7,5 / 10
Filme baseado em HQ do selo Graphic MSP é uma grata surpresa, apesar dos tropeços.
Direção: Daniel Rezende
Confira minha opinião!
Estrelando: Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Gabriel Moreira, Laura Rauseo, Paulo Vilhena, Fafá Rennó, Ana Carolina Godoy, Angélica di Paula, Luiz Pacini, Beto Schultz, Adriano Paixão, Ravel Cabral, Lara Beatriz, Rodrigo Santoro, Gabriel Blotto, Pedro Souza, Cauã Martins, Sofia Munhoz, Isadora Santos, Murillo Costa, Mauricio de Sousa, Lu Cafaggi, Vitor Cafaggi, Maria Angélica Martins, Monique Bourscheid, Kaleb Figueiredo, Ítalo Viana, Mateus Mahmoud, Isabella Nakahara, Jasmim Donega, Luiza Istolé, Maria Cristina Martins, Monica Iozzi
É um filme ok, não fede, nem cheira. Você não vai morrer de amor por ele, principalmente se você viveu nos anos 80 e se lembra de The Goonies, e coisas do tipo. Assisti de curioso, não esperava absolutamente nada, mas me surprendeu, o que não quer dizer, claro, que não tenha problemas.
Pra começar, você tem que DESLIGAR sua cabeça da Turma da Mônica dos quadrinhos. Sim, é isso. Este filme é baseado numa graphic novel da linha Graphic MSP, que é uma reinterpretação dos personagens do Maurício de Souza. Eu nunca li a graphic novel, mas creio que a adaptação tenha ficado um meio-termo entre a história dos Cafaggi e aquele perfil clássico dos personagens das HQs do Maurício, pude reconhecer vários elementos ali de quando eu lia esses quadrinhos quando criança.
Mas mesmo assim vai ser melhor se você desligar sua cabeça dos personagens originais, acredite, vai reclamar bem menos por fotograma. Este é um animal completamente diferente do original, como foi o restante do acervo de personagens da linha Graphic MSP. Desligue sua cabeça dos originais, pense que você está vendo uma história semelhante àquela dos quadrinhos, e deixe o filme rolar.
No fim das contas, não é um filme ruim, é até bastante bem feitinho. As crianças que interpretam seus papéis estão bem, no começo dá pra sentir que não estão tão à vontade assim, mas depois eles se entrosam e, da metade do segundo para o terceiro ato, já dá pra sentir uma conexão mais "folte" entre eles.
Mas a trama padece um pouco de carisma por parte de seus protagonistas. Você vê certas características dos personagens sendo mencionadas, como a Mônica ser a dona da rua, ou o Cebolinha ser irritante, mas você não consegue engolir. Faltou no trabalho da direção do filme um pulso um pouco mais firme para direcionar a atuação das crianças. Claro, você não deve jogar esse peso nas costas delas, são crianças, tem muito a aprender ainda sobre atuação e performance, então eu sinto dizer, mas faltou trabalho de direção um pouco mais firme para fazê-las dar aquele extra que eu sei que podem dar, pois tem potencial para isso.
As cenas com Cebolinha e o Louco foram as melhores da projeção inteira! Gostaria muito de que fizessem um filme do Louco usando aquela interpretaçãom do Santoro lá.
As cenas com Cebolinha e o Louco foram as melhores da projeção inteira! Gostaria muito de que fizessem um filme do Louco usando aquela interpretaçãom do Santoro lá.
A história é simples. Tem uns caras com um produto chamado Cabelol, pra fazer crescer cabelo, e usam animais para fazê-lo. Assim, um cara sequestra o Floquinho, e o Cebolinha, lógico, fica chateado, e decide ir atrás dele. A turma também vai. Essa parte dramática do filme que registra bem a amizade inabalável que os quatro tem, apesar das diferenças, eu devo admitir que ficou bem bacana, e passa uma mensagem muito positiva.
No fim das contas, vira até que uma traminha de Sessão da Tarde bem satisfatória, muito embora um tanto morna, e o único momento para mim que consegue quebrar um pouco essa sisudez é o momento em que o Louco aparece na alucinação do Cebolinha, que é realmente engraçado. Para mim, essa ficou sendo a melhor atuação do filme todo, tanto em termos de performance, quanto de caracterização. Achei bastante legal o Rodrigo Santoro fazendo o Louco, ficou bem massa, é um momento bem divertido da trama, e que reflete muito bem os quadrinhos originais, e eu gostaria de ver um filme do Louco saindo numa próxima vez.
Outro momento mais engraçadinho é quando a turma está observando o vilão da história, e de repente, do nada, o cara aumenta o som e curte o Fagner cantando "Deslizes" no rádio. Nesse momento até eu me perguntei "velho, what the fuck?...", e foi um momento bem divertido no fim das contas.
Outro momento mais engraçadinho é quando a turma está observando o vilão da história, e de repente, do nada, o cara aumenta o som e curte o Fagner cantando "Deslizes" no rádio. Nesse momento até eu me perguntei "velho, what the fuck?...", e foi um momento bem divertido no fim das contas.
Ainda que o filme conte com uma trilha sonora daquelas bem genérica e sem sal, os trabalhos feitos na produção e no figurino ficaram até bem bacanas. Ainda assim, não é um filme que eu veria novamente. Assista se estiver curioso, mas vá com suas expectativas zeradas, sem qualquer expectativa mesmo, e poderá se surpreender positivamente.
Só digo que, se alguém adaptasse a HQ Astronauta: Magnetar do jeito que eu gostaria que fosse adaptada, olhem, precisaria de um orçamento Hollywoodiano para tanto. Creio eu que jamais irão fazer isso. Histórias como Turma da Mônica: Laços pode ser o único tipo de coisa que a produção brasileira poderá fazer ainda por um bom tempo. Que melhorem então a cada filme que fizerem.
Turma da Mônica: Laços (2019)
Produção: Renato Rondon, Wally Araújo, Márjori Voznak, Luciano Baptista
Roteiro: Thiago Dottori, Luiz Bolognesi (baseado na HQ homônima, escrita por Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi, e em personagens criados por Mauricio de Sousa)
Trilha sonora: Fábio Goes e Tiago Iorc
Trilha sonora: Fábio Goes e Tiago Iorc
Trailer:
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