Nota: 8,5 / 10
Após a trilogia The Matrix (1999-2003), eu fiquei sabendo que a criação dos Watchowskis era inspirada em diversas fontes, e uma delas era o mangá 攻殻機動隊 (Ghost in the Shell), escrito em 1989 por Masamune Shirow. Antes de The Matrix, eu nunca havia visto nem ouvido falar do mangá, nem da animação japonesa de 1995, dirigida por Mamoru Oshii, então eu saí pra pesquisar e consegui assistir alguns trechos, mas nada além disso.
Lembro de ter gostado da ideia, mas acabei perdendo a obra de vista, então venho assistir esta adaptação live action como um iniciante mesmo, sem saber muito em questão de fidelidade ou coisas assim. E, como expectador somente desta versão americana, eu gostei bastante, achei provocadora e instigante, até mesmo senti que deveria ter ido atrás antes desta história. Vamos então falar do filme.
Após a trilogia The Matrix (1999-2003), eu fiquei sabendo que a criação dos Watchowskis era inspirada em diversas fontes, e uma delas era o mangá 攻殻機動隊 (Ghost in the Shell), escrito em 1989 por Masamune Shirow. Antes de The Matrix, eu nunca havia visto nem ouvido falar do mangá, nem da animação japonesa de 1995, dirigida por Mamoru Oshii, então eu saí pra pesquisar e consegui assistir alguns trechos, mas nada além disso.
Lembro de ter gostado da ideia, mas acabei perdendo a obra de vista, então venho assistir esta adaptação live action como um iniciante mesmo, sem saber muito em questão de fidelidade ou coisas assim. E, como expectador somente desta versão americana, eu gostei bastante, achei provocadora e instigante, até mesmo senti que deveria ter ido atrás antes desta história. Vamos então falar do filme.
A trama começa com a protagonista às portas da morte. Major Kusanagi (Scarlett Johansson) sofre um acidente e somente seu cérebro acaba sendo conservado, e colocado em um corpo mecânico. 99% androide, Major agora tem que se acostumar com sua nova condição. Pense no filme como uma mistura de Blade Runner, Robocop e qualquer ficção-científica cyberpunk que você possivelmente já viu por aí. O próprio visual da história evoca Blade Runner, de tão semelhante. Há também elementos de animês, que são facilmente identificáveis pela estilização.
Pois bem, Major é a primeira humana transformada em androide cuja experiência foi um sucesso. Sua missão então é ficar em cima de edifícios e sair pelada por aí caçando criminosos. Brincadeira! Ela é uma androide, então vemos Johansson algumas vezes com pouca roupa e alguns detalhezinhos para tapar as partes que não podem aparecer, afinal de contas ela tem o corpo de androide. Chega a ser até estiloso, mas mesmo assim eu ficava me perguntando "o que há de errado em ela usar um uniforme, ou algo do tipo?", todas as vezes que eu via essas cenas.
Enfim, a missão dela aqui é lidar com terroristas que conseguiram a habilidade de hackear a mente das pessoas neste futuro, uma vez que praticamente todas as pessoas neste mundo possuem implantes cibernéticos que melhoram, em algum aspecto, certa habilidade. Desta forma, todas as pessoas estão conectadas a uma grande rede. Major é, até certo ponto da história, a única com o corpo 100% mecânico. Mas então, no meio da trama, algo acontece, e ela descobre que nunca foi a primeira e nem será a única.
A fotografia é sensacional. A atmosfera cyberpunk do filme é excelente, envolvente e interessante; você até as vezes fica pensando "puts, eu já vi isso em Blade Runner", mas mesmo assim, é interessante em termos de visual. Também achei interessante como que o filme chama a atenção para a seguinte discussão: até onde podemos dizer que há humanidade em um mundo tão tecnológico?
Em Blade Runner, a discussão revolvia em torno dos fantasmas da máquina. Os androides eram tão perfeitos, que tinham que serem feitos testes para saber se alguém era humano ou robô. Em The Matrix, temos a união do homem e da tecnologia, tanto contra, quanto a seu favor, e o debate de se não vivemos em um mundo de mentiras. Aqui, em Ghost in the Shell, é constantemente referenciado o fato de Major possuir uma nova "casca". Seu cérebro é a única coisa orgânica que sobrou, portanto ela é como se fosse um fantasma em uma casca, exatamente como o título sugere. Será que ela já está longe de ser chamada de humana a esse ponto, ou ainda podemos enxergar humanidade, mesmo em um corpo totalmente mecânico?
Enfim, são pontos bem interessantes de abordar, e podem ser observados em vários níveis, pois neste mundo temos a Major, temos um cara com olhos mecânicos que é amigo dela, mas de resto é humano, e temos outras pessoas com implantes e melhorias cibernéticas. Neste sentido, eu até me lembrei de um filme de 1997, chamado Nirvana, com o highlander Christopher Lambert, onde tinha um carinha parecido com o músico Frank Zappa, que tinha olhos mecânicos. Embora a trama fosse outra, me lembrou bem a estilização, bem característica deste gênero de ficção-científica.
E se me perguntarem, eu não acho que estejamos muito longe desta realidade, uma vez que um cientista este ano, em Dezembro, está prestes a realizar o primeiro transplante de cabeça da história.
Abordando o futuro dos seres humanos de forma instigante, Ghost in the Shell me pareceu ser uma história bacana e que me deu uma baita vontade de averiguar as animações feitas anteriormente para conhecer melhor este mundo. Recomendo o filme, seja você um fã da franquia ou não, é uma trama bem interessante de acompanhar e que desperta muitas perguntas em relação à nossa natureza. Confira nos cinemas.
Pois bem, Major é a primeira humana transformada em androide cuja experiência foi um sucesso. Sua missão então é ficar em cima de edifícios e sair pelada por aí caçando criminosos. Brincadeira! Ela é uma androide, então vemos Johansson algumas vezes com pouca roupa e alguns detalhezinhos para tapar as partes que não podem aparecer, afinal de contas ela tem o corpo de androide. Chega a ser até estiloso, mas mesmo assim eu ficava me perguntando "o que há de errado em ela usar um uniforme, ou algo do tipo?", todas as vezes que eu via essas cenas.
Enfim, a missão dela aqui é lidar com terroristas que conseguiram a habilidade de hackear a mente das pessoas neste futuro, uma vez que praticamente todas as pessoas neste mundo possuem implantes cibernéticos que melhoram, em algum aspecto, certa habilidade. Desta forma, todas as pessoas estão conectadas a uma grande rede. Major é, até certo ponto da história, a única com o corpo 100% mecânico. Mas então, no meio da trama, algo acontece, e ela descobre que nunca foi a primeira e nem será a única.
A fotografia é sensacional. A atmosfera cyberpunk do filme é excelente, envolvente e interessante; você até as vezes fica pensando "puts, eu já vi isso em Blade Runner", mas mesmo assim, é interessante em termos de visual. Também achei interessante como que o filme chama a atenção para a seguinte discussão: até onde podemos dizer que há humanidade em um mundo tão tecnológico?
Em Blade Runner, a discussão revolvia em torno dos fantasmas da máquina. Os androides eram tão perfeitos, que tinham que serem feitos testes para saber se alguém era humano ou robô. Em The Matrix, temos a união do homem e da tecnologia, tanto contra, quanto a seu favor, e o debate de se não vivemos em um mundo de mentiras. Aqui, em Ghost in the Shell, é constantemente referenciado o fato de Major possuir uma nova "casca". Seu cérebro é a única coisa orgânica que sobrou, portanto ela é como se fosse um fantasma em uma casca, exatamente como o título sugere. Será que ela já está longe de ser chamada de humana a esse ponto, ou ainda podemos enxergar humanidade, mesmo em um corpo totalmente mecânico?
Enfim, são pontos bem interessantes de abordar, e podem ser observados em vários níveis, pois neste mundo temos a Major, temos um cara com olhos mecânicos que é amigo dela, mas de resto é humano, e temos outras pessoas com implantes e melhorias cibernéticas. Neste sentido, eu até me lembrei de um filme de 1997, chamado Nirvana, com o highlander Christopher Lambert, onde tinha um carinha parecido com o músico Frank Zappa, que tinha olhos mecânicos. Embora a trama fosse outra, me lembrou bem a estilização, bem característica deste gênero de ficção-científica.
E se me perguntarem, eu não acho que estejamos muito longe desta realidade, uma vez que um cientista este ano, em Dezembro, está prestes a realizar o primeiro transplante de cabeça da história.
Abordando o futuro dos seres humanos de forma instigante, Ghost in the Shell me pareceu ser uma história bacana e que me deu uma baita vontade de averiguar as animações feitas anteriormente para conhecer melhor este mundo. Recomendo o filme, seja você um fã da franquia ou não, é uma trama bem interessante de acompanhar e que desperta muitas perguntas em relação à nossa natureza. Confira nos cinemas.
Ghost in the Shell (2017)
Título em português BR: A Vigilante do Amanhã: Ghost in the ShellDireção: Rupert Sanders
Produção: Ari Arad, Avi Arad, Holly Bario, Michael Costigan, Jane Evans, Steven Paul, Maki Terashima-Furuta
Roteiro: Jamie Moss, William Wheeler, Ehren Kruger (baseado no mangá 攻殻機動隊, escrito por Shirow Masamune)
Trilha sonora: Lorne Balfe, Clint Mansell
Estrelando: Scarlett Johansson, Pilou Asbæk, Takeshi Kitano, Juliette Binoche, Michael Pitt, Chin Han, Danusia Samal, Lasarus Ratuere, Yutaka Izumihara, Tawanda Manyimo, Peter Ferdinando, Anamaria Marinca, Kaori Yamamoto, Andrew Morris, Rila Fukushima
Trailer:
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