Nota: 8,5 / 10
Quando eu soube que iríamos ter um prelúdio para Star Wars de novo, a minha pronta reação foi arrancar os cabelos e querer que alguém freasse o planeta para que eu pudesse desembarcar! Não estava levando essa ideia numa boa, visto o que o próprio Lucas cometeu com os prelúdios dele, que avacalharam com todo o seu universo.
Mas, visto que a franquia, graças ao bom Deus e à Força, não está mais nas mãos do velhote que gosta de usar Photoshop para alterar cenas clássicas, eu respirei fundo, e resolvi conferir.
Pois bem, levando a cabo esta ideia maluca da Disney e da LucasFilm de produzir um filme de Star Wars todos os anos, temos aí este novo prelúdio, Rogue One. O resultado? ÓTIMO!
Quando eu soube que iríamos ter um prelúdio para Star Wars de novo, a minha pronta reação foi arrancar os cabelos e querer que alguém freasse o planeta para que eu pudesse desembarcar! Não estava levando essa ideia numa boa, visto o que o próprio Lucas cometeu com os prelúdios dele, que avacalharam com todo o seu universo.
Mas, visto que a franquia, graças ao bom Deus e à Força, não está mais nas mãos do velhote que gosta de usar Photoshop para alterar cenas clássicas, eu respirei fundo, e resolvi conferir.
Pois bem, levando a cabo esta ideia maluca da Disney e da LucasFilm de produzir um filme de Star Wars todos os anos, temos aí este novo prelúdio, Rogue One. O resultado? ÓTIMO!
Aprendendo com os inúmeros erros de Lucas em seus prelúdios, Rogue One nos apresenta uma história bacana, interessante, e que nos leva, de forma muito mais coerente, ao primeiro filme da cinessérie, de 1977. E vamos parar com essa mania chata de se referenciar o "Episódio I" como o "primeiro", porque não é, ele só conseguiu ser feito graças ao sucesso da trilogia clássica, e eu nem vou tocar no assunto da qualidade da obra; ou nesse caso, a falta dela.
Enfim, vamos ao que interessa: a trama de Rogue One nos apresenta alguns personagens que fizeram parte da trupe de rebeldes encabeçada pela princesa Leia Organa, e que decidem invadir uma das naves do Império e roubar os planos da Estrela da Morte, uma superarma capaz de destruir planetas inteiros, para que fosse possível que Leia, Luke e todos os rebeldes encabeçassem uma rebelião e destruissem a estação no filme de 77.
Dessa forma, ficamos conhecendo mais uma personagem feminina, Jyn Erso (Felicity Jones), que se junta a Saw Gerrera (Forest Whitaker), Cassian Andor (Diego Luna) e a seu amigo andróide, o divertido K-2SO (Alan Tudyk); Jyn, com o objetivo de encontrar seu pai capturado pelo império, o cientista Galen Erso (Mads Mikkelsen), aceita entrar na rebelião para roubar os planos da Estrela da Morte e os enviar para a resistência, mas o general Tarkin (Guy Henry) e seu aliado Orson Krennic (Ben Mendelsohn) irão dar muito trabalho.
Nesse cenário em que os eventos da trilogia clássica estão prestes a começar, as peças vão sendo colocadas no tabuleiro de xadrez no decorrer da história, para serem encontradas exatamente como as conhecemos quando o primeiro filme da saga começa e vislumbramos C3PO e R2-D2 ajudarem Leia a levarem uma mensagem a Ben Kenobi. Este é o final do filme, inclusive, não há spoiler aqui; ele termina exatamente com a aparição de Leia (Ingvild Deila) recebendo os planos da famosa superarma de Darth Vader.
Aqui, James Earl Jones é requisitado novamente para fazer a voz de Vader, enquanto o personagem é trazido novamente à tela pelos atores Daniel Naprous e Spencer Wilding. Vader aqui tem muito pouco tempo de tela, praticamente menos de 10 minutos, mas quando ele aparece, caramba! É bem intimidador! A voz de Earl Jones, apesar de soar mais velha, ainda é capaz de soar fantástica e assustadora como nos bons tempos.
Os andróides C3PO e R2-D2 também estão no filme, mas tem somente uns 5 segundos contados de tela, uma aparição relâmpago, só pra mostrar que estavam ali no decorrer dos acontecimentos, antes da saga da trilogia clássica começar. O trabalho de maquiagem e efeitos visuais do filme é assustadoramente fantástico! O general Tarkin e a princesa Leia aqui estão tão bem representados, que parece até que Peter Cushing ressuscitou dos mortos e Carrie Fisher rejuveneceu! Os atores substitutos, Guy Henry e Ingvild Deila estão iguaizinhos a eles! Sensacional o trabalho de efeitos visuais com modelos feitos em CG, de aplaudir de pé! Isso reflete o cuidado que esta nova produção está tendo em manter a fidelidade e a continuidade ao que vimos nos filmes clássicos.
Um dos maiores méritos deste prelúdio é justamente não seguir o mesmo caminho que Lucas trilhou nos prelúdios dele, ou seja, muita política e blá blá blá e pouca ação. A coerência de eventos e a continuidade também não eram o forte dos prelúdios de Lucas, enquanto que aqui, essas qualidades reinam supremas. E apesar de não termos aqui personagens tão marcantes quanto na trilogia clássica, pelo menos temos personagens convincentes e com motivações verdadeiras. Este prelúdio parece muito mais orgânico e honesto do que o chamado "Episódio I", que não tem empatia alguma. Aqui, os personagens realmente parecem interessados em resolver seus conflitos, você compra a briga deles, se interessa por eles. E TUDO ISSO SEM NENHUM DUELO DE SABRE DE LUZ!
Sério, não estou brincando! Não há lutas de sabre de luz aqui! A famosa arma Jedi só faz uma ligeira aparição no final do filme, com Vader invadindo uma nave, só isso! A trama se foca muito mais na guerra espacial, nas armas lasers, nos androides gigantes, nas naves espaciais modelos X-Wing e outros modelos, enfim, tudo gira em torno da resistência. Até o armazém com as pistas de pouso que vemos nos filmes clássicos é reproduzido aqui com perfeição! Os Jedis são apenas citados aqui, e há apenas um personagem cego, Chirrut Îmwe (Donnie Yen) que acredita no poder da Força, ele é a única ligação que temos aqui no filme com os guerreiros de sabres de luz, mais nada; e funciona!
E o personagem mais bacana de todo o filme, vejam só, é justamente um andróide! O robô K-2SO é tudo aquilo que o hediondo Jar Jar Binks não era em "Epidódio I", ou seja, sarcástico, engraçado, divertido, identificável... por incrível que pareça, ele é o personagem mais humano de todo o filme, mesmo sendo um robô; para mim, a adição do personagem foi um tiro certeiro para fazer o filme funcionar. Seu senso de humor, suas piadas, seus diálogos, sua personalidade marcante, se fazendo de desentendido às vezes, mas com um coração de ouro e uma sensibilidade fantástica para a auto-crítica fizeram com que eu quisesse ver mais dele, mas infelizmente isso não será mais possivel. Eu não vou mais revelar detalhes do desfecho que estes personagens tem no filme, mas basta dizer que eles não veem o império ser destruído e a paz reinar na galáxia. É isso que posso dizer.
Por fim, o filme curiosamente não começa com o letreiro explicativo da trama rolando na tela, apesar de iniciar com a famosa frase "A long time ago, in a galaxy far, far away..."; também só ouvimos pequenos trechos da trilha de John Williams durante o filme (especialmente da Marcha Imperial), salpicando a nova trilha escrita por Michael Giacchino, e o tema famoso de Star Wars só nos créditos finais. Deve ser uma marca que esta série "A Star Wars Story" deve estar tentando impôr para os filmes que saem da continuidade da história que está rolando agora com o reinício de The Force Awakens. Vamos aguardar. Já há planos para criarem um filme solo sobre Han... Solo. Este eu estou doido pra ver!
Enfim, ótimo trabalho do diretor Gareth Edwards e dos roteiristas Tony Gilroy (trilogia de Jason Bourne) e Chris Weitz. Espero que estes filmes derivados de Star Wars continuem apostando nesta qualidade e nos proporcionem mais boas histórias deste universo. Rogue One, assim como The Force Awakens, é mais uma vez, uma prova cabal de que Star Wars está muito melhor longe, muito longe das mãos de seu criador. Aliás, deve ter um consenso lá com a equipe criativa, que deve dizer a todo momento algo como "façam o que quiserem, mas pelamordeDeus, não vão para o terreno pedregoso dos prelúdios! Evitem eles, deixem eles lá quietinhos!" E quer saber? Que continue assim! Recomendo muito esta nova aventura da saga, e que ano que vem venha mais coisas interessantes sobre este universo.
Enfim, vamos ao que interessa: a trama de Rogue One nos apresenta alguns personagens que fizeram parte da trupe de rebeldes encabeçada pela princesa Leia Organa, e que decidem invadir uma das naves do Império e roubar os planos da Estrela da Morte, uma superarma capaz de destruir planetas inteiros, para que fosse possível que Leia, Luke e todos os rebeldes encabeçassem uma rebelião e destruissem a estação no filme de 77.
Dessa forma, ficamos conhecendo mais uma personagem feminina, Jyn Erso (Felicity Jones), que se junta a Saw Gerrera (Forest Whitaker), Cassian Andor (Diego Luna) e a seu amigo andróide, o divertido K-2SO (Alan Tudyk); Jyn, com o objetivo de encontrar seu pai capturado pelo império, o cientista Galen Erso (Mads Mikkelsen), aceita entrar na rebelião para roubar os planos da Estrela da Morte e os enviar para a resistência, mas o general Tarkin (Guy Henry) e seu aliado Orson Krennic (Ben Mendelsohn) irão dar muito trabalho.
Nesse cenário em que os eventos da trilogia clássica estão prestes a começar, as peças vão sendo colocadas no tabuleiro de xadrez no decorrer da história, para serem encontradas exatamente como as conhecemos quando o primeiro filme da saga começa e vislumbramos C3PO e R2-D2 ajudarem Leia a levarem uma mensagem a Ben Kenobi. Este é o final do filme, inclusive, não há spoiler aqui; ele termina exatamente com a aparição de Leia (Ingvild Deila) recebendo os planos da famosa superarma de Darth Vader.
Aqui, James Earl Jones é requisitado novamente para fazer a voz de Vader, enquanto o personagem é trazido novamente à tela pelos atores Daniel Naprous e Spencer Wilding. Vader aqui tem muito pouco tempo de tela, praticamente menos de 10 minutos, mas quando ele aparece, caramba! É bem intimidador! A voz de Earl Jones, apesar de soar mais velha, ainda é capaz de soar fantástica e assustadora como nos bons tempos.
Os andróides C3PO e R2-D2 também estão no filme, mas tem somente uns 5 segundos contados de tela, uma aparição relâmpago, só pra mostrar que estavam ali no decorrer dos acontecimentos, antes da saga da trilogia clássica começar. O trabalho de maquiagem e efeitos visuais do filme é assustadoramente fantástico! O general Tarkin e a princesa Leia aqui estão tão bem representados, que parece até que Peter Cushing ressuscitou dos mortos e Carrie Fisher rejuveneceu! Os atores substitutos, Guy Henry e Ingvild Deila estão iguaizinhos a eles! Sensacional o trabalho de efeitos visuais com modelos feitos em CG, de aplaudir de pé! Isso reflete o cuidado que esta nova produção está tendo em manter a fidelidade e a continuidade ao que vimos nos filmes clássicos.
Um dos maiores méritos deste prelúdio é justamente não seguir o mesmo caminho que Lucas trilhou nos prelúdios dele, ou seja, muita política e blá blá blá e pouca ação. A coerência de eventos e a continuidade também não eram o forte dos prelúdios de Lucas, enquanto que aqui, essas qualidades reinam supremas. E apesar de não termos aqui personagens tão marcantes quanto na trilogia clássica, pelo menos temos personagens convincentes e com motivações verdadeiras. Este prelúdio parece muito mais orgânico e honesto do que o chamado "Episódio I", que não tem empatia alguma. Aqui, os personagens realmente parecem interessados em resolver seus conflitos, você compra a briga deles, se interessa por eles. E TUDO ISSO SEM NENHUM DUELO DE SABRE DE LUZ!
Sério, não estou brincando! Não há lutas de sabre de luz aqui! A famosa arma Jedi só faz uma ligeira aparição no final do filme, com Vader invadindo uma nave, só isso! A trama se foca muito mais na guerra espacial, nas armas lasers, nos androides gigantes, nas naves espaciais modelos X-Wing e outros modelos, enfim, tudo gira em torno da resistência. Até o armazém com as pistas de pouso que vemos nos filmes clássicos é reproduzido aqui com perfeição! Os Jedis são apenas citados aqui, e há apenas um personagem cego, Chirrut Îmwe (Donnie Yen) que acredita no poder da Força, ele é a única ligação que temos aqui no filme com os guerreiros de sabres de luz, mais nada; e funciona!
E o personagem mais bacana de todo o filme, vejam só, é justamente um andróide! O robô K-2SO é tudo aquilo que o hediondo Jar Jar Binks não era em "Epidódio I", ou seja, sarcástico, engraçado, divertido, identificável... por incrível que pareça, ele é o personagem mais humano de todo o filme, mesmo sendo um robô; para mim, a adição do personagem foi um tiro certeiro para fazer o filme funcionar. Seu senso de humor, suas piadas, seus diálogos, sua personalidade marcante, se fazendo de desentendido às vezes, mas com um coração de ouro e uma sensibilidade fantástica para a auto-crítica fizeram com que eu quisesse ver mais dele, mas infelizmente isso não será mais possivel. Eu não vou mais revelar detalhes do desfecho que estes personagens tem no filme, mas basta dizer que eles não veem o império ser destruído e a paz reinar na galáxia. É isso que posso dizer.
Por fim, o filme curiosamente não começa com o letreiro explicativo da trama rolando na tela, apesar de iniciar com a famosa frase "A long time ago, in a galaxy far, far away..."; também só ouvimos pequenos trechos da trilha de John Williams durante o filme (especialmente da Marcha Imperial), salpicando a nova trilha escrita por Michael Giacchino, e o tema famoso de Star Wars só nos créditos finais. Deve ser uma marca que esta série "A Star Wars Story" deve estar tentando impôr para os filmes que saem da continuidade da história que está rolando agora com o reinício de The Force Awakens. Vamos aguardar. Já há planos para criarem um filme solo sobre Han... Solo. Este eu estou doido pra ver!
Enfim, ótimo trabalho do diretor Gareth Edwards e dos roteiristas Tony Gilroy (trilogia de Jason Bourne) e Chris Weitz. Espero que estes filmes derivados de Star Wars continuem apostando nesta qualidade e nos proporcionem mais boas histórias deste universo. Rogue One, assim como The Force Awakens, é mais uma vez, uma prova cabal de que Star Wars está muito melhor longe, muito longe das mãos de seu criador. Aliás, deve ter um consenso lá com a equipe criativa, que deve dizer a todo momento algo como "façam o que quiserem, mas pelamordeDeus, não vão para o terreno pedregoso dos prelúdios! Evitem eles, deixem eles lá quietinhos!" E quer saber? Que continue assim! Recomendo muito esta nova aventura da saga, e que ano que vem venha mais coisas interessantes sobre este universo.
QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊS!
Rogue One: A Star Wars Story (2016)
Título em português BR: Rogue One: Uma História Star WarsDireção: Gareth Edwards
Produção: Simon Emanuel, Kiri Hart, Kathleen Kennedy, Allison Shearmur
Roteiro: Chris Weitz, Tony Gilroy, John Knoll, Gary Whitta (baseado em personagens criados por George Lucas)
Trilha sonora: Michael Giacchino
Estrelando: Felicity Jones, Diego Luna, Alan Tudyk, Donnie Yen, Wen Jiang, Ben Mendelsohn, Forest Whitaker, Riz Ahmed, Mads Mikkelsen, Jimmy Smits, Alistair Petrie, Genevieve O'Reilly, Ben Daniels, Paul Kasey, Stephen Stanton, Ian McElhinney, Fares Fares, Jonathan Aris, Sharon Duncan-Brewster, James Earl Jones, Valene Kane, Beau Gadsdon, Dolly Gadsdon, Duncan Pow, Ingvild Deila, Guy Henry, Daniel Naprous, Spencer Wilding, Anthony Daniels, Jimmy Vee
Outros filmes desta cinessérie:
Novos prelúdios e derivados:
- Solo: A Star Wars Story (Solo: Uma História Star Wars) (2018)
- Rogue One: A Star Wars Story (Rogue One: Uma História Star Wars) (2016)
Novas sequências:
Novos prelúdios e derivados:
- Solo: A Star Wars Story (Solo: Uma História Star Wars) (2018)
- Rogue One: A Star Wars Story (Rogue One: Uma História Star Wars) (2016)
Novas sequências:
- The Rise of Skywalker (A Ascensão de Skywalker) (2019)
- The Last Jedi (Os Últimos Jedi) (2017)
- The Force Awakens (O Despertar da Força) (2015)
Prelúdios:
- Episode III - Revenge of the Sith (Episódio III - A Vingança dos Sith) (2005)
- Episode II - Attack of the Clones (Episódio II - O Ataque dos Clones) (2002)
- Episode I - The Phantom Menace (Episódio I - A Ameaça Fantasma) (1999)
Trilogia clássica:
- Return of the Jedi (O Retorno do Jedi) (1983)
- The Empire Strike Back (O Império Contra-Ataca) (1980)
- The Last Jedi (Os Últimos Jedi) (2017)
- The Force Awakens (O Despertar da Força) (2015)
Prelúdios:
- Episode III - Revenge of the Sith (Episódio III - A Vingança dos Sith) (2005)
- Episode II - Attack of the Clones (Episódio II - O Ataque dos Clones) (2002)
- Episode I - The Phantom Menace (Episódio I - A Ameaça Fantasma) (1999)
Trilogia clássica:
- Return of the Jedi (O Retorno do Jedi) (1983)
- The Empire Strike Back (O Império Contra-Ataca) (1980)
- Star Wars (Guerra nas Estrelas) (1977)
Trailer:
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