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Sequência do arco trágico da morte do homem de aço não faz juz a sua primeira parte.
Sequência do arco trágico da morte do homem de aço não faz juz a sua primeira parte.
Confira minha opinião!
Título brasileiro: Reino dos Supermen
Direção: Sam Liu
Elenco de vozes original: Jerry O'Connell, Rebecca Romijn, Rainn Wilson, Patrick Fabian, Charles Halford, Cameron Monaghan, Cress Williams, Rosario Dawson, Nathan Fillion, Christopher Gorham, Shemar Moore, Nyambi Nyambi, Jason O'Mara, Rocky Carroll, Trevor Devall, Paul Eiding, Jennifer Hale, Erica Luttrell, Max Mittelman, Toks Olagundoye, Tony Todd, Brenda Strong
Eita lasqueira! Eu pedi pra você, hein DC? Pedi pra que a sequência do filme anterior envolvendo o Homem de Aço não fosse uma decepção, mas infelizmente vocês perderam a mão de novo! Tá sério isso, hein! E ainda por cima ficar fazendo propaganda política justamente no meu escapismo, DC! Olha, pegou super mal! Bom, vamos lá!
Primeiro um esclarecimento: por mais duras que minhas críticas possam parecer aqui, este não é um filme ruim. Também não é um filme ótimo, nem bom, é apenas Ok.
Enfim, no ano passado a DC me surpreendeu com uma belíssima reimaginação da morte do Superman. O final também deixou a gente afoito para assistirmos a sequência, que saiu agora em Janeiro faz poucos dias. Infelizmente a equipe de animação da DC perdeu a mão e resolveu entrar no piloto automático. Pior: resolveu fazer campanha política fora de época e misturar escapismo com coisas do nosso cotidiano das quais a gente tenta... escapar, quando assiste um filme desses. Péssima ideia!
Reign of the Supermen é uma sequência fraca, com roteiro genérico; o filme tenta ter aquela atmosfera e pegada de The Dark Knight Rises, terceiro filme do Batman com o diretor Christopher Nolan, mas deixa de lado o tom épico da animação anterior e a importância do que aconteceu com o Superman para se preocupar com trivialidades. Quem sai perdendo é a DC e nós, seus fãs, que vimos agora a pouco a Marvel estrear o ano com uma animação absolutamente sensacional do Homem-Aranha. Me desculpem falar, sou fã da DC, sempre vou ser, mas quando ela erra, eu não posso dar uma de hipócrita e fingir que não vi.
Pra começar, já vou tirar isso da garganta, porque me incomodou muito: a propaganda política. Fica mais do que óbvio aqui no filme quem esse pessoal da DC envolvido no filme defende. Num evento do Lex Luthor com o Superboy, por exemplo, tem uma faixa que descem depois de um discurso do Luthor com o Conner escrito "making Metropolis safe again", e pelo amor de Deus, DC, soa ridículo essa propaganda política! Na mesma animação eles colocam a Liga da Justiça lado a lado com uma presidente que tem uma forte semelhança com a criminosa conhecida como Hillary Clinton. Eu vendo aquilo, pensei: "puta merda, já foi ridículo demais o Frank ficar fazendo aquelas alusões políticas bobas e reticentes em The Dark Knight III: The Master Race, agora isso..."; tudo bem que não quisessem usar a figura do Trump lá como Presidente, mas que colocassem alguém que não fosse a porcaria da Hillary, que aliás, perdeu a eleição de 2016, dessa forma DC, você está me passando que a Liga defende criminosos, e isso mancha muito a imagem desses heróis! Totalmente desnecessário e ridículo!
Falo essas coisas porque pra mim os super-heróis sempre foram muito maiores do que picuinhas políticas. É só lembrarmos do desenho da Liga da Justiça dos anos 2000, Justice League Unlimited, em que o Superman dá uma bela prensa no Capitão Marvel por se manifestar publicamente sobre o assunto. Faltou esse povo da animação colocar a mão na consciência, lembrar desse episódio da Liga, e pensar que um ato desses só vai acabar dividindo mais todo mundo, quando os heróis sempre tiveram a finalidade de unir as pessoas pela justiça e pela verdade. Sinto muitíssimo DC, mas você errou feio nessa! E antes que venham falar, nem me digam que o Superman já foi em missão para o Presidente Kennedy, ou topou com o Obama nas hqs, eu sei de tudo isso, sou DCnauta. Só que nenhum desses tem uma ficha criminal como a Hillary ou recebeu coitadismo por ter perdido uma eleição. Vamos aplicar a lei das proporções e pesar as coisas na balança. Foi vergonhoso o que os envolvidos neste filme fizeram.
Dito isto, a trama como eu disse lá em cima é ok, mas não passa disso. Vemos a Lois resolver o imbróglio dela com a Diana e os noticiários comentarem sobre os quatro novos Supermen que surgiram após a morte de Clark. As representações ficaram ótimas, especialmente a de John Henry Irons, mais conhecido hoje como Steel. A Liga da Justiça tenta segurar a barra do jeito que dá e cumprir duas missões: uma é lidar com os novos heróis e descobrir o paradeiro do corpo de Kal-El; a outra é lidar com a interferência de Darkseid, porque ele está juntando um exército de pessoas que pensaram em serem heróis de si mesmas, mas acabam sendo ludibriadas por uma maracutaia de Darkseid para dominar mentes.
A ideia em si não é ruim, e segue parte da história em quadrinhos. Porém, tudo acontece de forma muito acelerada. Tão acelerada, que o próprio ressurgimento de Kal-El se dá às pressas, parecendo ser nada demais. Eu me lembro de como que o filme Justice League foi massacrado. Eu havia gostado muito dele, e ainda nutro aquela sensação de prazer por tê-lo visto duas vezes, uma sozinho, e outra com meus sobrinhos, mas eu lembro de toda crítica negativa que ele recebeu. Bom, mesmo você, meu amigo, que não gostou do filme, vai ver Reign of the Supermen e constatar que a volta do Clark no filme do DCEU se dá de forma muito mais bacana e interessante do que nesta animação aqui. QUEM DIRIA, HEIN? Pela primeira vez, eu estou defendendo o filme de carne e osso, e não a animação! O mundo realmente dá voltas!
Sério, tô puto com isso! Fizeram uma primeira parte tão eficaz e impactante, eu mesmo quase cheguei a derramar lágrimas vendo o terceiro ato, o da morte do Superman. E agora me lançam essa sequência com roteiro mais desconexo, acelerado. Creio que as coisas teriam sido bem melhores se os roteiristas não tivessem se preocupado tanto com política e focassem em fazer uma boa história.
Puxa vida, é a volta do maior herói de todos, por que não jogaram a escanteio essa trama do Darkseid e se preocuparam em desenvolver melhor a história, poxa?! Essa trama com o Darkseid nem está no arco original dos quadrinhos, o máximo que temos é Mongul, em uma aparição relâmpago, só! Tinha muita história para desenvolver, mas decidiram novamente ficar reinventando a roda e criarem atalhos desnecessários, e a própria cena entre-créditos do filme é prova disso. Na boa? Leia as HQs que desta vez você ganha mais! Sinto muito, mas nessa daqui, o departamento animado da DC errou feio. Eu estava doido para ver a entidade de pura energia (que é a essência do Kal-El) ir buscar o corpo dele lá em Metropolis e se regenerar. Infelizmente, foi outra adaptação da DC que tenta ser diferentona mas erra em diversas vias.
Se fosse eu, teria me preocupado em focar no que aconteceu depois da batalha épica, desenvolvendo mais o Super, gradualmente recuperando sua consciência e finalmente indo para o regenerador, mostrando os novos Supermen e o que resultou em tudo isso, para só daí, em um terceiro filme exibir a conclusão da história. Ia ter muito mais espaço para desenvolver as coisas melhor e valorizar mais a história com os bons elementos que ela tem. E SEM PROPAGANDA POLÍTICA! Mas infelizmente foram cometidos esses erros, que acabaram maculando até coisas bonitas no filme, como a escancarada referência ao Superman do Christopher Reeve, em que o Super voa ao redor da Terra, e o novo uniforme dele, algo mais clássico, que mostra que eles estão transitando finalmente da era dos Novos 52 para a era Renascimento.
No mais, a ação é boa, as representações, como eu disse, ficaram boas visualmente, muitas das ideias são o esperado, mas mesmo assim, ficaram devendo, e a trilha também é bacana. Porém, nada disso faz da animação algo especial. Ok no máximo, não recomendo para não-fãs, somente para o pessoal que já acompanha este universo mesmo, e com muitas ressalvas. Espero que nas próximas, eles se saiam melhor, porque senão, eu vou gradativamente enjoando de acompanhar. E vou parando por aqui, porque me dói no coração ficar xingando o universo animado da DC desse jeito, mas eu não posso ignorar a realidade.
Reign of the Supermen (2019)
Produção: Alan Burnett, Sam Liu, Amy McKenna, Sam Register, James Tucker
Roteiro: James Krieg, Tim Sheridan (baseado em personagens criados por Jerry Siegel e Joe Shuster, Bill Finger e Bob Kane, William Moulton Marston, Robert Kanigher e Carmine Infantino, John Broome e Gil Kane, Marv Wolfman e George Pérez, Gardner Fox e Dennis Neville, Joseph Samachson e Joe Certa, Mort Weisinger e Paul Norris, e na história em quadrinhos escrita por Jon Bogdanove, Brett Breeding, Tom Grummett, Gerard Jones, Dan Jurgens, Karl Kesel, Bill Messner-Loebs, Jerry Ordway, Louise Simonson e Roger Stern)
Trilha sonora: Frederik Wiedmann
Para outros títulos das linhas DCUAOM e DCAMU, confira:
ESPECIAL: A Série de Filmes Originais Animados da DC (DCUAOM);
ESPECIAL: O Universo de Filmes Animados da DC (DCAMU).
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