Saturday, November 4, 2017

NO CINEMA: Thor: Ragnarok (Thor: Ragnarok)

Nota: 8 / 10

Mais uma vez a Marvel Studios lança um filme com todas aquelas características que lhe são tradicionais.
Thor: Ragnarok repete a fórmula padrão de filmes da Marvel, e nos entrega mais uma obra de Sessão da Tarde. Ok, desta vez não é uma coisa tão palhacitos quanto foi o segundo filme do Thor, o que faz este aqui ser até melhor que o segundo, mas ainda assim segue aquela fórmula conhecida. Não estou reclamando, não. Acho até um alívio que a Marvel tenha esse diferencial em relação à DC.

O problema maior é que o filme parece não querer aproveitar todo seu potencial. Este filme tem uma proposta muito bacana e usa um recurso na mitologia do Thor que muda tudo aquilo que conhecemos. No entanto, algumas repetições de fórmula são um tanto incômodas em certos momentos.

A trama típica é a seguinte: Odin desaparece e o semi-deus nórdico e seu irmão Loki vão atrás dele. Acabam descobrindo que o pai deles tem uma primogênita, Hela, interpretada por Cate Blanchett, não tão bonita quanto costuma estar na saga Underworld.

O problema é que ela deseja voltar a Asgard e reclamar o trono após a morte de Odin, que ela acha que é dela por direito. Só que a moça não está com boas intenções.

Nas breves cenas na Terra, Thor encontra o Doutor Strange, que faz uma breve, porém engraçada aparição. Ah, atentem para o detalhe de como o Doutor Strange aparece na história. É mostrada a frente externa da casa dele, como se fosse a casa de um certo detetive britânico. Depois o interior, e Thor vai consultar o doutor, como se ele fosse um dos seus clientes. Tem até música britânica incidental de fundo, só faltou o Martin Freeman lá pra acompanhar. Eu entendi, Marvel, o seu "olha lá, o Sherlock Holmes tá nessa história, hehehe!" Não precisa jogar assim exageradamente na cara da gente! Mas enfim, as cenas de saltos temporais são engraçadas, e tem um certo charme.

Acaba que após voltar ao espaço, Thor é capturado por Valkyrie (Tessa Thompson), uma valquíria caçadora, que leva o nosso protagonista para um lugar governado pelo Grandmaster, interpretado pelo... huh... o-o-o... huh... Jeff...huh... Goldblum, que tem melhorado bastante ao longo dos anos nesses tiques e gagueiras, desde Independence Day.

Enquanto isso, na subtrama número 7, ou 8, sei lá, esse filme pula mais de subtrama que um canguru perneta, Heimdall está guiando o povo de Asgard para o exílio, porque aparentemente, o Ragnarok, ou seja, o fim dos tempos nórdico, acabou de chegar.

Aí o Thor, após perder o mjolnir, ser capturado, e jogado a força em um calabouço igual o Russel Crowe em Gladiator, e ter seu cabelão cortado pelo Stan Lee (ahahaha, o criador está moldando o personagem, tá Marvel, já saquei), acaba entrando em uma arena de gladiador para lutar, e quem encontra lá? O gigante esmeralda... Hulk... smash!

Não explicam muito bem como ele veio parar alí, mas enfim, isso foi pra justificar a queda de braço entre ele e o seu amiguinho Vingador. Os dois lutam, depois vão pro seus quartos, depois bolam um plano de fuga, o Bruce Banner finalmente consegue voltar ao normal após dois anos seguidos sendo o Hulk (sério, Marvel?), motivo pela qual a última coisa que o dr. Banner se lembra é do segundo filme dos Vingadores, mas enfim, acaba virando essa maçaroca de ideias no meio do roteiro, e a única coisa que importa de fato é que o Thor junta o verdão e a valquíria, mais o seu irmãozinho do coração para sairem daquele lugar, voltar a Asgard e enfrentarem a irmã malévola.

Um pequeno spoiler, nada que estrague a diversão: Thor é meio descaracterizadão aqui, algo que eu não achei tão bacana. Ele tem a cabeleira cortada, perde o olho direito, acabando por usar tapa-olho igual o seu pai e o Nick Fury, e está um tanto mais gozadinho do que o normal. Mas ok, o carisma do Chris Hemsworth contribui com essas mudanças, vamos ver o que vai sair daí. O real problema é que esse desenrolar do olho entra em rota de colisão com o que foi mostrado no trailer de Avengers: Infinity War - Part 1, que irá estrear ano que vem. Talvez nada que um pouco mais de pós-produção não resolva, vamos ver.

Mas enfim, talvez este terceiro filme do Thor não esteja realmente aproveitando todas as boas ideias, e elas ficaram para o filme dos Vingadores que irá colocar todo, sim, eu disse TODO o universo da Marvel Studios junto em um filme só. Pense só! Dá até tremedeira!

E eu não estou dizendo que o filme seja ruim, muito pelo contrário; é uma história até ok, dá pra se divertir, a Marvel Studios é relativamente boa em escapismo de qualidade quando quer, com risadas, drama, e tudo mais. Mas a trama pareceu-me um pouco mais arrastadona dessa vez. Antes do climax, fica meio chato e cansativo, mas a conclusão do filme é bacana. Recomendo, mas não vá com grandes expectativas. Pense que você vai ver um grande show de Rock. A produção é boa, os efeitos visuais são extraordinários, os personagens são legais... e o Hulk esmaga! Pronto, é isso. Tem piadas (mesmo que algumas acabem forçando a barra), drama, e cenas de ação bem legais. Não é um clássico, nem o filme que eu pensei que seria, nem nada do tipo, mas vai te divertir por boas duas horas. 

Thor: Ragnarok (2017)
Título em português BR:
 Thor: Ragnarok

Direção: Taika Waititi
Produção: Kevin Feige, Stan Lee
Roteiro: Eric Pearson, Craig Kyle, Christopher Yost (baseado em personagens criados por Stan Lee, Larry Lieber, Jack Kirby, Mark Millar e Steve Mcniven)
Trilha sonora: Mark Mothersbaugh

Estrelando: Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Benedict Cumberbatch, Tom Hiddleston, Cate Blanchett, Idris Elba, Anthony Hopkins, Jeff Goldblum, Tessa Thompson, Karl Urban, Taika Waititi, Rachel House, Clancy Brown, Tadanobu Asano, Ray Stevenson, Zachary Levi, Luke Hemsworth, Sam Neill, Charlotte Nicdao, Ash Ricardo, Taylor Hemsworth, Matt Damon, Stan Lee.

Outros filmes desta cinessérie:
- Thor: Ragnarok (Thor: Ragnarok) (2017)
Thor: The Dark World (Thor: O Mundo Sombrio) (2013)
- Thor (Thor) (2011)

Filmes do Universo Cinemático Marvel:
ESPECIAL: Universo Cinemático Marvel

Trailer:



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