Friday, December 15, 2017

NO CINEMA: Star Wars: The Last Jedi (Star Wars: Os Últimos Jedi)

Nota: 5,5 / 10

Chegou finalmente aquele momento de fim de ano. Dezembro é mês de Star Wars. A nova trilogia da série de filmes começou em 2015 com o filme The Force Awakens. Foi excelente em vários níveis, e dava sequência à trilogia clássica original com esmero.

Agora, nos vemos novamente diante de uma nova aventura da saga, The Last Jedi. E, mais uma vez, questionamos: será que a franquia está melhor longe das mãos de seu criador? O novo filme da saga não é perfeito, mas será que se sai bem, apesar dos problemas, mesmo que o filme de J.J. Abrams tenha sido bem melhor? Será que esta sequência tem coisas que levarei para a minha memória nerd?

Ah, e a homenagem é válida: adeus, princesa Leia!


Como sempre, a emoção vem, toda vez que a gente se depara com aquele velho letreiro no meio do telão que diz: "A LONG TIME AGO, IN A GALAXY FAR, FAR AWAY..."; nunca falha em impactar!

Então vemos a Primeira Ordem totalmente consolidada. Temos um vislumbre, finalmente de perto, do Supremo Líder Snoke, junto de seu pupilo, o filho de Han Solo e Leia Organa, Kylo Ren, antes, conhecido como Ben Solo. Devagar, vamos relembrando onde estavam as peças de tabuleiro desde o último filme. A Resistência, o pessoal da Leia, tenta um ataque para tentar neutralizar forças do Snoke, liderados por Leia e pelo comandante Poe Dameron. O Poe é um dos novos personagens que eu gostei bastante. Ele é o protótipo do líder decidido, astuto, sagaz, o homem feito mesmo, nascido para liderar. Ao mesmo tempo, é um cara muito positivo. Ele exala aquela aura aventuresca e otimista que os personagens da trilogia clássica costumavam exalar. Apenas o Han Solo acabou permanecendo com ela na trilogia atual, mas, como vimos no filme anterior, ele foi morto por seu próprio filho. Da velha guarda, sobraram Leia, Luke, 3PO, R2 e Chewie.

E devo dizer, o Chewie ficou meio apagadão sem a companhia de seu velho amigo Han. Ele ainda é o mesmo, mas sem Han, perdeu um pouco daquela vida, daquela aura que tinha. Han e Chewie eram inseparáveis, não dava pra imaginar um sem o outro. 3PO e R2 ainda são os mesmos de sempre. Mas Leia e Luke perderam muito daquele vigor de outrora, principalmente Luke.

Alias, há de se comentar a controvérsia de Mark Hamill estar fazendo o seu clássico papel a contra gosto. Ele chegou para o diretor de Looper, e disse o seguinte: "eu discordo fundamentalmente de toda e qualquer decisão que você tomou para meu personagem neste filme; dito isso, agora vou fazer tudo que puder para trazer sua visão à vida".

Uau... que queimada! Percebe-se que Hamill não está nem um pouco feliz com o destino que tomou Luke Skywalker neste filme. Mas e aí, Rian Johnson exagerou? Bem... um pouco, sim, pelo menos pra mim. Realmente é difícil imaginar o Luke Skywalker assim tão pra baixo como está aqui, querendo viver na completa solidão até o dia de sua morte, querendo o fim da linhagem dos Jedi. Também é complicado imaginar o Luke tomando as atitudes que tomou nas cenas de flashbacks de seu personagem. Foram consecutivos tapas na cara que eu senti ter levado do roteiro do filme nas muitas vezes que eu via o Luke aqui.

Porém, o roteiro é até ágil para explicar a razão de ter chegado a esse ponto. Há certas atitudes de Luke que eu posso ver um cara chegando em uma certa idade na vida e as tomando, como é o caso aqui de não querer mais formar uma nova ordem de cavaleiros Jedi... mas não o Luke. E quando ele conversa com o fantasminha do Yoda, é um momento bacana onde temos aquela nostalgia de The Empire Strikes Back, quando vemos o Luke ancião novamente na posição de aluno, frente ao Yoda.

No mais, há muitas reviravoltas e surpresas em relação a todos os personagens. Quer dizer, todos, menos Rey ainda. Este foi um filme inesperado da saga. Pra se ter uma ideia, o líder Snoke acaba tendo um destino que eu achei muito repentino e muito fora de hora para acontecer. O desenvolver da personagem Rey também não achei tão efetivo, numa hora ela está com o Luke na ilha, depois lutando contra o Kylo Ren, depois combatendo com os caras da Resistência, como se uma situação levasse logicamente à outra. Ok, ela fez tudo isso, mas achei que ficou muito descompassado e pateta. Melhor desenvolvimento tem aqui o Poe, o Finn, que se mostra mais um personagem de valor na saga, e o robozinho BB-8 também tem ótimos momentos que eu achei muito bacanas.

As batalhas, por outro lado, são um show a parte. Quem adora guerra espacial vai se deliciar aqui com naves X-Wing, naves Tie-Fighters, frotas estelares soltando raios laseres, explodindo coisas, com muita ação frenética, mas sem deixar a história de lado. O climax é inesperado de uma forma esquisita, e encerra um ciclo na mitologia da saga. Fica até difícil de imaginar o que vão fazer no terceiro filme.

Na trilogia clássica, aconteceu o contrário: o segundo filme é que é muito, muito, mas mil vezes melhor que o primeiro filme, com drama sensacional, onde a gente vê tudo indo em béstia, e a escuridão tomando conta, nos deixando naquele estado de suspense e urgência em querer saber o que iria acontecer em Return of the Jedi. Aqui não. Tem um finalzinho dramático, mas não deixa a gente naquele estado absurdo de suspense de querer saber o que vai acontecer em seguida, pelo contrário, apaga nossa chama. Terminou o filme e eu fiquei, "hum, ok", mas ao mesmo tempo, reparei que não fiquei tentando imaginar na minha cabeça o que iria vir depois. Com The Empire Strikes Back, você fica. Te dá aquele nervoso, e aquela sanha de querer ver imediatamente o terceiro filme para saber logo o que acontece.

Basicamente é isso que eu posso falar, pessoal, não consigo pensar em mais nada sem dar um baita spoiler pra você, ou vários. Basta dizer simplesmente que eu achei ok, divertido, mas poderia ter se saído melhor e ter menos ideologismos. E o Luke poderia sim, ser um cara mais introspectivo, mas não perder totalmente aquela vivacidade de outrora; de uma certa forma, Hamil estava certo quanto a isso. Felizmente, Poe Dameron deu conta de suprir essa falta. E no final, é visível que eles estão mesmo no meio de um processo de passar o bastão para uma próxima geração da série. Até recomendo você assistir, mas não vá esperando ver algo épico, como The Empire Strikes Back, ou coisa parecida. vá na maciota, para se divertir com a ação mesmo e viver um pouco de nostalgia, fazendo vista bem grossa para os equívocos.

E, como já é de praxe, é sempre bom dizer, desta vez com ar de luto, pela nossa Carrie Fisher:

QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊS! SEMPRE!

Star Wars: The Last Jedi (2017)
Título em português BR: Star Wars: Os Últimos Jedi

Direção: Rian Johnson
Produção: J.J. Abrams, Pippa Anderson, Ram Bergman, Candice D. Campos, Kiri Hart, Kathleen Kennedy
Roteiro: Rian Johnson (baseado em personagens criados por George Lucas)
Trilha sonora: John Williams

Estrelando: Mark Hamill, Carrie Fisher, Adam Driver, Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Andy Serkis, Lupita Nyong'o, Domhnall Gleeson, Anthony Daniels, Gwendoline Christie, Kelly Marie Tran, Laura Dern, Benicio Del Toro, Frank Oz, Billie Lourd, Joonas Suotamo, Amanda Lawrence, Jimmy Vee, Brian Herring, Dave Chapman, Justin Theroux, Tim Rose, Tom Kane

Outros filmes desta cinessérie:

Novos prelúdios e derivados:
- Solo: A Star Wars Story (Solo: Uma História Star Wars) (2018)
Rogue One: A Star Wars Story (Rogue One: Uma História Star Wars) (2016)

Novas sequências:
- The Rise of Skywalker (A Ascensão de Skywalker) (2019)
- The Last Jedi (Os Últimos Jedi) (2017)
The Force Awakens (O Despertar da Força) (2015)

Prelúdios:
- Episode III - Revenge of the Sith (Episódio III - A Vingança dos Sith) (2005)
- Episode II - Attack of the Clones (Episódio II - O Ataque dos Clones) (2002)
- Episode I - The Phantom Menace (Episódio I - A Ameaça Fantasma) (1999)

Trilogia clássica:
Return of the Jedi (O Retorno do Jedi) (1983)
The Empire Strike Back (O Império Contra-Ataca) (1980)
Star Wars (Guerra nas Estrelas) (1977)

Trailer:

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