Sunday, April 30, 2017

CANTO DO CISNE: Belchior

Quero começar esta postagem assumindo publicamente que não, este cara não fazia grande parte da minha escola musical. Quem acompanha o meu blog por mais tempo deve saber bem que o Rock, o Metal, o Blues e o Jazz são as minhas escolas musicais, as minhas referências, e por isso, logicamente falo mais desses estilos. Mas Belchior era um desses artistas da MPB que eu esporadicamente ouvia, e gostava, não tendo preconceito algum com gêneros musicais.

Neste caso, esta minha postagem é mais uma questão de enaltecer e valorizar a verdadeira cultura musical brasileira, até mesmo pra falar para as velhas e novas gerações de algo que fez uma pequena, mas significante parte da minha vida, muito mais do que simplesmente de falar dessa ou daquela preferência musical, e Belchior era, a sua maneira, um dos representantes mais pungentes da música brasileira. Acredito eu que Belchior havia chamado mais minha atenção pela questão da proximidade dele com o Rock, muito embora fosse realmente um autêntico expoente da MPB.

Conheci a composição "Como Nossos Pais" através da cantora e ícone Elis Regina. Foi meu primeiro contato com o artista cearense. Nas aulas de violão popular que eu tive há anos atrás, Belchior também populou minha setlist, lembro de ter tocado pelo menos esta canção dele, aprendendo violão.

Depois, logicamente vieram as compilações, e aí eu tive contato com mais alguma coisa relativa à sua obra, como a bela canção "Apenas Um Rapaz Latino Americano", a country "Antes do Fim", que eu sempre associei àquele estilão do Johnny Cash. "Velha Roupa Colorida" também era uma canção bastante querida, que eu ouvia com frequência.

Aí resolvi conhecer um disco da obra dele. Adivinha qual disco eu fui atrás? Exatamente! Alucinação, de 1976, aquele que tinha a música "Como Nossos Pais". Foi provavelmente a única obra dele que eu conheci por inteira, e para minha sorte, havia nela todas as músicas que eu havia conhecido soltas, e que eu gostara, ou quase todas.

Enfim, eu não sou a melhor pessoa para falar de Belchior, ou por conseguinte, da MPB como um todo; sei o suficiente de MPB para sobreviver, e estou sempre aberto a aprender um pouco mais, conforme as pessoas falam comigo, ou conforme o tempo passa e eu me deparo com as mais variadas obras. Mas eu senti que não poderia me dizer um incentivador da alta cultura, da música de qualidade, sem lembrar dele aqui. Uma coisa eu posso dizer sem hipocrisia e sem desonestidade: gostaria que a atualidade tivesse mais jovens artistas como Belchior para preencher este vazio cultural ao qual nos encontramos hoje.

Que este artista clássico da música brasileira descanse em paz, e que no futuro, mentes jovens e mais esclarecidas possam beber de sua fonte artística. Que sua obra não passe despercebida pelas próximas gerações que virão. Fiquem com uma performance acústica dele, muito bonita.

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