Matt Reeves simplesmente fechou a conta com categoria e muita profundidade! Não houve um momento sequer deste terceiro prelúdio da saga Planet of the Apes que eu achei fora de lugar. Tudo se encaixava, tudo se completava... e se conectava. Ao final, temos o link perfeito para o filme de 1968, de Franklin J. Schaffner.
Dirigido com primor, e escrito com grande competência, War for The Planet of the Apes, o oitavo filme da série, e o terceiro prelúdio da história é um filme pesado, dramático, e muito intenso. Há boatos por aí que um quarto filme está em produção, mas eu acho que não há necessidade. A história fecha muito bem aqui e dá a deixa para o filme de 68 com primor. Só se forem mostrar a macaquização do mundo, só pode. Enquanto esperamos vamos checar este excelente terceiro prelúdio.
Dirigido com primor, e escrito com grande competência, War for The Planet of the Apes, o oitavo filme da série, e o terceiro prelúdio da história é um filme pesado, dramático, e muito intenso. Há boatos por aí que um quarto filme está em produção, mas eu acho que não há necessidade. A história fecha muito bem aqui e dá a deixa para o filme de 68 com primor. Só se forem mostrar a macaquização do mundo, só pode. Enquanto esperamos vamos checar este excelente terceiro prelúdio.
Pra começar, o filme é lento, mas nunca cansativo. Ele anuncia no título a guerra entre humanos e macacos que vai se desenrolar e se concluir aqui, e eu ouvi algumas pessoas dizendo que praticamente não houve guerra alguma, só no final. Ora, amigão, não seja inocente! Este é um legítimo filme de guerra! Uma guerra não é somente física, ou com bombas, a guerra existe em diversos níveis. É uma situação de tensão onde dois lados se estranham e tentam resolver suas diferenças, e aí ela pode se desenrolar no nível cultural, ideológico, psicológico e, claro, com o uso da força bruta e de armas e bombas. Há muitas formas de se fazer guerra.
No primeiro prelúdio, de 2011, vimos o nascimento de Caesar e o macaco que foi o gatilho para que tudo isso acontecesse, Koba, bem como os astronautas do filme de 68 levantarem voo; no segundo, de 2014, a trama avança e vemos a formação da comunidade dos macacos, e o inevitável cenário de guerra que estava se instalando com a tensão entre humanos e macacos. Finalmente, aqui, a trama já abre na sua cara, com a guerra acontecendo, soldados humanos armados até os dentes, caçando os nossos ancestrais. Caesar é o líder da macacada, e tem seus confidentes, Maurice, Rocket, Luca, um certo Bad Ape, que é um macaco mais velho e meio alívio cômico em meio a tensão, e os mais importantes aqui: o filho de Caesar, Cornelius, com o filme aí já fazendo o link com o personagem macaco de 1968 interpretado por Roddy McDowall, e a menina Nova, uma das humanas que se encontram em cativeiro pelos macacos no filme de 68, interpretada lá pela atriz Linda Harrison e aqui pela atriz-mirim Amiah Miller.
As conexões e referências são lindíssimas. As cenas de batalha são brilhantemente filmadas, impondo tensão e carga dramática necessárias à produção. Se no filme Dunkirk eu senti falta de um coronel Kurtz, aqui temos o ator Woody Harrelson fazendo esta função; um pouco mais vulnerável, claro, mas não deixa de ser. Até tem uma referência no filme, da produção de Coppola, onde um texto na parede diz APEocalypse Now! Achei a referência muito engenhosa.
Caesar aqui crava suas unhas na luta pela liberdade de sua espécie, e paga o preço por isso. Ele se mostra um líder carrancudo, sisudo e firme, mas que também mostra sentimentos quando precisa, especialmente com a garotinha Nova, Maurice e o seu filho. Irônico que ela se tornará uma das humanas cativas no novo reino dos macacos no futuro.
Para quem disse que o filme não tinha complexidade, ou que as situações eram jogadas, permitam-me discordar frontalmente. Estamos presenciando aqui a luta pela sobrevivência de uma espécie, a batalha pela prevalência. Não é qualquer coisinha que Hollywood costuma jogar em nossos pratos. Claro, o final todos sabemos, até o final da projeção, vemos a raça humana sendo dizimada, e os macacos ganhando o novo mundo. Tudo aquilo que aconteceu na Terra, enquanto os astronautas do filme de 1968 estavam em sua nave espacial. Vemos as repercussões, a linha narrativa que nos trouxe até o momento que o primeiro filme abre na nave, como os macacos finalmente se estabeleceram como a raça dominante.
Foi, sem dúvidas, um fecho de trilogia fantástico, algo que eu gostei muito de presenciar. Geralmente a gente reclama que os prelúdios são pensados a partir de história de fundo, e arrastados demais em seu desenvolvimento, foi assim com a trilogia do Hobbit, e com os famigerados prelúdios de Star Wars. Aqui, isto não acontece. Podemos perder o elemento de surpresa que o filme de 68 nos proporciona, e que o torna tão legal, mas tranquilamente podemos assistir a história da série a partir do filme de 2011, e seguir daí, depois voltar para o filme de 1968 após este terceiro, e acompanhar os outros cinco filmes originais da série. A construção ficou bem legal e pensada para acompanharmos.
Também vale ressaltar que este é o filme mais cruel de todos. Ele é devagar, lembra um pouco o andamento de Apocalypse Now!, denso, arrastado. O filme toma seu tempo, faz você saborear todos os momentos do horror da derrocada humana. É como se tudo acontecesse em câmera lenta para que você pudesse ver as entranhas da tragédia. Imagina como se você fosse Malcolm McDowell em A Clockwork Orange (Laranja Mecânica), e fosse obrigado a ver o que estava na sua frente, não podendo virar para os lados, nem fechar os olhos; é assim que este filme se comporta. Ele te mostra as vísceras, esfrega na sua cara, e você não pode desviar, e ele passa devagar, como que para que você seja obrigado a ver os detalhes, é como se ele te dissesse "olha aqui, infeliz, OLHA DESGRAÇADO!!" E você não consegue virar a cara porque o filme te trava a cabeça, não te deixa virar. Equivaleria a uma sessão de tortura, se fosse um desastre de trem.
Assim, nós seres humanos, vemos nossa derrocada e destruição completa a partir dos olhos da ficção, e finalmente chegamos próximos da realidade do primeiro filme. Foi uma ótima experiência. Esta trilogia de prelúdios merece figurar como uma das poucas que realmente deu certo. Eu absolutamente recomendo esta excelente conclusão dos prelúdios de Planet of the Apes, e encorajo a todos para irem assistir nos cinemas. Só por favor, escolham uma sessão 2D, porque há várias cenas escuras no filme, única razão pela qual ele não ganha uma notra máxima, mas fora isso, É uma experiência fantástica. Não sei se vai mesmo haver um quarto prelúdio, eu acho que não precisa, mas de qualquer forma, no exato momento que você acabar este filme aqui, corra procurar ver o de 1968 e suas sequências. Não vai se arrepender.
No primeiro prelúdio, de 2011, vimos o nascimento de Caesar e o macaco que foi o gatilho para que tudo isso acontecesse, Koba, bem como os astronautas do filme de 68 levantarem voo; no segundo, de 2014, a trama avança e vemos a formação da comunidade dos macacos, e o inevitável cenário de guerra que estava se instalando com a tensão entre humanos e macacos. Finalmente, aqui, a trama já abre na sua cara, com a guerra acontecendo, soldados humanos armados até os dentes, caçando os nossos ancestrais. Caesar é o líder da macacada, e tem seus confidentes, Maurice, Rocket, Luca, um certo Bad Ape, que é um macaco mais velho e meio alívio cômico em meio a tensão, e os mais importantes aqui: o filho de Caesar, Cornelius, com o filme aí já fazendo o link com o personagem macaco de 1968 interpretado por Roddy McDowall, e a menina Nova, uma das humanas que se encontram em cativeiro pelos macacos no filme de 68, interpretada lá pela atriz Linda Harrison e aqui pela atriz-mirim Amiah Miller.
As conexões e referências são lindíssimas. As cenas de batalha são brilhantemente filmadas, impondo tensão e carga dramática necessárias à produção. Se no filme Dunkirk eu senti falta de um coronel Kurtz, aqui temos o ator Woody Harrelson fazendo esta função; um pouco mais vulnerável, claro, mas não deixa de ser. Até tem uma referência no filme, da produção de Coppola, onde um texto na parede diz APEocalypse Now! Achei a referência muito engenhosa.
Caesar aqui crava suas unhas na luta pela liberdade de sua espécie, e paga o preço por isso. Ele se mostra um líder carrancudo, sisudo e firme, mas que também mostra sentimentos quando precisa, especialmente com a garotinha Nova, Maurice e o seu filho. Irônico que ela se tornará uma das humanas cativas no novo reino dos macacos no futuro.
Para quem disse que o filme não tinha complexidade, ou que as situações eram jogadas, permitam-me discordar frontalmente. Estamos presenciando aqui a luta pela sobrevivência de uma espécie, a batalha pela prevalência. Não é qualquer coisinha que Hollywood costuma jogar em nossos pratos. Claro, o final todos sabemos, até o final da projeção, vemos a raça humana sendo dizimada, e os macacos ganhando o novo mundo. Tudo aquilo que aconteceu na Terra, enquanto os astronautas do filme de 1968 estavam em sua nave espacial. Vemos as repercussões, a linha narrativa que nos trouxe até o momento que o primeiro filme abre na nave, como os macacos finalmente se estabeleceram como a raça dominante.
Foi, sem dúvidas, um fecho de trilogia fantástico, algo que eu gostei muito de presenciar. Geralmente a gente reclama que os prelúdios são pensados a partir de história de fundo, e arrastados demais em seu desenvolvimento, foi assim com a trilogia do Hobbit, e com os famigerados prelúdios de Star Wars. Aqui, isto não acontece. Podemos perder o elemento de surpresa que o filme de 68 nos proporciona, e que o torna tão legal, mas tranquilamente podemos assistir a história da série a partir do filme de 2011, e seguir daí, depois voltar para o filme de 1968 após este terceiro, e acompanhar os outros cinco filmes originais da série. A construção ficou bem legal e pensada para acompanharmos.
Também vale ressaltar que este é o filme mais cruel de todos. Ele é devagar, lembra um pouco o andamento de Apocalypse Now!, denso, arrastado. O filme toma seu tempo, faz você saborear todos os momentos do horror da derrocada humana. É como se tudo acontecesse em câmera lenta para que você pudesse ver as entranhas da tragédia. Imagina como se você fosse Malcolm McDowell em A Clockwork Orange (Laranja Mecânica), e fosse obrigado a ver o que estava na sua frente, não podendo virar para os lados, nem fechar os olhos; é assim que este filme se comporta. Ele te mostra as vísceras, esfrega na sua cara, e você não pode desviar, e ele passa devagar, como que para que você seja obrigado a ver os detalhes, é como se ele te dissesse "olha aqui, infeliz, OLHA DESGRAÇADO!!" E você não consegue virar a cara porque o filme te trava a cabeça, não te deixa virar. Equivaleria a uma sessão de tortura, se fosse um desastre de trem.
Assim, nós seres humanos, vemos nossa derrocada e destruição completa a partir dos olhos da ficção, e finalmente chegamos próximos da realidade do primeiro filme. Foi uma ótima experiência. Esta trilogia de prelúdios merece figurar como uma das poucas que realmente deu certo. Eu absolutamente recomendo esta excelente conclusão dos prelúdios de Planet of the Apes, e encorajo a todos para irem assistir nos cinemas. Só por favor, escolham uma sessão 2D, porque há várias cenas escuras no filme, única razão pela qual ele não ganha uma notra máxima, mas fora isso, É uma experiência fantástica. Não sei se vai mesmo haver um quarto prelúdio, eu acho que não precisa, mas de qualquer forma, no exato momento que você acabar este filme aqui, corra procurar ver o de 1968 e suas sequências. Não vai se arrepender.
War For The Planet Of The Apes (2017)
Título em português BR: Planeta dos Macacos: A Guerra
Direção: Matt Reeves
Produção: Peter Chernin, Dylan Clark, Rick Jaffa, Amanda Silver, Mark Bomback
Roteiro: Mark Bomback, Matt Reeves (baseado no livro de Pierre Boulle e adaptado do roteiro escrito por Michael Wilson e Rod Serling)
Trilha sonora: Michael Giacchino
Estrelando: Andy Serkis, Woody Harrelson, Steve Zahn, Karin Konoval, Amiah Miller, Terry Notary, Ty Olsson, Michael Adamthwaite, Toby Kebbell, Gabriel Chavarria, Judy Greer, Sara Canning, Devyn Dalton, Aleks Paunovic, Alessandro Juliani, Max Lloyd-Jones, Timothy Webber, Lauro Chartrand, Roger Cross, Mercedes de la Zerda, Chad Rook
Outros filmes desta cinessérie:
Prelúdios:
- War For The Planet Of The Apes (Planeta dos Macacos: A Guerra) (2017)
- Dawn of the Planet of the Apes (Planeta dos Macacos: O Confronto) (2014)
- Rise of the Planet of the Apes (Planeta dos Macacos: A Origem) (2011)
Cinessérie original:
- Battle for the Planet of the Apes (A Batalha do Planeta dos Macacos) (1973)
- Conquest of the Planet of the Apes (A Conquista do Planeta dos Macacos) (1972)
- Escape from the Planet of the Apes (Fuga do Planeta dos Macacos) (1971)
- Beneath the Planet of the Apes (De Volta ao Planeta dos Macacos) (1970)
- Planet of the Apes (Planeta dos Macacos) (1968)
Trailer:
Direção: Matt Reeves
Produção: Peter Chernin, Dylan Clark, Rick Jaffa, Amanda Silver, Mark Bomback
Roteiro: Mark Bomback, Matt Reeves (baseado no livro de Pierre Boulle e adaptado do roteiro escrito por Michael Wilson e Rod Serling)
Trilha sonora: Michael Giacchino
Estrelando: Andy Serkis, Woody Harrelson, Steve Zahn, Karin Konoval, Amiah Miller, Terry Notary, Ty Olsson, Michael Adamthwaite, Toby Kebbell, Gabriel Chavarria, Judy Greer, Sara Canning, Devyn Dalton, Aleks Paunovic, Alessandro Juliani, Max Lloyd-Jones, Timothy Webber, Lauro Chartrand, Roger Cross, Mercedes de la Zerda, Chad Rook
Outros filmes desta cinessérie:
Prelúdios:
- War For The Planet Of The Apes (Planeta dos Macacos: A Guerra) (2017)
- Dawn of the Planet of the Apes (Planeta dos Macacos: O Confronto) (2014)
- Rise of the Planet of the Apes (Planeta dos Macacos: A Origem) (2011)
Cinessérie original:
- Battle for the Planet of the Apes (A Batalha do Planeta dos Macacos) (1973)
- Conquest of the Planet of the Apes (A Conquista do Planeta dos Macacos) (1972)
- Escape from the Planet of the Apes (Fuga do Planeta dos Macacos) (1971)
- Beneath the Planet of the Apes (De Volta ao Planeta dos Macacos) (1970)
- Planet of the Apes (Planeta dos Macacos) (1968)
Trailer:
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