Sunday, September 13, 2015

HQ: Batman: Futures End #1 - Remains (Batman: Fim dos Tempos nº 1 - Restos Mortais)

Certo dia eu passei em frente à banca de jornal perto do lugar que trabalho para ver as novidades e fui à sessão de HQs. Eu gosto de ficar olhando por um bom tempo para as HQs, só para ver se eu não vou acabar levando alguma para ler em casa. Eu lembro uma vez que eu mencionei, no artigo sobre a edição 1 da nova revista do Batman, que eu havia voltado a comprar HQs, pelo menos durante um certo tempo para ler um novo arco de histórias. Atualmente eu estou passando por lá de novo para o bat-arco End Game e também peguei curiosidade em ver a nova fase do Arqueiro Verde, que teve muitos elementos da sensacional série de TV com Stephen Amell incorporados. Pois é. E pensar que eu havia parado de colecionar HQs lá pelos meus 20 anos, mas a gente nunca perde a mania quando realmente gosta de algo, não é mesmo? Enfim. Foi aí que eu comecei a ver um monte de revistas da DC plastificadas nas prateleiras e saquei essa daqui que eu vou falar agora, Batman: Futures End, que saiu originalmente em Novembro de 2014.

Olhei para aquilo e fiquei intrigado. Eu nem havia dirigido de volta para casa ainda, só entrei no carro, tirei o plástico da revista lá dentro mesmo, coloquei o plástico no lixinho do carro e fiquei olhando longamente para aquela capa de plástico transparente. Dizem que a edição que saiu originalmente nos EUA saiu em capa lenticular. Enfim, abri a capa e reparei na ilustração mudando levemente e mostrando Batman com um negócio esquisito nas costas. Que diabos era aquilo?

Quando tive tempo para ler com calma, é que fui entender. Aí fui pesquisar na net o que era tudo aquilo e do que se tratava aquele título, Fim dos Tempos. Vamos então a uma breve explicação: o título se refere à um evento que está acontecendo no universo DC dos Novos 52. Para quem não sabe, o universo anterior da DC, que se passava na Nova Terra, acabou em 2011 e, no presente momento, estamos acompanhando este universo dos Novos 52 que se passa na Terra Prime. Eu não sei se vou acompanhar o evento, mas por enquanto, eu só li o título do Batman, por curiosidade mesmo, e por ser fã do herói e estar acompanhando alguns arcos do Batman nos Novos 52, só por isso. Talvez mais pra frente eu leia outros títulos, mas vou esperar.

Background


A história do evento da DC que saiu agora em Maio no Brasil é o seguinte, pelo que eu li na Wikia da DC Comics: Terry McGinnis, o Batman do futuro, volta no tempo para impedir que o Irmão Olho, o computador criado por Jack Kirby em 1974 e repaginado aqui nos Novos 52 a partir deste evento, domine a raça humana e destrua a todos; todas as séries da DC então pularam 5 anos à frente no tempo para nos mostrar possíveis futuros para cada herói. A série normal vem com o título do evento, sendo as revistas individuais de cada personagem, apenas títulos tie-ins, para complementar a narrativa. Ou seja, este futuro que vamos vislumbrar do Batman, pode ser um futuro possível, não certo.

Na edição brasileira da revista, que foi a que eu peguei, com 108 páginas, também colocaram juntas as revistas da Harley Quinn, Grayson, Batwing e Detective Comics, todas referentes ao mega evento. Vamos falar somente da revista do Batman, por enquanto.

História


A história abre nos situando 5 anos a frente na cronologia atual do morcego, enquanto vemos Bruce Wayne na batcaverna, tentando fazer experimentos com clones. Ele está tentando aprimorar esses clones para retardar o processo de morte deles, mas não está dando certo. Vemos Bruce e Alfred mais velhos e Bruce está com o aparato esquisito da capa da revista nas costas. Através do mordomo, a gente entende que a coluna vertebral do morcego já foi pras cucuias e ele não consegue ficar em pé sem aquele aparelho nas costas. Também percebemos que Wayne está com uma aparência deplorável, fruto de todas as suas batalhas, além de estar quase careca. O engraçado é a gente ver o Alfred com um daqueles óculos de farofeiro de praia e aquela aparência meio de general aposentado.

Enfim, Bruce decide que, após ter tentado várias alternativas de componentes para retardar a morte de seus clones, sua última esperança é invadir o prédio da Lexcorp para pegar um tal de componente Caulder, desenvolvido por um Dr. Caulder. Mas Alfred, com aquela atitude paterna de sempre, tenta fazer Bruce desistir da investida, uma vez que a segurança do prédio de Lex é letal e que o próprio Batman havia proibido sua equipe de ir para aquele lugar. Claro, isso dá em nada e Bruce vai do mesmo jeito, ferrado do jeito que está. Ele veste uma roupa especial de Batman que lhe permite ter uma resistência maior e se injeta analgésicos e estimulantes para ter 40 minutos para poder agir antes que a roupa entre em curto e ele fique paralisado.

Esse jeitão do Alfred tentar persuadir Bruce me lembrou um pouco aquele do Alfred de The Dark Knight Rises, tentando convencer o Christian Bale a não vestir mais a roupa de Batman. Mencionei isso porque após Batman partir e deixar Alfred na escuta da caverna, na sequência de painéis que mostra o morcego invadindo o prédio da Lexcorp, há um painel com uma fotografia que lembra direitinho o Batman em The Dark Knight sobrevoando o céu de Tóquio para pegar o contador Lau, mas a ilustração do painel é igualzinha mesmo, até na angulação, me convencendo de que as referências feitas ao Batman de Christopher Nolan aqui não são por acaso.

Bom, o morcego parte para o prédio, inclusive se referindo a Alfred com o codinome "penny-um" e consegue (pasmem!) transpassar o vidro da janela do andar com um tal de "protocolo Allen". Basicamente ele vibra tão rápido quanto Barry Allen, o Flash, que consegue entrar no andar sem nem mesmo arrebentar a janela. Ah, esqueci de mencionar: um dos argumentistas desta história é o Scott Snyder, daí já se entende os exageros aqui!

Já dentro da Lexcorp, o morcego usa-se de uma gravação da voz de Lex Luthor para adentrar as profundezas do prédio. Após pegar o elevador e descer, um holograma de Luthor aparece e avisa que, quem quer que seja que estivesse invadindo, iria morrer com um gás que começou a sair. Precavido, Batman trouxe sua máscara de gás e consegue evitar a morte, mas um sentinela robô ataca o morcego. Após conseguir se livrar do ambiente tóxico e dos sentinelas, Batman é parabenizado novamente pelo Lex holograma, que diz que se for o Lex de carne e osso que está ali, era só falar que todas as defesas seriam desativadas. O silêncio faz com que os sentinelas retornem e, enquanto procuram seu alvo, Batman vai até uma câmara onde vê que Lex estava tentando clonar o Superman novamente.

Luthor havia acessado todos os meios legais e ilegais para conseguir recursos e destruiu qualquer outro laboratório que pudesse recriar a fórmula do Dr. Caulder que ele se apoderou, para que ele fosse o único no mundo que pudesse criar clones que realmente funcionassem. Batman então decide pegar a fórmula e destruir o laboratório inteiro da Lexcorp, sem deixar vestígio algum. Ele então programa um detonador para explodir em 10 minutos, mas de repente tudo começa a explodir ao seu redor. Para piorar, Batman ainda é atacado por um clone do Superman que virou o Bizarro.

Alfred se preocupa em saber se o morcego está bem, e Batman concentra-se em ficar vivo. O morcego recorre aos sistemas de defesa do seu traje para aguentar as explosões e se livrar do Bizarro, enquanto o Lex holograma finalmente se dá conta de que seu adversário era o morcego e recorre a um último recurso: 2000 litros de hélio líquido explosivo inundando o lugar. Por sorte, Batman consegue acionar o protocolo Allen novamente e cavar atalhos pelas paredes para sair do prédio antes de voar pelos ares.

Ao chegar na caverna novamente, já com o traje em curto e paralisado, Batman é recolhido por Alfred e devidamente tratado. Alfred percebe que Bruce estava certo na leitura do componente Caulder e que os clones que Bruce estava fazendo dele mesmo são viáveis, e é aqui na última parte da história, que descobrimos que Bruce estava tentando clonar a si mesmo para que Gotham sempre tenha um Batman, não importa o que aconteça. Aqui termina a narrativa.

Sinceramente, eu até achei interessante, mas... é, você acertou... exagerado demais! Além disso, Batman jamais iria querer fazer clones de si mesmo, ele no máximo iria treinar substitutos para ficarem em seu lugar combatendo o crime, como fez com Batwing, Terry, Damian e todos os Robins que passaram por ele. Definitivamente, foi uma história com decisões absurdas demais para o meu gosto e que eu tenho certeza que o Batman não tomaria. A parte da estratégia dele para se manter vivo dentro da Lexcorp foi até crível, algo que eu posso ver o morcego fazer, mas de resto, foi bastante exagerado.

Enfim, por ser um futuro possível, a gente pode até pegar leve e relevar algumas coisas, mas no geral, não animou tanto assim para ver o resto deste evento do Universo DC. Depois eu vou ler as outras revistas que vieram no encadernado que comprei e ver se compensa mais. Na revista da Harley tem ela vestida de noiva e parece que casada com o Coringa... como assim, colega? Uma hora eu tomo um tempo pra tirar isso a limpo.

Batman: Futures End #1 - Remains (Novembro/2014)
Título em português BR: Batman: Fim dos Tempos nº 1 - Restos Mortais
Nº de edições: 1
Nota: 6,5 / 10

Editora: DC Comics
Formato: Tie-in
Roteiro: Ray Fawkes, Scott Snyder
Desenhista: ACO
Colorista: FCO Plascencia
Letrista: Dezi Sienty, Carlos M. Mangual
Editores: Matt Humphreys

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