Thursday, June 25, 2015

NO CINEMA: Inside Out (Divertida Mente)

Eu simplesmente amo a Pixar!! Sou absolutamente fascinado por ela! Se tem algo que foi vital durante os anos para manter a Disney de pé, esse algo foi com toda certeza a Pixar! Durante os anos, desde que lançou Toy Story, a compania de animação vem lançando animações sensacionais e, eu diria, animações que mudaram definitivamente a forma como se trabalha com animações. Toda a trilogia Toy Story, Finding Nemo, A Bug's Life, Monsters Inc., The Incredibles, Ratatouille, Wall-E, Up, e me atrevo a dizer aqui, até mesmo Cars que é muito subestimado por todos também entra aqui na minha lista de filmes essenciais da Pixar! Ultimamente a compania tem se achado em alguns paradigmas, uma vez que muitas estreias que irão ter nos próximos anos são continuações de sucessos da Pixar, mas ela sempre consegue me impressionar quando lança algo de novo. E em Inside Out, a empresa realiza mais uma de suas obras-primas!

A história envolve uma menina e seus pais, que moravam em Minnesota e se mudaram para a cidade de San Francisco. A menina era feliz na antiga cidade, porém, ela começou a agir de forma diferente com a mudança. Logo ela passaria por transformações, tristezas e desapontamentos em sua vida que a obrigam a deixar sua infância feliz para trás e a começar uma nova vida na nova cidade, com uma nova escola, novos amigos e uma outra realidade. A menina então deixa suas lembranças para trás e começa a amadurecer para uma nova e duradoura fase de sua vida.

Enquanto tudo isso acontece, vamos conhecer criaturas que vivem dentro da cabeça dela, aliás, essas criaturas vivem dentro da cabeça de todos nós de fato: Alegria, Tristeza, Medo, Nojo e Raiva. Alegria é uma criatura sempre feliz e sorridente, amarela como o sol, ao contrário da Tristeza, que é azul, depressiva e insegura. A Raiva é um sujeito bem mal encarado, vermelho como a labareda do fogo. O Medo é roxo, é aquela criatura que nos faz ser cautelosos com as experiências de nossas vidas, e o Nojo é verde como uma gosma, aquele que nos faz sentir repulsa por algo.

Juntas essas criaturas vivem dentro da cabeça da menina Riley, e juntas com outras criaturas de hierarquia menor e lugares que a menina construiu de suas memórias e experiências, como a Ilha da Família, a Ilha da Bobeira, a Ilha do Hockey, a Ilha da Honestidade, a Ilha da Fantasia, elas representam a forma como a menina age, mostram para nós a audiência, o personagem sempre por dentro, sua personalidade, seus gostos. Ficamos o tempo todo lidando com as emoções e anseios de Riley, enquanto acompanhamos as pequenas criaturas testemunhando o passar da vida da menina e suas experiências, até o momento que chega o seu inevitável amadurecimento e as regras do jogo mudam.

Como podemos ver, tem muito de Toy Story por aqui. Substitua Woody e Buzz na saga dos brinquedos e teremos uma história em que  a Alegria e a Tristeza acabam se perdendo em meio à outros lugares da cabeça da menina, deixando somente o Nojo, o Medo e a Raiva na central de controle comandando a cabeça dela. Já imaginaram a confusão que isso geraria? E confusão é justamente o que acontece. Riley está crescendo, e portanto ela sente uma desesperada necessidade de encontrar a felicidade novamente. Então, a Alegria e a Tristeza acabam encontrando diversas memórias da menina de quando ela era pequena e outros personagens, como o amigo imaginário Bing Bong e outras criaturas que vão exercer papel fundamental no processo de amadurecimento dela.

A animação é divertidíssima, emocionante e nos traz novamente uma história com o padrão de qualidade Pixar, uma história que irá nos fazer rir, chorar, se emocionar e refletir sobre a nossa própria vida. E eu vou acionar a minha Ilha da Coragem e a minha Ilha da Honestidade aqui e ser honesto com todo mundo, mais uma vez: eu chorei no final da projeção de uma animação da Pixar! Sim, podem me censurar a vontade! Foi muito emocionante! A forma como a menina descobre a linha tênue em que a busca pela felicidade e a miséria percorrem e reencontra os laços familiares com seus pais é simplesmente de aquecer o coração! E quem que já foi jovem nunca tentou substituir a alegria pelo medo, achando que tudo estava bem, contudo descobrindo que faltava alguma coisa em sua vida para que sua alegria fosse realmente verdadeira e plena? E essa identificação com os personagens é porque todo mundo já passou por alguma fase dessas na vida em que se perdeu pelo caminho, e quis reencontrar a própria felicidade, mas não sabia como nem por onde ir.

As criaturas são divertidíssimas e o conceito de cada uma é fantástico! A Alegria parece aquela tia alegre da escola que todo mundo já teve algum dia! A Tristeza não poderia ser outra coisa senão a menina feia, que se encontra fora dos padrões da sociedade, gordinha e que sempre reclama de tudo. A Raiva parece muito com qualquer um desses chefes machões que qualquer pessoa já teve, gritando o tempo todo, reclamando, pondo defeito em tudo, agindo por impulso. Enfim, uma diversidade enorme de tipos e personalidades que vão fazer você rir, chorar, se emocionar e ter uma das melhores e mais emocionantes experiências cinematográficas a partir de uma ideia simples: dar forma e personalidade às emoções humanas! PIXAR, EU TE AMO!!

E o que é ainda melhor de tudo: consegui pegar na minha cidade a única sessão legendada que havia!! Isso foi maravilhoso, pois dificilmente temos a oportunidade aqui no Brasil de assistir uma animação legendada para poder curtir os diálogos e falas originais, portanto a experiência valeu muito a pena. Claro, o 3D, como sempre não serve para muita coisa, então quem for assistir o filme, pode ir em uma sessão 2D mesmo, que não vai ter diferença!

Eu só sou elogios para essa mais nova obra-prima da Pixar! Saí do cinema simplesmente atônito, emocionado com tudo que vi, e com nova disposição de valorizar mais estes sentimentos humanos que convivem conosco todos os dias! A recomendação minha aqui é MÁXIMA! Vão assistir este filme nos cinemas, mesmo que só tenha cópias dubladas, vão assistí-lo!

Ah, e menção especial também para as referências sempre inteligentes de outras obras aqui num filme da Pixar, em especial, neste, os adultinhos prestem atenção na referência do filme Chinatown em um certo ponto do filme!

E NÃO CHEGUEM ATRASADOS PARA A SESSÃO! Há um curta animado muito bacana e tocante, chamado "Lava". O curta é inteiro musicado e conta a tocante história de um vulcão tentando encontrar seu verdadeiro amor, sua outra metade, algo que o complete e o faça feliz. Absurdo demais, caríssimo leitor? Ah, eu já estou acostumado! Faz parte da Ilha da Fantasia dos criadores sensacionais e geniais da Pixar! Assistam, não vão se arrepender, é muito recompensador! A música totalmente tocada no ukulelê é pegajosa e vai fazer você ficar cantarolando durante a projeção. A Pixar mais uma vez acerta com um curta metragem que conta uma narrativa simples e direta, porém que mexe bastante com os nossos sentidos e tão interessante quanto o filme principal.

E agora, se me dão licença, eu vou ligar minha Ilha da Bobeira e ir lá atazanar um pouquinho minha esposa! Espero que se divirtam com mais uma sensacional obra-prima desta empresa que tem feito eu me emocionar tanto ao longo dos anos! Minha Ilha da Pixar na minha cabeça nunca é pequena demais para guardar na lembrança mais uma obra que mexe com nossos mais variados sentimentos! Essencial e duradoura! E com certeza vai fazer parte da minha coleção quando sair em DVD!

Inside Out (2015)
Título em português BR: Divertida Mente
Nota: 10 / 10

Direção: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen
Produção: John Lasseter, Mark Nielsen, Jonas Rivera
Roteiro: Pete Docter, Ronaldo Del Carmen, Meg LeFauve, Josh Cooley, Amy Poehler, Bill Hader
Trilha sonora: Michael Giacchino

Elenco de vozes originais: Amy Poehler, Phyllis Smith, Richard Kind, Bill Hader, Lewis Black, Mindy Kaling, Kaitlyn Dias, Diane Lane, Kyle MacLachlan, Frank Oz, Flea, John Ratzenberger

Trailer:

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