Monday, June 20, 2016

HQ: The Dark Knight III: The Master Race (Cavaleiro Das Trevas III: A Raça Superior) - Livro 2

Nota: 8 / 10

Um outro escritor... do Bátima...

Baahh; querem saber de uma coisa? Que se dane! Eu não vou ficar fazendo introduçãozinha a lá Miller todas as vezes que abrir uma postagem dessas! Vamos ao que interessa.

Sabem, uma das coisas que tem funcionado, muito para nossa alegria, a favor dessa nova minissérie do Batman velhote de Frank Miller, é que, como atesta o próprio Frank Miller, ele tem sido creditado como co-autor, mas escrito muito pouco desta nova história. A gente até mesmo vê o cara dizendo que está adorando o que Azzarello vem fazendo com o mundo dele. E se na primeira edição a gente já nota que o Miller deixou o Azzarello pintar e bordar, aqui isso fica mais evidente, porque você malemá consegue ver o Miller aqui no meio do roteiro.

Isso, claro, é ótimo pra gente! Ter que aguentar, de novo, sátiras sem pé e nem cabeça, aquela escrita monossilábica do Miller a lá Sin City, a todo instante que se vira uma página, e ver toda e qualquer personagem feminina que ele escreve se parecer com uma puta barata, é de dar no saco! Então é bom ver mais o trabalho do Azzarello se destacando aqui e principalmente, ver que ele tem procurado pegar mais os elementos primordiais, que fizeram da história clássica dos anos 80 tão icônica.

Mas a minha felicidade durou pouco, quando eu li por aí que, por causa do Azzarello, o Miller animou a fazer uma quarta parte, quando esta terceira acabar. Vamos apenas torcer para que o cara tenha uma amnésia braba e esqueça completamente essa ideia! Que droga, Azzarello! Pára de dar corda para o velhote!... não, não... isso requer que eu incorpore o Miller aqui de novo, pelo menos pra essa função de crítica:

Miller, seu demente. Seu maldito idiota. Que diabos você está fazendo? É você. Eu sei que é. Ninguém mais seria tão eficiente em aprontar loucuras! Seu maldito idiota! Esse não foi o trato! Esse... não... foi... o... trato!

Aaaahh, pelo menos pra alguma merda serve TDK2! Você, que nunca leu essa HQ, deve estar pensando que eu pego muito pesado com ela. Não, não pego. Posso jurar que não pego, aliás, deveria pegar ainda mais no pé dela do que estou pegando. TDK2, é sim, um grande e fedorento pedaço de merda em decomposição, e deveria ter sido esquecida para o bem comum. É verdade que tem algo de bom dentro daquela HQ, chafurdando por entre toda a merda putrefata que Miller escreveu (o breve arco do Questão, por exemplo). Mas não vale a pena pensar nisso, são apenas umas pouquíssimas ideias que nem tem a ver com Batman ou merda nenhuma dentro daquilo lá.

Mas isso é um assunto para outra ocasião. Vamos ver o que a segunda edição, ou "livro dois" de TDK3 nos traz de bom dessa vez. Da última vez que paramos, vimos que tinha uma menina vestida de Batman andando pelas ruas, Bruce Wayne nem deu sinal de vida, o Superman está no gelo, a Mulher "Machovilha" (acostumem-se, é assim que vou chamá-la a partir de agora) não tá nem aí pra merda nenhuma e a filha do Super, Lara, foi atrás do prof. Ray Palmer, porque ela acha que deve fazer a cidade kriptoniana de Kandor voltar ao tamanho normal. Uuuhh, que jovem dinâmica... humanista... E BURRA! Alguém aí dá um troféu pra ela ficar quieta, vai! Aiaiai...

A edição abre com... êêh, Miller... é você! Eu sei que é você! Essa composição de painéis tombados estilizados e essas falas maliciosas... essas pausas dramáticas exageradas divididas em vários balões... pode levantar as cortinas, seu abestado, eu sei muito bem que é você.  Ahhh... pra não dizer que eu só critico o moço, o trabalho dele aqui está um pouquinho melhor, mas ainda muito longe de ser o que foi um dia. Pelo menos, nada pode ser pior do que Holy Terror.

Enfim, Carrie Kelley - sim, é ela mesma, como eu havia cogitado no post anterior - é levada pela polícia aos berros de "Bruce Wayne está morto" e interrogada pela Comissária Yindel. A partir daí, parece que o Azzarello assume o timão desse navio, e vemos Kelley, ex-Robin, ex-Cat-Girl (que merda era aquilo!), mas ainda, uma fiel soldada da cruzada do patrãozinho. Ela conta para a Yindel que estava junto de Wayne em seus "momentos finais", quando já estava entubado e sobrevivendo às custas de aparelhos, falando que o cara nunca se recuperou; "de quê?", tinha sido minha pronta pergunta, pois no final da merda de roteiro cheia de buracos e inconsistências de TDK2 ele me parecia muito bem, fazia até piadinhas com os outros.

Viro a página e levo a mão à testa... poderíamos ter passado sem essa, não é Miller? Ou Azzarello, sei lá... no topo da página, uma enorme ilustração da tortura que o Lex Luthor corcunda e brutamontes de TDK2 inflingiu ao morcego de chifres molengas. Ai meu saco! Não dava pra esquecer isso não? Sem falar que, como eu já falei, não faz sentido algum, porque no final da patota, o patrãozinho estava bem, apesar da porradaria. Quem leu a coisa toda, se lembra, quem não leu... bem... continue assim, continue, não vale a pena.

O pior de tudo é ver o roteiro dessa parte 3 tentando passar alguma credibilidade para aquilo tudo. Santa paciência! Pelo menos, os desenhos que reproduzem as cenas não parecem rabiscos horrorosos e photoshops feitos às pressas, como em TDK2, já se assemelham mais a desenhos mesmo, e não a uma criança infante tentando rabiscar algo em um papel.

Depois de contado todo o drama que foi ver o patrãozinho em seus momentos finais, a Kelley termina o relato e a comissária pergunta o que fizeram com o corpo... e de uma forma pitorescamente bizonha e maliciosa, Kelley diz que o comeu... mas era ela que há poucos minutos tava fazendo o maior drama pela morte do cara, e... e... ah, é mesmo... MILLEEEEER!! Volta pro seu canto, já!

Mais a frente, vemos o minúsculo Baal, cidadão de Kandor trocando ideias com o prof. Palmer e Lara, enquanto o professor tenta preparar tudo para a experiência de trazer Kandor de volta ao tamanho normal; isso vai dar merdaaaaa...

Em tempo, estou bastante interessado neste novo personagem, Baal; se for o correspondente a sua figura bíblica, então só posso dizer que trará muitos problemas.

Ok, vamos ver como Carrie Kelley está se saindo; ela é levada em um carro da polícia, mas já que foi treinada nas táticas do Batman de estar sempre a um passo a frente de todos, o carro é interceptado por um míssil que é acionado ao assobio de Kelley, e o que disparou o míssil foi... o bat-tanque.

Ok, duas constatações: 1) de repente eu consigo ver a trilogia de Nolan aqui no meio da narrativa, sendo aproveitada por Azzarello, o que é muito bom, e resgatar isso com o bat-tanque do primeiro Cavaleiro das Trevas de Miller foi uma bela sacada; 2) desafio o Miller fazer com que o Kubert desenhe uma personagem feminina que seja, que não tenha lábios carnudos. Sério! O Miller tem uma fixação, uma tara por lábios carnudos, não sei por que cargas d'água! Pode pegar qualquer HQ que o Miller desenhou, sempre vai ter mulheres com lábios carnudos, da mais "comportadinha" até a mais safada, parece até uma invasão de Angelinas Jolies. Enfim, enquanto a polícia não sabe o que fazer, Kelley está lá, atirada no chão, rindo da bagunça toda. O tanque recolhe ela e parte em retirada.

Voltando à Ray Palmer e a cidade de Kandor; em meio ao deserto, Palmer consegue trazer Kandor de volta ao seu tamanho normal, e para seu desgosto, vê que acabou cometendo uma bela de uma cagada, visto que Kandor aparece em pleno conflito, com seus cidadãos literalmente matando uns aos outros. Acho que ainda é muito cedo aqui pra dizer "eu avisei", mas... é, pois é, eu avisei! Deu merda, e da brava! O governador de Kandor, Quar, com o apoio de Baal, consegue reduzir Palmer ao tamanho minúsculo, e Baal o pisoteia, dando a entender que o Átomo virou pizza. Descobriremos na edição do mês que vem, creio eu.

No momento, ficamos com a visão aterradora de uma cidade alienígena querendo assumir o controle da Terra, e finalmente vemos, após duas edições, o patrãozinho senhor Wayne de pé com sua muleta, na sua caverna, com um olhar misterioso para Kelley e disposto a fazer alguma coisa. E não, não é sair por aí com o batmóvel pra buscar umas putas, muito embora isso talvez poderia estar acontecendo no mundo de Miller.

Mas enfim, vamos terminar olhando a mini-revista sobre a Mulher Machovilha, intitulada Dark Knight Universe Presents: Wonder Woman - #1. Eu ainda não consigo entender a razão dessas mini-revistas impressas a parte da revista principal, mas enfim, vamos a ela. É muito simples, comissário: a amazona e a sua filhinha, Lara, estão treinando e a mãe fica com gracinhas de guerreira amazona pra cima da filha...

Tsc, tsc... alguém lembrou de dar o remedinho do Miller? Me pareceu que ele está escrevendo 300 de novo. Pelo menos o Eduardo Risso (um dos parceiros recorrentes de Azzarello) tá desenhando dessa vez, já melhora.

Enfim, o que a Machovilha esquece, do alto de sua sandália e seu shortinho, é que a filha não é uma amazona, e Lara bota panca em cima da mãe dizendo "this... is... Kriptoooon!" (brincadeira, ela não diz assim, mas a ideia foi essa), após deixar a boboca estilhaçar sua espada no peito da filha, e sai voando botando moral.

Faz sentido. Desde TDK2 ela tem se mostrado uma tonta. Admitamos aqui, só na cabeça de jerico do Miller pra achar que o orgulho amazona, junto com o Capitão Marvel e o Superfrouxo, iriam ceder para a chantagem de um canalha como Lex Luthor! Uma das maiores incoerências de TDK2 é essa, e ao invés de retificar isso aqui, Miller e Azzarello preferem arrastar esse jogo adiante. Isso sem contar a frouxidão do Superman; se na história original dos anos 80 ele botava panca de fodão de frente para o morcego, faz desde TDK2 que ele vem se tornando cada vez mais frouxo e zé-ruela.

Mas, apesar de todos estes pesares, a narrativa aqui nesta segunda edição de TDK3 melhora em relação à primeira, nos trazendo até mesmo referências históricas e de outras publicações. Pra onde isso tudo vai nos levar, eu ainda não sei, mas o que eu sei é que a treta foi muito bem plantada aqui; fruto da inocência e estupidez de alguns personagens, mas de qualquer forma, bem plantada. Mês que vem a gente vê o que virou.

The Dark Knight III: The Master Race - Book 2 (Fevereiro/2016)
Título em português BR: Cavaleiro Das Trevas III: A Raça Superior - Livro Dois
Total de edições: 9
Data de lançamento no Brasil: Junho/2016

Editora: DC Comics
Formato: Minissérie mensal
Roteiros: Frank Miller, Brian Azzarello
Desenhistas: Andy Kubert (principal) / Eduardo Risso (Mulher Maravilha 1)
Coloristas: Brad Anderson (principal) / Trish Mulvihill (Mulher Maravilha 1)
Arte-finalista: Klaus Janson
Letrista: Clem Robins
Editor: Bobbie Chase (principal) / Mark Doyle (Mulher Maravilha 1)

Edições:
- Livro 9 (Jun/2017)
- Livro 8 (Mai/2017)
Livro 7 (Fev/2017)
- Livro 6 (Dez/2016)
- Livro 5 (Ago/2016)
- Livro 4 (Jun/2016)
- Livro 3 (Abr/2016)
- Livro 2 (Fev/2016)
Livro 1 (Jan/2016)

Parte da série de HQs que engloba:

- Dark Knight Returns: The Last Crusade (Cavaleiro das Trevas: A Última Cruzada) (2016)
The Dark Knight III: The Master Race (Cavaleiro Das Trevas III: A Raça Superior) (2016)
- The Dark Knight Strikes Again (Batman: O Cavaleiro Das Trevas 2) (2001 - 2002)
- The Dark Knight Returns (Batman: O Cavaleiro Das Trevas) (1986)

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