CANTO DO CISNE: Carrie Fisher

Preciso dizer alguma coisa? Carrie Fisher morreu aos 60 anos, pronto. Isso não é engraçado não, amigo, é desesperador! Tantos talentos morrendo em um só ano. Se eu fosse supersticioso ou conspirador, já começaria a incitar teorias sobre o apocalipse ou coisa parecida, porque é o que está parecendo. Enfim, que a Força esteja comigo porque este ano realmente está lamentável, amigo, lamentável.

Não há como não se entristecer, pensando em todas as nossas referências artísticas que se foram em 2016, o ano que chegou para matar... literalmente. Eu fico aqui pensando quem mais vai morrer nesses últimos quatro dias. Sim, faltam quatro dias só para este ano acabar, mas por se tratar de 2016, ainda parece uma eternidade.

Enfim, Carrie Fisher. Eu conheço bem pouco outros papéis que ela veio a fazer nos cinemas. Aliás, pouca gente sabe o que ela andava fazendo depois que Return of the Jedi acabou em 1983, até ela reaparecer em The Force Awakens, em 2015. Basicamente, a maioria das pessoas só conhece ela por ter interpretado a Princesa Leia.

Mas ela teve outros papéis menores em filmes famosos, que as pessoas desconhecem. Exemplo? A ex-pretendente de Jake Blues em The Blues Brothers (Os Irmãos Cara de Pau), de 1980, por exemplo. É uma rápida aparição, mas divertida, em que Fisher faz uma doida com uma arma e afugenta a dupla formada por Dan Aykroid e John Belushi.

A aparição dela mais difícil de identificar, talvez seja no filme Hook, de 1991. Sabe a introdução do filme em que tem um casal se beijando? Você lembra, vai, esse filme cansou de passar na Sessão da Tarde! Pois é, aquele casal é ela e George Lucas! Sim, ele, George Lucas. Até o velhote deu um selinho na Leia!

Também a vemos no primeiro filme da trilogia Austin Powers, de 1997, onde ela interpreta uma terapista que recebe o Dr. Evil e seu filho para discutirem seus problemas de família, o que resulta em uma sequência bem divertida. Teve também a personagem Bianca Burnette, de Scream 3 (Pânico 3) de 2000, o penúltimo filme da quadrilogia famosa de horror. E, é claro, a aparição engraçadíssima dela em Jay and Silent Bob Strike Back (O Império do Besteirol Contra-Ataca), de 2001, onde ela faz uma freira que dá carona para a dupla dos filmes da série Clerks (O Balconista), e acabam sendo enxotados do carro porque... bem... porque Jake... ééé... se confundiu, digamos assim, hehehe! Enfim, cena muito engraçada!

Das séries de TV, também tiveram bons trabalhos; o mais marcante foi em Family Guy, onde Fisher empresta sua voz para a personagem Angela, que trabalha na mesma fábrica de cerveja que Peter Griffin. A mulher apareceu em 20 episódios da série até agora, mas sem Fisher para dublá-la, vamos ver o que vai rolar daqui pra frente.

E, finalmente, chegamos em Leia. A princesa, no primeiro filme da saga, comandava a resistência contra o tenebroso Império de Darth Vader e o lorde Sidious. Até o fim da trilogia clássica, Leia descobre que é irmã de Luke Skywalker e filha de Vader, e se apaixona definitivamente por Han Solo.

Em The Force Awakens, Leia faz uma aparição linda, fazendo par com Harrison Ford em uma das cenas mais tocantes da saga. Sua última aparição será no próximo filme de Star Wars, que vai estrear em 2017, é o filme da saga onde veremos Fisher pela última vez, porque antes de morrer, a atriz já havia encerrado sua participação no filme; portanto, prepare seu coração ano que vem!

Há também alguns livros que a atriz escreveu, quase todos autobiográficos, ou semi-autobiográficos. Eu não tive como lê-los, então não posso afirmar, mas quem leu, diz que ela é engraçadíssima escrevendo. De qualquer forma, fica a dica.

Enfim... mais um artista clássico se vai este ano, o ano mais sanguinário da modernidade, nos levando nossas referências culturais, uma a uma. E, por esta razão, eu não vejo a hora de ele acabar. Ainda faltam quatro dias. Vamos torcer para que, nestes quatro dias que faltam, 2016 não faça mais vítimas. É tudo que podemos fazer. E que Carrie Fisher descanse em paz, sabendo que sua luz e valentia nos inspirou em Star Wars, espantando o lado negro da Força.

E que a Força esteja com todos nós, para podermos superar mais essa perda sentida.