7,5 / 10
Antes de acabar o ano, resolvi divulgar a vocês este personagem que consegui conhecer melhor no ano em que estamos. Para quem ainda se pergunta, sim, o Brasil tem, sim senhor, talentos e mão-de-obra para criar super-heróis próprios com histórias interessantes. Tivemos diversos exemplos, mas como não há divulgação, eu resolvi colocar a mão na massa e apresentar algumas coisas a vocês. Eis, portanto, um exemplo de super-herói que tem insistido por anos em continuar, e que graças a Deus ainda se encontra em circulação, mesmo que não tanto em atividade como gostaríamos, o Jou Ventania, cuja primeira revista data lá detrás, em 2009.
Confira minha opinião!
Durante o ano, caso alguém não percebeu, o que acho difícil, eu não publiquei quadrinho algum no site. Tinha resolvido dar um tempo com a mídia, muito embora seja algo que eu consiga fazer com certa facilidade. Pois bem, esta postagem aqui será não só de um quadrinho, mas também brasileiro. Faz alguns anos, eu tinha ouvido falar neste herói aqui, o Jou Ventania, criado pelo quadrinista Lincoln Nery, ou apenas Linc Nery.
Durante o ano, caso alguém não percebeu, o que acho difícil, eu não publiquei quadrinho algum no site. Tinha resolvido dar um tempo com a mídia, muito embora seja algo que eu consiga fazer com certa facilidade. Pois bem, esta postagem aqui será não só de um quadrinho, mas também brasileiro. Faz alguns anos, eu tinha ouvido falar neste herói aqui, o Jou Ventania, criado pelo quadrinista Lincoln Nery, ou apenas Linc Nery.
Quando eu via as imagens dele, eu não conseguia parar de pensar... humm, o visual meio Asa Noturna... mas falei pra mim mesmo que iria tirar qualquer ideia pré-concebida e ir atrás de conhecer. Faz poucos meses atrás, eu encontrei um perfil no Mercado Livre que vendia a primeira revista, então resolvi investir para finalmente conhecer esta história. Quem sabe com o sucesso dessas vendas, o perfil não coloca as outras edições à venda também? Vamos torcer!
Outra coisa que eu comprei este fim de ano foi o quadrinho Jou Ventania e Enemus pela Amazon Kindle. Estava apenas 5 reais, então pensei "whaddahell!" e peguei mais essa aventura do justiceiro para ler. Este ano vou falar da edição 1 do Jou Ventania e minha primeira experiência e impressões com o personagem, ano que vem eu falo dessa outra de crossover, depois que eu ler.
De cara, achei a história bacaninha, mas por ser o primeiro número, tenho algumas críticas a ela. Mas falando das qualidades ainda, o desenho do Cleiber Vieira parece querer seguir meio na linha do que o Frank Miller (o bom, dos anos 80, não o de agora) fazia com seus desenhos. O traço é bom, somente precisa seguir uma certa regularidade aqui ou ali, ser um pouco mais aperfeiçoado, mas em linhas gerais, eu gostei. A história é coerente, o script é dinâmico, mas eu tenho uma ressalva a ele, falo depois. Voltando ao traço, a estilização escolhida para a HQ é em preto e branco, sem coloração, o que deu um tom meio de história noir, não sei se a intenção foi essa, mas achei bacana.
A história, chamada Gritos na Noite, mostra o personagem Augusto Oliveira voltando para a sua cidade natal, a fictícia Vencesleng. Ele fazia parte de uma divisão do exército, mas algo aconteceu e ele voltou, eu não sei se isso será explicado em edições posteriores, mas ficou para mim esse mistério no ar. No caminho, ele encontra uma putinha oferecida, e ela quase é violentada por dois marmanjões, mas Augusto dá cabo deles bem fácil. Resistindo a seus impulsos primitivos, Augusto dispensa a putinha, mas aceita ficar com o número de telefone dela. Depois disso, ele se dirige para a casa do tio, conta o que aconteceu e pede ao tio para ficar por lá por uns tempos.
Nesse meio tempo, sai um demônio arrependido do inferno pedindo o perdão de Deus, e o Todo-Poderoso só lhe concede o perdão se aceitar se redimir perante uma vontade do Altíssimo; o demônio aceita e, quando a noite cai, vai atrás de Augusto propor que juntassem forças para fazer o bem às pessoas. O garoto, sem pensar muito, aceita e se transforma no personagem título.
Nesse meio tempo, sai um demônio arrependido do inferno pedindo o perdão de Deus, e o Todo-Poderoso só lhe concede o perdão se aceitar se redimir perante uma vontade do Altíssimo; o demônio aceita e, quando a noite cai, vai atrás de Augusto propor que juntassem forças para fazer o bem às pessoas. O garoto, sem pensar muito, aceita e se transforma no personagem título.
Junto a isso, vemos um cara que tem um E no peito, que atende pela alcunha de Enigma, Jou Ventania em sua primeira missão, inclusive usando um de seus apetrechos pela primeira vez, e essa revistinha termina com Augusto falando com uma psicóloga chamada Danielle Dutra. A trama pára por aí, e suponho que dá continuidade na segunda edição, que eu ainda não tive a chance de ler.
Mas enfim, voltando à questão do script lá de cima, eu achei que a narrativa não está ruim, tem coerência, dá pra gente entender muito bem o que está se passando e quando, mas eu achei também que a história me pareceu bem acelerada. Há momentos em que ela pára para desenvolver certos trechos, mas em geral, achei que estavam correndo para terminar logo a HQ. Poderiam tomar um pouco mais de tempo para explicar certos momentos na narrativa e para trabalhar aquele momentum, aquele trecho que será crucial e que trará impacto e drama à narrativa. Do jeito que está, achei muitas partes bem aceleradas, mas o conceito geral é bom, tem como se tornar algo bem interessante no futuro. E como eu falei lá em cima, achei que outras partes tem coisas que ficaram meio no ar, eu suponho que sejam coisas que o Nery irá retornar para explicar melhor em edições subsequentes.
Como uma última crítica, e se me permitem a audácia, eu só pediria para checarem bem a impressão do texto em futuras edições da revista, porque eu notei a palavra "proteger" escrita errada, com "j" ("protejer"), duas vezes durante a leitura. Sei que é um erro bobo, que fazer tudo isso com edição independente e sem propaganda midiática é um trabalho dos infernos, e que já fazem 10 anos, mas é sempre bom chamar a atenção para não espantar futuros leitores. A intenção é ajudar, porque eu realmente achei o personagem bacana.
Como uma última crítica, e se me permitem a audácia, eu só pediria para checarem bem a impressão do texto em futuras edições da revista, porque eu notei a palavra "proteger" escrita errada, com "j" ("protejer"), duas vezes durante a leitura. Sei que é um erro bobo, que fazer tudo isso com edição independente e sem propaganda midiática é um trabalho dos infernos, e que já fazem 10 anos, mas é sempre bom chamar a atenção para não espantar futuros leitores. A intenção é ajudar, porque eu realmente achei o personagem bacana.
E, para terminar, eu não poderia deixar de notar as similaridades, meu caro Nery! Roupa meio semelhante ao Asa Noturna... gancho de braço... vilão com um E no peito e que atende pela alcunha de Enigma... só mesmo sendo um louco ou completo alienado para não notar as bat-referências, meu amigo!
Mas enfim, acho que o Jou Ventania é um personagem bem bacana e que, se bem desenvolvido no futuro, terá histórias bastante interessantes para nos contar, talvez até se destacar junto a outros contemporâneos seus, como o Doutrinador, por exemplo. Eu torço muito para que isso aconteça, e torço para o sucesso deste super-herói brasileiro. Recomendo que você vá conferir e divulgar a seus amigos. Nada mal por ser esta a única postagem de quadrinhos que eu vou fazer em 2018!
Jou Ventania Nº 1 (Janeiro/2009)
Editora: Brasil Comics
Formato: Revista periódica
Roteiro: Lincoln Nery
Desenho: Cleiber Vieira
Impressão: Roseli Amorim / Eliana Maio
Diretor geral: Lincoln Nery
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