Thursday, December 8, 2016

CANTO DO CISNE: Greg Lake

O ano de 2016 será um ano muito amargo de se lembrar no mundo da música. Amargo no nível de te deixar extremamente depressivo, pois este foi o ano que nos arrancou artistas maravilhosos, não só da música, mas neste ano que ainda estamos, foi o ano em que morreram artistas excepcionais do mundo musical: David Bowie, Prince, Keith Emerson... quer mais? Acaba de morrer Greg Lake aos 69 anos de idade. Peraí, vou lá pegar um anti-depressivo e volto já.

O grande baixista, guitarrista e vocalista de projetos de Rock Progressivo renomados, como King Crimson e o ELP, que você pode conhecer aqui no meu blog mesmo, foi um músico e compositor inacreditável. Ao lado de grandes nomes como Keith Emerson, Carl Palmer e de sua banda, o King Crimson, além de outros artistas renomadíssimos, como Cozy Powell, o músico participou de trabalhos que foram marcos indeléveis no Rock setentista, deixando um acervo de composições que inspiram artistas modernos do gênero até os dias de hoje.

Nascido em 1947 em Dorset, Inglaterra, Gregory Stuart Lake começou na banda The Shame, e depois integrou o The Gods, que ele mesmo considerava como um treino para sua carreira. Nos anos 60, ele integrou o King Crimson com o guitarrista Robert Fripp, e depois em Abril de 1970, formou o Emerson, Lake & Palmer, com seus citados companheiros.

Com o Crimson, sua maior obra foi o álbum In The Court of the Crimson King, de 1969, que tem o clássico "21st Century Schizoid Man", e com o ELP, lançou obras seminais do Rock Progressivo e música clássica e Folk, como Tarkus e Pictures at an Exhibition, ambos de 1971, Trilogy, de 1972, Brain Salad Surgery, de 1973, entre muitos outros; ainda nos anos 90, ele lançou com o ELP os álbuns Black Moon, de 1992, que tem uma orientação mais Pop, e o disco In The Hot Seat, de 1994, que encerra sua discografia de estúdio com o trio.

Citado e referenciado entre os diversos círculos de Rock Progressivo, Lake foi e continuará sendo uma influência marcante, tendo tocado com diversos artistas na carreira, como Gary Moore, Cozy Powell, com quem formou mais tarde o trio Emerson, Lake & Powell, e Geoff Downes, com quem lançou um disco colaborativo em 2015, o Ride the Tiger.

Este monumento da música mundial deixa uma obra vasta, dedicada e apaixonante, que mistura, com beleza e destreza, dando aula de música mesmo, blues, com progressivo, com jazz, com música clássica, enfim, a criatividade e inventividade do cara não conhecia limites.

Se você, infelizmente (infelizmente mesmo, amigo!) não chegou a conhecer este monstro da música, eu recomendo os discos In The Court of the Crimson King, Pictures at an Exhibition e Trilogy. Todos eles tem uma coisa em comum: tratam-se das performances mais avassaladoras e icônicas que Greg Lake propiciou em sua carreira, tanto nas cordas, quanto na voz. Se você adora Rock Progressivo, é sua obrigação conhecer estas obras, assim como é seu dever conhecer a um dos talentos mais fantásticos que o gênero produziu, e que hoje nos abandonou e foi se encontrar na outra vida, com seu parceiro de longa data Keith Emerson.

É com grande pesar no coração que eu anuncio aqui a morte de um músico que foi de grande importância, não só para a música, mas para mim pessoalmente, pois vê-lo tocar obras sensacionais como "The Sage", "Lucky Man" ou, na minha humilde opinião, uma das composições mais fantásticas que o Rock já produziu, "21st Century Schizoid Man" foram catalisadores para que eu jamais largasse o aprendizado da música, para que eu continuasse aprendendo a tocar minha guitarra.

Deixo vocês com dois momentos de Greg Lake, o primeiro, a belíssima "The Sage", composição do ELP para o disco ao vivo Pictures at an Exhibition, e a segunda, a roqueira "21st Century Schizoid Man", que nos ensina o casamento perfeito entre o hard rock, o blues e o progressivo. Observem com atenção a estes momentos e vamos festejar a obra de um verdadeiro artista. Descanse em paz, Mr. Lake! Obrigado pela inspiração e pela sua música!



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