Tuesday, April 4, 2017

SÉRIE: Powerless (Powerless) - 1x01: Wayne or Lose

Nota: 8,5 / 10

Após uma longa temporada alheio a tudo, voltei a ver algumas séries; eu não estava totalmente alheio afinal, mas sem o devido contato. Precisei, foi importante. Enfim, entre Arrow, The Flash, e algumas outras coisas, não pude resistir ao ver o primeiro episódio de Powerless, a série baseada em personagens da DC onde o foco principal não são os heróis!

E este primeiro episódio teve ideias bem interessantes, e mostrou que a série tem bastante potencial. Sabe aqueles civis que você vê de relance, no fundo da ação, quando está assistindo um filme do Superman, do Batman, etc? Pois é, essas pessoas comuns são trazidas para os holofotes aqui, enquanto que os heróis são jogados para escanteio. Eles aparecem também, de vez em quando, mas desta vez, só de relance. Portanto, vamos falar desta iniciativa tão legal e discutir algumas ideias do primeiro episódio.

Como em todo seriado, o episódio piloto nos apresenta aos personagens. A série segue o gênero de sitcom, só que sem audiência. A ideia de testemunharmos a trajetória de personagens que normalmente seriam apenas figuras de fundo em um filme de heróis, ganhando os holofotes aqui é bacana. Essa seria uma série como qualquer outra sitcom, como The Office por exemplo, não fosse pelo fato de vermos esses personagens interagirem e reagirem em um mundo onde os super-heróis existem. Enfim, o primeiro episódio nos apresenta à personagem Emily Locke, uma diretora de pesquisa que vai trabalhar para uma subsidiária das empresas Wayne, numa cidade chamada Charm City.

Emily Locke é do tipo de pessoa alegre, extrovertida, igual líder de torcida; ela é fã de Bruce Wayne, e tem um livro que o bilionário escreveu chamado Wayne or Lose. Ela já leu e rabiscou este livro, e se inspira pelas palavras sábias de encorajamento de nosso bem sucedido órfão que perdeu os pais em um beco. Ela é mostrada indo de metrô para seu novo trabalho, e sendo salva, no caminho, pela Raposa Escarlate, uma personagem menor da DC que atuava na Liga da Justiça Europeia. Ah sim, um comentário meio geek: a Raposa está um tantinho descaracterizada em termos de uniforme, parece até um cosplay barato, mas ok, vai, deixa passar, é uma aparição rápida.

Pois bem, chegando no prédio, Emily conhece o chefe da empresa, um tal de Van Wayne. E sim, ele se diz primo de Bruce. Caramba, como que eu nunca soube que o Batman tinha um primo? Ah é, claro, porque isso nunca foi mencionado em lugar algum! De começo eu pensei que fosse uma forçação de barra, mas aí eu entendi o propósito do personagem. E ele se mostrou uma ideia bem divertida, pelo seguinte: todo mundo sabe que o Batman é a verdadeira face e que Bruce Wayne é a máscara, certo? Certo?? Se não sabia, fica sabendo, rapaz! Bruce age como um playboy irresponsável e excêntrico em público, justamente para que ninguém chegue a suspeitar de sua verdadeira persona, o Batman.

Só que o Van Wayne é um excêntrico arrogante por escolha mesmo, meus caros. E essa foi a sacada legal. O personagem é o que Bruce Wayne potencialmente poderia ter se tornado se Thomas e Martha Wayne não tivessem sido mortos e ele não tivesse vestido o capuz do morcego. Veja só: Van Wayne é arrogante, excêntrico, egocêntrico, falador, e se acha a última bolacha do pacote. Tem um retrato enorme na parede de seu escritório que gosta de admirar porque ele está todo posudo nele, como um magnata; faz questão que todos vejam o retrato quando entram na sala. Só que no fundo, ele é inseguro e quer é sair de Charm City com uma invenção revolucionária para lamber as botas do primo em Gotham City. Consegue imaginar o Batman agindo dessa forma? Não, né? Pois é. Pra piorar mais ainda, ele não tem a menor imaginação, dependendo inteiramente de seus funcionários para criar algo inovador para a compania. É aí que Emily entra como a diretora da equipe, que vai inspirar a todos e pôr ordem na casa.

A única crítica que dirijo a Van Wayne, é sua estereotipagem meio exagerada por vezes. Não precisa forçar tanto a barra, mas o personagem tem valor. Enfim, a Emily já chega na empresa com aquela alegria de criar, de motivar, e vai conhecendo sua equipe. Temos os estereótipos de praxe, o gênio, o desajeitado, o melhor amigo, etc. E qual é a primeira coisa que este grupo faz juntos? Algo muito importante, vejam só: decidir se a embalagem de antídoto contra o gás do riso do Coringa vai ser roxo clara ou roxo escura. Importante, não? Ironias a parte, a equipe tem sim uma tarefa interessante aqui.

Só que Emily acaba assustando um pouco o pessoal da equipe, e pra piorar, Bruce Wayne ameaça fechar a unidade de sua empresa em Charm City, o que coloca o time em ação para inventar, o mais rápido possível, um produto revolucionário. Ron sugere um vidro feito de kriptonita (hahaha, simpático!) mas a coisa não pega bem, caso Superman tenha que salvar civis dentro de prédios. A invenção final acaba sendo um detector de super-vilões, de pulso, o que acaba fazendo sucesso, especialmente com um certo cara que gosta de se vestir de morcego!... Hummm...

Já deu pra sacar, não é? A proposta da série é bem bacana, uma sitcom que se passa em um mundo de super-heróis. E uma pequena surpresa: a narração inicial é de ninguém menos que Adam West! Sim, ele! É como se você estivesse em um escritório cheio de geeks, e todos eles falassem o tempo todo sobre heróis de hqs, de forma leve e descontraída. Eu posso até me imaginar lá dentro daquele escritório, morto de vontade de conhecer Bruce Wayne em pessoa! Enfim, é mais uma série que vou passar a acompanhar de perto. Quais desdobramentos ela terá, eu não sei, mas de acordo com este primeiro episódio, há grandes chances de eu gostar muito do que vem por aí.

Os personagens são carismáticos, a dinâmica é boa, com situações divertidas, e a experiência bacana. Isso sem falar que tem várias referências visuais das HQs. Por exemplo, tem um bar que chama Kane & Finger Pub; outra coisa legal é que no episódio tem uma cena com a estrela Starro, o conquistador de mundos, que aparece na primeira revista da Liga da Justiça de 1960. Também de vez em quando aparece, pelo menos neste episódio, indumentárias da Lexcorp, o que indica a parceria das indústrias Wayne com a empresa do vilão careca de Superman. Recomendo, e já imagino lá na frente, quem sabe, se eles resolverem fazer um episódio especial focando apenas os heróis, hein! Vai ser demais! Assistam Powerless, e lembrem-se: assim como alguém não precisa ter superpoderes para fazer coisas fantásticas, também não requer muitos efeitos especiais para fazer uma história divertida e envolvente.

Powerless (2017)
Título em português BR: Powerless
Episódio: 1x01: Wayne or Lose

Direção: Marc Buckland
Produção: Greg Lisbe, Amy Mass, Jared Miller, Douglas S. Ornstein, Craig Wyrick-Solari
Criação e roteiro: Ben Queen, Justin Halpern, Patrick Schumacker, Neel Shah, Sabrina Jalees (baseado no universo da DC Comics)
Trilha sonora: Jefferson Friedman, Craig Wedren

Estrelando: Vanessa Hudgens, Danny Pudi, Christina Kirk, Ron Funches, Alan Tudyk, Jennie Pierson, Kimani Ray Smith, Atlin Mitchell, Adam West

Trailer:


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