei nos games da Rocksteady, os malditos troféus do Charada, aqui na forma de pacotes de extorsão que você tem que caçar pelo mapa! Haja paciência, eu sinceramente cacei alguns e depois desisti, não tenho paciência. Consegui pegar todos os outros vilões do game, mas o Charada, como sempre, nem me anima ir atrás. Boa sorte para quem tiver paciência para pegar esses pacotes.
Fora isso, os controles estão realmente um pouquinho mais responsivos do que nos games anteriores, esta é uma das duas melhoras técnicas significativas que houve no game. A outra tem a ver com o Modo Detetive. E é aí que eu questionei por qual razão o Batman é um melhor investigador aqui do que 15 anos a frente em sua carreira de combatente. O Modo Detetive aqui não somente permite você encontrar pistas mas também te possibilita reconstruir a cena do crime em vídeos interativos. Você pode pausar a linha de raciocínio do Batman, retroceder, avançar, até encontrar aquela pista extra que faltava para resolver o caso. Isso, tecnicamente torna o Batman um melhor investigador aqui do que nos games anteriores, concorda? E considerando que este game é um prelúdio, isso soa bem estranho, não acham?
E falando em estranho, como eu falei anteriormente, temos um novo time de vozes aqui, no lugar das vozes clássicas dos personagens. Substituindo Kevin Conroy como Batman e Mark Hamill como Coringa, temos aqui Roger Craig Smith (Batman), bastante conhecido pelo seu trabalho de voz na série Assassin's Creed e Troy Baker (Coringa), que já trabalhou em games como The Last of Us e Bioshock Infinite, além de ter emprestado sua voz para o Coringa na animação Batman: Assault on Arkham. E quem, como eu, está acostumado a ouvir as vozes clássicas destes personagens, vai sentir a diferença. É sutil, os dois fazem um bom trabalho tentando emular as vozes de Conroy e Hamill, mas você nota que não é algo natural. Conroy tinha uma postura vocal bem mais impositiva, intimidadora, Smith tenta fazer sua voz ficar mais profunda, e faz um bom trabalho, mas a gente sente a diferença de tom, de textura vocal, mesmo se tentar fazer de conta, você sabe que aquele não é o Conroy, ou que a voz do Coringa aqui parece com a de Hamill (que também saía naturalmente), mas não é ele, e sim de Baker tentando emular Hamill.
Mas enfim, vamos conhecer um pouco da história do game. Dessa vez o nome "Arkham" da série de games não tem sequer razão para estar ali, porque simplesmente ainda não temos o hospício! Você perambula por Gotham o tempo todo. Tudo bem que seja uma origem, mas eu esperava que pelo menos a gente veria algo do hospício já sendo feito, concordam? O primeiro game chama Arkham Asylum porque de fato estamos no hospício, o game se passa inteiro lá dentro! O segundo é Arkham City porque temos o Batman navegando pela instituição que foi feita de metade da cidade de Gotham, então faz sentido o nome do game. Mas no geral, eu gostei que o Batman tem mais liberdade de navegar pela cidade, eu só esperava poder ter um trechozinho do mapa dedicado ao futuro hospício, poxa vida! Mas tudo bem, vamos à história.
Vamos ver se eu consigo sumarizar, acho que essa refrescada na cabeça em Julho foi boa para isso. A história é a seguinte: Batman, na véspera de Natal, investiga um caso de assassinato envolvendo Máscara Negra, que havia escapado da prisão Blackgate de segurança máxima e assassinado o comissário Loeb; lembrem-se que estamos há 15 anos atrás e Batman está começando sua carreira de vigilante. Ocorre que o vilão parecia estar desaparecido e isso chama a atenção do morcego, porque ele estava virando praticamente um senhor do crime na cidade. Pois bem, o mascarado envia o vilão Eletrocutador e a linha-dura Copperhead para tentar matar o morcego. No meio da confusão também temos o caolho Deathstroke. Ao todo são oito vilões, entre eles o Pinguim, Pistoleiro, Anarquia, que tentam ganhar os 50 milhões que o Máscara Negra oferece de recompensa pela cabeça do morcego. Porém, quem se revela por trás da máscara do vilão, não é Roman Sionis, e sim um vilão chamado Coringa, que estava por trás do esquema todo.
Junto ao Coringa, estava também o vilão Bane ao qual enfrentamos mais para o final do arco do palhaço. Aqui no game também vislumbramos o primeiro encontro do palhaço e da psiquiatra Harley Quinzel na prisão Blackgate e temos uma sequência muito legal de sonho onde jogamos controlando o Coringa, inclusive controlamos o palhaço quando ainda atendia pelo codinome Red Hood, com a máscara vermelha e tudo mais. O game claramente evoca a história The Killing Joke nas HQs, história importantíssima para a mitologia do Batman e que até já falei sobre, aqui no blog.
Após o encarceramento do Coringa, nós ainda voltamos mais uma vez para Gotham porque o vilão Firefly está tentando incendiar tudo. Em meio a tudo isso, a polícia de Gotham, e em especial o policial James Gordon, ainda não confia em Batman e acha ele uma ameaça à segurança pública. Somente após o final do game é que o policial irá, pela primeira vez, pedir a ajuda do vigilante para deter 20 presos que escaparam de Blackgate.
As batalhas aqui são reciclagem de Arkham City, em sua grande maioria. A WB Games Montréal trabalhou em cima da engrenagem Unreal 3 em que a Rocksteady criou seus mecanismos de combate para os dois games que criou, portanto não há muita coisa nova aqui, este game pode ser facilmente descrito como um Arkham City de menor qualidade em termos de história e desafios.
Talvez o melhor combate no game seja o combate contra Deathstroke, que é bem semelhante ao sensacional combate contra Ras Al'Ghul em Arkham City, somente com uma diferença ou outra. Talvez os combates mais tensos de todo o game sejam as duas lutas contra Bane, especialmente a segunda que é bem complicada. E quando o Coringa finalmente aparece na história, aí sim é que as coisas ficam mais interessantes! O arco do Coringa é, de longe, o melhor arco do game, finalizando de uma maneira muito bacana na prisão Blackgate. Nenhum outro arco desse game é tão legal quanto o arco com o palhaço, até porque meu caro, você sabe a rotina, o Coringa rouba o show sempre, portanto o que mais vale a pena aqui é aguardar o arco do palhaço.
Os outros combates são repetição. O de Copperhead é replay da subtrama de Arkham City em que Batman é envenenado e está prestes a sucumbir quando a salvação vem, a diferença é que aqui se resolve mais rápido e com mais forçação de barra. O primeiro de Bane é replay de Arkham Asylum e o segundo é replay do combate de Mr. Freeze em Arkham City.
Uma coisa que eu não gostei aqui no game é a forma como Batman trata o Alfred em um certo ponto. O mordomo vem com toda aquela atitude paternal característica dele, e seu carisma inconfundível e o morcego rosna na cara dele como se fosse apenas um mero serviçal. Olha, nesse ponto me deu uma vontade de virar a mão com a palma cheia na cara do morcego! Por mais que ele tivesse razão, aquilo me incomodou, porque o Batman pode até ser cabeça-dura, mas ele respeita o Alfred como se fosse da família. Nesse instante eu realmente senti raiva do Batman.
Então o game se redime no final e nos proporciona um dos melhores finais da série! Corrigindo aquele erro de Arkham Asylum, em que você enfrentava o Coringa sem na verdade se aproximar dele, o palhaço do crime retorna para uma segunda batalha e as coisas esquentam de novo, envolvendo até mesmo um Bane mais perigoso, e isso tudo logo depois da batalha contra Firefly! O final do game é lindo, um fã service mais do que bem feito para todos os fãs do morcego! Só vou dar um gostinho pra vocês: você controla o Batman enchendo a cara do Coringa de porrada! Muita, mas muita porrada naquela cara pálida dele! Que batalha, que final bacana! Esse final redimiu toda a enrolação que foi o game, foi foda demais!
Uma grande pena que o game foi tão terceirizado a ponto de ter uma desenvolvedora extra trabalhando em um modo multiplayer tão porco, como veremos a seguir.
Antes de seguirmos em frente, quero fazer uma observação e uma crítica: eu não jogo games "totalmente em português", como diz aquela maldita embalagem do demônio! Se o game é comercializado assim, eu vou atrás da versão importada, pago um pouco mais caro, mas me recuso terminantemente a jogar essas versões dubladas, vendidas com essa ditadura de idioma, sem a opção de podermos escutar o som original, portanto eu não vou falar da dublagem, até porque eu não sei como ela é e nem tenho interesse em saber. Vamos ao game.
DETALHES TÉCNICOS
O esquema de controle é exatamente o mesmo dos outros dois games, nisso a WB Games Montréal tomou o devido cuidado e até parece ter melhorado a responsividade dos controles. O combate aqui, se for ver está até um tanto melhorado em relação aos outros games, o que é estranho, pois segundo os roteiristas, a história se passa 15 anos antes de Arkham Asylum começar. Como que o Batman lutava melhor e era um melhor investigador há 15 anos atrás do que nos dois games anteriores? Pensem um instante! Meio incongruente isso, não?
E outra: uma das melhorias na luta é, que logo depois de você caminhar um pouco a mais da metade do game, você vai ter uma luva de eletro-choque, acessório que você consegue depois que acaba o arco do vilão Eletrocutador. Puts, eu me coloquei a pensar aqui... se essas luvas são tão porretas durante as lutas, o que aconteceu com elas após 15 anos, caramba? Por que o Batman não as tem em Arkham Asylum e Arkham City? Meio estranho que o morcego iria se desfazer de um apetrecho tão útil ao combate, não?
Enfim, este é só um dos furos que a história do game possui. O outro é que vemos o morcego com uma roupa muito melhor do que as anteriores, e em um dos DLCs, "Cold, Cold Heart", o morcego ainda tem uma outra roupa cheia de traquitanas térmicas, a XE Suit! Puxa, que aconteceu com esses apetrechos, onde foram parar? Quer dizer que o morcego usa eles no início de sua carreira e depois descarta eles, sendo que poderiam ser úteis 15 anos depois e até com versões melhoradas? Não me parece que o Batman iria fazer uma coisa dessas, sendo obcecado como ele é! Enfim, quiseram inventar um monte de coisas novas e acabaram gerando uma série de inconsistências narrativas.
E novamente os caras perpetuam o único ponto negativo que eu realmente achei nos games da Rocksteady, os malditos troféus do Charada, aqui na forma de pacotes de extorsão que você tem que caçar pelo mapa! Haja paciência, eu sinceramente cacei alguns e depois desisti, não tenho paciência. Consegui pegar todos os outros vilões do game, mas o Charada, como sempre, nem me anima ir atrás. Boa sorte para quem tiver paciência para pegar esses pacotes.
Fora isso, os controles estão realmente um pouquinho mais responsivos do que nos games anteriores, esta é uma das duas melhoras técnicas significativas que houve no game. A outra tem a ver com o Modo Detetive. E é aí que eu questionei por qual razão o Batman é um melhor investigador aqui do que 15 anos a frente em sua carreira de combatente. O Modo Detetive aqui não somente permite você encontrar pistas mas também te possibilita reconstruir a cena do crime em vídeos interativos. Você pode pausar a linha de raciocínio do Batman, retroceder, avançar, até encontrar aquela pista extra que faltava para resolver o caso. Isso, tecnicamente torna o Batman um melhor investigador aqui do que nos games anteriores, concorda? E considerando que este game é um prelúdio, isso soa bem estranho, não acham?
E falando em estranho, como eu falei anteriormente, temos um novo time de vozes aqui, no lugar das vozes clássicas dos personagens. Substituindo Kevin Conroy como Batman e Mark Hamill como Coringa, temos aqui Roger Craig Smith (Batman), bastante conhecido pelo seu trabalho de voz na série Assassin's Creed e Troy Baker (Coringa), que já trabalhou em games como The Last of Us e Bioshock Infinite, além de ter emprestado sua voz para o Coringa na animação Batman: Assault on Arkham. E quem, como eu, está acostumado a ouvir as vozes clássicas destes personagens, vai sentir a diferença. É sutil, os dois fazem um bom trabalho tentando emular as vozes de Conroy e Hamill, mas você nota que não é algo natural. Conroy tinha uma postura vocal bem mais impositiva, intimidadora, Smith tenta fazer sua voz ficar mais profunda, e faz um bom trabalho, mas a gente sente a diferença de tom, de textura vocal, mesmo se tentar fazer de conta, você sabe que aquele não é o Conroy, ou que a voz do Coringa aqui parece com a de Hamill (que também saía naturalmente), mas não é ele, e sim de Baker tentando emular Hamill.
Mas enfim, vamos conhecer um pouco da história do game. Dessa vez o nome "Arkham" da série de games não tem sequer razão para estar ali, porque simplesmente ainda não temos o hospício! Você perambula por Gotham o tempo todo. Tudo bem que seja uma origem, mas eu esperava que pelo menos a gente veria algo do hospício já sendo feito, concordam? O primeiro game chama Arkham Asylum porque de fato estamos no hospício, o game se passa inteiro lá dentro! O segundo é Arkham City porque temos o Batman navegando pela instituição que foi feita de metade da cidade de Gotham, então faz sentido o nome do game. Mas no geral, eu gostei que o Batman tem mais liberdade de navegar pela cidade, eu só esperava poder ter um trechozinho do mapa dedicado ao futuro hospício, poxa vida! Mas tudo bem, vamos à história.
HISTÓRIA
Vamos ver se eu consigo sumarizar, acho que essa refrescada na cabeça em Julho foi boa para isso. A história é a seguinte: Batman, na véspera de Natal, investiga um caso de assassinato envolvendo Máscara Negra, que havia escapado da prisão Blackgate de segurança máxima e assassinado o comissário Loeb; lembrem-se que estamos há 15 anos atrás e Batman está começando sua carreira de vigilante. Ocorre que o vilão parecia estar desaparecido e isso chama a atenção do morcego, porque ele estava virando praticamente um senhor do crime na cidade. Pois bem, o mascarado envia o vilão Eletrocutador e a linha-dura Copperhead para tentar matar o morcego. No meio da confusão também temos o caolho Deathstroke. Ao todo são oito vilões, entre eles o Pinguim, Pistoleiro, Anarquia, que tentam ganhar os 50 milhões que o Máscara Negra oferece de recompensa pela cabeça do morcego. Porém, quem se revela por trás da máscara do vilão, não é Roman Sionis, e sim um vilão chamado Coringa, que estava por trás do esquema todo.
Junto ao Coringa, estava também o vilão Bane ao qual enfrentamos mais para o final do arco do palhaço. Aqui no game também vislumbramos o primeiro encontro do palhaço e da psiquiatra Harley Quinzel na prisão Blackgate e temos uma sequência muito legal de sonho onde jogamos controlando o Coringa, inclusive controlamos o palhaço quando ainda atendia pelo codinome Red Hood, com a máscara vermelha e tudo mais. O game claramente evoca a história The Killing Joke nas HQs, história importantíssima para a mitologia do Batman e que até já falei sobre, aqui no blog.
Após o encarceramento do Coringa, nós ainda voltamos mais uma vez para Gotham porque o vilão Firefly está tentando incendiar tudo. Em meio a tudo isso, a polícia de Gotham, e em especial o policial James Gordon, ainda não confia em Batman e acha ele uma ameaça à segurança pública. Somente após o final do game é que o policial irá, pela primeira vez, pedir a ajuda do vigilante para deter 20 presos que escaparam de Blackgate.
As batalhas aqui são reciclagem de Arkham City, em sua grande maioria. A WB Games Montréal trabalhou em cima da engrenagem Unreal 3 em que a Rocksteady criou seus mecanismos de combate para os dois games que criou, portanto não há muita coisa nova aqui, este game pode ser facilmente descrito como um Arkham City de menor qualidade em termos de história e desafios.
Talvez o melhor combate no game seja o combate contra Deathstroke, que é bem semelhante ao sensacional combate contra Ras Al'Ghul em Arkham City, somente com uma diferença ou outra. Talvez os combates mais tensos de todo o game sejam as duas lutas contra Bane, especialmente a segunda que é bem complicada. E quando o Coringa finalmente aparece na história, aí sim é que as coisas ficam mais interessantes! O arco do Coringa é, de longe, o melhor arco do game, finalizando de uma maneira muito bacana na prisão Blackgate. Nenhum outro arco desse game é tão legal quanto o arco com o palhaço, até porque meu caro, você sabe a rotina, o Coringa rouba o show sempre, portanto o que mais vale a pena aqui é aguardar o arco do palhaço.
Os outros combates são repetição. O de Copperhead é replay da subtrama de Arkham City em que Batman é envenenado e está prestes a sucumbir quando a salvação vem, a diferença é que aqui se resolve mais rápido e com mais forçação de barra. O primeiro de Bane é replay de Arkham Asylum e o segundo é replay do combate de Mr. Freeze em Arkham City.
Uma coisa que eu não gostei aqui no game é a forma como Batman trata o Alfred em um certo ponto. O mordomo vem com toda aquela atitude paternal característica dele, e seu carisma inconfundível e o morcego rosna na cara dele como se fosse apenas um mero serviçal. Olha, nesse ponto me deu uma vontade de virar a mão com a palma cheia na cara do morcego! Por mais que ele tivesse razão, aquilo me incomodou, porque o Batman pode até ser cabeça-dura, mas ele respeita o Alfred como se fosse da família. Nesse instante eu realmente senti raiva do Batman.
Então o game se redime no final e nos proporciona um dos melhores finais da série! Corrigindo aquele erro de Arkham Asylum, em que você enfrentava o Coringa sem na verdade se aproximar dele, o palhaço do crime retorna para uma segunda batalha e as coisas esquentam de novo, envolvendo até mesmo um Bane mais perigoso, e isso tudo logo depois da batalha contra Firefly! O final do game é lindo, um fã service mais do que bem feito para todos os fãs do morcego! Só vou dar um gostinho pra vocês: você controla o Batman enchendo a cara do Coringa de porrada! Muita, mas muita porrada naquela cara pálida dele! Que batalha, que final bacana! Esse final redimiu toda a enrolação que foi o game, foi foda demais!
Uma grande pena que o game foi tão terceirizado a ponto de ter uma desenvolvedora extra trabalhando em um modo multiplayer tão porco, como veremos a seguir.
MULTIPLAYER?
Sim, é desse jeito mesmo o título, na forma de uma pergunta. E a pergunta que não quer calar aqui é: por que demônios eu iria querer jogar uma partida multiplayer em um game da série Batman: Arkham? Pois é. Se existe uma palavra que pode definir o multiplayer de Arkham Origins aqui é DESNECESSÁRIO. Não havia a menor e mais remota necessidade de se fazer um disco inteiro do game somente voltado ao multiplayer online. E além do mais, o multiplayer aqui desse jogo não é só desnecessário... é uma desgraça! Horrível! Você tem alguns modos de jogo aqui, você pode jogar "Invisible Predator", uma partida simples usando táticas de combate ao crime e sendo ou o Batman ou o Robin e capturar criminosos, ou você pode jogar um modo chamado "Hunter Hunted". Basicamente você pode cair no modo de herói ou vilão, depende da escolha que fizer. Se escolher o primeiro modo, você vai sair a caça de capangas de Bane ou do Coringa, se escolher o segundo você será um capanga e terá que matar os heróis para vencer, usando de armas, granadas, etc.
Parece até interessante, só que a Splash Damage cagou nas funcionalidades. Você fica um tempão esperando para entrar em um match online, aliás, é só o que você vai fazer praticamente, esperar, até porque a comunidade multiplayer desse game morreu bem rápido, de tão medíocre que a experiência era. Eu consegui jogar alguns matches em ambas as modalidades depois de muita insistência, mas aí lá dentro do game você fica confuso e sem saber o que fazer. Seria melhor jogar Gotham City Impostors, um game que realmente foi feito para esse fim, do que ficar esperando para jogar esse multiplayer falido. Aliás, você nem sequer pode escolher qual personagem quer ser, você simplesmente aguarda e pronto, está no game; agora supondo que eu quisesse ser o Batman, eu não tenho essa opção de escolha, vou ter que me contentar em ser o menino prodígio.
As instruções do multiplayer são confusas, o HUD muda a amostragem de barras e informações, parece que todo o sistema de repente muda e te deixa perdido, e eu sinceramente não me senti com vontade de ficar memorizando as regras todas. Há uma sessão onde tem os vídeos explicativos, mas sinceramente, é perda de tempo. Resumindo, um multiplayer que não tinha razão alguma de existir, desinteressante e que já esfriou na rede há algum tempo, tornando o disco da Splash Damage inútil pra mim.
DLCS E EXTRAS
Para terminar, vamos falar dos DLCs que o game recebeu; assim como Arkham City, Arkham Origins recebeu fases extras e histórias extras, assim como um conjunto enorme de skins para o Batman. Eu associo isso muito à qualidade final do game, que deixou a desejar em história e simplesmente se preocupou em reproduzir funcionalidades dos games anteriores, como já falamos; dessa forma, a WB Games Montréal e a Splash Damage se preocuparam mais em desenvolver conteúdo extra para o game, de forma a vendê-lo melhor. E eu tenho que reconhecer que essa estratégia se mostrou certeira. Arkham Origins é o game da série que mais recebeu DLCs e conteúdo extra. Vamos então falar brevemente sobre eles.
DEATHSTROKE PACK (2013)
Este foi o primeiro DLC que o game recebeu, o jogador poderia optar em jogar como o vilão Deathstroke no modo de desafios. Basicamente ele tem as mesmas funcionalidades que o Robin, inclusive fazendo uso do bastão, então não há segredo, basta entrar no modo desafio e escolher o vilão para jogar, e ainda vinham mais duas skins para ele que poderíamos escolher. Você ainda poderia usar a espada de Deathstroke, a Tactical Vision (a versão do vilão da Detective Vision) e armas de fogo.
BLACK MASK CHALLENGE PACK (2013)
Pouca coisa a acrescentar aqui. Você recebe dois modos de desafios e tem que detonar capangas do Máscara Negra. Simples. Mais legal é a side-mission no game principal em que você tem que capturar Roman Sionis de fato, que está dentro do próprio game. Aqui é somente mais um daqueles modos de desafio, mas para quem quer chegar a 100% de objetivos cumpridos no jogo, pode ser interessante pegar este DLC.
INITIATION PACK (2013)
Um adicional até que interessante este onde você joga como Bruce Wayne. É um DLC mais elaborado com cutscenes e desafios de pancadaria e stealth, como já estamos acostumados a ver no game, mas aqui mostra um dos treinamentos ninjas que Bruce Wayne fez na Coréia do Norte quando ainda estava se preparando para ser o Batman. Ao invés de batarangues, você usa shurikens, e veste uma roupa de ninja, enquanto bate e captura integrantes do clã que você está treinando. Conforme o DLC vai passando, seu mestre vai ganhando mais respeito por você, por isso achei bem mais legal. Na última missão você enfrenta Shiva.
COLD, COLD HEART (2014)
Este é o DLC mais elaborado do game, e se trata de uma missão extra inteira, e não somente de mais um pacote de desafios. O DLC é recheado de cutscenes e novos objetivos, bem aos moldes de Harley Quinn's Revenge do Arkham City, e conta a história das origens de Mr. Freeze de forma bem semelhante ao episódio Heart of Ice da série Batman TAS. Em uma festa na mansão Wayne, no dia de ano novo de Gotham, Victor Fries invade a mansão Wayne e causa tumulto, obrigando Bruce Wayne a agir. Ele sai pelas ruas de Gotham e, chegando lá já temos que lidar com simpatizantes do vilão Anarquia, procurando sinais do vilão. Batman segue a pista de Anarquia deixada pelos capangas e acaba também encontrando o rastro de Mr. Freeze pelas pessoas que congelou. Há um momento no DLC em que você entra no laboratório criogênico, mas para passar por certos lugares e descongelar as pessoas terá que usar a XE Suit que Alfred manda via aérea. Então você volta ao laboratório, detona alguns capangas, descongela vítimas e descobre sobre as origens de Mr. Freeze, exatamente como foram contadas em Batman TAS, porém com uma abordagem mais pobre e simplista. A luta final com Freeze é até legal e nos créditos finais do DLC você ouve os cidadãos de Gotham falando dos feitos do Batman. No geral é um DLC OK, nada impressionante, mas OK.
BATMAN: ARKHAM ORIGINS - BLACKGATE
Este na verdade não é um adicional para o game, mas sim um game diferente, desenvolvido pela Armature Studio, mas como se trata de um derivado do game e não há tanto assim a dizer sobre ele, estou colocando aqui também para complementar e finalizar a lista de extras e derivados que o jogo produziu. Como podemos ver, foi o game que a WB mais concentrou esforços para vender, como eu especulei antes, muito provavelmente porque sabiam que tinham um produto mais fraco em mãos em comparação com os dois games anteriores da Rocksteady. Até usaram o mesmo elenco de vozes de Arkham Origins.
Eu fiz o download de Arkham Origins - Blackgate pela rede do Xbox Live, por 40 reais. Como eu disse já, não é necessário ter o Arkham Origins para jogar este aqui, é um game totalmente independente e que usa até outra engine, a Bluepoint Engine, mas a ideia é a mesma, complementar o game original com conteúdo extra.
Neste game adicional que se trata de um game de visão arcade (aquela bidimentsional de rolagem de tela) com toques de tridimensionalidade, que se passa três meses depois de Arkham Origins, todo produzido com cutscenes de imagens estáticas, como se fosse uma história em quadrinhos, Batman recebe a visita da Mulher-Gato e a apreende, mandando a gatuna para a prisão de segurança máxima Blackgate. Eis que dois meses depois ele fica sabendo de uma rebelião explosiva na prisão em que três dos vilões, o Coringa, o Pinguim e Máscara Negra tomaram conta e fizeram reféns, cada um de um lado da prisão, e parte para o ataque para trazer a ordem novamente ao lugar.
Outros vilões também ajudam os três cabeças, como Deadshot, Tigre de Bronze (meu Deus, não dava pra ter escolhido um vilãozinho melhor, hein?), Bane (outra vez!), Solomon Grundy e finalmente Batman confronta a Mulher-Gato novamente. Logo após isso, descobre que a contratante da gatuna é a secretária de defesa Amanda Waller, que tem o Tigre de Bronze e Deadshot sob sua custódia. A história aqui termina e terá continuidade em uma última produção baseada em Arkham Origins, a animação Batman: Assault on Arkham, que falaremos em algumas edições a frente.
Enfim, roteirinho mediano, nada especial, não avança a história de forma alguma e só nos faz experimentar funcionalidades de batalha muito travadas e sem graça, e um controle muito ruim, especialmente nas boss fights, uma vez que o game tenta adaptar toda mecânica da série Arkham para o estilo arcade, mas o que acaba fazendo é uma baita de uma lambança com os controles, que são semelhantes aos da série, porém mais travadões por causa da péssima ideia de mudar a mecânica de tudo mas aproveitar as ideias principais. Péssima ideia! Os mapas das fases são confusos e de navegação ruim, constantemente te desorientando. Só é divertido no game as cutscenes e, novamente, o arco do Coringa, que novamente rouba a cena, mas fora isso, o jogo tem pouco a oferecer. Vale jogar apenas uma vez, só de curiosidade mesmo, e depois disso nunca mais.
Batman: Arkham Origins - Blackgate (2013)
Nota: 6 / 10
Direção: Mark Pacini
Roteiro: Adam Beechen
Trilha sonora: Christopher Drake
Desenvolvedora: Armature Studios
Distribuidor: Warner Bros. Interactive Entertainment
Plataformas: Xbox 360, Microsoft Windows,
Nintendo 3DS, PlayStation Vita, PlayStation 3, Wii U
Nintendo 3DS, PlayStation Vita, PlayStation 3, Wii U
Gênero: Ação arcade
Modo: Single player
Site: www.armaturestudio.com
Em linhas gerais, Batman: Arkham Origins é um game que, como eu disse antes, tem coisas bacanas a oferecer, tornando este um bom game, mas ao mesmo tempo é um game que não nos dá uma nova perspectiva do universo do morcego neste Arkhamverse e possui um roteiro com algumas falhas que comprometem a continuidade. Eu deixei para mencionar agora também que o game tem umas falhas de funcionalidade que os outros games não apresentavam; há momentos em que ou o Batman, ou um capanga fica preso entre vãos de uma parede ou estrutura de forma muito estranha. Na primeira vez que eu joguei ele, eu lembro que a batalha contra Firefly não carregou direito e me fez ficar empacado, tendo que resetar o game e recomeçar do último ponto salvo, aí funcionou. Essas falhas eu associo muito à Rocksteady ter terceirizado sua plataforma para uma outra desenvolvedora fazer o que ela vinha fazendo.
Mas fora essas coisas, o game proporcionará desafios bons, tudo muito repetitivo e formulaico, bem burocrático e going-by-the-numbers se considerarmos os games da Rocksteady, mas de qualquer forma, diversão. E boa sorte tentando jogar aquele multiplayer! Pra mim já chega!
Eu irei ficando por aqui neste universo da série Arkham, pessoal. Espero que tenham curtido nosso passeio. Ano que vem eu pretendo falar sobre o game Arkham Knight, que inclusive já saiu e já há resenhas pela internet, mas houve um imbróglio aí com a versão de PC, e como eu não tenho um Xbox One, vou ter que esperar até sair uma versão decente de PC para jogá-lo pelo Steam. Até lá! Nos vemos na semana que vem!
Nota: 8,0 / 10
Direção: Eric Holmes, Benoit Richer, Stefan Leblanc,
Produção: Ames Kirshen, Ben Mattes
Roteiro: Corey May, Ryan Galletta, M. Dooma Wendschuh (baseado em personagens criados por Bill Finger, Bob Kane, Jerry Robinson, Doug Moench, Chuck Dixon, Carmine Infantino, Paul Dini e outros)
Trilha sonora: Christopher Drake, Mark Rutherford
Elenco de vozes: Roger Craig Smith, Troy Baker, Michael Gough, Josh Keaton, Martin Jarvis, Kelsey Lansdowne, Brian Bloom, JB Blanc, Nolan North, Wally Wingert, Khary Payton, Mark Rolston, Rosa Salazar, Crispin Freeman, Steve Blum, Chris Cox, Kelly Hu, Matthew Mercer, Peter MacNicol, Robert Costanzo, Tara Strong, Grey Griffin
Trilha sonora: Christopher Drake, Mark Rutherford
Elenco de vozes: Roger Craig Smith, Troy Baker, Michael Gough, Josh Keaton, Martin Jarvis, Kelsey Lansdowne, Brian Bloom, JB Blanc, Nolan North, Wally Wingert, Khary Payton, Mark Rolston, Rosa Salazar, Crispin Freeman, Steve Blum, Chris Cox, Kelly Hu, Matthew Mercer, Peter MacNicol, Robert Costanzo, Tara Strong, Grey Griffin
Desenvolvedoras: WB Games Montréal / Splash Damage (Multi player)
Distribuidor: Warner Bros. Interactive Entertainment
Plataformas: Xbox 360 / Microsoft Windows / PlayStation 3 / Wii U
Gênero: Ação em mundo aberto
Modo: Single player / Multi player
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Outros games desta série:
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Outros games desta série:
- Batman: Arkham Asylum (2009)
Filme relacionado:
- Batman: Assault on Arkham (Batman: Assalto em Arkham) (2014)
HQs relacionadas:
- Batman: Arkham Knight – Genesis (2015–2016)
- Batman: Arkham Knight – Batgirl Begins (2015)
- Batman: Arkham Knight (2015–)
- Batman: Arkham Origins (2013–2014)
- Batman: Arkham City – End Game (2012)
- Batman: Arkham Unhinged (2011–2013)
- Batman: Arkham City (2011)
- Batman: Arkham Asylum – The Road to Arkham (2009)
- Batman: Assault on Arkham (Batman: Assalto em Arkham) (2014)
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- Batman: Arkham City – End Game (2012)
- Batman: Arkham Unhinged (2011–2013)
- Batman: Arkham City (2011)
- Batman: Arkham Asylum – The Road to Arkham (2009)
Livro relacionado:
- Batman: Arkham Knight – The Riddler's Gambit (2015)
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