Desde que eu resolvi contar a vocês as origens dos heróis da DC Comics como preparatório para o filme da Liga da Justiça, percebi o quanto essas origens mudaram ao longo dos anos. Foram diversas características retrabalhadas em todas essas décadas, desde alterações de vestuário até mudanças e alterações de pequenos detalhes para modernizar os personagens. Dessa forma, resolvi trazê-los às primeiras origens. Estão prontos? Então vamos lá!
Mais uma vez trago outra matéria no dia 31/12. A saidera do ano. Fiz isso em 2015, mas nesse ano foi acidente, eu só queria tirar a sensação ruim que a morte de Lemmy deixou. Teve muitas lidas. Depois, ano passado, foi uma sobre os Monstros da Universal, essa já foi de caso pensado... mais ou menos. Mas vendo que isso virou meio que tradição no blog, resolvi fazer todo ano. O que nos traz até aqui, em mais uma saidera antes da queima de fogos.
Esta matéria especial de fim de ano se ocupará de lhes contar um pouco sobre a primeira vez que os criadores desses personagens resolveram pegar a caneta e desenhar as histórias que contam como o Superman virou o Superman, como o Batman virou o Batman, e assim por diante. É o pontapé inicial, o primeiro escrito, a primeira tentativa de emplacar o herói. Talvez as únicas histórias de origem que eu consegui passar a vocês na forma original foram a do Batman e a do Ciborgue, isso porque a do Batman não mudou tanto assim desde a criação e o Ciborgue é um personagem bem mais novo que os demais. O restante, já existiram uma tantada de reinterpretações, e muitas das origens que eu escrevi nos perfis que publiquei foram modernizações, e não aquele primeiro rabisco que Joe Shuster ou Carmine Infantino fizeram.
E, já que eu li todas as primeiras histórias de cada um desses personagens por ser um DCnauta apaixonado pela editora mesmo, segue então, nas próximas linhas, os conceitos originais desses heróis. Vamos lá.
SUPERMAN
O primeiro Superman era bem simples. Tão simples, que sua história de origem se resumia a uma mísera página de quadrinho da Action Comics #1. Isso mesmo. Ele nem sequer voava, apenas saltava de edifício a edifício com seu super impulso.
Sua origem, como mostrada na primeira página da Action Comics, é narrada exatamente desta forma: em um planeta (sem especificar qual), que estava sendo destruído por ser velho mesmo, um cientista coloca seu filho bebê em uma nave espacial e o manda para a Terra. Quando a nave chega à Terra, um motorista a vê e o bebê está dormindo. Ele pega o bebê e o leva para um orfanato. Nenhuma menção aos Kent, nem nada disso! Aos olhos modernos, chega a ser até estranho! Imagina hoje, o Superman conversando com o morcego e dizendo que nunca soube o que é ter família! Não ia ficar legal!
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1938 |
O primeiro Superman era bem simples. Tão simples, que sua história de origem se resumia a uma mísera página de quadrinho da Action Comics #1. Isso mesmo. Ele nem sequer voava, apenas saltava de edifício a edifício com seu super impulso.
Sua origem, como mostrada na primeira página da Action Comics, é narrada exatamente desta forma: em um planeta (sem especificar qual), que estava sendo destruído por ser velho mesmo, um cientista coloca seu filho bebê em uma nave espacial e o manda para a Terra. Quando a nave chega à Terra, um motorista a vê e o bebê está dormindo. Ele pega o bebê e o leva para um orfanato. Nenhuma menção aos Kent, nem nada disso! Aos olhos modernos, chega a ser até estranho! Imagina hoje, o Superman conversando com o morcego e dizendo que nunca soube o que é ter família! Não ia ficar legal!

Depois há uma bobagem de explicação "científica" para os poderes do Superman, dizendo que Clark Kent veio de um planeta em que a estrutura física das pessoas é bem mais desenvolvida do que a nossa, possibilitando com que eles tenham esses poderes todos, e que no nosso próprio mundo, há seres assim, como a formiga e o gafanhoto. Uma besteirinha que foi melhorada anos depois com as atualizações.
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1939 |
Você conhece, vai! Ok, vamos lá. A história de origem do Batman não é contada na sua estreia, somente na revista Detective Comics #33 é que viremos a saber da origem do herói, sete edições e sete meses após sua criação. Apesar dela também ser pequena, já é o dobro de tamanho da do Superman, ocupando umas duas páginas para se desenvolver. O personagem foi criado sabe pra que? Pra ser concorrente do Superman na época! Não, não estou te zoando! Eis, pela última vez, a origem do Batman.
Nela, é narrado o seguinte: Quinze anos atrás, Thomas Wayne e sua esposa (sem menção de seu nome, então segura as "Marthas", Ben Affleck!), juntos com seu filho Bruce estão saindo do cinema, quando um ladrão aparece e exige que a mulher dê o colar. Thomas reage ao assaltante e é morto, a esposa dele grita e também é morta. Blá, blá, blá, o garoto chora a morte dos pais, faz seu juramento, se torna um exímio cientista e um atleta extraordinário e fica lá no seu sofá, quando o morceguinho passa pela janela aberta e Bruce resolve virar o Batman. Pronto, é isso, ufa! Não repare, mas como já disse o Nostalgia Critic, essa história de origem já é tão manjada, que é um milagre nunca ter saído bonecos de ação baseados nela!

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1941 |
A origem da amazona tem mudado bem pouco no decorrer dos anos, foi agora, no filme com Gadot, que certos detalhes foram omitidos. O que mais mudou dela, com certeza, foi o vestuário, partindo de um saiote estrelado, para um shortinho, para uma tanga de heroína, que dependendo do desenhista, às vezes chegava a parecer um fio dental... enfim, até chegar no traje amazona que ela veste hoje, parecido com o da Gal Gadot, e que, para mim, faz bem mais sentido. Ah, também no começo a Diana vestia botas com saltos... como diabos ela lutava com aquele saiote ou se equilibrava para lutar com aqueles saltos? Enfim...
Em All Star Comics #8, a sua origem, diferente de Superman ou Batman, já ocupa uma narrativa inteira de 8 páginas, e tem essa narração: um avião, do piloto Steve Trevor, cai na ilha do Paraíso, e o piloto é encontrado pelas amazonas, mas não há confrontos; elas simplesmente levam o piloto para dentro (hum...), para cuidar dele (huuummm...), e diferente da versão moderna, onde Diana oferece um pouco mais de resistência, aqui ela não luta com ele, e se apaixona perdidamente por Trevor até antes dele se recuperar (aaahhhhh!!). Ou seja, ela nada mais faz do que seguir o modus operandi de muitas mulheres nos anos 40, nada de anormal.

Encontrando a Ilha do Paraiso, as amazonas construiram vida nova lá, e Hippolyta manteve a cinta de Afrodite porque a deusa dizia que assim elas teriam a vida eterna. Um milênio depois, Trevor chegou. Hippolyta então põe tudo nas mãos do torneio que vai decidir qual das amazonas vai levar Trevor de volta ao mundo dos homens. Diana, proibida de participar pela mãe, se disfarça com uma máscara e ganha o torneio após vencer um concurso de tiro contra uma adversária, ganhando assim o direito de levar Trevor de volta ao nosso mundo, e o último painel é onde mostra a Diana com a roupa e o saiotão estrelado. Após esta origem, a Mulher-Maravilha passaria a ser publicada na Sensation Comics.
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1956 |
A primeira história de origem de Barry Allen como o Flash tem uma particularidade engraçada: ela traz para dentro da trama a revista Flash Comics, que é onde era publicado o primeiro Flash, Jay Garrick. Barry Allen era fã das histórias do Flash, e ficava sonhando em ser como ele. Dessa forma, Jay Garrick se torna o personagem ficcional dentro do mundo do Barry! Fantástico, não? E pensar que, mais a frente, os dois universos se encontrariam!
Mas enfim, vamos à origem original de Barry Allen como o Flash; das 15 páginas que compõem a primeira história de Allen na Showcase #4, 7 são dedicadas a sua origem, que é narrada assim: ele era um cientista no laboratório policial de Central City. No meio de um experimento que ele fazia, do nada, o laboratório explode com as substâncias químicas que estavam no armário onde Barry estava escolhendo um composto, enquanto um raio cai dentro do laboratório e o atinge. Atordoado, e encharcado com as fórmulas químicas, vendo que não morreu, Barry simplesmente sai do laboratório.

Até o fim da história, nós finalmente vemos Barry escolher seu nome de herói, quando está dando uma entrevista para a imprensa, e logo depois do fim da primeira história, ainda temos uma segunda. A Showcase foi a única revista a trazer uma segunda história do novo herói, logo após a primeira de origem, de tanta confiança que Carmine Infantino e Robert Kaningher deviam ter em sua reimaginação do Flash. De qualquer forma, até hoje, Barry Allen é a versão do Flash que fez mais sucesso e que mais caiu no gosto do público.
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1941 |
E vamos descomplicar o Aquaman outra vez. Eu já havia dito, quando fiz o perfil dele, que a história de origem do peixoso já foi pesadamente editada durante os anos, e por muito pouco, não chegam num consenso. Uns dizem que ele é filho de segurança de farol, outros que é filho de cientista marinho, outros que é semideus, e por aí vai. Já tiraram parente dele, incluíram, etc, etc. Ele foi criado em 1941, mas o seu nome civil, Arthur Curry, só nos foi informado em 1959!! Dezoito anos após sua criação, só pra se ter ideia do tamanho da bagunça! Eu, se fosse por mim, já havia criado outro Aquaman, de tão diferente que as narrativas são uma da outra, mas já que mantiveram, vamos conhecer o rabisco original de Paul Norris e Mort Weisinger.

Enfim, em um de seus mergulhos pelo mar, o pai dele achou uma cidade antiga submersa que ele acredita ser o reino perdido de Atlântida. Ele passou a viver lá e encontrou registros e livros que ensinavam como viver debaixo d'água (???), e com esse conhecimento, ele ensinou o filho dele a tragar oxigênio debaixo d'água para respirar. Através de prática e outros segredos científicos, ele se tornou então um ser humano que vive e se desenvolve debaixo d'água. Seu pai morreu, ele continuou com o legado do pai, seu nome nunca é revelado a nós, se apresentando apenas como Aquaman, e essa é a história. Meio incompleta, não?
Como você pode notar, ela não tem a mínima semelhança com a origem mais moderna que eu contei lá no perfil do Aquaman. É incompleta e sem maiores detalhes, e talvez seja por isso que tenha sido tão mexida ao longo dos anos. Mas foi um primeiro rabisco para vir a nascer um icônico personagem, que embora eu não me considere um fã, cai no gosto de muita gente.
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1980 |
Bom, finalmente vamos conhecer o que o Ciborgue era em sua primeira aparição. Conhecer não, aliás: relembrar e ver mais alguma coisa. O Ciborgue é um personagem tão recente, que nada do que eu falar aqui será tão diferente do que eu já falei no perfil dele. Outra peculiaridade, é que ele já nasce em uma época em que a Era de Bronze está a todo vapor. Os personagens anteriores, todos eles, exceto por Barry Allen, nasceram na era de Ouro das HQs, mas o Allen é fruto de uma ideia que é originária da própria era de Ouro, então não há muita diferença. O Ciborgue, por causa dessa peculiaridade da Era de Bronze, terá então uma narrativa bem mais intrincada do que todos os outros, por ser mais recente e entrar em um universo já bem mais amplo e desenvolvido do que anos atrás.

O restante é praticamente o mesmo, exceto pelo fato que Victor estava mais empenhado em realizar atividades atléticas em geral ao invés de futebol. Na origem dos Novos 52, sua mãe não é mencionada nem mostrada, mas na história original, ela tem parte na trama, e é responsável pelo desespero de Silas em perder o seu filho. Seus implantes mecânicos também são mais rústicos em 1980 e bem mais avançados a partir dos Novos 52, contando com tecnologia alienígena. Uma última diferença, é que nos Novos 52, ele acaba sendo membro da Liga da Justiça direto, sem passar pelos Jovens Titãs, enquanto que em 1980, ele é membro integral da equipe de Robin.
Percebeu? Eu nem precisei narrar de novo a história de origem dele inteira, tudo é bastante parecido.
Desta forma, encerramos aqui a nossa volta pelos primeiros rabiscos que originaram cada personagem do selo DC Comics, e que estarão neste universo cinematográfico da Liga da Justiça.
FELIZ ANO NOVO PARA TODOS, E VEJO VOCÊS EM 2018!!
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