8,5 / 10
Conheça o Batman versão vitoriana. Baseando-se vagamente na famosa HQ, Gotham By Gaslight é uma história muito bacana e intrigante, apesar de alguns equívocos.
Confira minha opinião!
Título brasileiro: Batman: Gotham City 1889
Direção: Sam Liu
Elenco de vozes original: Bruce Greenwood, Jennifer Carpenter, Chris Cox, John DiMaggio, David Forseth, Grey DeLisle, Anthony Head, Bob Joles, Yuri Lowenthal, Lincoln Melcher, Scott Patterson, William Salyers, Tara Strong, Bruce Timm, Kari Wuhrer
Vamos começar de onde se deve começar: do começo. Eu já presenciei zilhões de versões dos personagens da DC, especialmente do Batman. Acho bacana quando eles fazem essas reimaginações, chamadas de Elseworlds, ou como seria o Batman neste ou naquele mundo ou realidade. É um exercício de imaginação que eu acho fantástico, contanto que não prejudique o cânone do personagem.
Também já li a HQ a qual esta animação se baseia, ou melhor... se inspira. Clique aí no link e você vai ver minha opinião sobre ela.
Disse tudo isso, pra poder chegar em você, de cara limpa, e lhe dizer que esta nova animação do morcego é altamente recomendada por mim! Sim, ela é boa. No entanto, não é perfeita; comete erros. Mas por outro lado, possui uma atmosfera bacana e tenta ser algo diferente, então vamos aqui discutir os acertos e os erros, e também esclarecer a você porque você deve assistí-la.
Se você não conhece a história original das hqs, vá assistir este filme sem nenhum tipo de pré-conceito sobre ele; você vai se deliciar! Caso você já tenha lido assim como eu, é bom ir com uma certa reserva, porque você corre o risco de se decepcionar por algumas razões. Uma delas, é que, diferente de outras animações como The Dark Knight Returns, Batman: Year One, ou mesmo Batman: The Killing Joke (esta até certo ponto), que adaptaram fielmente o material em questão, Batman: Gotham By Gaslight não é uma adaptação fiel da história da HQ. Eu pensava que iríamos ter isso, com inserções de elementos aqui e ali, como foi feito com outras animações, mas não foi assim. Esta animação é levemente inspirada na HQ, tanto é, que nem mesmo o vilão eles mantém o mesmo.
De uma certa forma, isso me desapontou um pouco. E vejam que eu nem mesmo considero a HQ original uma das melhores do morcego, mas a proposta é muito boa! É uma trama de Elseworlds, ou como eu disse lá em cima, realidades alternativas; no caso desta, o Batman existe desde a era vitoriana, onde caras como Sherlock Holmes e Jack o Estripador estavam em alta na boca de todos. Só que a animação muda diversas coisas, muda a trama, muda os personagens, enfim, faz dela, uma coisa que se sustenta por si mesma. Apenas a ideia de Batman enfrentando Jack o Estripador é mantida aqui, mas o caminho feito é completamente diferente.
Nesta versão em animação, temos o morcego trabalhando em conjunto com uma dama chamada Selina Kyle, e tentando descobrir o assassino que matou pessoas como Pamela Isley, a mulher-planta, que é uma dançarina exótica que se apresenta no clube de Gotham, ou uma freira chamada Leslie Thompkins. Além de Selina e do Alfred, Bruce também conta com a ajuda de três molequinhos de rua, chamados Dick, Jason e Tim.
As semelhanças com Sherlock Holmes não são por acaso. Os três meninos, os sidekicks repaginados do morcego, são como se fossem os Irregulares da rua Baker, nos contos de Sherlock. Selina é uma referência explícita à personagem Irene Adler, também saída das páginas de Conan Doyle, a jovem, sedutora e independente mulher que o detetive respeita. E também é muito na cara quando Bruce Wayne é preso, e da prisão, recita a ideia principal da Ciência da Dedução, teoria inventada por Holmes, que Bruce diz ser sua grande inspiração. Acreditem, nenhuma mentira está sendo contada aqui!
Uma pena, portanto, que ficou faltando aqui o trabalho detetivesco que iria validar todas essas referências brilhantes na história. Quando você lê Gotham By Gaslight, a HQ original, você vê Wayne, lá da prisão, fazendo trabalho de detetive, você acompanha a investigação dele passo a passo, ou seja, quando ele chega na conclusão de quem é o assassino, você sente aquela vibração de alegria e satisfação, se você acertou junto com ele. Portanto, é uma pena que este trabalho detetivesco tenha sido suprimido aqui, teria sido o momento perfeito para mostrar o Batman detetivesco.
Outros momentos falhos na animação é quando os roteiristas resolvem mostrar uma tecnologia muito avançada para a época. Sério mesmo, gente? Gancho automático e motocicleta em pleno final de século XIX? Muito forçado, não acham? Tinham que ter elaborado isso aí muito bem, se quisessem acrescentar à história; do modo que foi feito, amigo, não ficou bacana.
Finalmente em relação ao traço da animação. Gosto muito desse traço dos caras, mas creio eu que um traço mais clássico seria mais adequado; menos modernoso, mais dark-deco, o traço mais semelhante à da série noventista. Teria sido bem mais bacana. Mas ficou bom. Essas são minhas reclamações.
O restante, no entanto, ficou soberbo. A atmosfera vitoriana, o cheiro de século XIX, a reconstrução, tudo ficou ótimo. Como eu disse, a trama também é toda original, pegando um caminho completamente diferente do da HQ, tendo desdobramentos totalmente diferentes. E isso inclui a revelação final do assassino. AH, MEU DEUS! Uns vão achar foda, outros vão morder os lábios e detestar; eu achei ok, muito porque fiquei surpreso com a revelação. Gostaria de ter ficado surpreso acompanhando as pistas junto com o Batman, mas ok, foi inesperado. Obviamente, acho aceitável à nível de Elseworld, não à nível de cânone.
Olhem também o espelhamento de Harvey Dent e Selina Kyle que a animação faz; genial! a troca aqui de papéis, se você pegar como referência os personagens originais do cânone, fica sendo uma das grandes surpresas e acertos. O trio de meninos também ficou ótimo, feito bem ao estilo do Nolan. Eu não posso falar mais do que isso, porque corro o risco de estragar as surpresas que você vai ter.
Bruce Greenwood volta aqui para fazer a voz do Batman de novo. Eu havia gostado muito dele na animação Under The Red Hood, então fiquei muito contente de vê-lo aqui de novo, ele tem uma voz bacana para fazer o morcego.
Uma trama legal, interessante, realmente intrigante, e com performances excelentes de todas as vozes dos personagens, com uma ação muito bacana também. O Batman lutando aqui nesta animação é um show a parte, e olha que estamos falando de uma animação! Você pode presenciar toda a luta, todos os detalhes e movimentos. É sensacional.
Enfim, é por todos estes motivos que eu recomendo este filme, e digo que ele tem que estar na sua estante de DVDs! Eu vou comprar a minha cópia assim que sair. Como eu mostrei lá em cima, há erros também, mas os erros não prejudicam a grande quantidade de acertos que teve. Não perca esta história intrigante do morcego, na sua versão do séc. XIX. O Batman pode estar em outro contexto, mas continua a ser aquele personagem que tanto amamos; mas por outro lado, é claro que eles iriam tentar mudar o mínimo possível o dono desta festa. Elementar, meu caro leitor!
Aguardando agora ansiosamente pelo dia em que o selo DCUAOM resolver anunciar um filme solo do Jonah Hex. Eu estou doido para ver eles fazendo algo com este cowboy sensacional.
Nesta versão em animação, temos o morcego trabalhando em conjunto com uma dama chamada Selina Kyle, e tentando descobrir o assassino que matou pessoas como Pamela Isley, a mulher-planta, que é uma dançarina exótica que se apresenta no clube de Gotham, ou uma freira chamada Leslie Thompkins. Além de Selina e do Alfred, Bruce também conta com a ajuda de três molequinhos de rua, chamados Dick, Jason e Tim.
As semelhanças com Sherlock Holmes não são por acaso. Os três meninos, os sidekicks repaginados do morcego, são como se fossem os Irregulares da rua Baker, nos contos de Sherlock. Selina é uma referência explícita à personagem Irene Adler, também saída das páginas de Conan Doyle, a jovem, sedutora e independente mulher que o detetive respeita. E também é muito na cara quando Bruce Wayne é preso, e da prisão, recita a ideia principal da Ciência da Dedução, teoria inventada por Holmes, que Bruce diz ser sua grande inspiração. Acreditem, nenhuma mentira está sendo contada aqui!
Uma pena, portanto, que ficou faltando aqui o trabalho detetivesco que iria validar todas essas referências brilhantes na história. Quando você lê Gotham By Gaslight, a HQ original, você vê Wayne, lá da prisão, fazendo trabalho de detetive, você acompanha a investigação dele passo a passo, ou seja, quando ele chega na conclusão de quem é o assassino, você sente aquela vibração de alegria e satisfação, se você acertou junto com ele. Portanto, é uma pena que este trabalho detetivesco tenha sido suprimido aqui, teria sido o momento perfeito para mostrar o Batman detetivesco.
Outros momentos falhos na animação é quando os roteiristas resolvem mostrar uma tecnologia muito avançada para a época. Sério mesmo, gente? Gancho automático e motocicleta em pleno final de século XIX? Muito forçado, não acham? Tinham que ter elaborado isso aí muito bem, se quisessem acrescentar à história; do modo que foi feito, amigo, não ficou bacana.
Finalmente em relação ao traço da animação. Gosto muito desse traço dos caras, mas creio eu que um traço mais clássico seria mais adequado; menos modernoso, mais dark-deco, o traço mais semelhante à da série noventista. Teria sido bem mais bacana. Mas ficou bom. Essas são minhas reclamações.
O restante, no entanto, ficou soberbo. A atmosfera vitoriana, o cheiro de século XIX, a reconstrução, tudo ficou ótimo. Como eu disse, a trama também é toda original, pegando um caminho completamente diferente do da HQ, tendo desdobramentos totalmente diferentes. E isso inclui a revelação final do assassino. AH, MEU DEUS! Uns vão achar foda, outros vão morder os lábios e detestar; eu achei ok, muito porque fiquei surpreso com a revelação. Gostaria de ter ficado surpreso acompanhando as pistas junto com o Batman, mas ok, foi inesperado. Obviamente, acho aceitável à nível de Elseworld, não à nível de cânone.
Olhem também o espelhamento de Harvey Dent e Selina Kyle que a animação faz; genial! a troca aqui de papéis, se você pegar como referência os personagens originais do cânone, fica sendo uma das grandes surpresas e acertos. O trio de meninos também ficou ótimo, feito bem ao estilo do Nolan. Eu não posso falar mais do que isso, porque corro o risco de estragar as surpresas que você vai ter.
Bruce Greenwood volta aqui para fazer a voz do Batman de novo. Eu havia gostado muito dele na animação Under The Red Hood, então fiquei muito contente de vê-lo aqui de novo, ele tem uma voz bacana para fazer o morcego.
Uma trama legal, interessante, realmente intrigante, e com performances excelentes de todas as vozes dos personagens, com uma ação muito bacana também. O Batman lutando aqui nesta animação é um show a parte, e olha que estamos falando de uma animação! Você pode presenciar toda a luta, todos os detalhes e movimentos. É sensacional.
Enfim, é por todos estes motivos que eu recomendo este filme, e digo que ele tem que estar na sua estante de DVDs! Eu vou comprar a minha cópia assim que sair. Como eu mostrei lá em cima, há erros também, mas os erros não prejudicam a grande quantidade de acertos que teve. Não perca esta história intrigante do morcego, na sua versão do séc. XIX. O Batman pode estar em outro contexto, mas continua a ser aquele personagem que tanto amamos; mas por outro lado, é claro que eles iriam tentar mudar o mínimo possível o dono desta festa. Elementar, meu caro leitor!
Aguardando agora ansiosamente pelo dia em que o selo DCUAOM resolver anunciar um filme solo do Jonah Hex. Eu estou doido para ver eles fazendo algo com este cowboy sensacional.
Batman: Gotham by Gaslight (2018)
Produção: Alan Burnett, Sam Liu, Matthew Mahoney, Amy McKenna, Benjamin Melniker, Sam Register, Bruce Timm, Michael E. Uslan
Roteiro: James Krieg (vagamente inspirado na história em quadrinhos de Brian Augustyn e Mike Mignola, com elementos criados por Eduardo Barreto e em personagens e histórias criadas por Bill Finger, Bob Kane, Jerry Robinson, Dick Giordano e Denny O'Neil)
Trilha sonora: Frederik Wiedmann
Para outros títulos da linha DCUAOM, confira:
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