Sunday, June 28, 2015

CANTO DO CISNE: Chris Squire

Dia triste para a música. Acabei de ficar sabendo da morte de um cara que mudou minha visão de música de forma permanente. O baixista do Yes, Chris Squire. O músico inglês nos deixa hoje, aos 67 anos de idade, vítima, segundo as notícias, de um caso raro de leucemia.

Squire foi o único membro do Yes a estar presente em absolutamente todas as formações da banda, não faltando em uma turnê sequer ou em um disco sequer do grupo. Nascido em London, ele começou cantando em um coral de igreja, para depois disso, aos 16 anos ter sido apoiado por bandas como os Beatles a investir em uma carreira musical. Expulso do coral da igreja por ter cabelo comprido, ele iniciou sua carreira em uma banda pequena chamada The Selfs, quase morreu antes da fama por causa de uma experiência ruim que teve com LSD, parando então com a droga. Ele
conseguiu seu icônico baixo Rickenbaker em 1965 e começou a tocar com o The Syn e logo depois com o Mabel Greer's Toyshop; dali, ele embarcaria no Yes com seus amigos Peter Banks e Jon Anderson, sendo um dos co-fundadores da icônica banda, e faria sua carreira de enorme sucesso a partir de lá.

Squire também teve outros projetos paralelos além do Yes, como a sua banda Esquire, uma outra, a XYZ contando aí com Jimmy Page na formação, tendo portanto uma sonoridade meio Yes e meio Zeppelin.

Squire foi peça fundamental dentro do gênero musical conhecido como Rock Progressivo, sendo o responsável não somente por inúmeras composições de sucesso dentro do Yes ou solo, como "Starship Troopers", "Roundabout", "Close to the Edge" e mais inúmeros épicos do gênero, mas por deixar muito músico novo de Rock por aí babando para ter um baixo Rickenbaker personalizado para imitá-lo. Seu baixo saturado, com aquela sonoridade que, junto aos teclados de astros como Rick Wakeman, Tony Kaye, Stevie Howe tinha um som espacial, viajante, característico daquele gênero que entrou para a história da música, fazia todos realizarem viajens intergaláticas com seu som, fazia-nos ir para terras distantes, e imaginar o conceito de transcendência de forma completamente diferente.



Nos anos 80 ele e o Yes apostariam também em sonoridades mais pop, criando aí clássicos da década como "Cinema", "Owner of a Lonely Heart", "Changes" entre outras mais. Aliás, foi por essa sonoridade que eu embarquei no som deles, vindo mais tarde a conhecer os clássicos setentistas do grupo.

Seu último disco de estúdio foi com o Yes em 2014, Heaven & Earth, onde podemos conferir uma sonoridade que não é tão clássica, mas ainda ilustra muito da genialidade deste baixista. Também no mesmo ano, o Yes lança seu último álbum ao vivo com Squire, Like It Is: Yes at the Bristol Hippodrome, de um show gravado no mesmo ano. Ainda não se sabe se a banda irá dar continuidade à sua trajetória sem Squire ou se irá terminar após a morte do baixista, mas o sentimento de luto de todos é bastante pungente.

Carismático e genial, Squire deixa um enorme legado que jamais se perderá. Descanse em paz! Aqui vai minha homenagem a esse grande baixista e músico, com uma de minhas composições favoritas que ele fez junto à sua banda Esquire, "Zone of O".




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