Como parte das últimas matérias que vou postar no blog, vou falar sobre um cineasta cujo trabalho, todas as vezes que vejo, o encaro com respeito e admiração: Christopher Nolan.
Talvez seja um dos pouquíssimos jovens cineastas de Hollywood que ainda consegue produzir um trabalho realmente memorável e relevante, porque todos nós sabemos que aquela geração de cineastas que antes habitava o microcosmos de Hollywood, caras como Alfred Hitchcock, Stanley Kubrick, Sergio Leone, Rod Serling, George Pal, Charles Chaplin e tantos outros irrepreensíveis e incontestáveis, estão mortos e não serão substituídos por ninguém, e outros mais antigos, como Martin Scorcese, Steven Spielberg, Silvester Stallone e Clint Eastwood que ainda estão vivos, estão com poucos anos de vida, e também não serão substituídos, e atualmente... vamos ser francos... não há muitos talentos jovens e que consigam fazer um trabalho de excelência. O cinema hollywoodiano está, a cada ano, piorando sua qualidade.
Talvez seja um dos pouquíssimos jovens cineastas de Hollywood que ainda consegue produzir um trabalho realmente memorável e relevante, porque todos nós sabemos que aquela geração de cineastas que antes habitava o microcosmos de Hollywood, caras como Alfred Hitchcock, Stanley Kubrick, Sergio Leone, Rod Serling, George Pal, Charles Chaplin e tantos outros irrepreensíveis e incontestáveis, estão mortos e não serão substituídos por ninguém, e outros mais antigos, como Martin Scorcese, Steven Spielberg, Silvester Stallone e Clint Eastwood que ainda estão vivos, estão com poucos anos de vida, e também não serão substituídos, e atualmente... vamos ser francos... não há muitos talentos jovens e que consigam fazer um trabalho de excelência. O cinema hollywoodiano está, a cada ano, piorando sua qualidade.
Portanto, vamos pensar aqui nos cineastas que ainda conseguem nos instigar de certa maneira: Quentin Tarantino... Danny Boyle... Alfonso Cuarón... ... ... AHAAA!!!... CHRISTOPHER NOLAN!
Sim, senhores. Christopher Nolan para mim é o melhor diretor da atualidade. Eu sou um dos maiores admiradores de sua obra, e posso garantir para os senhores que não consigo encontrar um filme sequer de Nolan que seja nota abaixo de 8. Todos os seus filmes para mim tem algo bom e positivo para dizer, ao mesmo tempo que conseguem aquele efeito de cinema pipoca clássico de Hollywood, também fazem você pensar.
"Mas Ricardo, já que é para falar do bom cinema, porque você não fala dos diretores clássicos que mencionou?"
Porque você já os conhece, e sabe que são irrepreensíveis. E se não os conhece, pare já de ler essa matéria e vá conhecê-los.
Depois volte aqui. Eu espero.
...
Voltou? Viu pelo menos um filme de cada um desses caras? Viu Psycho do Hitchcock, 2001 do Kubrick, The Good, The Bad and The Ugly do Leone, Unforgiven do Eastwood, Twilight Zone do Rod Serling, The Time Machine do Pal, algum clássico do Chaplin, como Modern Times, por exemplo? Checou Taxi Driver do Scorcese, Jaws do Spielberg, algum da série do Rocky Balboa do Stallone? VIU MESMO?
Pois muito bem, agora que você está sabendo mais do assunto, prosseguindo.
O que vou fazer aqui é bem simples: destrinchar a filmografia de Christopher Nolan lhe mostrando por que você deve conferi-la. Será minha última matéria e contribuição de filmes para o site. Vamos lá.
Christopher Nolan começou de forma bem simples, mas com a classe que todo mundo conhece. Para despontar, ele fez um curta-metragem chamado Doodlebug. Ele já havia trabalhado em pequenos projetos de curtas antes desse, um se chamava Tarantella, de 1989, e o outro se chamava Larceny, de 1996, mas não é possível encontrar registro em vídeo desses dois projetos, então começamos pelo Doodlebug, de 1997, como ponto referencial inicial, um curta bem interessante em preto e branco. Nolan fez mais um curta depois deste, homenageando os irmãos Quay em Quay, de 2015, mostrando o processo de filmagem deles de stop-motion.
A ORIGEM
Iniciemos pelo primeiro longa-metragem de sua carreira, chamado Following, de 1998. É um experimento interessante, e o menor longa da carreira do diretor. Ele conta a história de um cara chamado Bill, que se diz escritor e que está interessado em seguir pessoas pela rua para estudar personalidades para um potencial livro seu. Só que um dia, num café, ele é pego por um cara chamado Cobb, que reparou que estava sendo seguido, e disse a Bill o que ele fazia, que era entrar na casa das pessoas e bagunçar as coisas lá dentro. A partir daí, Bill se interessa e passa a ser cúmplice de Cobb, mas tem toda uma trama maior arquitetada por trás disso que envolve ainda uma loira. O filme é todo filmado em preto e branco e com um elenco desconhecido e bem enxugado, produção bem econômica e independente mesmo. Para quem está interessado em ver o trabalho do Nolan até antes mesmo de despontar em uma sala de cinema, eu acho que este filme aqui vai dar a ideia exata de como era Nolan antes da fama. Diferente de muitas pessoas, eu já conhecia Christopher Nolan bem antes de Batman, e posso assegurar que muita gente vai ficar impressionada com a coerência do trabalho do cara antes da fama, porque a única coisa que difere este filme aqui dos demais dele, é o pouco dinheiro investido na produção, porque o estilo de cinematografia é bem semelhante. Lógico que houve avanços em comparação aos filmes que vieram depois, mas a integridade na identidade e no estilo que fizeram este diretor famoso estão intactos. O final do filme é muito bom também, vale a pena assistir.
(1) E como o filme se passa todo ao contrário, você se sente exatamente como o protagonista se sente. Isso foi uma coisa que me fez tomar um interesse imediato pela carreira do Nolan, este filme aqui, eu lembro que depois de uns dois anos, mais ou menos, eu o comprei em DVD, e tenho ele lá até hoje, é um dos meus filmes favoritos de mistério e suspense.
(2) Dessa forma, ele consegue se lembrar de toda sua vida até antes do acidente, mas depois dele, esquece tudo 1 minuto depois que aconteceu, e por isso tem que tatuar seu corpo com mensagens e tirar fotos polaroid para guardar coisas, porque sua memória está inutilizada. A coisa funciona bem assim: ele sabe o que quer fazer depois, mas não se recorda do que aconteceu antes.
(3) Quando acabou o filme a gente saiu na maior empolgação, discutindo a coisa, de tão louca que foi! A trama do filme passa toda ao contrário, o fim é o começo, e o começo é o fim da projeção! Desta forma, você, espectador, é colocado na mesma condição que o protagonista, Leonard Shelby, que teve a esposa morta e o cérebro dele prejudicado pelo acidente.
(4) O filme seguinte se chama Memento, de 2000, que foi erroneamente traduzido no Brasil como "Amnésia", só que não tem nada a ver. Este foi o primeiro filme do Nolan que eu assisti nos cinemas, como eu disse antes, eu já o conhecia bem antes do Batman. Lembro até hoje, eu e meu irmão indo para a UCI ver isso aqui sem ter a menor pista do que fosse.
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Sentiu a desorientação de ler algo sem saber o que veio antes? Então, era essa minha intenção, te mostrar como você se sente vendo o filme! Agora leia tudo na sequência correta - (4)-(3)-(2)-(1) - e depois, vá correndo conferir este filme aqui!
Finalizando esta parte do início da carreira do cineasta, temos o filme Insomnia, de 2002. Na verdade, este filme é um remake de um filme norueguês de mesmo nome, dirigido por Erik Skjoldbjærg. As tramas tanto do original norueguês quanto da versão do Nolan são exatamente iguais, mudando apenas o final de cada filme. A história é sobre um policial interpretado pelo Pacino que vai para uma cidade pequena que nunca anoitece, e ele tem um problema sério de insônia. Acontece que ele tem que ajudar a polícia de lá a desvendar um assassinato, mas os efeitos da claridade extrema e da falta de sono fazem o policial perder o foco ou ter alucinações, e no meio de uma perseguição por uma área arborizada e com muita névoa, ele acaba por atirar e matar um membro da própria força policial, mas ninguém sabe que foi ele. O restante do filme então é ele escondendo esse segredo e tentando achar o assassino, que viu e sabe o que o policial fez. A trama é muito bem adaptada do original e muito bem costurada, e as atuações de Al Pacino e Robin Williams são magnéticas, e não deixam você tirar o olho da tela por um minuto. O original eu também já vi, é um filme um pouco mais reflexivo e verborrágico, mas aqui, Nolan pegou uma ideia que tinha tudo para ser maçante e cansativa, e inoculou suspense e um roteiro tão dinâmico que o filme passa e você não vê o tempo passar. Tranquilamente eu digo a vocês que este remake aqui superou o original, inclusive no final! Imperdível.
Vamos passar agora então ao período hollywoodiano máximo do Nolan, o período em que todos os olhos do mundo estavam voltados para ele: é o período da sua trilogia do Batman, que fez um estrondoso sucesso, e que conseguiu o respeito e admiração de muitas pessoas.
APOGEU: BATMAN E OS GRANDES TRUQUES
Entre 2002 e 2003, a WB e a DC estavam procurando alguém para ressuscitar o Batman, destruído por Joel Schumacher no final da década de 1990. Tentaram muita gente, como Darren Aronofsky, Joss Whedon, e por aí vai, mas ninguém se mostrou mais apto ao posto do que Nolan; e o cara arrebentou a boca do balão! Foi além: redefiniu o filme de quadrinhos e impôs um novo padrão de qualidade para ele. Existe o cinema baseado em HQs (parco, mas existe) antes do Nolan e o depois do Nolan. Você pode ver que muitos filmes de quadrinhos, INCLUSIVE da Marvel, são resultado dessa intervenção do cara.
Em 2005 sairia, em todos os cinemas, Batman Begins. Eu não vou comentar as mesmas coisas que eu falei no meu artigo sobre o filme, entre lá e leia, porque está bem detalhado, mas vou pontuar aqui, que nenhum outro filme do Batman de carne e osso, live-action, tinha me deixado mais feliz do que este aqui. As animações acertavam sempre naquela época, hoje em dia já estão fraquejando das pernas também, todo ano eu vejo elas piorarem mais um pouco (estou falando com você mesma, viu DC?), mas nessa época do filme, animações eram satisfação garantida dos fãs. O filme de Nolan mudou isso completamente, basta ver que ele já completou 15 anos e sobreviveu ao teste do tempo. Analisando ele agora, longe de seu período histórico, eu vejo o quanto que o Nolan conseguiu imprimir o estilo dele de cinema arte com aquele toque hollywoodiano de cinema pipoca, e fazer uma narrativa contundente e interessante para um personagem que já tem mais de 7 décadas de existência. Isso é realmente um feito e tanto! Nolan no fundo sabia que iriam querer que ele fizesse uma continuação para o filme, mesmo dizendo em público que não estava pensando em uma, eu nunca parei de pensar que lá no fundo ele já estava pensando em como seria uma possível sequência. Mas, enquanto ela não vinha, temos o próximo filme que Nolan fez nesta época.
O próximo filme de Nolan é The Prestige, de 2006, ou como a gente gostava de falar à época, o filme do Batman com o Alfred e o Wolverine, por motivos óbvios! E hoje em dia, podemos dizer também que a Viúva Negra estava envolvida, muito embora ela não tenha ainda se descoberto nesta época, porque o MCU ainda não havia começado! Bem, a trama do filme é baseada no livro homônimo de 1995 do escritor Christopher Priest, é uma história de época que se passa em 1890, e conta a história da rivalidade de dois mágicos, interpretados pelo Christian Bale e o Hugh Jackman, por causa de uma tragédia do passado que os transformaram em inimigos. Um tem um truque que o outro quer aprender a fazer, e para isso vai procurar a ajuda de cientistas renomados, figuras do mundo real, como Tesla e Thomas Edison. O saudoso David Bowie volta às câmeras e interpreta aqui Tesla, ajudando o personagem de Jackman a cumprir seu trunfo. Junto disso, é formado um triângulo amoroso entre Angier e Borden, os protagonistas interpretados por Jackman e Bale, por causa de Olivia, personagem de Scarlett Johansson. Uma coisa do filme que ficou bem famosa foi a explicação dos três atos de um mágico e a pergunta que aparece no pôster: "Are you watching closely?", pois dizem que quanto mais prestamos atenção em um truque de mágica, mais somos sugados por ele e enganados pelo ilusionismo. Ideias muito interessantes que Nolan trabalhou primorosamente no filme. O final também é ótimo, após vários plot twists.
Após este pequeno intervalo, Nolan volta ao Batman em 2008 com o excelente The Dark Knight. Assim como o primeiro filme da trilogia de Nolan, eu escrevi uma resenha deste aqui também, e não vou me repetir ao que eu já disse na minha resenha de 2015, endosso cada palavra que eu disse lá, mas não vou me repetir. Vou apenas afirmar que este filme é um exemplo perfeito de como o Nolan sabe utilizar de seus conhecimentos de cinema pipoca e juntar com algo um pouco mais cerebral, e a grande prova disso está no final, em que - recuperando um comentário que fiz na minha própria resenha - Batman e Coringa ficam cada um para um lado, um em pé, e o outro de cabeça para baixo, e Nolan se aproveita dessa fotografia para estabelecer naquela cena magistral a natureza dos dois protagonistas como dois lados de uma mesma carta de baralho. E o cara simplesmente arrebenta no desenvolvimento da narrativa e também nas ideias que o filme passa para você. Foi também o primeiro filme do diretor que teve algumas cenas em IMAX. Foi este daqui o filme que CONSOLIDOU, de forma indelével, a contribuição gigantesca do Nolan para os filmes de hqs ou filmes pipoca de forma geral. Pena que, após alguns anos, Hollywood esqueceu tudo de novo, porém, o marco ficou, está aqui, e este está, sem a menor sombra de dúvidas, entre os melhores filmes que o Nolan já fez. Mas o melhor mesmo, pelo menos para mim, ele viria a materializar em seu próximo trabalho.
O próximo trabalho de Christopher Nolan é realmente uma verdadeira obra-prima! Trata-se de Inception, de 2010. É um filme que não somente traz uma ideia nova, uma das últimas em Hollywood aliás, mas que também consegue inovar os efeitos visuais como os conhecemos. Este aqui é um passo adiante em termos de tecnologia visual, principalmente por ser inteiramente em IMAX. Conta a história de um cara interpretado pelo Di Caprio, chamado Don Cobb, e sua equipe, que realiza serviços entrando nos sonhos das pessoas com uma máquina, para retirar informações. Eles conhecem todas as técnics para fazer isso com excelência. Então, um cara contrata eles para requerer um pedido que seria o oposto: inserir algum tipo de informação na cabeça de alguém. Dada a complexidade da tarefa, Cobb monta uma equipe e eles partem para realizar este feito incrível. O roteiro é sensacional! A explicação das camadas de sonho é interessantíssima, o conceito dos avatares é bem inteligente, e o desenvolvimento da trama é muito bem costurado. Eu fico sempre assistindo e imaginando como foi difícil compor aquelas cenas de ação no filme junto com a cronologia dentro e fora das camadas de sonho. É o tipo de filme que você quer voltar e ver de novo, e e novo, e de novo, para garantir que você entendeu muito bem as coisas. Para mim, este é o melhor filme da carreira do diretor, mescla ação e cinema cabeça com maestria, tanta maestria, que você nem vê o tempo passar. Um trabalho simplesmente primoroso.
Terminando este período em que Nolan esteve com os olhares mais atentos do público em seu trabalho, temos a conclusão da sua trilogia do Batman, The Dark Knight Rises, de 2012. Novamente, fiz uma resenha do filme para o especial do Batman de 2015, então entrem lá e leiam. Talvez seja o único filme da obra do Nolan que não funcione tão bem sem os dois anteriores com o personagem. Mas a conclusão é acertada e bastante emotiva. O filme, como eu disse na resenha, ampliou mais ainda o conceito de que se estava produzindo uma ópera sombria para o Batman, e não apenas colocando ele em um ambiente mais próximo da vida real. O filme é um final apoteótico para a trilogia, com mais conceitos interessantes, e que recupera, como toda boa ópera que chega ao seu climax, elementos trabalhados lá atrás em seu início, como "por que caimos", e outras coisas. Até o presente momento, este foi o único caso em que Nolan trabalhou com cinesséries, não houve mais caso algum depois desse até agora, mas foi interessante vermos que até mesmo com isso Nolan era habilidoso para fazer, porque ele não faz um filme e fica pensando no próximo, não, ele vive o agora, e depois pensa no que fará em seguida. Foi desta maneira que ele conseguiu entrar no seleto hall de diretores que fizeram trilogias de sucesso, e que devem ser conferidas. E aqui finaliza o bat-período de Nolan, este em que ele esteve mais exposto ao olhar público do que o normal, muito embora no filme seguinte as pessoas ainda estavam bem interessadas em ver o que o diretor faria em seguida. E ele seguiu fazendo obras relevantes!
NOLAN: HOJE E ALÉM
Para finalizar este artigo, checaremos suas duas últimas obras.
Saído da fama por ter dirigido a trilogia do homem-morcego, Christopher Nolan decide mudar seu foco, e elabora a ficção-científica Interstellar, de 2014. Quando o filme estava sendo exibido, muita gente dizia que ele era uma espécie de 2001: A Space Odyssey explicado, mas eu nunca vi dessa forma, podem ver inclusive na minha resenha que eu sequer cito o filme de Kubrick. Agora, verdade seja dita: Nolan disse em uma entrevista que muito embora jamais consiga se igualar a Kubrick, isso não quer dizer que ele não poderia pegar elementos de Kubrick para seus filmes. E foi isso que ele fez, realmente há elementos de Kubrick aqui, no caso de 2001. O filme é bastante interessante e conta com a frequente exposição de conceitos que estamos acostumados. Um astronauta é chamado a investigar uma ocorrencia gravitacional que abre espaço para outras possibilidades de mundos habitáveis para nós, e vai investigar com sua equipe. Enquanto isso, sua filha na terra tem contato com estranhas ocorrências do que parecem ser fantasmas, mas a conclusão nos mostra algo bem diferente. É uma das ficções-científicas mais interessantes que eu já assisti, e se usa muito bem de poesia (Dylan Thomas), da lei de Murphy (a filha do astronauta também chama Murphy) e de preceitos científicos como buracos de minhoca e dimensões paralelas. Não é um Kubrick, nem nunca vai ser. Mas é muito interessante de se conferir.
Por fim, agora em 2017, Nolan dirigiu o filme de época Dunkirk, mais um do diretor que eu escrevi uma resenha, e que mostra um cerco que foi imposto a tropas de aliados ingleses e franceses da Bélgica na Segunda Guerra Mundial, e um grupo de soldados ficaram reféns na ilha de Dunkirk, bombardeada por soldados alemães, fato que faz com que lutem pela sua sobrevivência. Uma das coisas mais interessantes deste filme cuja história se passa nos tempos do intrépido ministro Winston Churchil, é a forma como lhe é contada a trama toda. Nolan divide os eventos do filme em três etapas diferentes, mostrando a trama principal, em que os soldados lutam por uma semana para sairem da ilha, ao mesmo tempo em que vemos uma embarcação e um avião passar por apuros em uma hora de duração cada evento. Você até chega a sentir uma certa desorientação com isso, mas trata-se de Nolan da gema, se checarmos seus primeiros filmes, essa técnica de elipse temporal que ele usa vem bastante lá de trás, e isso é uma das coisas que o torna fascinante. A trama complementa a história que o diretor Joe Wright lançou em 2018 sobre Churchil, Darkest Hour, ao mesmo tempo que te proporciona horas magnéticas e de pura tensão. É um filme não só muito interessante, e que retrata de maneira bem fiel um momento bem difícil da história do mundo, mas que também tem um final apoteótico e muito emocional, que vai te deixar boquiaberto, envolvendo a breve "participação" de Churchil na trama.
Bem, pararemos por aqui. Como podem ver, o cinema de Christopher Nolan não só é interessantíssimo, como também original, eu considero ele como um dos últimos diretores realmente originais e autorais de Hollywood, e o fato de ele ainda estar em plena atividade e ainda ter muitos anos para fazer coisas boas é para nós motivador, em meio a tantas produções desinteressantes e áridas de ideias boas que vemos na Hollywood de hoje em dia, que parece ter ficado totalmente biruta.
O próximo filme de Christopher Nolan é Tenet, que será lançado em Julho de 2020. Alguns boatos se dão conta de se tratar de uma sequência de Inception, possibilidade a qual eu não sou nada contra, pelo contrário, estou empolgadíssimo com essa ideia. Desejo o melhor para Christopher Nolan, e que ele possa continuar a me impressionar ainda por muito anos com o seu cinema, que quebra paradigmas e inova sempre que aparece novamente.
E a vocês, que me acompanharam por todo esse tempo, está chegando a hora de fecharmos a conta. Muito obrigado por tudo! Esta semana eu colocarei aqui uma postagem para fechar o site. Um texto final, olhando para trás com nostalgia, mas com esperanças de um ótimo futuro. Valeu, pessoal! E não deixem de me acompanhar em meu novo endereço: Opinião Sonante. Vejo vocês lá!
O que vou fazer aqui é bem simples: destrinchar a filmografia de Christopher Nolan lhe mostrando por que você deve conferi-la. Será minha última matéria e contribuição de filmes para o site. Vamos lá.
Christopher Nolan começou de forma bem simples, mas com a classe que todo mundo conhece. Para despontar, ele fez um curta-metragem chamado Doodlebug. Ele já havia trabalhado em pequenos projetos de curtas antes desse, um se chamava Tarantella, de 1989, e o outro se chamava Larceny, de 1996, mas não é possível encontrar registro em vídeo desses dois projetos, então começamos pelo Doodlebug, de 1997, como ponto referencial inicial, um curta bem interessante em preto e branco. Nolan fez mais um curta depois deste, homenageando os irmãos Quay em Quay, de 2015, mostrando o processo de filmagem deles de stop-motion.
A ORIGEM
Iniciemos pelo primeiro longa-metragem de sua carreira, chamado Following, de 1998. É um experimento interessante, e o menor longa da carreira do diretor. Ele conta a história de um cara chamado Bill, que se diz escritor e que está interessado em seguir pessoas pela rua para estudar personalidades para um potencial livro seu. Só que um dia, num café, ele é pego por um cara chamado Cobb, que reparou que estava sendo seguido, e disse a Bill o que ele fazia, que era entrar na casa das pessoas e bagunçar as coisas lá dentro. A partir daí, Bill se interessa e passa a ser cúmplice de Cobb, mas tem toda uma trama maior arquitetada por trás disso que envolve ainda uma loira. O filme é todo filmado em preto e branco e com um elenco desconhecido e bem enxugado, produção bem econômica e independente mesmo. Para quem está interessado em ver o trabalho do Nolan até antes mesmo de despontar em uma sala de cinema, eu acho que este filme aqui vai dar a ideia exata de como era Nolan antes da fama. Diferente de muitas pessoas, eu já conhecia Christopher Nolan bem antes de Batman, e posso assegurar que muita gente vai ficar impressionada com a coerência do trabalho do cara antes da fama, porque a única coisa que difere este filme aqui dos demais dele, é o pouco dinheiro investido na produção, porque o estilo de cinematografia é bem semelhante. Lógico que houve avanços em comparação aos filmes que vieram depois, mas a integridade na identidade e no estilo que fizeram este diretor famoso estão intactos. O final do filme é muito bom também, vale a pena assistir.
(1) E como o filme se passa todo ao contrário, você se sente exatamente como o protagonista se sente. Isso foi uma coisa que me fez tomar um interesse imediato pela carreira do Nolan, este filme aqui, eu lembro que depois de uns dois anos, mais ou menos, eu o comprei em DVD, e tenho ele lá até hoje, é um dos meus filmes favoritos de mistério e suspense.
(2) Dessa forma, ele consegue se lembrar de toda sua vida até antes do acidente, mas depois dele, esquece tudo 1 minuto depois que aconteceu, e por isso tem que tatuar seu corpo com mensagens e tirar fotos polaroid para guardar coisas, porque sua memória está inutilizada. A coisa funciona bem assim: ele sabe o que quer fazer depois, mas não se recorda do que aconteceu antes.
(3) Quando acabou o filme a gente saiu na maior empolgação, discutindo a coisa, de tão louca que foi! A trama do filme passa toda ao contrário, o fim é o começo, e o começo é o fim da projeção! Desta forma, você, espectador, é colocado na mesma condição que o protagonista, Leonard Shelby, que teve a esposa morta e o cérebro dele prejudicado pelo acidente.
(4) O filme seguinte se chama Memento, de 2000, que foi erroneamente traduzido no Brasil como "Amnésia", só que não tem nada a ver. Este foi o primeiro filme do Nolan que eu assisti nos cinemas, como eu disse antes, eu já o conhecia bem antes do Batman. Lembro até hoje, eu e meu irmão indo para a UCI ver isso aqui sem ter a menor pista do que fosse.
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Sentiu a desorientação de ler algo sem saber o que veio antes? Então, era essa minha intenção, te mostrar como você se sente vendo o filme! Agora leia tudo na sequência correta - (4)-(3)-(2)-(1) - e depois, vá correndo conferir este filme aqui!
Finalizando esta parte do início da carreira do cineasta, temos o filme Insomnia, de 2002. Na verdade, este filme é um remake de um filme norueguês de mesmo nome, dirigido por Erik Skjoldbjærg. As tramas tanto do original norueguês quanto da versão do Nolan são exatamente iguais, mudando apenas o final de cada filme. A história é sobre um policial interpretado pelo Pacino que vai para uma cidade pequena que nunca anoitece, e ele tem um problema sério de insônia. Acontece que ele tem que ajudar a polícia de lá a desvendar um assassinato, mas os efeitos da claridade extrema e da falta de sono fazem o policial perder o foco ou ter alucinações, e no meio de uma perseguição por uma área arborizada e com muita névoa, ele acaba por atirar e matar um membro da própria força policial, mas ninguém sabe que foi ele. O restante do filme então é ele escondendo esse segredo e tentando achar o assassino, que viu e sabe o que o policial fez. A trama é muito bem adaptada do original e muito bem costurada, e as atuações de Al Pacino e Robin Williams são magnéticas, e não deixam você tirar o olho da tela por um minuto. O original eu também já vi, é um filme um pouco mais reflexivo e verborrágico, mas aqui, Nolan pegou uma ideia que tinha tudo para ser maçante e cansativa, e inoculou suspense e um roteiro tão dinâmico que o filme passa e você não vê o tempo passar. Tranquilamente eu digo a vocês que este remake aqui superou o original, inclusive no final! Imperdível.
Vamos passar agora então ao período hollywoodiano máximo do Nolan, o período em que todos os olhos do mundo estavam voltados para ele: é o período da sua trilogia do Batman, que fez um estrondoso sucesso, e que conseguiu o respeito e admiração de muitas pessoas.
APOGEU: BATMAN E OS GRANDES TRUQUES
Entre 2002 e 2003, a WB e a DC estavam procurando alguém para ressuscitar o Batman, destruído por Joel Schumacher no final da década de 1990. Tentaram muita gente, como Darren Aronofsky, Joss Whedon, e por aí vai, mas ninguém se mostrou mais apto ao posto do que Nolan; e o cara arrebentou a boca do balão! Foi além: redefiniu o filme de quadrinhos e impôs um novo padrão de qualidade para ele. Existe o cinema baseado em HQs (parco, mas existe) antes do Nolan e o depois do Nolan. Você pode ver que muitos filmes de quadrinhos, INCLUSIVE da Marvel, são resultado dessa intervenção do cara.
Em 2005 sairia, em todos os cinemas, Batman Begins. Eu não vou comentar as mesmas coisas que eu falei no meu artigo sobre o filme, entre lá e leia, porque está bem detalhado, mas vou pontuar aqui, que nenhum outro filme do Batman de carne e osso, live-action, tinha me deixado mais feliz do que este aqui. As animações acertavam sempre naquela época, hoje em dia já estão fraquejando das pernas também, todo ano eu vejo elas piorarem mais um pouco (estou falando com você mesma, viu DC?), mas nessa época do filme, animações eram satisfação garantida dos fãs. O filme de Nolan mudou isso completamente, basta ver que ele já completou 15 anos e sobreviveu ao teste do tempo. Analisando ele agora, longe de seu período histórico, eu vejo o quanto que o Nolan conseguiu imprimir o estilo dele de cinema arte com aquele toque hollywoodiano de cinema pipoca, e fazer uma narrativa contundente e interessante para um personagem que já tem mais de 7 décadas de existência. Isso é realmente um feito e tanto! Nolan no fundo sabia que iriam querer que ele fizesse uma continuação para o filme, mesmo dizendo em público que não estava pensando em uma, eu nunca parei de pensar que lá no fundo ele já estava pensando em como seria uma possível sequência. Mas, enquanto ela não vinha, temos o próximo filme que Nolan fez nesta época.
O próximo filme de Nolan é The Prestige, de 2006, ou como a gente gostava de falar à época, o filme do Batman com o Alfred e o Wolverine, por motivos óbvios! E hoje em dia, podemos dizer também que a Viúva Negra estava envolvida, muito embora ela não tenha ainda se descoberto nesta época, porque o MCU ainda não havia começado! Bem, a trama do filme é baseada no livro homônimo de 1995 do escritor Christopher Priest, é uma história de época que se passa em 1890, e conta a história da rivalidade de dois mágicos, interpretados pelo Christian Bale e o Hugh Jackman, por causa de uma tragédia do passado que os transformaram em inimigos. Um tem um truque que o outro quer aprender a fazer, e para isso vai procurar a ajuda de cientistas renomados, figuras do mundo real, como Tesla e Thomas Edison. O saudoso David Bowie volta às câmeras e interpreta aqui Tesla, ajudando o personagem de Jackman a cumprir seu trunfo. Junto disso, é formado um triângulo amoroso entre Angier e Borden, os protagonistas interpretados por Jackman e Bale, por causa de Olivia, personagem de Scarlett Johansson. Uma coisa do filme que ficou bem famosa foi a explicação dos três atos de um mágico e a pergunta que aparece no pôster: "Are you watching closely?", pois dizem que quanto mais prestamos atenção em um truque de mágica, mais somos sugados por ele e enganados pelo ilusionismo. Ideias muito interessantes que Nolan trabalhou primorosamente no filme. O final também é ótimo, após vários plot twists.
Após este pequeno intervalo, Nolan volta ao Batman em 2008 com o excelente The Dark Knight. Assim como o primeiro filme da trilogia de Nolan, eu escrevi uma resenha deste aqui também, e não vou me repetir ao que eu já disse na minha resenha de 2015, endosso cada palavra que eu disse lá, mas não vou me repetir. Vou apenas afirmar que este filme é um exemplo perfeito de como o Nolan sabe utilizar de seus conhecimentos de cinema pipoca e juntar com algo um pouco mais cerebral, e a grande prova disso está no final, em que - recuperando um comentário que fiz na minha própria resenha - Batman e Coringa ficam cada um para um lado, um em pé, e o outro de cabeça para baixo, e Nolan se aproveita dessa fotografia para estabelecer naquela cena magistral a natureza dos dois protagonistas como dois lados de uma mesma carta de baralho. E o cara simplesmente arrebenta no desenvolvimento da narrativa e também nas ideias que o filme passa para você. Foi também o primeiro filme do diretor que teve algumas cenas em IMAX. Foi este daqui o filme que CONSOLIDOU, de forma indelével, a contribuição gigantesca do Nolan para os filmes de hqs ou filmes pipoca de forma geral. Pena que, após alguns anos, Hollywood esqueceu tudo de novo, porém, o marco ficou, está aqui, e este está, sem a menor sombra de dúvidas, entre os melhores filmes que o Nolan já fez. Mas o melhor mesmo, pelo menos para mim, ele viria a materializar em seu próximo trabalho.
O próximo trabalho de Christopher Nolan é realmente uma verdadeira obra-prima! Trata-se de Inception, de 2010. É um filme que não somente traz uma ideia nova, uma das últimas em Hollywood aliás, mas que também consegue inovar os efeitos visuais como os conhecemos. Este aqui é um passo adiante em termos de tecnologia visual, principalmente por ser inteiramente em IMAX. Conta a história de um cara interpretado pelo Di Caprio, chamado Don Cobb, e sua equipe, que realiza serviços entrando nos sonhos das pessoas com uma máquina, para retirar informações. Eles conhecem todas as técnics para fazer isso com excelência. Então, um cara contrata eles para requerer um pedido que seria o oposto: inserir algum tipo de informação na cabeça de alguém. Dada a complexidade da tarefa, Cobb monta uma equipe e eles partem para realizar este feito incrível. O roteiro é sensacional! A explicação das camadas de sonho é interessantíssima, o conceito dos avatares é bem inteligente, e o desenvolvimento da trama é muito bem costurado. Eu fico sempre assistindo e imaginando como foi difícil compor aquelas cenas de ação no filme junto com a cronologia dentro e fora das camadas de sonho. É o tipo de filme que você quer voltar e ver de novo, e e novo, e de novo, para garantir que você entendeu muito bem as coisas. Para mim, este é o melhor filme da carreira do diretor, mescla ação e cinema cabeça com maestria, tanta maestria, que você nem vê o tempo passar. Um trabalho simplesmente primoroso.
Terminando este período em que Nolan esteve com os olhares mais atentos do público em seu trabalho, temos a conclusão da sua trilogia do Batman, The Dark Knight Rises, de 2012. Novamente, fiz uma resenha do filme para o especial do Batman de 2015, então entrem lá e leiam. Talvez seja o único filme da obra do Nolan que não funcione tão bem sem os dois anteriores com o personagem. Mas a conclusão é acertada e bastante emotiva. O filme, como eu disse na resenha, ampliou mais ainda o conceito de que se estava produzindo uma ópera sombria para o Batman, e não apenas colocando ele em um ambiente mais próximo da vida real. O filme é um final apoteótico para a trilogia, com mais conceitos interessantes, e que recupera, como toda boa ópera que chega ao seu climax, elementos trabalhados lá atrás em seu início, como "por que caimos", e outras coisas. Até o presente momento, este foi o único caso em que Nolan trabalhou com cinesséries, não houve mais caso algum depois desse até agora, mas foi interessante vermos que até mesmo com isso Nolan era habilidoso para fazer, porque ele não faz um filme e fica pensando no próximo, não, ele vive o agora, e depois pensa no que fará em seguida. Foi desta maneira que ele conseguiu entrar no seleto hall de diretores que fizeram trilogias de sucesso, e que devem ser conferidas. E aqui finaliza o bat-período de Nolan, este em que ele esteve mais exposto ao olhar público do que o normal, muito embora no filme seguinte as pessoas ainda estavam bem interessadas em ver o que o diretor faria em seguida. E ele seguiu fazendo obras relevantes!
NOLAN: HOJE E ALÉM
Para finalizar este artigo, checaremos suas duas últimas obras.
Saído da fama por ter dirigido a trilogia do homem-morcego, Christopher Nolan decide mudar seu foco, e elabora a ficção-científica Interstellar, de 2014. Quando o filme estava sendo exibido, muita gente dizia que ele era uma espécie de 2001: A Space Odyssey explicado, mas eu nunca vi dessa forma, podem ver inclusive na minha resenha que eu sequer cito o filme de Kubrick. Agora, verdade seja dita: Nolan disse em uma entrevista que muito embora jamais consiga se igualar a Kubrick, isso não quer dizer que ele não poderia pegar elementos de Kubrick para seus filmes. E foi isso que ele fez, realmente há elementos de Kubrick aqui, no caso de 2001. O filme é bastante interessante e conta com a frequente exposição de conceitos que estamos acostumados. Um astronauta é chamado a investigar uma ocorrencia gravitacional que abre espaço para outras possibilidades de mundos habitáveis para nós, e vai investigar com sua equipe. Enquanto isso, sua filha na terra tem contato com estranhas ocorrências do que parecem ser fantasmas, mas a conclusão nos mostra algo bem diferente. É uma das ficções-científicas mais interessantes que eu já assisti, e se usa muito bem de poesia (Dylan Thomas), da lei de Murphy (a filha do astronauta também chama Murphy) e de preceitos científicos como buracos de minhoca e dimensões paralelas. Não é um Kubrick, nem nunca vai ser. Mas é muito interessante de se conferir.
Por fim, agora em 2017, Nolan dirigiu o filme de época Dunkirk, mais um do diretor que eu escrevi uma resenha, e que mostra um cerco que foi imposto a tropas de aliados ingleses e franceses da Bélgica na Segunda Guerra Mundial, e um grupo de soldados ficaram reféns na ilha de Dunkirk, bombardeada por soldados alemães, fato que faz com que lutem pela sua sobrevivência. Uma das coisas mais interessantes deste filme cuja história se passa nos tempos do intrépido ministro Winston Churchil, é a forma como lhe é contada a trama toda. Nolan divide os eventos do filme em três etapas diferentes, mostrando a trama principal, em que os soldados lutam por uma semana para sairem da ilha, ao mesmo tempo em que vemos uma embarcação e um avião passar por apuros em uma hora de duração cada evento. Você até chega a sentir uma certa desorientação com isso, mas trata-se de Nolan da gema, se checarmos seus primeiros filmes, essa técnica de elipse temporal que ele usa vem bastante lá de trás, e isso é uma das coisas que o torna fascinante. A trama complementa a história que o diretor Joe Wright lançou em 2018 sobre Churchil, Darkest Hour, ao mesmo tempo que te proporciona horas magnéticas e de pura tensão. É um filme não só muito interessante, e que retrata de maneira bem fiel um momento bem difícil da história do mundo, mas que também tem um final apoteótico e muito emocional, que vai te deixar boquiaberto, envolvendo a breve "participação" de Churchil na trama.
Bem, pararemos por aqui. Como podem ver, o cinema de Christopher Nolan não só é interessantíssimo, como também original, eu considero ele como um dos últimos diretores realmente originais e autorais de Hollywood, e o fato de ele ainda estar em plena atividade e ainda ter muitos anos para fazer coisas boas é para nós motivador, em meio a tantas produções desinteressantes e áridas de ideias boas que vemos na Hollywood de hoje em dia, que parece ter ficado totalmente biruta.
O próximo filme de Christopher Nolan é Tenet, que será lançado em Julho de 2020. Alguns boatos se dão conta de se tratar de uma sequência de Inception, possibilidade a qual eu não sou nada contra, pelo contrário, estou empolgadíssimo com essa ideia. Desejo o melhor para Christopher Nolan, e que ele possa continuar a me impressionar ainda por muito anos com o seu cinema, que quebra paradigmas e inova sempre que aparece novamente.
E a vocês, que me acompanharam por todo esse tempo, está chegando a hora de fecharmos a conta. Muito obrigado por tudo! Esta semana eu colocarei aqui uma postagem para fechar o site. Um texto final, olhando para trás com nostalgia, mas com esperanças de um ótimo futuro. Valeu, pessoal! E não deixem de me acompanhar em meu novo endereço: Opinião Sonante. Vejo vocês lá!
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