O sucesso e todas as premiações que a icônica série criada por Eric Radomski, Bruce Timm, Jean MacCurdy, Tom Ruegger, e capitaneada por caras como Boyd Kirkland, Paul Dini e Alan Burnett fez, levou a equipe do programa a sonhar mais alto e apostar suas fichas em projetos maiores e mais ambiciosos. Com o grande sucesso e audiência que a série estava dando para a Fox e a WB, o grupo decidiu que estava na hora de fazer um longa-metragem animado baseado na série. O longa que foi chamado de Mask of the Phantasm estava programado inicialmente para ser um lançamento direto para vídeo, mas o seriado estava fazendo tanto sucesso que o estúdio acreditou que poderia lucrar ainda mais se lançassem o filme nos cinemas. Eu me lembro de ter sido um dos poucos afortunados a assisti-lo na telona. Lembro como implorei aos meus pais para me levar para assistir este filme! Era Abril de 1994. Eu e meu irmão na época menor, nós dois lá sentados na poltrona do cinema, felizes da vida, dizendo aos meus pais, "alá, mãe, pai, esse é o Batman de verdade!"
No alto de meus 13 anos, este foi o primeiro filme do Batman que eu tive a honra de assistir na tela grande. Também é o primeiro longa animado da série de 4 filmes do DCAU. Claro que, pela pouca idade que eu tinha eu ainda não entendia uma série de coisas e temas mais adultos que tinham no filme, mas isso não me impediu de curtir o morcego em mais uma aventura contra a escória de Gotham City. Dos inúmeros longa-metragens animados que o Batman possui, este com certeza é um dos melhores. Ele está na minha lista dos três melhores longas animados do personagem, em primeiríssimo lugar e vou dizer aqui o porquê, e eventualmente revelarei quais são os outros dois.
Em uma época em que o genial Christopher Nolan ainda estava longe de se envolver com o universo do Batman, a opinião geral sobre os filmes do morcego era muito fragmentada. Uns gostavam dos filmes do Burton, outros, como eu, achavam que eles não eram ruins, mas também não eram bons, tinham muitos defeitos que atentavam contra o padrão de qualidade que uma produção do personagem devia ter. Agora, em relação a seu universo animado na TV, o Batman era quase que uma unanimidade, todos gostavam. Eu mesmo vivia dizendo que em termos de animação, o Batman tem os melhores filmes, mas em termos de live-action, a coisa é feia.
Mask of the Phantasm não é exceção a essa regra. Sua trama shakesperiana traz toda aquela carga dramática e complexidade que a série exibia e que encantava adultos e jovens. Vamos então falar da trama.
Ao começar o filme, vemos Batman desmantelar uma operação de falsificação de dinheiro. Este é o pretexto para o filme nos apresentar o personagem Fantasma. O Fantasma é um cara meio macabro e que sempre aborda sua vítima dizendo "seu anjo da morte o aguarda!" Ele tem uma aparência aterradora e seu rosto está todo coberto pela máscara estilo "Darth Vader", que mantém o mistério durante todo o filme sobre sua verdadeira identidade. Então vemos o Fantasma dar cabo do chefe da operação de falsificação, só que como ele à distância tem uma aparência semelhante ao homem-morcego, todos pensam que o Batman começou a matar, o que sabemos ser um absurdo, até mesmo por causa do próprio código moral do personagem.
Em uma época em que o genial Christopher Nolan ainda estava longe de se envolver com o universo do Batman, a opinião geral sobre os filmes do morcego era muito fragmentada. Uns gostavam dos filmes do Burton, outros, como eu, achavam que eles não eram ruins, mas também não eram bons, tinham muitos defeitos que atentavam contra o padrão de qualidade que uma produção do personagem devia ter. Agora, em relação a seu universo animado na TV, o Batman era quase que uma unanimidade, todos gostavam. Eu mesmo vivia dizendo que em termos de animação, o Batman tem os melhores filmes, mas em termos de live-action, a coisa é feia.
Mask of the Phantasm não é exceção a essa regra. Sua trama shakesperiana traz toda aquela carga dramática e complexidade que a série exibia e que encantava adultos e jovens. Vamos então falar da trama.
Ao começar o filme, vemos Batman desmantelar uma operação de falsificação de dinheiro. Este é o pretexto para o filme nos apresentar o personagem Fantasma. O Fantasma é um cara meio macabro e que sempre aborda sua vítima dizendo "seu anjo da morte o aguarda!" Ele tem uma aparência aterradora e seu rosto está todo coberto pela máscara estilo "Darth Vader", que mantém o mistério durante todo o filme sobre sua verdadeira identidade. Então vemos o Fantasma dar cabo do chefe da operação de falsificação, só que como ele à distância tem uma aparência semelhante ao homem-morcego, todos pensam que o Batman começou a matar, o que sabemos ser um absurdo, até mesmo por causa do próprio código moral do personagem.
Pouco a pouco o Fantasma vai matando os ex-membros de uma antiga gangue, um a um. Isso acaba chamando a atenção de um ex-chefe de máfia chamado Salvatore Valestra (Abe Vigoda), que sofre de asma. Batman começa a investigar quem será esse sujeito que mata gangsters.
Enquanto isso, uma antiga paixão de Bruce Wayne retorna à Gotham para ver um secretário influente. Através de cenas de flashbacks (a inspiração para os flashbacks veio do filme clássico Citizen Kane, uma vez que, segundo os próprios roteiristas, envolvia uma trama sobre perdas e a passagem do tempo), vamos aprendendo um pouco mais sobre este relacionamento de um Bruce Wayne um pouco mais jovem e ainda pensando em que tipo de vigilante será.
Então, o ex-casal se encontra e o triângulo amoroso tem início. A trama shakesperiana de amor impossível vai tomando corpo, conforme vemos o quanto os dois eram próximos um ao outro e o quanto a separação foi dolorosa. E esta separação teve consequências que acabaram mudando totalmente a vida dos dois amantes e nos provocam sentimentos mistos.
Corta o coração, por exemplo, ver Bruce receber um bilhete de Andrea dizendo que tinham que se esquecer, até porque ele já havia se convencido a se casar com a moça ao invés de seguir a carreira de vigilante, mas logo depois, a emoção aflora quando vemos a icônica cena do filme em que Bruce veste o manto do morcego pela primeira vez, e a cena é muito marcante, separando o bilionário de seu passado e o projetando para o futuro que todos conhecemos.
Então, o ex-casal se encontra e o triângulo amoroso tem início. A trama shakesperiana de amor impossível vai tomando corpo, conforme vemos o quanto os dois eram próximos um ao outro e o quanto a separação foi dolorosa. E esta separação teve consequências que acabaram mudando totalmente a vida dos dois amantes e nos provocam sentimentos mistos.
Corta o coração, por exemplo, ver Bruce receber um bilhete de Andrea dizendo que tinham que se esquecer, até porque ele já havia se convencido a se casar com a moça ao invés de seguir a carreira de vigilante, mas logo depois, a emoção aflora quando vemos a icônica cena do filme em que Bruce veste o manto do morcego pela primeira vez, e a cena é muito marcante, separando o bilionário de seu passado e o projetando para o futuro que todos conhecemos.
O filme ainda conta com ideias trabalhadas por Frank Miller em sua famosa graphic novel Year One e usadas em 2005 por Nolan em Batman Begins. Vemos Wayne em suas primeiras noites de vigilante na cidade apenas vestindo uma máscara simples, cometendo erros e se projetando para ser o futuro homem-morcego, inclusive, vemos ele até tentando desenhar seu traje em meio à indecisão de aceitar Andrea ou ser um vigilante para honrar a memória de seus pais. Destaque aqui para a cena dos dois chegando a termos em frente aos túmulos de Thomas e Marta Wayne, após Bruce ter aberto seu coração aos seus pais, outra cena tocante que parte o coração.
Em meio a todo este drama, temos a entrada do Coringa, que descobrimos no filme ter feito parte da gangue de Valestra. O palhaço vem esquentar a história ainda mais com sua insanidade e loucura, e é sempre muito divertido quando ele entra em cena. Um destaque muito especial à cena da tortura em que só nos é mostrado a silhueta do palhaço e de sua vítima em rápidos flashes, conduzindo o pobre coitado a ter acessos de risos mortais.
Outro destaque do palhaço é o clímax aterrador, a batalha decisiva do morcego contra seu nêmesis em meio a um fogaréu, que nos trás à conclusão da história e aos momentos de epílogos dramáticos.
Destaque especial a um destes epílogos com Alfred aqui mais uma vez desempenhando papel fundamental no contorno da psique de Batman em seu papel de pai postiço em um dos diálogos mais tristes e tocantes, com suas palavras de sabedoria.
Alfred: "Eu não creio que ela (Andrea) quisesse ser salva. A vingança enegrece a alma; eu sempre temi que você se tornasse igual aos que combatia. Caminha por este abismo faz anos e ainda não caiu, e eu agradeço a Deus por isso. Mas Andrea caiu naquele abismo há muitos anos, e nem mesmo você poderia salvá-la".
Outro destaque do palhaço é o clímax aterrador, a batalha decisiva do morcego contra seu nêmesis em meio a um fogaréu, que nos trás à conclusão da história e aos momentos de epílogos dramáticos.
Destaque especial a um destes epílogos com Alfred aqui mais uma vez desempenhando papel fundamental no contorno da psique de Batman em seu papel de pai postiço em um dos diálogos mais tristes e tocantes, com suas palavras de sabedoria.
Alfred: "Eu não creio que ela (Andrea) quisesse ser salva. A vingança enegrece a alma; eu sempre temi que você se tornasse igual aos que combatia. Caminha por este abismo faz anos e ainda não caiu, e eu agradeço a Deus por isso. Mas Andrea caiu naquele abismo há muitos anos, e nem mesmo você poderia salvá-la".
O final trágico é digno de uma peça de ópera. É uma animação extremamente adulta e com temas complexos, envolvendo honra, paixão, vingança e justiça. Uma discussão muito profunda destes assuntos, temperados com toda a sinergia e dinâmica dos melhores contos do Cavaleiro das Trevas e, por isso, um filme recomendadíssimo para todas as pessoas. Um verdadeiro épico emocionante que nos trás questões da alma e que figura, de forma muito segura entre as melhores histórias do Batman que alguém já fez, seja em qualquer mídia.
Batman: Mask of the Phantasm (1993)
Título em português BR: Batman: A Máscara do Fantasma
Nota: 10 / 10
Direção: Eric Radomski, Bruce W. Timm, Kevin Altieri, Boyd Kirkland, Frank Paur, Dan Riba
Produção: Alan Burnett, Benjamin Melniker, Eric Radomski, Tom Ruegger, Bruce W. Timm, Michael Uslan
Roteiro: Alan Burnett, Paul Dini, Martin Pasko, Michael Reaves (baseada nas HQs e personagens criados por Bob Kane, Bill Finger, Jerry Robinson, Archie Goodwin, Howard Chaykin)
Trilha sonora: Shirley Walker, Tia Carrere
Estrelando: Kevin Conroy, Efrem Zimbalist Jr., Dana Delany, Hart Bochner, Stacy Keach, Abe Vigoda, Bob Hastings, Robert Costanzo, Mark Hamill, Dick Miller, John P. Ryan, Arleen Sorkin
Dubladores do Batman brasileiro: Márcio Seixas, Marisa Leal, Luiz Feier Motta, Mauro Ramos, Miguel Rosenberg, Leonel Abrantes, Ayrton Cardoso, Isaac Bardavid, José Santa Cruz, Darcy Pedrosa
Outros filmes desta cinessérie:
Dubladores do Batman brasileiro: Márcio Seixas, Marisa Leal, Luiz Feier Motta, Mauro Ramos, Miguel Rosenberg, Leonel Abrantes, Ayrton Cardoso, Isaac Bardavid, José Santa Cruz, Darcy Pedrosa
Outros filmes desta cinessérie:
- Batman: Mystery of the Batwoman (Batman: O Mistério da Mulher-Morcego) (2003)
- Batman Beyond: Return of the Joker (Batman do Futuro: O Retorno do Coringa) (2000)
- Batman & Mr. Freeze: SubZero (Batman & Mr. Freeze: Abaixo de Zero) (1998)
- Batman Beyond: Return of the Joker (Batman do Futuro: O Retorno do Coringa) (2000)
- Batman & Mr. Freeze: SubZero (Batman & Mr. Freeze: Abaixo de Zero) (1998)
- Batman: Mask of the Phantasm (Batman: A Máscara do Fantasma) (1993)
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