Saturday, February 27, 2016

CD: 7 - Seal

Nota: 9 / 10

Sabem, levando em conta meu lado soft, um dos artistas pop que eu sempre gostei é o Seal. Quem é mais velho deve se lembrar, por clássicos pop como "Kiss from a Rose", "Crazy", "Killer", entre outras. A voz dele sempre me agradou, além é claro, dos arranjos robustos de suas músicas, que são muito legais. Quando ele puxa mais para o eletrônico eu já fico com a testa franzida, mas ele talvez é um dos poucos artistas pop que me conquista até dentro de um gênero de música que eu não aprecio, que é a música eletrônica. Seal volta então com seu novo trabalho, 7, lançado em Novembro de 2015.

Não faz muitos anos eu postei lá no Whiplash.net uma resenha do sexto álbum do cantor inglês de ascendência nigeriana e filho de pai brasileiro, onde eu expunha que o cantor também possuía uma veia bem roqueira, dadas várias apresentações ao vivo que eu já vi do cara e sua banda. Aqui mesmo, no fim da resenha você pode ver essa minha postagem sobre o disco do cara, eu sempre coloco todo material relacionado de um artista quando eu falo de algum trabalho dele. Pois bem, creio que essa matéria que eu fiz para o Whiplash não fez muito sucesso por lá, devido à falta de aprovações e comentários no site, apesar de ter tido um grande número de visualizações.

Mas eu consigo entender essa rejeição por parte da galera mais fã de heavy metal de lá, afinal de contas, para muito jovem que começa a ser fã de metal, caras como Seal passam a serem estranhos no ninho. Por causa disso, eu nem vou me preocupar em postar essa resenha do sétimo disco lá também, até porque Seal aqui volta a revisitar suas influências pop e eletrônicas, e não ficaria bem eu levar esse tipo de material para um site de Rock e Metal. Mas não me arrependo de ter postado a matéria que postei lá não, aliás, me orgulho muito dessa capacidade de ser tão eclético, podendo curtir desde coisas mais soft até algo mais extremo e pesado.

Enfim, vamos falar do disco. Assim como outros artistas que já falei aqui no blog, Seal é mais um que nunca deixou de ser ele mesmo musicalmente, poucas vezes arriscando fazer algo muito diferente, como no disco Human Being (1998). Claro, há algumas variações de som sempre em cada disco, mas no geral, o Seal sempre manteve sua identidade sonora. Aqui neste novo álbum, não é diferente.

As três primeiras faixas, "Daylight Saving", "Every Time I'm With You" que é uma balada totalmente Seal, dos pés a cabeça, e a terceira, "Life On The Dancefloor" que joga a sonoridade mais para o lado eletrônico do cantor, são a prova disso. Nada mudou. Se você procura o Seal de sempre, aqui você o encontrará.

Outra de minhas favoritas deste novo trabalho é "Padded Cell", um tema que tem um aspecto eletrônico, mas é tão bem feito que te contagia, com uma melodia cativante e uma das melhores performances vocais que eu já vi de Seal, o cara sobe a voz de forma intrigante e com uma desenvoltura que captura sua atenção. A batida também contagia e os coros dão o drama que faz da música uma das melhores do disco. Vale a pena conferir.

O drama também está bem presente em "Do You Ever", aliás, me lembrou algo entre Roxette e o Yes dos anos 80 com aquela proposta Pop deles, enfim, gostei demais. A balada "The Big Love Has Died" evoca novamente a veia clássica de Seal, muito bonita e sentimental. Outra que é um ótimo destaque do Seal é "Redzone Killer", uma faixa funkeada com batida contagiante e arranjos ótimos que evoca o Seal clássico novamente, e outra faixa bem funkeada, "Monascow", uma das mais dançantes sem ser eletrônica, também me chamou a atenção, eu gosto bastante desse estilão do Seal com essa batida pop contagiante, quando ele começou nos anos 90, a gente sempre dançava bastante ao som de músicas como essa.

O disco, na versão normal, fecha com a linda balada "Half A Heart", a introspectiva "Let Yourself" e o fechamento "Love", que mostra o talento do cantor em faixas totalmente intimistas, somente ao piano. Aqui se encerra a versão normal do disco, a que vende nas lojas brasileiras. Os americanos foram presenteados com uma versão exclusiva da loja Target, que vende somente lá pelos arredores de Kentucky, nos EUA, e se você conseguir comprar ela, terá ainda a bela balada "We Found Love", que eu achei uma das mais belas canções de Seal, e a última, "Whatever You Need", que eu achei ok, nada demais, mas não te prende a escutar várias vezes seguidas, apesar de ser bem produzida.

Enfim, 7 é mais um disco na discografia de Seal, em que você sabe muito bem o que encontrar. E Seal conhece muito bem seus fãs e sabe o que eles procuram, então se você gosta do cantor, com toda certeza irá adorar este seu novo álbum, e se você é muito jovem e não o conhece, este é mais um excelente ponto de partida para conhecê-lo.

7 (2015)
(Seal)

Tracklist:
01. Daylight Saving
02. Every Time I'm with You
03. Life on the Dancefloor
04. Padded Cell
05. Do You Ever
06. The Big Love Has Died
07. Redzone Killer
08. Monascow
09. Half a Heart
10. Let Yourself
11. Love
Target Exclusive Bonus Tracks:
12. We Found Love
13. Whatever You Need

Selo: Warner Bros.

Banda:
Seal: voz e programação
Simon Bloor: guitarra (1-9), piano (4, 6, 10), teclado (2, 7-10), programação (2, 3, 6, 10, 11)
Phil Palmer: guitarra (2, 4-6, 8, 9)
Lol Crème: guitarra (4, 7-9), percussão (9), back vocais (9)
Josh Campbell: guitarra (7)
Trevor Horn: baixo (2, 3, 5, 7-9), teclado, guitarra (1, 4, 5), back vocais (9)
Chris Bruce: baixo (1, 2, 4, 6-8, 11), guitarra (1, 4, 5, 7)
Jamie Muhoberac: baixo (9, 10), piano (1, 2, 4, 5, 7, 9, 11), órgão (2, 4, 9), teclado (1, 2, 4, 5, 7-11), programação (1, 3-5, 7, 9-11)
Paul Turner: baixo (4)
Stephan Moccio: piano (1), teclado (1), programação (1)
Julian Hinton: teclado (1), programação (6, 9)
Jamie Odell: teclado (3, 8), programação (3, 4, 7, 8)
Justin Parker: teclado (5), programação (5)
Anne Dudley: piano (5)
Joel Peters: bateria (1, 4, 5, 7), programação (4, 5, 9), percussão (7, 10)
Earl Harvin: bateria (1, 2, 4)
Ash Soan: bateria (4, 5, 7, 9)
Abe Rounds: bateria (8)
Aaron Horn: programação (1, 4, 7)
Cameron Gower Poole: programação (4, 5, 9, 10), percussão (7)
Dave McCracken: programação (4)
Tim Weidner: programação (5), efeitos sonoros (6)
Luís Jardim: percussão (1, 2, 5-7, 9, 10)
Paul Spong: trompete (3, 8)
Steve Sidwell: trompete (3, 8)
Andy Wood: trombone (3, 8)
Dave Bishop: saxofone (3, 8)
Minnetonka: back vocais (4)
Mr Probz: back vocais (4)

Discografia:
Standards (2017) - álbum de covers
- 7 (2015)
- Soul 2 (2011) - álbum de covers
Seal 6: Commitment (2010)
- Soul (2008) - álbum de covers
- System (2007)
- Seal IV (2003)
- Human Being (1998)
- Seal (1994)
- Seal (1991)

Site Oficial: www.seal.com
Site da loja Target: www.target.com

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