Foi no início da década de 90, eu em meu pleno vigor de juventude, Rock nas paradas da rádio, música pop ainda com uma boa qualidade estourando, e eis que eu conheço esses dois: Marie Frediksson e Per Gessle. Juntos, eles se chamavam de ROXETTE. Diziam na época que eles eram uma união do Rock com a música Pop em uma perfeita sintonia.
O primeiro disco que eu ouvi deles foi o vinil do Joyride. Foi o marco para mim. Eu estava encantado com a produção daquele disco, as músicas, as melodias, tudo. Era algo diferente que eu estava escutando. Era ótimo! Em meio ao meu fanatismo pelo Guns N' Roses e o AC/DC, o Roxette ocupava parte do meu tempo. E eu ouvia repetidas vezes as músicas desse disco. "Joyride", "Hotblooded", "Fading Like a Flower", "Knocking on Every Door"... e aquela que as meninas adoravam ouvir tocar nas rádios, porque era o single romântico: "Spending My Time". Todos curtiam. O Roxette foi o duo responsável por eu aprender meus primeiros acordes no violão, uma vez que a gente comprava aqueles livrinhos com as cifras nas bancas de jornal e ficava horas tentando tocar as músicas.
Depois do Joyride, eu queria mais, e descobri o Look Sharp!, o disco deles que veio antes. Só que não tenho foto dele porque na época eu tinha ele em fita cassete, original ainda, mas ela se perdeu pelo tempo. Eu também ouvi muito essa fita cassete, viu! Assim como o vinil, tinha lado A e lado B, apenas demorava mais para acessar as músicas e tinha uma qualidade meio inferior. Mas eu escutei essa fita pra caramba, e descobri clássicos como "The Look", "Dressed for Success" e "Dangerous", bem como a bela balada "Listen to Your Heart", que estourava de sucesso nas rádios, e me dava mais horas e horas treinando acordes no violão.
Depois teve o Tourism, que era um extended play, ou EP, esse também eu tinha em fita cassete original, mas tive a felicidade de achar a versão CD dele em um sebo, não faz muito tempo; apesar de ser um EP, um minidisco, tinha músicas que eu adoro, como "How Do You Do", "Cinnamon Street" e a linda "Queen of Rain", todas inéditas no disco. Era impressionante como eles conseguiam juntar algum material novo com versões ao vivo e alternativas de sucessos já consagrados para compôr um disco que a gente queira ouvir de novo e de novo, por horas e horas. O Roxette era uma fábrica de hits!
Depois veio o Crash! Boom! Bang!, que até hoje é o meu disco favorito do Roxette. Com ele, eu curti sons fantásticos como "Harleys & Indians", que eu estava aqui agora mesmo nesse instante, ouvindo com minha filha pequena de 3 aninhos e brincando na gaita em C com ela, nos divertindo bastante, ela dançando sem parar e pedindo para eu continuar a tocar a gaita com a música rolando! Tinha "Fireworks" também que eu voltava várias vezes para ouvir, ou o single de sucesso "Sleeping in My Car" que a minha esposa gosta bastante, e a romântica "Vulnerable", que fez muito sucesso. Isso além de outras canções climáticas e com mais arranjos e melodias que tinha no decorrer do disco. Você pode acessar minha resenha dele e ver mais coisas, se quiser.
Aí o Roxette resolveu experimentar com a música eletrônica, e como eu não gostava da coisa, eu acabei pegando uma birrazinha adolescente do disco Have a Nice Day, que eu fui comprar em fita cassete, só anos depois em uma galeria em Poços de Caldas, piratão mesmo, pra ver como que era, e aí eu passei a gostar de algumas coisas, como a música "7Twenty7", que eu acho bacana até hoje, entre outras. Foi nesse tempo que eu deixei de acompanhar o Roxette com tanta frequência, apesar de estar a par na época do álbum Room Service de 2001, muito embora eu tenha escutado o hit radiofônico "Milk and Toast and Honey", mas não dei tanta atenção ao disco, depois vi que tinha algumas coisas bem legais.
O que eu realmente dei muita atenção foram duas compilações que eu comprei perto de uma loja de discos da escola que eu estudava na época, que foram a Don't Bore Us! e a Rarities. Peguei as duas juntas em uma compra só, e nelas tinha umas três ou quatro músicas novas cada, e uma compilação dos maiores sucessos do duo sueco. Foi uma aquisição bem bacana e que acabou me reconectando com o Roxette de certa forma, e me mantendo interessado neles; tinham músicas novas bacanas como "June Afternoon", "She Doesn't Live Here Anymore", "The Voice" e uma romântica interessante chamada "Almost Unreal".
Nesse meio tempo, os brasileiros pediam para lançar o primeiro disco da carreira deles no Brasil, coisa que ainda não tinha sido feita, e então a gente veio a conhecer com mais detalhes o Pearls of Passion, que foi a estreia deles lá na Suécia, e ouvir músicas como "Soul Deep", "So Far Away" e a versão original do sucesso radiofônico "It Must Have Been Love" que a gente ainda não conhecia, apesar de saber a música de cor e salteado por causa das rádios e dos livrinhos de cifras. Esse foi o Roxette com a qual eu cresci. Então eles deram uma longa desaparecida de uns 10 anos, até mesmo pelos problemas de saúde que a Marie teve.
Eu entrei na idade adulta, e deixei de ouvir Roxette com tanta frequência, muito embora eu sabia aquelas músicas na ponta da língua, mas me desconectei completamente deles por esse período.
Acontece que em 2010 eu fiquei sabendo que a Marie estava com sérios problemas de saúde, mas tinha escapado da morte depois de retirar um tumor no cérebro. Foi então que eles voltaram, e lançaram o disco Charm School, e eu simplesmente me via remexendo de novo na minha coleção do Roxette que estava meio esquecida, e conversando sobre eles com a (na época) minha namorada, hoje minha esposa, que também gosta muito deles. Esse CD do Crash! Boom! Bang! aí da foto acima é dela, a gente juntou o meu vinil e o CD dela quando juntamos nossos cacos para vivermos juntos em 2012! Eu fiz inclusive uma resenha elogiando bastante o novo disco, que vocês podem ver aí no link, e não sem razão, porque a volta deles marca o retorno daquele som mais Rock clássico que faziam no começo, tendo músicas como "Way Out", o sucesso radiofônico "She's Got Nothing On", e outras músicas do disco que eu gostei bastante, como "Speak to Me" e "Big Black Cadillac". Era um retorno que prometia uma boa nova leva de músicas deles, muito embora o período do auge do duo já tenha acabado anos atrás.
Aí vocês sabem, esses últimos anos eu fui acompanhando de mansinho as coisas. Teve o EP Travelling, que era uma tentativa de o duo reproduzir o que foi feito na época do Tourism, mas não achei que teve o mesmo efeito, muito embora tenha produzido músicas novas interessantes como "Me & You & Terry & Julie" e "Touched By The Hand Of God", entre outras, é um disco mais calmo e mais recheado de músicas acústicas e baladas, muito embora tenha mais canções inéditas que o Tourism em comparação, eu ainda prefiro o Tourism.
Finalmente veio o último disco do duo, Good Karma, de 2016 agora, e eu tenho uma resenha dele também, em que eu falo de músicas bacanas como "Why Dontcha?", "This One" e a balada "April Clouds", por exemplo, entre outras músicas que representam os últimos registros deles.
Marie morreu agora, dia 9, segunda, como resultado do tumor cerebral que ela teve alguns anos atrás. Per, desolado com a morte da amiga de longuíssima data, define Marie como uma "música extraordinária, uma mestre da voz, uma performer incrível". E não é para menos. A mulher conseguia te capturar a atenção com o olhar e a voz. Pouquíssimas cantoras hoje tem essa habilidade, que fica mais rara a cada dia.
Eu resolvi aqui fazer uma homenagem ao Roxette de forma geral, falando um pouco de como foi minha relação com a música deles ao longo da vida, desde lá de trás, e mostrar a vocês minha singela coleção que guardo com muito carinho, especialmente agora.
Mas a homenagem mais forte vai para a nossa já saudosa Marie. Performers como ela estão ficando cada vez mais raros, e a cada ano que passa, eu me vejo cada vez mais ouvindo mais e mais gente morta. Não me interesso pela grande maioria de coisas que saem por aí. Quem já viu a grandeza um dia, não se contenta com a pequenez. E Marie era uma grande performer, com certeza.
"As coisas nunca mais serão as mesmas", diz a canção clássica do duo que deixo aqui para vocês.
Obrigado, Roxette, pelos anos de música e magia que me proporcionaram! Obrigado Marie, por ser essa artista incrível que eu pude conhecer. Muito obrigado! Desejo força ao Per Gessle, para continuar sua jornada, enquanto ainda estiver entre nós.
Depois veio o Crash! Boom! Bang!, que até hoje é o meu disco favorito do Roxette. Com ele, eu curti sons fantásticos como "Harleys & Indians", que eu estava aqui agora mesmo nesse instante, ouvindo com minha filha pequena de 3 aninhos e brincando na gaita em C com ela, nos divertindo bastante, ela dançando sem parar e pedindo para eu continuar a tocar a gaita com a música rolando! Tinha "Fireworks" também que eu voltava várias vezes para ouvir, ou o single de sucesso "Sleeping in My Car" que a minha esposa gosta bastante, e a romântica "Vulnerable", que fez muito sucesso. Isso além de outras canções climáticas e com mais arranjos e melodias que tinha no decorrer do disco. Você pode acessar minha resenha dele e ver mais coisas, se quiser.
Aí o Roxette resolveu experimentar com a música eletrônica, e como eu não gostava da coisa, eu acabei pegando uma birrazinha adolescente do disco Have a Nice Day, que eu fui comprar em fita cassete, só anos depois em uma galeria em Poços de Caldas, piratão mesmo, pra ver como que era, e aí eu passei a gostar de algumas coisas, como a música "7Twenty7", que eu acho bacana até hoje, entre outras. Foi nesse tempo que eu deixei de acompanhar o Roxette com tanta frequência, apesar de estar a par na época do álbum Room Service de 2001, muito embora eu tenha escutado o hit radiofônico "Milk and Toast and Honey", mas não dei tanta atenção ao disco, depois vi que tinha algumas coisas bem legais.
O que eu realmente dei muita atenção foram duas compilações que eu comprei perto de uma loja de discos da escola que eu estudava na época, que foram a Don't Bore Us! e a Rarities. Peguei as duas juntas em uma compra só, e nelas tinha umas três ou quatro músicas novas cada, e uma compilação dos maiores sucessos do duo sueco. Foi uma aquisição bem bacana e que acabou me reconectando com o Roxette de certa forma, e me mantendo interessado neles; tinham músicas novas bacanas como "June Afternoon", "She Doesn't Live Here Anymore", "The Voice" e uma romântica interessante chamada "Almost Unreal".
Nesse meio tempo, os brasileiros pediam para lançar o primeiro disco da carreira deles no Brasil, coisa que ainda não tinha sido feita, e então a gente veio a conhecer com mais detalhes o Pearls of Passion, que foi a estreia deles lá na Suécia, e ouvir músicas como "Soul Deep", "So Far Away" e a versão original do sucesso radiofônico "It Must Have Been Love" que a gente ainda não conhecia, apesar de saber a música de cor e salteado por causa das rádios e dos livrinhos de cifras. Esse foi o Roxette com a qual eu cresci. Então eles deram uma longa desaparecida de uns 10 anos, até mesmo pelos problemas de saúde que a Marie teve.
Eu entrei na idade adulta, e deixei de ouvir Roxette com tanta frequência, muito embora eu sabia aquelas músicas na ponta da língua, mas me desconectei completamente deles por esse período.
Acontece que em 2010 eu fiquei sabendo que a Marie estava com sérios problemas de saúde, mas tinha escapado da morte depois de retirar um tumor no cérebro. Foi então que eles voltaram, e lançaram o disco Charm School, e eu simplesmente me via remexendo de novo na minha coleção do Roxette que estava meio esquecida, e conversando sobre eles com a (na época) minha namorada, hoje minha esposa, que também gosta muito deles. Esse CD do Crash! Boom! Bang! aí da foto acima é dela, a gente juntou o meu vinil e o CD dela quando juntamos nossos cacos para vivermos juntos em 2012! Eu fiz inclusive uma resenha elogiando bastante o novo disco, que vocês podem ver aí no link, e não sem razão, porque a volta deles marca o retorno daquele som mais Rock clássico que faziam no começo, tendo músicas como "Way Out", o sucesso radiofônico "She's Got Nothing On", e outras músicas do disco que eu gostei bastante, como "Speak to Me" e "Big Black Cadillac". Era um retorno que prometia uma boa nova leva de músicas deles, muito embora o período do auge do duo já tenha acabado anos atrás.
Aí vocês sabem, esses últimos anos eu fui acompanhando de mansinho as coisas. Teve o EP Travelling, que era uma tentativa de o duo reproduzir o que foi feito na época do Tourism, mas não achei que teve o mesmo efeito, muito embora tenha produzido músicas novas interessantes como "Me & You & Terry & Julie" e "Touched By The Hand Of God", entre outras, é um disco mais calmo e mais recheado de músicas acústicas e baladas, muito embora tenha mais canções inéditas que o Tourism em comparação, eu ainda prefiro o Tourism.
Finalmente veio o último disco do duo, Good Karma, de 2016 agora, e eu tenho uma resenha dele também, em que eu falo de músicas bacanas como "Why Dontcha?", "This One" e a balada "April Clouds", por exemplo, entre outras músicas que representam os últimos registros deles.
Marie morreu agora, dia 9, segunda, como resultado do tumor cerebral que ela teve alguns anos atrás. Per, desolado com a morte da amiga de longuíssima data, define Marie como uma "música extraordinária, uma mestre da voz, uma performer incrível". E não é para menos. A mulher conseguia te capturar a atenção com o olhar e a voz. Pouquíssimas cantoras hoje tem essa habilidade, que fica mais rara a cada dia.
Eu resolvi aqui fazer uma homenagem ao Roxette de forma geral, falando um pouco de como foi minha relação com a música deles ao longo da vida, desde lá de trás, e mostrar a vocês minha singela coleção que guardo com muito carinho, especialmente agora.
Mas a homenagem mais forte vai para a nossa já saudosa Marie. Performers como ela estão ficando cada vez mais raros, e a cada ano que passa, eu me vejo cada vez mais ouvindo mais e mais gente morta. Não me interesso pela grande maioria de coisas que saem por aí. Quem já viu a grandeza um dia, não se contenta com a pequenez. E Marie era uma grande performer, com certeza.
"As coisas nunca mais serão as mesmas", diz a canção clássica do duo que deixo aqui para vocês.
Obrigado, Roxette, pelos anos de música e magia que me proporcionaram! Obrigado Marie, por ser essa artista incrível que eu pude conhecer. Muito obrigado! Desejo força ao Per Gessle, para continuar sua jornada, enquanto ainda estiver entre nós.
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