Enfim, a DC acertou no cinema! Fui assistir Suicide Squad e saí da sessão realmente feliz e satisfeito com o que vi, sorrindo de orelha a orelha. Ano passado, eu havia feito uma resenha sobre a animação envolvendo o time de vilões da DC, e comparado a essa animação, bom, não é um filme melhor do que ela; mas é extremamente gratificante, inclusive se formos considerar o rumo que o DCEU estava tomando nos cinemas!
Houve coisas que eu gostei muito, houve algumas coisas que eu, como fã da DC, eliminaria. Mas de forma geral, eu finalmente senti que a DC está pegando o rumo da correção de curso em seu universo cinemático, para poder agora competir pau a pau com a Marvel. Dessa forma, vamos dar uma olhada no que mudou em relação aos originais, e avaliar o trabalho de David Ayer.
Houve coisas que eu gostei muito, houve algumas coisas que eu, como fã da DC, eliminaria. Mas de forma geral, eu finalmente senti que a DC está pegando o rumo da correção de curso em seu universo cinemático, para poder agora competir pau a pau com a Marvel. Dessa forma, vamos dar uma olhada no que mudou em relação aos originais, e avaliar o trabalho de David Ayer.
Primeiramente, eu quero atentar para as mudanças e liberdades que tomaram em relação aos quadrinhos. Mudaram a etnia do Pistoleiro. Nas HQs e animações, ele é um branco caucasiano, e aqui ele foi interpretado pelo Will Smith, provavelmente uma cartada da DC para tentar vender melhor o filme. Mas sem problemas até aqui, afinal de contas, a Marvel também mudou a etnia do Nick Fury, que nas HQs da Marvel também é um branco caucasiano, e a versão de Fury com Samuel L. Jackson ficou muito mais legal e interessante com Jackson interpretando.
Smith também realizou um excelente trabalho com seu Pistoleiro. A versão do personagem com o ator é bastante legal e tem toda aquela aura cool que Smith sabe passar a seus personagens. O Pistoleiro das HQs é do tipo mais suave e classudo, e quando está realizando seu trabalho de hitman, é bem irônico e ameaçador. Smith deixa o personagem mais sarcástico e menos ameaçador, mas mantém o efeito de seu drama pessoal no arco de história envolvendo o personagem, realizando uma interpretação diferenciada e bacana dele, e que eu gostei muito. Dá pra gente sentir bem o drama que ele está passando em sua vida e nos identificarmos com ele. Só achei meio exagerado eles humanizarem demais os bandidos, acho que deveriam cuidar pra não exagerar muito nessa humanização, mas de resto, ficou muito bom.
O Coringa de Leto... bem, ainda não sei. Vamos ter que ver mais coisas dele. Achei ele meio apagado aqui. Leto dá a entender que quer juntar algumas características do Joker que ele acha interessante abordar em sua versão, e realmente funciona quando ele se foca nelas, tem um pouco de Nicholson, um pouco de Ledger, até mesmo um pouco de Hamill, bem apagado, mas tem, é um Coringa que parece ser legal, embora seu jeitão de criminoso comum neste filme ainda não lhe permitiu colocar pra fora o maníaco homicida que ele pode ser para roubar a cena. Mas ok, vamos ver como ele se sai em outros filmes. Aqueles dentões prateados vão ter que ser bem explicados, sem contar a tatuagem de "damaged" na cabeça. Vamos ver o que o futuro reserva para o príncipe palhaço do crime.
Há uma cena dele com Margot Robbie, que é uma baita referência para os fãs de HQs como eu; é a famosa ilustração de Alex Ross trazida à vida, com Leto e Robbie vestindo os trajes clássicos do Coringa e da Arlequina. Achei fantástico! Foram poucos segundos, mas valeu a pena!
Agora, quanto ao resto do elenco, vamos começar pelo óbvio, a Arlequina de Margot Robbie. Para uma personagem que não nasceu nas HQs, e sim na clássica série animada noventista, ela foi muito bem interpretada aqui pela atriz. Ainda não está toda louquinha e demente como a gente a conhece dos desenhos, mas foi feito um ótimo trabalho com ela; Robbie interpretou uma Harley meio contida, mas que também tem seus acessos de loucura. Apesar de ela não vestir seu traje clássico pela maior parte do filme, seu traje no filme ficou bem legal, sensual, e a camiseta "Daddy's lil monster" ficou bem engraçada, isso sem contar que ela usou o martelão, arma clássica da Harley. Comecei a botar mais fé nessa versão quando vi a declaração do ilustríssimo Paul Dini, criador da personagem e roteirista da série animada, das HQs e dos games da série Arkham, dizendo que Robbie realizou um excelente trabalho com ela. E realmente ficou bem bacana.
Os outros personagens também ficaram ótimos. A Amanda Waller de Viola Davis, personagem que é a ministra de defesa dos EUA, é absolutamente tudo aquilo que eu esperava ver! Determinada, séria, carrancuda, ameaçadora, enfim, uma versão realmente louvável da personagem que costumava ter excelentes momentos de embate verbal com Batman na série da Liga da Justiça, coisa que eu espero ver bastante aqui quando o filme da equipe estrear. Na cena entre-créditos, tivemos um pequeno gostinho disso, vamos ver mais para frente. O Batman de Ben Affleck também continua impressionando, sendo, sem sombra de dúvidas, a melhor versão do Cavaleiro das Trevas do cinema, nos filmes de carne e osso. Ben, valeu cara! Você conseguiu provar que todos estávamos errados sobre você! Foi a melhor queimada de língua que eu já levei na vida!
Outros membros do Esquadrão também ficaram bastante semelhantes a suas versões das HQs, em especial, o Capitão Bumerangue, que pasmem... foi bem interpretado por Jai Courtney! Caramba! O "atorzinho de meia tigela" começou a crescer aqui neste filme, e realizou seu melhor trabalho até então. Ponto para Courtney. O Crocodilo do ator negro de nome difícil, que era o Mr. Eko na série Lost, também está bastante adequado, assim como Rick Flag, Katana, Diablo e os outros personagens. Senti falta da personagem Killer Frost aqui, esperava vê-la no filme, mas não rolou. KGBesta também não apareceu. O que pudemos ter no filme de personagens do Esquadrão, tivemos, e foi bacana.
A trama é simples. Uma entidade sobrenatural que está viva há mais de 600 anos quer destruir toda a humanidade, e o Esquadrão é chamado por Waller para detê-la. Se se recusarem, serão mortos por Waller, que colocou algo em seus pescoços que os matarão, portanto, assim como nas HQs, os bandidos são forçados a agirem aqui contra a vontade deles. Os anti-heróis são colocados lado a lado e somos apresentados para eles, um a um, alguns mais, outros menos. Tivemos flashbacks do Pistoleiro, Harley e Coringa, Diablo, e algum breve histórico dos outros, mas o filme, se concentra mesmo em desenvolver o Pistoleiro, escolha que achei bem acertada. Ele tem uma filha e faz seu trabalho de hitman, mas é capturado em Gotham pelo Batman e preso, até que Waller coloca ele e o resto do Esquadrão em ação, com a promessa de cada membro poder usufruir de um benefício, como pena reduzida, ver família, essas coisas. Pareceu até coisa de Lava-Jato!
Há uma breve aparição do Flash de Ezra Miller, capturando um dos bandidos. Superman é brevemente citado na trama, que se passa após os eventos de Batman v Superman, mas não aparece. O filme é muito bacana, e corrige muitos dos erros que Batman v Superman e Man of Steel cometeram. Exemplo: retiraram o tom sério e carrancudo, algo que eu achei essencial. Há mais piadas, momentos de química entre os personagens, de modo a criarmos uma conexão com eles, há uma atmosfera bem mais adequada ao desenvolvimento da trama. Tem gente reclamando dos cortes do filme, mas eu não vi nada demais. Claro, não é perfeito, mas cumpre seu papel. O filme se arrasta de vez em quando, fica muito devagar, mas depois, se auto-corrige e acerta o andamento.
É, com certeza, o melhor filme do DCEU até agora, se considerarmos esses três que já saíram, o mais bem montado e o mais bem roteirizado. A toada do filme é boa, a atmosfera é ótima, os personagens tem carisma, química, funcionam bem juntos. Uma boa cena, é a do bar, quando eles ignoram completamente a ordem de Rick Flag, e vão beber alguma coisa, e começam a conversar sobre seus problemas e dificuldades. Rola um momento de descontração bem bacana que este universo estava precisando muito. Gostei também das cenas de ação, do visual, enfim, um filme divertido e que nos deixa com expectativas renovadas para o próximo filme do Universo Estendido DC. Deu pra notar que este universo ganhou muito mais vivacidade aqui neste filme do que havia antes.
Agora é aguardarmos, e torcermos para que os filmes da Mulher Maravilha e a primeira parte da Liga da Justiça tenham êxito no ano que vem. E eu espero, honestamente, que a DC considere realizar um filme sobre a Liga da Justiça Sombria mais para frente, além do filme animado que teremos ano que vem, porque esta conversa de forças sobrenaturais para mim deu a deixa certinha para que isto ocorra. E espero também que os futuros filmes da DC sigam esta tônica do Esquadrão, mais cartunesco, mais descontraído, mais quadrinho mesmo, sem aquela atmosfera carrancuda dos filmes anteriores, e que geraram tantas críticas negativas. Vamos torcer para que o DCEU decole de vez!
E para terminar, eu espero que os filmes da DC fiquem cada vez menos escuros e sem essa paleta acinzentada que vem desde Man of Steel. Acredito que Geoff Johns, que agora está comandando tudo, consiga dar esse direcionamento para este universo, e se tornar o Kevin Feige da DC. Este Universo Estendido acabou herdando esta coisa da proposta realista da trilogia de Nolan, algo que, aos poucos, terá que perder, se quiser continuar. No mais, eu estou muito feliz com tudo, apesar de ainda achar a animação sobre o Esquadrão que citei acima um filme melhor, e recomendo muito que você vá conferir Suicide Squad nos cinemas e se divertir.
Suicide Squad (2016)
Título em português BR: Esquadrão Suicida
Direção: David Ayer
Produção: Charles Roven, Richard Suckle, Andy Horwitz, Geoff Johns, Alex Ott, Deborah Snyder, Zack Snyder
Roteiro: David Ayer (baseado em quadrinhos criados por John Ostrander, baseado em personagens da DC Comics)
Trilha sonora: Steven Price
Estrelando: Margot Robbie, Will Smith, Viola Davis, Jared Leto, James McGowan, Jim Parrack, Common, Jai Courtney, Ben Affleck, Ezra Miller, Jay Hernandez, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Cara Delevingne, Joel Kinnaman, Adam Beach, Karen Fukuhara, Corina Calderon, Ted Whittall, David Harbour, Robin Atkin Downes, Robert B. Kennedy, Billy Otis, Shailyn Pierre-Dixon, Jaime FitzSimons, Ike Barinholtz, Christopher Dyson, Alain Chanoine
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