Thursday, February 26, 2004

CD: Slaves and Masters - Deep Purple

Esse é o disco mais massacrado pelo público e crítica da banda, simplesmente por conter um "pequeno" porém: poserismo. Não sei se existe essa expressão, mas ela traduz muito bem o que representou Joe Lynn Turner na banda.

Bem, a história é a seguinte: a richa entre Ian Gillan e Ritchie Blackmore já tinha alcançado altos picos no final dos anos 80. Com esse problema, agravado mais ainda porque Gillan estava endividado com a sua gravadora em dois discos solo e teve que sair temporariamente da banda, por livre e espontânea pressão, afim de pagar sua "dívida", Ritchie veria a oportunidade perfeita para chutar de uma vez por todas Mr. Silver Throat para fora da banda. Para isso, contratou seu pupilo JLT que já havia estado no Rainbow, para assumir também os vocais do Purple.

Se Turner tivesse boa aceitação, ficaria por definitivo. Bem, como podemos perceber, sua aceitação não foi nem perto do aturável! Resultado: sai Turner, entra (pela terceira vez consecutiva) Gillan, no próximo disco do grupo, The Battle Rages On... Assim, agrava-se mais a briga entre os dois, eles (por livre e espontânea pressão) gravam o disco de despedida do marco II e Ritchie (por livre e espontânea vontade) sai da banda no meio da turnê, sendo substituído mais tarde por Joe Satriani e tão logo por Steve Morse.

Por tudo isso, caro leitor, você deve estar se perguntando se o disco realmente é ruim, e eu respondo: NÃO! O disco é bom. Ok, ok, devemos considerar três coisas, o poserismo de JLT, a perda de qualidade de JLT ao vivo e o som "rainbowrizado" do Purple.

Porém, tão logo você fizer vista grossa a estes três empecilhos, e o disco se transforma num bom disco de hard rock oitentista, pode confiar! Ah, você não curte hard rock oitentista? Ok, então esquive-se para os outros álbums da banda, mas que o disquinho da cigana é bom, não tenha dúvidas! Desde o trio de ferro inicial do disco que é um verdadeiro deleite, "King Of Dreams", "The Cut Runs Deep" e a sensacional "Fire In The Basement", até pérolas como "Fortuneteller" e a excelente "Wicked Ways". Algumas pessoas podem não concordar, mas não podemos negar a qualidade de uma "Breakfast In Bed" e uma "Too Much Is Not Enough, porém concordo com quem diz que "Truth Hurts" chega a ser meio enjoativa. Por fim, "Love Conquers All" com certeza será o pretexto dos mais radicais, mas mesmo assim é uma balada aceitável, que se não cheira, pelo menos não fede tanto também. Existe uma música que lamentavelmente ficou de fora do disco, a sensacional "Fire, Ice & Dynamite", entrando somente na trilha sonora do filme homônimo.

Concluíndo, um disco que qualquer fã ou apreciador do hard dos anos 80 deve ter. Agora, se você mesmo assim não conseguiu engolir esse disco, abra sua mente e dê mais uma chance a ele, garanto que vai funcionar! Se mesmo assim não funcionar, não desista ainda de Joe Lynn Turner, que acabou se juntando ao mestre Glenn Hughes no excelente HTP (Hughes Turner Project), um verdadeiro deleite de projeto!

Slaves and Masters (1990)
(Deep Purple)
Nota: 7,5 / 10

Tracklist:
01. King of Dreams
02. The Cut Runs Deep
03. Fire in the Basement
04. Truth Hurts
05. Breakfast in Bed
06. Love Conquers All
07. Fortuneteller
08. Too Much Is Not Enough
09. Wicked Ways

Selo: BMG, RCA

Deep Purple é:
Joe Lynn Turner: voz
Ritchie Blackmore: guitarra
Roger Glover: baixo
Jon Lord: teclado
Ian Paice: bateria

Discografia anterior:
- inFinite (2017)
Now What?! (2013)
- Rapture of the Deep (2005)
- Bananas (2003)
Inglewood 10/18/68: Live in California (2002)
- Abandon (1998)
- Purpendicular (1996)
- The Battle Rages On... (1993)
Slaves and Masters (1990)
- The House of Blue Light (1987)
- Perfect Strangers (1984)
- Come Taste the Band (1975)
- Stormbringer (1974)
- Burn (1974)
- Who Do We Think We Are (1973)
- Machine Head (1972)
- Fireball (1971)
- In Rock (1970)
- Deep Purple (1969)
- The Book of Taliesyn (1968)
- Shades of Deep Purple (1968)

Sites oficiais: www.deeppurple.comwww.thehighwaystar.com

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