Tuesday, May 23, 2017

CANTO DO CISNE: Roger Moore

Rapidamente, vou fazer aqui uma homenagem a Roger Moore, que faleceu hoje, aos 89 anos de idade, e que estava já faz algum tempo lutando contra o câncer. Moore foi um marco no cinema quando começou a interpretar um dos espiões mais charmosos e sofisticados da ficção, o espião britânico Bond... James Bond. E, falando aqui como um entendido do espião, que assistiu a todos os filmes da série, eu posso dizer a você que Moore figura entre meus favoritos no papel.

Eu descobri meu vício pelas aventuras do James Bond verdadeiramente no início da era Pierce Brosnan, meu ator favorito interpretando Bond, especialmente em GoldenEye. Mas quando assistia a Sessão da Tarde na TV, eu já via, entre outros filmes, a aventura The Spy Who Loved Me (O Espião que Me Amava), uma das minhas favoritas, e que contava com o sub-vilão Jaws, o homem com a mandíbula de ferro, sucesso absoluto das tardes da TV. E Roger Moore estava lá. Entre outras aventuras dele que passavam na TV, também estavam Live and Let Die (Viva e Deixe Morrer), também protagonizada por Moore no papel do espião.

Mas também não podemos esquecer do ótimo The Man With the Golden Gun (O Homem com a Pistola de Ouro), com Christopher Lee interpretando o vilão Scaramanga, e do grande e mais sisudo filme For Your Eyes Only (Somente para Seus Olhos).

Roger Moore, na minha opinião pessoal, está entre os três atores que interpretaram o espião de forma mais icônica na franquia James Bond, os outros sendo Sean Connery e o Brosnan. Qual deles é o seu favorito aí é questão de preferência, mas eu sempre lembro do Moore no papel com carinho, não só porque ele fazia o tipo bastante charmoso e galanteador que se espera de um personagem como Bond, e também não porque ele era a escolha predileta do escritor Ian Fleming, criador de Bond na literatura, mas também por causa do seu sarcasmo e senso de humor bastante oportuno para o momento que a franquia estava passando.

De todos os James Bond, Moore era o mais divertido e o mais piadista. Não perdia a oportunidade de tirar uma lasquinha com quem quer que fosse, e ainda por cima saía bem na fita, e com a garota, no final da aventura!

Uma cena muito divertida, por exemplo, é quando Bond enfrenta alguns crocodilos em Live and Let Die, uma sequência que jamais vou esquecer na filmografia dele. Também teve a sequência no deserto, em The Spy Who Loved Me, onde Bond mostra um certo desprazer que tem de ver mulheres dirigindo, e resolve tirar uma casquinha de sua parceira. A piada é rápida, mas demonstra todo aquele jeitão britânico de fazer uma piada de forma séria, sem dar risada.

Tem até piada em For Your Eyes Only, na sequência de abertura, onde Bond rapidamente enfrenta um regressado Ernst Blofeld, para no fim jogá-lo de uma vez por todas, de forma bem cômica até, dentro de uma grande chaminé, direto para a morte, aos gritos de Blofeld, que berrava "Mr. Boooooooond!". E ainda destaco outros momentos ótimos, como o memorável duelo dele com Scaramanga, o momento que a agente Triplo X descobriu os verdadeiros planos de Bond em The Spy Who Loved Me, o embate dele com o vilão Jaws no mesmo filme, entre outras surpresas que justificam por que Moore para mim foi um dos melhores Bond de todos.

Claro, ele não viveu só de James Bond; seu trabalho de maior destaque está na série do espião, mas também fez outros papéis, como na série Ivanhoe, onde interpretou Sir Wilfred, ou na série Maverick, onde interpretou majoritariamente Beauregarde Maverick. Também participou de um episódio de Alfred Hitchcock Presents..., onde fez um inspetor (premonição?), e chegou mesmo até a ser Sherlock Holmes em um filme e o inspetor Clouseau em outro, mas sem muito destaque.

Desta forma, deixo aqui os meus mais sinceros respeitos e admiração a um ator britânico único, que eu gostava e que me marcou de alguma forma, garantindo que eu o acompanhasse na Sessão da Tarde, e contribuindo para que eu virasse um admirador cada vez mais voraz da criação de Ian Fleming. Terceiro ator a interpretar o espião, após Sean Connery e George Lazenby, Moore se vai deixando um legado que foi, alguns anos depois, base para que Pierce Brosnan compusesse o seu James Bond, juntando o carisma e determinação do Bond de Connery, o senso de humor e sarcasmo de Moore, e a crueza, frieza e o espírito implacável de Timothy Dalton, todos ex-James Bond. Apesar de Brosnan figurar em primeiro lugar sempre, entre os James Bond que eu mais gosto de reassistir, também adoro ver esse lado mais cômico de Moore no papel, de forma isolada, e os filmes dele me dão aquela sensação nostálgica tão marcante que a gente tem quando sabe que está acompanhando um clássico.

Claro, Moore também teve filmes sofríveis na franquia, como foi o caso de Octopussy, e o manbembe Moonraker (007 Contra o Foguete da Morte), mas não se pode acertar a todo momento. Recordista invicto de atuações em filmes de James Bond, sete ao todo, uma marca praticamente impossível de se superar hoje em dia, Moore agora é parte dessa história e ficará para sempre em nossa memória. Eu dedico aqui um brinde de martini (batido, não mexido) a Moore... Roger Moore, e desejo que Deus o coloque em um bom lugar. Descanse em paz! Fique com a abertura de Moore em seus filmes e uma cena de ação de For Your Eyes Only, e se você não conhece os filmes de Bond do ator, sugiro que vá atrás desses que eu recomendei.

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