Sunday, January 3, 2016

FILME: The Walk (A Travessia)

Nota: 10 / 10

Vamos iniciar o novo ano com algumas reminiscências de 2015. Este é um filme que eu não tive a oportunidade de checar nos cinemas, mas estava querendo muito conferir, afinal de contas Robert Zemeckis estava envolvido na direção, e o tema me pareceu interessante.

Creio que todo mundo possui um sonho, e que este sonho, pequeno ou grande, é algo muito importante e significativo para alguém. Eis aqui a história real de um indivíduo que teve um sonho grande e que parecia impossível. Mas mesmo parecendo ser absurdo e inalcançável, esta pessoa conseguiu realizar seu sonho.

Baseado na história real de Philippe Petit contada no livro To Reach the Clouds, Zemeckis e o grande Joseph Gordon-Levitt nos trazem uma história de conquista bastante contundente e maluca, para dizer o mínimo.

Hoje em dia, as antigas torres gêmeas de New York, comumente conhecidas como o World Trade Center são lembradas mais pela terrível tragédia que aconteceu em 11 de Setembro de 2001. Porém, nós vamos voltar no tempo para um período onde estas mesmas torres ganharam sua alma, ganharam vida, e pela primeira vez na história, receberam um visitante inesperado que as marcou para sempre. Mais do que isso; qualquer pessoa que olhasse para estas torres a partir deste dia, começaria a sonhar com coisas grandes, e a querer realizar feitos extraordinários.

Em 1974, o equilibrista e artista de rua francês interpretado por Gordon-Levitt tem o grande desejo de pendurar uma corda no topo do, hoje extinto, World Trade Center e andar sobre ela. O homenzinho não pretende apenas realizar um show à plena visão de todos, mas sim uma proeza que será lembrada pelo resto dos tempos.

Desta forma, começamos o filme com a narração do protagonista em cima de um edifício alto, e vemos sua vida anterior, sua infância, como ele aprendeu a andar na corda bamba, vemos ele realizando apresentações de rua, até finalmente ficar sabendo das torres sendo construídas em NY, momento este que se inicia sua grande obsessão pela aventura nas alturas.

Ele conhece o mestre que será seu grande mentor, Papa Rudy (Ben Kingsley), que o ensina a aperfeiçoar suas técnicas e a ser um verdadeiro performer. Então vemos ele forjando suas parcerias que o vão levar ao alto das torres gêmeas para realizar o grande feito de sua carreira.

No primeiro ato, vemos o protagonista se apresentar e conhecemos seu círculo, suas origens e seu meio; o segundo ato do filme trata de toda a preparação para o feito e todo trabalho clandestino que foi realizado na surdina para que Petit reconhecesse o terreno, avaliasse como ele iria montar seu cenário; finalmente, o terceiro ato é inteiramente o clímax, onde finalmente vemos a travessia de Petit para a qual se preparou tanto durante todo o filme. E esta parte é simplesmente majéstica! Sensacional, eu não tenho palavras que possam descrever este momento fantástico do filme.

Zemeckis realmente te transporta para o momento, poetiza a proeza, te deixa tenso, afoito, com os olhos grudados na tela para acompanhar Petit de uma torre a outra em sua corda; mas ele não se dá por satisfeito, e volta a ela quando chega à outra torre, fazendo com que seu espetáculo seja, de fato, uma grande proeza. A fotografia te causa vertigem, te deixa desconfortável ao ver Petit se ajoelhar na corda, deitar nela, saudar a multidão, a cidade, o céu, enfim, foi, com certeza uma das maiores e mais espetaculares sensações que eu experimentei nos últimos tempos.

Mas o melhor de tudo é quando a polícia chega para tirá-lo de lá. Novamente ele dá meia volta e retorna ao seu número. E assim, o que era simplesmente para ser uma travessia simples, se torna um verdadeiro espetáculo no céu, lindo de se ver, com o sensacional cenário de NY visto de cima, pelos olhos do equilibrista em sua corda.

E agradeço por poder começar o novo ano com este pensamento que o filme exprime: se você tem um sonho em sua vida que julga ser audacioso, inalcançável, talvez até perigoso demais para se arriscar... lembre-se de Philippe Petit em sua corda, no alto do World Trade Center, dançando com as nuvens, caminhando pelo vazio, desafiando a sorte, enaltecendo o brilho do azul infinito.

Esta imagem ficará marcada para mim. E será referência para tudo aquilo que eu desejo realizar em 2016 e nos anos que virão. Muito obrigado, Philippe Petit, muito obrigado, Robert Zemeckis, por me trazer este audacioso e espetacular conto de bravura, audácia e determinação. Eu recomendo a todos que assistam esta incrível história, que para mim acaba de se tornar o melhor filme que foi produzido em 2015. E espero que ganhe uma série de Oscars por sua incrível audácia.

The Walk (2015)
Título em português BR: A Travessia

Direção: Robert Zemeckis
Produção: Jack Rapke, Steve Starkey, Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Christopher Browne (baseado no livro escrito por Philippe Petit)
Trilha sonora: Alan Silvestri

Estrelando: Joseph Gordon-Levitt, Guillaume Baillargeon, Émilie Leclerc, Mark Trafford, Inka Malovic, Lucas Ramacière, Martin Lefebvre, Philippe Bertrand, Laurence Deschênes, Patricia Tulasne, Jean-Robert Bourdage, Sylvie Lemay, Sasha Dominique, Soleyman Pierini, Jade Kindar-Martin, Patrick Baby, Ben Kingsley, Marie Turgeon, Charlotte Le Bon

Trailer:

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