NO CINEMA: Justice League (Liga da Justiça)

Nota: 10 / 10

Quando eu era moleque, eu me derretia com qualquer produção animada com super-heróis. Todos os moleques de 12 anos na minha época adoravam isso, eu era só mais um. Como muita gente já sabe a essa altura, o Batman sempre foi o herói que eu gosto mais, mas independente disso, era fantástico poder ver meus heróis favoritos.

Os heróis da DC não são coisa nova. Já tem milhares e milhares de históricos aí em formato de animações, filmes live-action, séries de TV, enfim, universos e universos diversos já foram construídos fora das HQs. No entanto, curiosamente, a Liga da Justiça nunca teve um filme nos cinemas. Por isso, não é exagero quando eu falo que enquanto assistia este filme de Zack Snyder, me senti novamente como aquele garoto de 12 anos!

Você deve estar se perguntando onde está o pôster mais comum de se ver, aí no início da minha matéria; você sabe, aquele dos cinco heróis reunidos, menos o Superman. Foi a maneira que a DC vendeu este filme, inclusive. Ela ficou fazendo misteriozinho se o Superman iria estar nele ou não. Não entendo por que cargas d'água eles fizeram isso, visto que muita gente já sabia que o Superman iria voltar de uma forma ou de outra, mas enfim, fizeram.

E esta, talvez seja minha única reclamação em relação ao filme. Eu simplesmente não consigo imaginar uma Liga da Justiça sem a presença do último filho de Kripton, então optei por usar na ilustração da resenha um dos poucos pôsteres oficiais que o Superman saiu junto com os demais. SIM, meu amigo, o Superman volta e está neste filme, e isso não é spoiler algum, colega. Todos sabiam, desde o início, que ele iria estar no filme. O final dos anos 90 já passou faz tempo, não precisamos mais nos preocupar com uma Liga da Justiça desfigurada.

Enfim, o filme é lindo! Maravilhoso! Ok, não é uma obra-prima, mas é um filme de super-herói eficaz, divertido, com ação fantástica, ótimo desenvolvimento, passagens memoráveis, fan-service até você ficar vesgo... MEU DEUS! ao final da projeção eu já não me controlava mais! A cada cena, a cada passagem, uma lágrima ameaçava sair do meu olho! Haviam aquelas passagens que eram um fã service tão bem feito, e com um timing tão bom, que eu chegava a gesticular e grasnar no cinema. Coisa de fã. Cheguei até a perder a vergonha e aplaudi forte quando passou a cena entre-créditos! Sim, eu aplaudia! Coisa linda! Quem é fã, vai reconhecer a situação da cena logo de cara, sem muito esforço, ela inclusive já foi feita nas animações e no Arrowverse, o universo televisivo atual da DC!

O filme se inicia com um prólogo, mostrando uma gravação de celular do Superman que um menino fez, salvando alguém. Corta para o presente, e o homem de aço está morto, e todos se lamentam.

Batman tenta impôr ordem em Gotham, mas ao mesmo tempo, está tentando contato com outros super-seres, pois ele quer formar uma equipe de elite para proteger as pessoas. Diana, a Mulher-Maravilha, já está com ele, faltam alguns outros heróis. Batman consegue encontrar Arthur Curry, o Aquaman, que mostra uma certa relutância no início em se juntar ao grupo, mas no final, acaba aceitando. Outros heróis também vão se juntando ao time, eventualmente. E em boa hora, porque no reino da Ilha do Paraíso de Diana, sua mãe e as amazonas acabam presenciando, através da chamada Caixa Mãe, a chegada inesperada de Steppenwolf, tio do vilão Darkseid, ditador de Apokolips, um planeta distante e ringue de muitas batalhas entre povos intergalácticos.

Steppenwolf acaba vindo à Terra para tentar subjugar a raça humana, e a Liga tem que detê-lo. Trama simples, direta, mas divertida e efetiva. Eles pegam o gancho de Batman V Superman, onde o detalhe do vilão é mostrado brevemente, e fazem dele o antagonista aqui nesta aventura.

Vamos falar um pouco dos heróis no filme, que ficaram muito bacanas e bem caracterizados, começando pelo Aquaman.

Não sei quanto a vocês, mas eu realmente gostei desta nova versão do Aquaman do Jason Momoa! Ele tem uma personalidade forte, atitude, e é corajoso como sua contraparte nas HQs! Nada mal para um personagem que eu nunca mostrei muito interesse nos quadrinhos. E também nada mal para um personagem que já passou por infinitas reformulações nesta mídia. O Aquaman nunca teve uma personalidade muito definida realmente, então ele talvez fosse o que puderam ter mais liberdade de trabalharem como quisessem.

Depois tem o Flash, Barry Allen. E eu tenho que confessar uma coisa: eu curti pra caramba esse Barry Allen do filme! Sério, não esperava me divertir tanto! Ok, verdade que ele tem muito jeitão de Wally West, quem somente se lembra da série animada da Liga da Justiça na TV, vai ver lá os trejeitos do Wally West fácil, ele fica sendo o alívio cômico do filme. O Allen já não é tão Bozo assim, mas Ezra Miller também foi ótimo em fazer o Barry Allen aflorar na personalidade de sua versão. Digamos que ele seja um misto de história do Barry Allen com a personalidade meio palhaçona do Wally West. A gente aqui só saiu no lucro, pois tem o melhor de cada personagem. E o traje do Flash realmente funciona aqui! Eu fiquei meio desconfiado com o aspecto meio Power Ranger do traje, mas é ótimo, funcional e bacana de se ver. Teve fã que reclamou da luz da aceleração do Barry ser azul no filme, e não amarela, como é nas animações e hqs, mas gente, desencana disso! Está muito bacana! Estou muito curioso em relação ao que vão fazer com este Flash no futuro.

Por fim, teve o Ciborgue. Em relação a ele, o histórico foi seguido à risca. E o ator escolhido para fazer o personagem, Ray Fisher, também ficou ótimo. Eu gostei muito dele no filme, mostrou algumas habilidades do Ciborgue, mas tem muito mais, talvez estejam querendo fazer um suspense para um filme só dele. Enfim, eu curti muito a forma como ele foi aproveitado na trama, e já aguardo pelo seu filme solo.

Referências? Vão contando! Teve uma feliz referência no filme, não vou entrar em detalhes para não ficar dando spoiler, mas olha... futuro integrante da Liga. Vamos apenas dizer que ele é um dos membros mais conhecidos da equipe e que tem relação com um povo intergaláctico. Adorei a referência. Outras referências? Danny Elfman, a referência dele mesmo! Teve uma pequena lembrança sonora do tema do Batman de 1989 do Tim Burton, deu pra ouvir direitinho, e eu pirei quando ouvi, porque ele é um tema inesquecível. Teve também uma pequena e quase imperceptível referência ao tema do Superman de John Williams.

Batman e Mulher-Maravilha? Bem, você já sabe o que esperar. Ben Affleck e a atriz israelense Gal Gadot novamente brilhando em seus respectivos papéis. Ahh, e quando o Superman volta... CARA! Que bacana! Não vou dizer que não esperava por isso, mas que foi muito legal, foi! O homem de aço retorna triunfante, mas claro, um pouco alterado a princípio, mas depois você vê ele junto da Liga da Justiça e é... cara, fantástico, uma sensação indescritível que me deu! Foi um momento muito bacana e especial do filme. A cena final do filme novamente teve uma referência simbólica ao Superman clássico. Vou ser breve: se você é fã do Super, apenas observe, curta e chore de emoção! Foi épico!

Eu já falei da cena entre-créditos, certo? A cena pós-créditos, dá pra gente um vislumbre do que vem por aí. E olhem, eu adorei o que vi! Fique até o final, porque se você for fã de verdade, é capaz de tremer na cadeira do cinema!

Olha, não posso falar muito mais do que isso sem dar spoilers. Vamos apenas então ilustrar aqui para ficar claro o que aconteceu hoje. À esquerda sou eu, quando entrei hoje no cinema. A direita, o jeito que fiquei durante a projeção e fora da sala do cinema, sorrindo de orelha a orelha. Completamente vencido pelas minhas emoções e pelas memórias afetivas que eu tenho desses personagens com os quais eu convivo há tantos anos no meu imaginário, seja na TV, nos quadrinhos, e aonde mais for. Até o presente momento, foi o filme do DCEU que mais conquistou meu coração de fã! Foi um momento mágico! Parecia até que eu estava assistindo a uma das animações em longa-metragem da DC!! Eu juro por Deus! Chris Terrio, Zack Snyder, Joss Whedon, cada um deles com sua contribuição no roteiro, colaborou para este resultado memorável!

Como disse um grande amigo meu também fã da DC, e eu enfatizo aqui: o universo da DC finalmente está estabelecido e consolidado nos cinemas! O filme funciona para os leigos também, apesar de ter muitas coisas que só quem é fã mesmo vai entender, dá para o pessoal que não conhece os quadrinhos assistir, curtir e também se emocionar. Este ano a DC realmente conquistou o espaço que ela merece, achou o seu tom, a sua pegada para os filmes em live-action, aprendeu com seus erros do passado. E agora ela está mais do que pronta para brilhar todos os anos nas telas, porque este filme pavimenta a estrada para o Universo DC florescer nas telonas e conquistar o espaço que merece! Vamos apenas esperar que agora mantenham-se subindo a colina.

Enfim, a Marvel finalmente pode dizer que sua hegemonia nos cinemas se encontra com os dias contados e que tem uma concorrente à altura! E que mais filmes como esse aconteçam nos próximos anos! Recomendação máxima, vão assistir agora este filme maravilhoso, e divirtam-se! E que mais gente velha como eu se sinta como aquele menino de 12 anos no início dos anos 90, que adorava ver os seus heróis favoritos na TV!

Justice League (2017)

Título em português BR: Liga da Justiça

Direção: Zack Snyder, Joss Whedon

Produção: Ben Affleck, Jon Berg, Geoff Johns, Charles Roven, Deborah Snyder, Chris Terrio, Gregor Wilson

Roteiro: Chris Terrio, Joss Whedon, Zack Snyder (baseado em personagens e equipe dos quadrinhos, criados por Jerry Siegel, Joe Shuster, Bill Finger, Bob Kane, William Moulton Marston, Robert Kanigher, Carmine Infantino, Mort Weisinger, Paul Norris, Marv Wolfman, George Pérez, Gardner Fox, Mike Sekowsky)

Trilha sonora: Danny Elfman

Estrelando: Henry Cavill, Ben Affleck, Gal Gadot, Ezra Miller, Jason Momoa, Ray Fisher, Robin Wright, Connie Nielsen, Amy Adams, Amber Heard, Diane Lane, David Thewlis, Kiersey Clemons, Billy Crudup, J.K. Simmons, Ciarán Hinds, Jeremy Irons, Jesse Eisenberg, Joe Morton, Sergi Constance, Joe Manganiello

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