Nota: 10 / 10
Gotham... Gotham é... Gotham é uma sinfonia macabra. É a bizarra atração principal dentro de um vasto circo, onde todos querem ser os palhaços, mas apenas um dos atores é capaz de protagonizar um ato sóbrio que chegue próximo de seu público alvo. Gotham é uma estranha e macabra mutação em preto e branco. Gotham é um emblema simples, uma ideia elementar... Hah. Uma ideia que te consome por dentro. Uma ideia que pode te matar.
É o último texto... em 52 atos... que irá escrever.
A linda conclusão de Scott Snyder não mente. Exceto, talvez, pela saga do bat-coelho mecânico e o Gordon tentando tapar o lugar do Bruce Wayne por 9 edições, que realmente achei uma má ideia, a gestão de Scott Snyder e Greg Cappulo nos Novos 52 é fantástica, e termina com esta belíssima narrativa.
"Vamos à primeira edição. Ela começa com a narração em off de Batman filosofando sobre um artigo de jornal que a Gotham Gazette chama de "Gotham é...", onde os cidadãos tem que completar a frase." (15/05/2015)
Quando eu comecei a falar sobre os Novos 52, lá atrás, eu não imaginava que iria começar a fazer análises tão aprofundadas da gestão de Scott Snyder para o morcego. Em 2012, quando comecei a comprar os quadrinhos do Batman de novo, coisa que já não fazia há anos, eu esperava apenas histórias mornas, no piloto automático. Porém, Snyder surpreendeu. Nenhum outro personagem da DC foi tão bem tratado quanto o homem-morcego; suas histórias foram grandiosas, sensacionais, e de um ótimo gosto em termos de drama, ação, e tudo que você pode imaginar.
E Scott Snyder não deixou absolutamente nenhuma ponta solta em suas narrativas. A única coisa que faltava responder era a pergunta que abriu os Novos 52 do morcego: "Gotham é...", ainda lá no começo da saga da Corte das Corujas. Não a toa, este é o título desta edição 51 (52 para o mercado brasileiro).
A trama inicia com a narrativa prosaica de Snyder em forma de metalinguagem, anunciando sua "última" história do morcego nos Novos 52. Bruce e Alfred (agora com sua mão de volta, após a saga Endgame), estão batendo um papinho após muito tempo. Você vai perceber, durante a leitura, que esta é apenas uma narrativa de encerramento, onde nada de muito sério realmente acontece. Porém, não deixa de ter seu valor.
Batman sai para investigar um blackout que aconteceu na cidade e vai falar com Gordon, que já havia chamado o morcego pelo sinal da torre. Os dois revivem velhos momentos de prosa e alguém vem lá de dentro da chefatura avisar que o sinal do Arkham soou. Batman sai sem ser notado, e Gordon, pela primeira vez em muito tempo, não se incomoda mais com isso.
Assim como no primeiro número dos Novos 52, a ilustração seguinte rima, mostrando Batman enfrentando vários de seus clássicos vilões, Frio, Bane, Hera, Charada, Cara de Barro, Croc e Espantalho... mas oops... é apenas pegadinha; todos eles estão contidos por um campo de força invisível, que fica vermelho quando há aproximação de alguém. Tudo parece estar seguro. O motivo do blackout deve ser outro, então o morcego se dirige para o subsolo, e ataca alguns membros da Corte das Corujas, disfarçado. Nada. Vai até onde está o Pinguim... nada também.
Então Batman encontra alguém que, apesar de não ser a causa de tudo, será a consequência da história. Batman havia prendido o rapaz alguns anos atrás, quando ele atuava na Gangue do Sussurro. A referência clara é da terceira edição dos Novos 52. O homem se regenerou, virou escritor, estuda e faz a coluna Gotham é..., por isso Batman decide deixá-lo em paz.
Então algo bacana acontece. O escritor da coluna acaba assumindo a narração em off e escreve para o Batman. Ele diz que o morcego tem feito as pessoas cada vez mais acreditarem que podem ser melhores, e aconselha o morcego a não ver o povo da cidade apenas em seus piores momentos, mas que também possa ver os bons. Ele ainda credita a carga mais leve das respostas à sua coluna ao fato de o vigilante inspirar esperança ao povo da cidade, e então termina dizendo que, por tudo isso, a resposta para a pergunta Gotham é...?, é bem simples: Gotham é o Batman... sempre.
Alfred avisa que, inacreditavelmente a luz da cidade havia acabado apenas por causas naturais, e em um piscar de olhos ela volta novamente. Vemos, nos últimos quadros, os rostos das pessoas que o morcego protege e inspira a cada dia, e no painel final, o morcego, em sua famosa pose em cima de um gárgula, sempre de prontidão para defender a todos.
Esta não foi uma narrativa de ação; mas foi um tremendo estudo de personagem bem escrito. Sozinha, esta história não representa uma entre as grandes histórias do Batman, mas esta não é a intenção de Snyder aqui. O que ele quer, é fechar sua narrativa, completar o círculo, fazer com que o ciclo que se iniciou lá em Batman #1 termine aqui. E o faz de maneira fantástica, enaltecendo a importância do morcego para a mitologia da DC e deixando a porta aberta para qualquer um que queira dar continuidade a ele. Uma narrativa bela, inspiradora, e que conclui com chave de ouro, a trajetória do morcego nos Novos 52, abrindo caminho para o início da linha Rebirth. Ainda há mais uma história em Batman #52, mas por hora, vamos apenas contemplar com Batman, a visão panorâmica fantástica a qual chegamos e que Snyder fez questão de nos trazer.
A trama inicia com a narrativa prosaica de Snyder em forma de metalinguagem, anunciando sua "última" história do morcego nos Novos 52. Bruce e Alfred (agora com sua mão de volta, após a saga Endgame), estão batendo um papinho após muito tempo. Você vai perceber, durante a leitura, que esta é apenas uma narrativa de encerramento, onde nada de muito sério realmente acontece. Porém, não deixa de ter seu valor.
Batman sai para investigar um blackout que aconteceu na cidade e vai falar com Gordon, que já havia chamado o morcego pelo sinal da torre. Os dois revivem velhos momentos de prosa e alguém vem lá de dentro da chefatura avisar que o sinal do Arkham soou. Batman sai sem ser notado, e Gordon, pela primeira vez em muito tempo, não se incomoda mais com isso.
Assim como no primeiro número dos Novos 52, a ilustração seguinte rima, mostrando Batman enfrentando vários de seus clássicos vilões, Frio, Bane, Hera, Charada, Cara de Barro, Croc e Espantalho... mas oops... é apenas pegadinha; todos eles estão contidos por um campo de força invisível, que fica vermelho quando há aproximação de alguém. Tudo parece estar seguro. O motivo do blackout deve ser outro, então o morcego se dirige para o subsolo, e ataca alguns membros da Corte das Corujas, disfarçado. Nada. Vai até onde está o Pinguim... nada também.
Então Batman encontra alguém que, apesar de não ser a causa de tudo, será a consequência da história. Batman havia prendido o rapaz alguns anos atrás, quando ele atuava na Gangue do Sussurro. A referência clara é da terceira edição dos Novos 52. O homem se regenerou, virou escritor, estuda e faz a coluna Gotham é..., por isso Batman decide deixá-lo em paz.
Então algo bacana acontece. O escritor da coluna acaba assumindo a narração em off e escreve para o Batman. Ele diz que o morcego tem feito as pessoas cada vez mais acreditarem que podem ser melhores, e aconselha o morcego a não ver o povo da cidade apenas em seus piores momentos, mas que também possa ver os bons. Ele ainda credita a carga mais leve das respostas à sua coluna ao fato de o vigilante inspirar esperança ao povo da cidade, e então termina dizendo que, por tudo isso, a resposta para a pergunta Gotham é...?, é bem simples: Gotham é o Batman... sempre.
Alfred avisa que, inacreditavelmente a luz da cidade havia acabado apenas por causas naturais, e em um piscar de olhos ela volta novamente. Vemos, nos últimos quadros, os rostos das pessoas que o morcego protege e inspira a cada dia, e no painel final, o morcego, em sua famosa pose em cima de um gárgula, sempre de prontidão para defender a todos.
Esta não foi uma narrativa de ação; mas foi um tremendo estudo de personagem bem escrito. Sozinha, esta história não representa uma entre as grandes histórias do Batman, mas esta não é a intenção de Snyder aqui. O que ele quer, é fechar sua narrativa, completar o círculo, fazer com que o ciclo que se iniciou lá em Batman #1 termine aqui. E o faz de maneira fantástica, enaltecendo a importância do morcego para a mitologia da DC e deixando a porta aberta para qualquer um que queira dar continuidade a ele. Uma narrativa bela, inspiradora, e que conclui com chave de ouro, a trajetória do morcego nos Novos 52, abrindo caminho para o início da linha Rebirth. Ainda há mais uma história em Batman #52, mas por hora, vamos apenas contemplar com Batman, a visão panorâmica fantástica a qual chegamos e que Snyder fez questão de nos trazer.
Batman #51 (Abril/2016)
Linha: Os Novos 52
Títulos desta edição: Gotham Is
Títulos em português BR: Gotham É
Editora: DC Comics
Formato: Revista mensal
Roteiros: Scott Snyder
Desenhistas: Greg Cappulo
Coloristas: FCO Plascencia
Letrista: Steve Wands
Editores: Rebecca Taylor, Mark Doyle
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