Nota: 5,5 / 10
Ok pessoal, já estamos em Dezembro, somente para registro, e eu estou dando uma checada em algumas coisas que por motivos de força maior eu acabei perdendo nos cinemas. Uma delas foi o filme do Lego Batman, lá no início do ano, que depois eu acabei assistindo, a outra é este filme aqui, Valerian and the City of a Thousand Planets; Ou simplesmente Valerian, pois eu não acredito muito que terá uma continuação.
Ele é baseado na HQ francesa Valérian and Laureline, que eu nunca ouvi falar na vida, portanto não sei falar a vocês o quanto o filme é fiel à história original ou não. Tendo sido publicada pela primeira vez em 1967 e finalizado em 2010, é de se estranhar que eu não tenha ouvido falar dessa história antes, mas enfim, do ponto de vista do expectador e não do leitor, achei a história em si meio fraca aqui. Visualmente é muito bonito, mas o filme tem certos problemas incômodos.
Vamos entender o que houve: o filme, em termos visuais, é sensacional, sem sombra de dúvida! Os gráficos são excelentes, as criaturas renderizadas por computador são ótimas, e muito criativas. Haviam partes do filme em que eu dizia "puts, eu posso perfeitamente ver um videogame sair daí!". Numa breve pesquisa aqui, percebi que esta história, em 1967, foi uma das inspirações de George Lucas para Star Wars, e aqui, a gente pode entender muito bem o porque. Só que John Carter também foi uma grande inspiração para a mesma cinessérie, e mesmo assim, acabou ganhando um filme ruim.
Mas enfim, o filme ainda tem toda aquela pegada de filme do Luc Besson, que você deve conhecer por alguns sucessos, como Nikita, Le Cinquième Élément (O Quinto Elemento), e mais recentemente, o passável Lucy. Analisando todos estes filmes, você vai ver que é realmente a mesma pegada do diretor aqui, porém, de uma forma meio que arrastada demais.
A história envolve dois agentes no século XXVIII, o major Valerian (Dane DeHaan) e sua sedutora companheira Laureline (Cara Delevingne). Os dois são enviados para Alpha, uma cidadela habitada por milhares e milhares de criaturas do espaço, para recuperar um conversor fabricado no planeta Mül, e garantir a paz na galáxia contra uma entidade das trevas. Há muito tempo, a paz do planeta foi afetada após séculos, fazendo com que seus habitantes reluzentes abandonassem aquele lugar.
O filme faz tudo que pode para nos manter com os olhos na tela nos momentos de ação. E realmente ação é uma coisa da qual não podemos reclamar, pois isso o filme tem de sobra. Só que a trama é confusa demais; tem gente dizendo que ela é difícil de entender, não, meu amigo, é confusa mesmo, arrastada. No meio do caminho vão aparecendo outros personagens assim, do nada, como a personagem Bubble, feita pela Rihanna, ou o comandante Arün Filitt, de Clive Owen. Não que sejam ideias ruins, mas não há backstory para eles, nada que faça com que eles simpatizem com a audiência antes de serem jogados na trama.
Sem falar que, no meio da correria, a gente até fica perdido. Os personagens vão de ponto A, para ponto B, depois voltam para o A, para irem ao ponto C, sem muito desenvolvimento nem nada. Há um trecho que o Valerian se perde e Laureline vai atrás dele, mas quando é feita a cena de resgate, é de uma frieza pavorosa. E esse é outro ponto no filme, a frieza e forma automática com a qual os personagens respondem a tudo. E cadê o alardeado romance entre os dois? Cadê? É a coisa mais sem química que você pode ver na tela! Eles não tem absolutamente química alguma juntos, são apenas carinhas bonitas, é impossível de comprar a história de amor entre os dois protagonistas.
Sinceramente, eu não me senti atraído para assistir outra história desses personagens. As atuações estão tão no piloto automático, que tudo fica parecendo bem falso. Dessa forma, me deu até um certo alívio que eu tenha perdido este filme no cinema, porque tenho quase certeza que não vai rolar uma sequência após tantas críticas medíocres ou ruins que o filme recebeu. Gosto demais do contexto do filme, essa coisa de prever o futuro, assistir a odisseias espaciais, e o que mais você pensar é algumas das razões porque gosto tanto de ficção-científica, mas esta aqui, meu amigo... não é remotamente memorável. Terminei de assistir o filme e minha pronta resposta foi "méh". É como se eu não tivesse assistido no fim das contas. Nem a presença ilustre do jazzista Herbie Hancock como o ministro da defesa aqui foi capaz de me animar.
E acho que vai acabar assim no final, como um daqueles filmes que as pessoas assistiram na época, mas ninguém vai se lembrar no futuro. Pena, porque com tantos visuais e conceitos fantásticos, o filme tinha tudo para ser um sucesso, bastava um roteiro melhor e pronto. Lembro que eu havia até curtido o último filme do Besson que eu vi, Lucy, muito embora o final tenha deixado um pouco a desejar, o que fez com que eu o achasse passável. Mas com Valerian, creio que o Besson precisa urgentemente reavaliar certas coisas em sua carreira. Não recomendo este filme, a não ser que você seja um cara doido para ver visuais bonitos no cinema, aí pode até achar interessante, do contrário, não há muito aqui o que se aproveitar em termos de história.
Trailer:
Valerian and the City of a Thousand (2017)
Título em português BR: Valerian e a Cidade dos Mil Planetas
Direção: Luc Besson
Produção: Luc Besson, Virginie Besson-Silla, Camille Courau
Roteiro: Luc Besson (baseado na HQ francesa de Pierre Christin e Jean-Claude Mézières)
Trilha sonora: Alexandre Desplat
Estrelando: Dane DeHaan, Cara Delevingne, Clive Owen, Rihanna, Ethan Hawke, Herbie Hancock, Kris Wu, Sam Spruell, Alain Chabat, Rutger Hauer, Peter Hudson, Xavier Giannoli, Louis Leterrier, Eric Rochant, Benoît Jacquot, Olivier Megaton, Gérard Krawczyk, Sasha Luss, Aymeline Valade, Elizabeth Debicki, Pauline Hoarau, Barbare Weber Scaff, Ola Rapace, John Goodman
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