Wednesday, December 27, 2017

MATÉRIA: DCEU - o balanço geral (2013-2017)


Eu estive planejando fazer isso já por algum tempo. Em certos períodos, eu vou fazer um balanço geral, uma avaliação de como o DCEU, o universo estendido da DC nos cinemas, está se saindo; vou falar dos acertos, dos erros, do que eu achei bacana ou equivocado, e também dizer o que eu espero em relação ao futuro do meu selo de quadrinhos favorito, a DC Comics.

Mas é claro, você que prefere a Marvel também pode opinar e dizer o que acha; aqui no meu site eu dou preferência à DC (até porque muitos outros sites já bajulam a Marvel bastante), mas gosto de acompanhar ambos os selos de quadrinhos e ver seus desdobramentos. Dito isso, vamos ver neste balanço geral, como a DC tem se saído.

Este universo cinemático da DC se iniciou em 2013, com o lançamento de Man of Steel. A priori, não haviam planos na DC de se ter um universo cinematográfico a partir desse filme, mas como eles viram que teve uma aceitação razoavelmente boa, apesar da polarização, resolveram seguir em frente com a brincadeira.

Isso é uma coisa que eu sempre achei errado por parte da DC, a falta de planejamento. Quando você vê a Marvel atuando, uma coisa muito forte e constante que você vê eles fazendo é o tal do planejamento.

O próprio Kevin Feige na Marvel diz que tudo foi planejado a priori, quando do lançamento do primeiro filme do Homem de Ferro, sendo que tiveram apenas que fazer pequenos ajustes aqui e ali, um desses, por exemplo, acrescentar o Homem-Aranha ao universo, e até isso, de certa forma, foi planejado assim que receberam o OK da Sony.

No lado da DC, o Superman começou com uma ideia entre o Christopher Nolan e o Zack Snyder para revitalizar e modernizar o herói, pronto, nada mais. Eles ainda estavam naquela vibe dos filmes separados, dizendo que não queriam copiar a fórmula da Marvel nos cinemas, mas... oh, well! E lá foi a DC fazer o seu universo.

Já deu pra sentir que esse universo da DC começou tortinho, não é? Pois é. E continuou tortinho por mais algum tempo, antes de começar a se endireitar.

Há pontos bem convergentes entre os fãs, em relação a Man of Steel, mas há outros pontos, que acabam sendo motivos de discórdia para muitos fãs.

Tem muita gente que não gostou de ver o Superman matando o general Zod. Eu, como fã achei aquilo adequado para aquele instante, e digo isso até hoje. Vendo o filme, entendendo o que se passava, e sabendo de ambas as naturezas dos personagens envolvidos, foi um desdobramento corajoso para o Superman nos cinemas, mas também, muita gente exagera quando diz que aquilo não poderia acontecer. Poderia e já aconteceu antes, tanto nos quadrinhos quanto em outros filmes, claro, não com frequência, nem deveria, pois não caracteriza o que o Superman representa de fato, mas aconteceu.

O que muita gente criticou, e eu dou sim razão a isso, foi a destruição de Metropolis em decorrência da luta entre o Homem de Aço e Zod. Sim, aquilo até acabou pegando mal, tanto é, que o próximo filme acabou fazendo referência a isso.

Mas fora essas coisas, achei o filme ok, defensável. Não é tão bom quanto os filmes do Donner, e o Superman está sério demais, mas representa de forma boa o herói. Agora, tem uma coisa no filme que eu achei uma das coisas mais belas que já foram feitas em qualquer filme de herói, e que eu enalteço mesmo hoje: a cena do Superman aprendendo a voar! Cara, que coisa maravilhosa, me emociona cada vez que eu vejo! Adendo ao momento final da cena do Super voando ao redor da Terra, numa claríssima homenagem a Christopher Reeve. Vou até deixar aqui para verem.


A roupa do Superman ficou bem resolvida, em consonância com o visual moderno dos quadrinhos (sem a antiga cueca por cima da calça), enfim, eu gosto e recomendo que assistam, claro, tendo em mente de que se trata de uma modernização do herói.

Depois veio Batman V Superman: Dawn of Justice... oh, boy!

E não adianta dizer que tem uma versão estendida. Sim, eu sei que tem, eu assisti, realmente é melhorzinha sim, mas o que valeu para a maioria das pessoas foi aquele momento no cinema, aquele corte que nos foi apresentado na estreia, e que foi uma decepção. Eu costumo dizer assim: como fã, pesando tudo, eu até deixo passar certas coisas, mas como crítico... desculpem, mas não dá. Teve elementos muito bons no filme? Sim, teve. Boas referências dos quadrinhos? Sim, teve. Mas não foi o bastante. Lex Luthor: terrível! Esse Lex é o Mandarim do DCEU! No MCU, mais especificamente no terceiro filme do Homem de Ferro, teve o Mandarim... que foi aquela merda que todo mundo viu, estragaram o vilão principal do Tony Stark, mas enfim... vamos ver se no futuro consertam ele.

O Jesse Eisenberg foi a pior escolha possível para o papel, e não importa quantas mil vezes eles tentem nos convencer de que ele pode fazer, vai sim, continuar sendo o pior Lex Luthor já feito no cinema. Gene Hackman tinha idade, era um Lex que não encompassava todas as características do Lex que conhecemos das HQs? Pode até ser. Mas tinha estilo, demonstrava ambição. Até mesmo Kevin Spacey fez melhor. O melhor Luthor fora das HQs, sem dúvida ainda é o das animações, isso é inquestionável. Mas Hackman e Spacey conseguem uma vantagem, mesmo sendo inferiores ao da animação. Eisenberg... nem isso. Foi uma triste escolha para o papel, até mesmo por causa daquele jeitinho meio fresco e afetado dele com os tiques.

Isso fora a desculpa tosca para Batman e Superman lutarem no filme, a luta em si que não durou nem 10 minutos de filme, a pressa em querer correr para apresentarem logo a Liga da Justiça, tirando o foco do filme dos heróis protagonistas, e outras coisas mais que eu já apontei na minha resenha.

Daqui, apenas duas coisas realmente muito boas eu consigo destacar: Ben Affleck como Batman e a Mulher-Maravilha sensacional da Gal Gadot. Melhor momento do segundo filme deste universo, quando ela aparece! Este momento sempre ficará gravado na minha cabeça, assim como a excitação que senti em vê-la aparecer naquele momento e a visão magnífica da trindade (Superman, Batman e Diana) lutando lado a lado!



Então, mais para o fim de 2016, veio Suicide Squad. Este eu considerei o primeiro acerto genuino do DCEU. E falando isso, eu já sei que deve ter uma escopeta apontada pra minha cabeça de algum fã que não gostou do filme, que são muitos, inclusive. Mas eu faço questão de repetir aqui: EU GOSTEI DE SUICIDE SQUAD! Pronto, falei. Pode chorar se quiser.

E explico o porquê: Suicide Squad veio em um momento bem delicado do DCEU. Todo mundo estava reclamando do Superman do Cavill ser meio cara amarrada, ou das coisas do segundo filme que não foram lá muito bem aceitas por várias pessoas. Isso trouxe um certo mal estar e desconforto entre o pessoal da DC, fazendo até com que os executivos pensassem em desligar o Zack Snyder de toda e qualquer produção futura do universo.

Suicide Squad trouxe de volta um equilíbrio a tudo isso e permitiu que a DC colocasse o Snyder de molho um pouco para repensar seus próximos passos. Muito embora sim, o filme tenha falhas, ele revitalizou um elemento que a DC havia perdido de vista: o humor. Sim, o humor. Este elemento estava em falta, porque o DCEU achou que poderia seguir o mesmo tipo de abordagem que Christopher Nolan usou em sua agora clássica trilogia do Batman. Ledo engano.

Suicide Squad veio então para isso, quebrar o gelo, para que este elemento do humor fosse, aos poucos, sendo reintroduzido nos filmes da DC, para funcionar em conjunto com todo o restante. E o filme cumpre bem este papel; é um filme que eu considero divertido, com um andamento bacana em grande parte, e com personagens principais ótimos. Há uma cena em particular que eu gosto bastante no filme, mas pouca gente cita. Ela não tem ação, nem qualquer coisa do tipo. Nela, os vilões do esquadrão de Amanda Waller simplesmente quebram protocolo para entrarem num bar e fazerem algo simples: beberem e conversarem! Assim, como gente normal, como eu ou você. É a revelação do passado de El Diablo, e os personagens simplesmente batem um papo. Claro, não é um papo dos mais animados, mas é um momento interessante do filme, onde os personagens se conectam de alguma forma.



Foram pequenos momentos interessantes como este, que fez com que os personagens do filme parecessem melhores, mais relacionáveis. A não ser... o Coringa de Leto. Por onde eu começo? Olha, eu achei até bom que esse Coringa dele teve pouco tempo de tela, porque assim ainda dá tempo de consertar muita coisa. Leto simplesmente não brilha como Coringa aqui. Ele tenta ser, como eu falei na minha resenha do filme, um pouco de cada Coringa anterior, mas acaba sendo nada no final. Quanto mais eu vejo esse Coringa do Leto, menos eu gosto dele. A DC vai ter que suar a camisa para fazer direito seus vilões na tela grande, porque até agora, não tenho visto muita coisa marcante. Vou dar mais uma chance para o Esquadrão Suicida em um possível segundo filme, mas se não acertarem nessas correções de curso, sei não!

Bom, de qualquer forma, fora esse detalhe, o filme é bacana, trouxe de volta o elemento de humor e construiu a ponte que levaria este ano para o próximo filme da DC, Wonder Woman.

E que ótimo filme foi Wonder Woman! Superou muitas expectativas minhas e impressionou a todos com uma história rica, e uma representação magistral do universo DC nos cinemas. O filme teve tudo aquilo que faltou nos filmes anteriores, e mais: contou com um roteiro centrado unicamente na trama, personagens de apoio sensacionais, como Steve Trevor, e um ritmo na medida certa. Do começo ao fim, o filme impressiona, e nos presenteia com a melhor versão da amazona fora das hqs e das animações.

Teve comédia na medida certa, teve drama na medida certa, teve ação na medida certa e cenas épicas. Talvez somente o vilão que ainda possa ser melhorado, ainda sou mais a versão de Ares das animações, com certeza, mas é um mero detalhe que não estraga de forma alguma a diversão do longa. Este, para muitos, foi o primeiro longa do DCEU que deu certo em todos os níveis, e que gerou momentos inequecíveis, entre eles, o meu favorito: o exato primeiro momento que Diana entra no battlefield, caminhando entre as bombas e tiros, e os soldados que estavam por lá, incluindo Steve Trevor, apenas a seguem. Dá até arrepios de ver.


O filme da amazona garantiu uma onda de otimismo para com o estúdio e os fãs, aquecendo todo mundo para a atração do fim do ano: Justice League.

"Ah, nhe nhe nhe, o filme não foi bem de bilheteria, nhe nhe nhe, teve o Joss Whedon e o corte final alterou o filme, nhe nhe nhe...!"

OK, PÁRA DE CHORAMINGAR, SACO!! Muito embora eu concorde que há coisas no filme que não entraram comparado com o trailer, e isso não é muito legal, eu gostei muito do resultado final. E quem está falando é alguém que não esperava muita coisa!

O filme não foi perfeito? Não, não foi. Danny Elfman não estava inspirado? Realmente não estava, muito embora eu tenha curtido muito o tema do Flash no filme.

Mas o filme teve todo o resto na dose certa. Teve humor na dose certa, teve ação na dose certa, drama na dose certa, enfim, como eu já disse lá na resenha, parecia que eu estava assistindo um dos longas animados da DC!

Que se dane a bilheteria final do filme, meu amigo! Mais importante pra mim é um filme ser bom, não atingir a casa do bilhão! Se atingir, ótimo, muito que bem, mas se não atingir, dane-se! Isso não é uma prerrogativa, nem algo essencial para um filme. 

E quanto ao Whedon, puxa, que legal ter o cara a bordo! Algumas das cenas adicionais mais legais do filme foram feitas por ele. Se ele passasse a trabalhar mais de perto com o pessoal da DC, tenho certeza que todos os outros filmes que ainda virão iriam ser cada vez melhores. Sem falar que ele socorreu o amigão Snyder em um momento de extrema fraqueza, com a perda da filha dele, e tal.

Eu adorei o que vi em Justice League. assisti o filme uma vez, depois levei dois meninos, amigos da minha esposa, para ver comigo, e se divertiram muito também. Não é o melhor filme do DCEU, mas que é o mais divertido, isso é! Exemplo é a cena entre-créditos que me fez aplaudir o filme no final, da primeira vez que assisti! Foi o fã-service mais bacana que eu já vi!


SENDO ASSIM...

Meu ranking final fica desse jeito:

1º Wonder Woman
2º Justice League
3º Man of Steel
4º Suicide Squad
5º Batman V Superman: Dawn of Justice

Isso é o que eu acho do DCEU até agora. No futuro, eu espero poder ver filmes muito melhores, claro!

Tenho duas frustrações para 2018: a primeira é que vai ter apenas um filme do DCEU, e a segunda é que vai ser do Aquaman, o herói da DC que eu menos me importo, he he he! Mas que venha! Esse Aquaman do Momoa ficou até divertido, faceiro, me parece um personagem bem mais bacana de ser explorado agora, então não posso dizer que não esteja curioso para ver o que farão com ele. Mas da próxima leva, o filme que eu realmente quero ver é o do Flash, que já tem até título, Flashpoint! Contarei os dias para poder ver esse filme!

Depois de mais alguns filmes do DCEU, eu aparecerei com outro balanço, fazendo basicamente o que eu fiz aqui. E se você discordou de alguma opinião dita aqui, comente aí embaixo, ou então, lembre-se das sábias palavras de Mark Hamill: "é só um filme!" Vejo vocês em breve!


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