Nota: 9 / 10
O grande diretor Christopher Nolan, que fez Memento (Amnésia), a obra-prima Inception, Interstellar e a ótima trilogia do Batman, retorna com este fantástico e autêntico retrato de um dos momentos mais importantes da história mundial. Sim, desta vez temos um filme do diretor baseado em fatos reais.
Quando é imposto um cerco a tropas de aliados ingleses e franceses da Bélgica na Segunda Guerra Mundial, um grupo de soldados ficam acuados na ilha de Dunkirk, bombardeada por soldados alemães, fato que faz com que lutem pela sua sobrevivência.
Sendo fã de longa data do diretor, desde o filme Memento, fui conferir mais este trabalho dele. E que experiência intensa!
Uma das coisas que eu realmente curto no Nolan, é que ele dispensa o uso de 3D, o que acho ótimo, porque na minha sincera opinião, não muda muita coisa. Fui assistir na tela grande do Imax, um formato bem mais interessante e recompensador.
O filme se passa em três momentos diferentes que o Nolan já especifica no início da narrativa: o primeiro é em terra, no porto do lugar, que no filme se lê "1. The Mole", momento que levou uma semana para passar; o segundo é em meio ao mar, no letreiro do filme, "2. The Sea", em uma embarcação, momento que levou uma hora; e finalmente, no espaço aéreo onde vemos caças tentando se derrubar no ar, no filme, identificado como "3. The Air", este momento, uma hora de duração.
Desta maneira, podemos dizer que este é um retorno de Nolan à suas origens. Esta separação de linhas temporais possibilitou ao diretor trabalhar com uma de suas belas tramas não-lineares e diferentes narrativas.
Segundo os veteranos que atenderam as exibições do filme, a autenticidade de eventos dele foi garantida. Ao mesmo tempo que Nolan prima pela estética e beleza de visual de sua narrativa, o diretor consegue equilibrar a balança e manter a fidelidade em relação aos acontecimentos históricos.
Existem momentos impactantes, como o que os soldados, em meio à comporta inferior do navio de resgate, tem que decidir entre uma ação de contingência e se arriscarem a perder a vida; uma discussão sobre responsabilidades e deveres é iniciada.
Há também um momento em que o personagem de Cillian Murphy, um soldado que foi resgatado dos horrores do bombardeio, demonstra seu trauma por ter estado no lugar da ilha onde eles aconteceram, e acaba entrando numa queda de braço quando um dos homens no navio decide que é hora de voltar para lá. O terror do retorno toma conta do rapaz de maneira tão aterradora, que ele acaba prejudicando um de seus companheiros de tripulação, guardando uma bela dor na consciência.
Visivelmente inspirado por produções clássicas como Apocalypse Now de Coppola e Bronenosets Potemkin (O Encouraçado Potemkin), e com pouquíssimos diálogos, algo que quebra um pouco a tradição de Nolan de explicar bem os conceitos de seus filmes dentro da narrativa, Nolan pinta um cenário desolador de guerra, onde soldados ingleses e franceses tentam sobreviver aos terrores do conflito e voltarem para casa.
O que nos leva a uma discussão filosófica, se observarmos mais a fundo. Todos sabemos das dificuldades que a Europa tem sofrido recentemente com imigrantes. A Inglaterra, a França, a Alemanha, a Suécia (que se encontra em guerra civil, inclusive), todos estes países abriram as portas para o povo do leste; o resultado foram mortes, atentados terroristas e muitos outros problemas. Repare que, no filme, Nolan nunca mostra a cara do inimigo, dando aquela ideia de que ele sempre está oculto, nas sombras, aguardando por um erro seu para atacar.
O cenário de angústia impresso na produção do filme, tomando como pano de fundo um evento histórico, tem muito a ver com este clima de inquietação e dúvida em relação ao futuro que assolou o velho continente. E, dessa forma, isso me leva à opinião de que Nolan pode ser um dos que está preocupado com o futuro de seu país natal, a Inglaterra. Esta preocupação é traduzida na forma deste filme, que traz à tona este sentimento angustiante de incerteza com relação ao futuro, mas com uma mensagem final otimista para poder gerar alguma esperança, uma vez que em um texto de jornal, um dos soldados disse que jamais iriam se render e jamais iriam parar de lutar. Este é o famoso discurso do grande Winson Churchill lido pelo soldado.
Outra decisão acertada no filme foi o elenco de desconhecidos, uma vez que na época dos acontecimentos reais, todos eles eram soldados iniciantes. Os únicos mais famosos que tem no elenco do filme são Cillian Murphy (o soldado resgatado), Tom Hardy (o piloto), Kenneth Branagh (comandante Bolton) e Michael Caine, que nem aparece, faz apenas uma voz de rádio; o restante, são todos desconhecidos do grande público.
A ambientação é boa, a trilha de Hans Zimmer desta vez é bem sutil até, sendo apenas, na maior parte do tempo, música atmosférica que acompanha as cenas, as atuações são convincentes, primando por aquela proposta recorrente de Nolan do realismo, e a produção, como sempre, exemplar. Na tela grande do Imax, eu me senti praticamente ao lado daqueles soldados, acompanhando, como um voyer, suas angústias e frustrações, bem como suas esperanças para o futuro. Escrito e dirigido pelo próprio Chris, é um filme que eu recomendo acima de muitos outros que estrearam nesta temporada, e que quem gosta de tramas de guerra, vai gostar, até porque já fazia um bom tempo que o cinema não nos presenteava com uma ótima produção destas, envolvendo guerra e fatos históricos. Vale a pena conferir.
Trailer:
A ambientação é boa, a trilha de Hans Zimmer desta vez é bem sutil até, sendo apenas, na maior parte do tempo, música atmosférica que acompanha as cenas, as atuações são convincentes, primando por aquela proposta recorrente de Nolan do realismo, e a produção, como sempre, exemplar. Na tela grande do Imax, eu me senti praticamente ao lado daqueles soldados, acompanhando, como um voyer, suas angústias e frustrações, bem como suas esperanças para o futuro. Escrito e dirigido pelo próprio Chris, é um filme que eu recomendo acima de muitos outros que estrearam nesta temporada, e que quem gosta de tramas de guerra, vai gostar, até porque já fazia um bom tempo que o cinema não nos presenteava com uma ótima produção destas, envolvendo guerra e fatos históricos. Vale a pena conferir.
Dunkirk (2017)
Título em português BR: Dunkirk
Direção: Christopher Nolan
Produção: Christopher Nolan, Emma Thomas, Andy Thompson
Roteiro: Christopher Nolan
Trilha sonora: Hans Zimmer
Estrelando: Cillian Murphy, Tom Hardy, Kenneth Branagh, Michael Caine, Tom Nolan, James D'Arcy, Miranda Nolan, John Nolan, Fionn Whitehead, Damien Bonnard, Aneurin Barnard, Lee Armstrong, James Bloor, Barry Keoghan, Mark Rylance, Tom Glynn-Carney, Jack Lowden, Luke Thompson, Michel Biel, Constantin Balsan, Billy Howle, Mikey Collins, Callum Blake, Dean Ridge, Bobby Lockwood, Will Attenborough, Matthew Marsh, Adam Long, Harry Styles, Bradley Hall, Jack Cutmore-Scott, Brett Lorenzini, Michael Fox, Bill Milner
Foi excelente! A verdade o melhor filme de guerra que eu vi no ano passado. Adoro ver a história da Segunda Guerra Mundial e acho que este filme realmente valeu a pena. A verdade amei desde que eu li a Dunkirk filme sinopse. É uma historia cheia de incríveis personagens e cenas excelentes. Devo dizer que foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia muito criativa que usou elementos innovadores. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver. Se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo. É incrível.
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