Nota: 8,5 / 10
Tem gente que acredita que palhaços não são engraçados coisa nenhuma; são sim, criaturas assustadoras. Stephen King, por exemplo, é uma dessas pessoas. Seu livro It, de 1986, gerou uma adaptação na forma de minissérie estrelando o inigualável Tim Curry no papel de Pennywise. Eu sempre achei essa versão meio galhofa, mas ela dá uns sustinhos aqui e alí, inclusive gosto do estilo abobalhado que o Curry imprime no palhaço, e que aterroriza as suas vítimas.
Pois bem, hoje eu fui ver a nova versão. Não é bem um remake, muito menos uma sequência, mas uma nova adaptação do livro de King. O resultado? É bem superior à minissérie de 1990! Ainda assim, tem um probleminha aqui ou ali, mas no geral, eu gostei.
Pois bem, hoje eu fui ver a nova versão. Não é bem um remake, muito menos uma sequência, mas uma nova adaptação do livro de King. O resultado? É bem superior à minissérie de 1990! Ainda assim, tem um probleminha aqui ou ali, mas no geral, eu gostei.
Primeiramente, eu achei bem interessante a ideia de dividir a narrativa do calhamaço de páginas escrito por King em dois filmes. Dessa forma, dá pra se trabalhar melhor pequenos detalhes da narrativa. Este filme é o primeiro capítulo, que trata da juventude dos personagens protagonistas, quando viram o palhaço pela primeira vez. O segundo filme, que se passa 27 anos depois na trama e não tem data para estrear ainda, vai mostrar os mesmos personagens, só que em suas versões adultas.
Isso eu achei bacana, porque apesar de na minissérie você ver a narrativa constantemente alternando entre o passado e o presente, você tem uma obra gigantesca para trabalhar em cima, então acaba podando uma coisa aqui, outra ali, e assim por diante. Sem falar que, na minissérie, eram tantos flashbacks, que por vezes acabava te deixando tonto de tanto vai e volta. Essa ideia de manter a narrativa simples, linear, primeiro a juventude dos personagens e depois a vida adulta, foi uma mudança interessante de ares.
E isso se torna bacana, porque não te corta a linha de pensamento para apresentar outro fato passado, conforme a história vai progredindo; eu gosto muito de tramas não-lineares, mas em certas ocasiões, é melhor manter a coisa mais simples mesmo, até porque It é para a gente se divertir com o espetáculo de horror, apesar de ter uma reflexãozinha aqui ou ali; e vamos encarar, na minissérie, esse lance de flashacks era um recurso que deixava a narrativa por vezes meio irritante e cansativa, então foi melhor separarem.
As características presentes na grande maioria das histórias do King estão todas aqui:
- Maine - ok;
- pais escrotos - ok;
- flashbacks - ok;
- crítica à religião (neste caso a judaica) - ok;
- personagem vilanesco marcante - ok;
- referências à cultura pop e ao Rock - ok.
Como você pode ver, é uma autêntica história de King. A não ser pelo alcoolismo, essa parte eu não vi no filme, mas enfim, quase tudo está lá na trama. O Nostalgia Critic vai adorar!
Os atores mirins, desta vez eu achei até muito mais entrosados e com muito mais química do que os da versão antiga. Posicionando a trama desta vez nas décadas de 80 e 90, vemos Georgie, o irmão caçula do menino gago Bill ser abduzido no esgoto por Pennywise, e ouvimos que uma série de assassinatos vem acontecendo com crianças, todos envolvendo alguma entidade misteriosa. Bill tem seus amigos, Ben, Beverly (a menina do grupo), Ritchie, Mike, Eddie e Stanley.
Com o passar do filme, não somente eles vão criando laços de amizade e convivência, mas também se veem constantemente ameaçados pelo palhaço bizarro. O filme mostra toda a trama que envolve desde o primeiro encontro deles, até o momento em que todos eles confrontam o palhaço face a face no climax do filme. Após as duas horas e 15 minutos, a narrativa pára e dá a deixa para esperarmos pelo segundo capítulo, onde veremos as repercussões 27 anos depois, após o grupo de amigos ter se separado.
O tema principal do filme é relativo à sobrevivência. Tem uma frase interessante nesta história do King, que é a seguinte: "ser criança é aprender a viver, e ser adulto é aprender a morrer." O roteirista pega essa ideia do King para justificar a divisão da história em dois filmes, e podemos claramente ver que é exatamente disso que se trata a maior parte das ações das crianças neste primeiro capítulo: aprender a sobreviver às intempéries.
O palhaço Pennywise aqui neste filme está mais assustador e intimidador do que propriamente engraçado. Quando você vê a versão do Tim Curry na minissérie, ele assusta, mas ao mesmo tempo é uma interpretação bem afetada e galhofa. Curry exagera na composição do personagem, tanto que tem passagens que você tem vontade de dar gargalhada, como a cena famosa em que ele começa a rir alopradamente do alto de um andar.
Este Pennywise do Bill Skarsgård, por outro lado, já é mais contido e intimista. Tem aquela voz afetada, mas assusta bem mais do que diverte. Mas é uma presença marcante nas poucas vezes que vemos ele. A cena do banheiro da Beverly nesta versão, por exemplo, que fica todo vermelho, comparada com a mesma cena da versão de 2017, que parece até meio galhofa agora, é um bom exemplo de como Pennywise pode parecer amedrontador e bizarro aqui. Outra cena que eu gostei muito aqui também foi a do menino sem cabeça. Puts grila, essa sim foi insana!
Em certos momentos, o filme dá uma arrastadinha, mas nada que comprometa. O que comprometeu, foram algumas cenas bem escuras. Tem partes, por exemplo, que eu não consigo ver o que os meninos estão procurando, de tão escuro que é o ambiente que eles estão, e eu não estava usando óculos 3D nem nada! Poderiam ter jogado um pouco mais de luz nessas tomadas, para que a gente visse alguma coisa.
Mas, de forma geral, eu gostei bastante do resultado final. Há inclusive, nesta nova versão, até mesmo uma certa tensão sexual dos moleques em relação à menina. Tem uma cena em que eles se despem e vão mergulhar em um lago de cuecas, e a menina vem tirando a roupa dela, com sua calcinha e sutiã e pula no lago com eles, e depois de toda brincadeira que eles fazem juntos no lago, os moleques ficam olhando fixamente a amiga, deitada tomando um sol. Mas não há insinuação sexual, nem nada disso, só aquela ideia que todo mundo conhece, de que os hormônios afloram nessa idade que os garotos estão, ficou até mesmo uma situação engraçada pelo fato deles serem amigos.
Uma das melhores adaptações de obras do Stephen King, It de 2017 empolga, assusta, comove, diverte e nos emociona. Eu recomendo que vocês assistam nos cinemas, é um dos filmes de horror psicológico mais legais feitos recentemente.
Eu garanto: VOCÊS VÃO FLUTUAR TAMBÉM!
Isso eu achei bacana, porque apesar de na minissérie você ver a narrativa constantemente alternando entre o passado e o presente, você tem uma obra gigantesca para trabalhar em cima, então acaba podando uma coisa aqui, outra ali, e assim por diante. Sem falar que, na minissérie, eram tantos flashbacks, que por vezes acabava te deixando tonto de tanto vai e volta. Essa ideia de manter a narrativa simples, linear, primeiro a juventude dos personagens e depois a vida adulta, foi uma mudança interessante de ares.
E isso se torna bacana, porque não te corta a linha de pensamento para apresentar outro fato passado, conforme a história vai progredindo; eu gosto muito de tramas não-lineares, mas em certas ocasiões, é melhor manter a coisa mais simples mesmo, até porque It é para a gente se divertir com o espetáculo de horror, apesar de ter uma reflexãozinha aqui ou ali; e vamos encarar, na minissérie, esse lance de flashacks era um recurso que deixava a narrativa por vezes meio irritante e cansativa, então foi melhor separarem.
As características presentes na grande maioria das histórias do King estão todas aqui:
- Maine - ok;
- pais escrotos - ok;
- flashbacks - ok;
- crítica à religião (neste caso a judaica) - ok;
- personagem vilanesco marcante - ok;
- referências à cultura pop e ao Rock - ok.
Como você pode ver, é uma autêntica história de King. A não ser pelo alcoolismo, essa parte eu não vi no filme, mas enfim, quase tudo está lá na trama. O Nostalgia Critic vai adorar!
Os atores mirins, desta vez eu achei até muito mais entrosados e com muito mais química do que os da versão antiga. Posicionando a trama desta vez nas décadas de 80 e 90, vemos Georgie, o irmão caçula do menino gago Bill ser abduzido no esgoto por Pennywise, e ouvimos que uma série de assassinatos vem acontecendo com crianças, todos envolvendo alguma entidade misteriosa. Bill tem seus amigos, Ben, Beverly (a menina do grupo), Ritchie, Mike, Eddie e Stanley.
Com o passar do filme, não somente eles vão criando laços de amizade e convivência, mas também se veem constantemente ameaçados pelo palhaço bizarro. O filme mostra toda a trama que envolve desde o primeiro encontro deles, até o momento em que todos eles confrontam o palhaço face a face no climax do filme. Após as duas horas e 15 minutos, a narrativa pára e dá a deixa para esperarmos pelo segundo capítulo, onde veremos as repercussões 27 anos depois, após o grupo de amigos ter se separado.
O tema principal do filme é relativo à sobrevivência. Tem uma frase interessante nesta história do King, que é a seguinte: "ser criança é aprender a viver, e ser adulto é aprender a morrer." O roteirista pega essa ideia do King para justificar a divisão da história em dois filmes, e podemos claramente ver que é exatamente disso que se trata a maior parte das ações das crianças neste primeiro capítulo: aprender a sobreviver às intempéries.
O palhaço Pennywise aqui neste filme está mais assustador e intimidador do que propriamente engraçado. Quando você vê a versão do Tim Curry na minissérie, ele assusta, mas ao mesmo tempo é uma interpretação bem afetada e galhofa. Curry exagera na composição do personagem, tanto que tem passagens que você tem vontade de dar gargalhada, como a cena famosa em que ele começa a rir alopradamente do alto de um andar.
Este Pennywise do Bill Skarsgård, por outro lado, já é mais contido e intimista. Tem aquela voz afetada, mas assusta bem mais do que diverte. Mas é uma presença marcante nas poucas vezes que vemos ele. A cena do banheiro da Beverly nesta versão, por exemplo, que fica todo vermelho, comparada com a mesma cena da versão de 2017, que parece até meio galhofa agora, é um bom exemplo de como Pennywise pode parecer amedrontador e bizarro aqui. Outra cena que eu gostei muito aqui também foi a do menino sem cabeça. Puts grila, essa sim foi insana!
Em certos momentos, o filme dá uma arrastadinha, mas nada que comprometa. O que comprometeu, foram algumas cenas bem escuras. Tem partes, por exemplo, que eu não consigo ver o que os meninos estão procurando, de tão escuro que é o ambiente que eles estão, e eu não estava usando óculos 3D nem nada! Poderiam ter jogado um pouco mais de luz nessas tomadas, para que a gente visse alguma coisa.
Mas, de forma geral, eu gostei bastante do resultado final. Há inclusive, nesta nova versão, até mesmo uma certa tensão sexual dos moleques em relação à menina. Tem uma cena em que eles se despem e vão mergulhar em um lago de cuecas, e a menina vem tirando a roupa dela, com sua calcinha e sutiã e pula no lago com eles, e depois de toda brincadeira que eles fazem juntos no lago, os moleques ficam olhando fixamente a amiga, deitada tomando um sol. Mas não há insinuação sexual, nem nada disso, só aquela ideia que todo mundo conhece, de que os hormônios afloram nessa idade que os garotos estão, ficou até mesmo uma situação engraçada pelo fato deles serem amigos.
Uma das melhores adaptações de obras do Stephen King, It de 2017 empolga, assusta, comove, diverte e nos emociona. Eu recomendo que vocês assistam nos cinemas, é um dos filmes de horror psicológico mais legais feitos recentemente.
Eu garanto: VOCÊS VÃO FLUTUAR TAMBÉM!
It: Chapter One (2017)
Título em português BR: It: A Coisa
Título em português BR: It: A Coisa
Direção: Andy Muschietti
Produção: Toby Emmerich, Seth Grahame-Smith, David Katzenberg, Roy Lee, Dan Lin, Barbara Muschietti
Roteiro: Chase Palmer, Cary Fukunaga, Gary Dauberman (baseado na primeira metade do livro de 1986, de Stephen King)
Trilha sonora: Benjamin Wallfisch
Estrelando: Jaeden Lieberher, Jeremy Ray Taylor, Sophia Lillis, Finn Wolfhard, Chosen Jacobs, Jack Dylan Grazer, Wyatt Oleff, Bill Skarsgård, Nicholas Hamilton, Jake Sim, Logan Thompson, Owen Teague, Jackson Robert Scott, Stuart Hughes
Outros filmes desta série:
- It: Chapter Two (It: Capítulo Dois) (2019)
- It: Chapter One (It: A Coisa) (2017)
O elenco foi legal! O Finn Wolfhard é o melhor do grupo, e o ator Bill Skarsgård consegue exorcisar o personagem da associação ao ator Tim Curry, trazendo uma linguagem corporal. O gênero de terror nunca foi um dos meus preferidos, porém devo reconhecer que o filme IT a Coisa, foi uma surpresa pra mim, já que apesar dos seus dilemas é uma historia de horror que segue a nova escola, utilizando elementos clássicos. Com protagonistas sólidos e um roteiro diferente. Depois de vê-la você ficara com algo de medo, poderão sentir que alguém os segue ou que algo vai aparecer.
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