9 / 10
Nova versão de clássico estrelando Charles Bronson, agora com Bruce Willis, acerta a mão e se torna um dos melhores remakes feitos recentemente, e mais um filme de thriller e suspense que Bruce Willis pode ostentar na filmografia.
Título brasileiro: Desejo de Matar
Confira minha opinião!
Direção: Eli Roth
Estrelando: Bruce Willis, Vincent D'Onofrio, Elisabeth Shue, Camila Morrone, Dean Norris, Beau Knapp, Kimberly Elise, Len Cariou, Jack Kesy, Ronnie Gene Blevins, Kirby Bliss Blanton, Andreas Apergis, Ian Matthews, Wendy Crewson, Warona Setshwaelo, Stephanie Janusauskas, Isaiah Gero-Marsman, Jason Cavalier, Luis Oliva, William Gines, Mike Epps
Velho do céu! São raras as vezes que eu elogio um remake! Mas aqui eu vou ter que fazer uma dessas exceções! Death Wish de 2018, remake do clássico thriller de suspense e ação com Charles Bronson, agora estrelando Bruce Willis, é um filmaço! Imperdível! Sério, eu tava cheio de sono porque não dormi direito na noite passada, entre ter que finalizar uns trabalhos e ajudar minha esposa com nossa filha. Acabou que eu não senti um resquício de nada de sono durante a sessão, permaneci aceso no confortável e reclinável assento VIP do cinema curtindo cena por cena! Facilmente, este foi um dos melhores filmes de ação e suspense em memória recente que o Bruce Willis fez; é, já faz um tempo!
Claro, a trama não tem nada de realmente novo. A premissa segue a mesmíssima ideia que o filme dos anos 70, pai que perde a mulher, tem a filha molestada por bandidos e sai pelas ruas em busca de justiça. Ou seja, nada de novo. A diferença é que, enquanto o Paul Kersey de Bronson era um arquiteto, o de Willis é um médico cirurgião. E quer saber? Caiu como uma luva no personagem! Pensa em um misto de Die Hard com The Fugitive! Ficou bacana assim!
O filme abre nos mostrando como as ruas de Chicago estão violentas e cheias de incerteza. Mostra o Kersey Willis em sua profissão, depois com sua família, e estabelece que ele é um cara pacato. Até, é claro, que enquanto em uma noite ele estava atendendo uma emergência, bandidos invadem sua casa, rendem a mulher dele que quem interpreta é a Elizabeth Shue (olá, Jennifer Parker de Back to the Future 2 e 3!) e a filha dele que está prestes a se mudar para New York, e tudo vai para o inferno em sua vida. Sua esposa morre no hospital, e sua filha entra em um longo coma, apesar de estar estável.
A partir deste ponto, Willis assume o modo Charles Bronson, mas com aquele jeitão de John McClane, e parte para a desforra em várias sequências bacanas e memoráveis! A filha do personagem de Willis aqui tem um destino bem melhor e mais otimista do que a filha do personagem menos emotivo e mais indiferente de Bronson. Enquanto no filme de 1976 a menina vai para uma clínica de ressocialização comandada por freiras, na de 2018 a menina ganha uma nova chance de vida e se mostra mais resiliente ao trauma que sofreu.
O que me leva às questões abordadas em ambas as versões do filme: a da polícia e a do vigilantismo. Enquanto ambas as versões concordam que "bandido bom é bandido morto" e que armas podem servir tanto para matar quanto para salvar vidas, a de 76 mostra a polícia como um agente meio incapaz de resolver o problema do Bronson, o que o leva a ser um vigilante; os policiais se mantém impotentes perante à supremacia do vigilante, que conquista a atenção e a simpatia do grande público. Já do lado de 2018, a polícia já tenta chegar mais em algum lugar e dar esperança ao personagem de Willis (especialmente o policial interpretado por Dean Norris, o Hank de Breaking Bad), e até consegue, mas isso não é suficiente para ele, que parte para o vigilantismo. O engraçado é que esse Paul Kersey do Willis ganha até apelido, "grim reaper", ou seja, "anjo da morte"; a trama também é conduzida diferente, de modo a formar uma narrativa em que Willis se foca em ir atrás dos responsáveis pela sua tragédia pessoal, ao invés de pegar qualquer vagabundo na rua.
A mídia, claro, discute o ocorrido abordando ele de diversas formas, e o filme atualiza a narrativa de forma bem inteligente; enquanto ele atualiza bem a coisa do vigilante para os dias atuais (afinal em uma realidade tão populada de filmes de quadrinhos, nada mais fácil do que isso), também consegue de forma bacana abordar uma questão que eu achei meio complicada: a da realidade dos portáteis. Sim, porque hoje, qualquer pessoa pode tirar foto, gravar vídeo, não iria ser tão difícil capturar o vigilante. O filme trabalha isso bem, no final das contas, e mesmo que se valha de um pouco de sorte, convence ao mostrar como o "vigilante" desta versão se escondeu. Mas claro, não durou muito.
No final, Willis também homenageia Bronson com o famoso dedo em forma de cano de arma, quando a narrativa fecha. Claro, daquele jeitão meio John McClane, em especial em um dos momentos que ele conversa com sua psicóloga, e na cena de Joe, o mecânico, descendo o "Jack" em cima dele e esmagando o cérebro do capanga igual chiclete; ficou até mais forte a violência gráfica aqui nesta versão do que na do Bronson, pra ser honesto.
Um último fator que achei ter marcado esta nova narrativa, é a grande valorização do trabalho policial. Enquanto o antigo se preocupou em mostrar as dificuldades burocráticas que a polícia enfrenta ao caçar um criminoso, dando a ideia até mesmo de uma certa corrupção dentro da força, este, até mesmo por ser outros tempos, chega até mesmo a simpatizar com os policiais, que também criam uma certa simpatia com o vigilante e reconhecem que ele está apenas fazendo o óbvio: protegendo sua família.
No fim das contas, este foi um dos poucos bons remakes que surgiu nos últimos anos, e um filme que eu recomendo a todos que estavam sentindo falta de um pouco mais desse bom cinema de ação, sem frescuras, sem desculpinha esfarrapada, e passando longe da babaquice do politicamente correto.
Claro, a trama não tem nada de realmente novo. A premissa segue a mesmíssima ideia que o filme dos anos 70, pai que perde a mulher, tem a filha molestada por bandidos e sai pelas ruas em busca de justiça. Ou seja, nada de novo. A diferença é que, enquanto o Paul Kersey de Bronson era um arquiteto, o de Willis é um médico cirurgião. E quer saber? Caiu como uma luva no personagem! Pensa em um misto de Die Hard com The Fugitive! Ficou bacana assim!
O filme abre nos mostrando como as ruas de Chicago estão violentas e cheias de incerteza. Mostra o Kersey Willis em sua profissão, depois com sua família, e estabelece que ele é um cara pacato. Até, é claro, que enquanto em uma noite ele estava atendendo uma emergência, bandidos invadem sua casa, rendem a mulher dele que quem interpreta é a Elizabeth Shue (olá, Jennifer Parker de Back to the Future 2 e 3!) e a filha dele que está prestes a se mudar para New York, e tudo vai para o inferno em sua vida. Sua esposa morre no hospital, e sua filha entra em um longo coma, apesar de estar estável.
A partir deste ponto, Willis assume o modo Charles Bronson, mas com aquele jeitão de John McClane, e parte para a desforra em várias sequências bacanas e memoráveis! A filha do personagem de Willis aqui tem um destino bem melhor e mais otimista do que a filha do personagem menos emotivo e mais indiferente de Bronson. Enquanto no filme de 1976 a menina vai para uma clínica de ressocialização comandada por freiras, na de 2018 a menina ganha uma nova chance de vida e se mostra mais resiliente ao trauma que sofreu.
O que me leva às questões abordadas em ambas as versões do filme: a da polícia e a do vigilantismo. Enquanto ambas as versões concordam que "bandido bom é bandido morto" e que armas podem servir tanto para matar quanto para salvar vidas, a de 76 mostra a polícia como um agente meio incapaz de resolver o problema do Bronson, o que o leva a ser um vigilante; os policiais se mantém impotentes perante à supremacia do vigilante, que conquista a atenção e a simpatia do grande público. Já do lado de 2018, a polícia já tenta chegar mais em algum lugar e dar esperança ao personagem de Willis (especialmente o policial interpretado por Dean Norris, o Hank de Breaking Bad), e até consegue, mas isso não é suficiente para ele, que parte para o vigilantismo. O engraçado é que esse Paul Kersey do Willis ganha até apelido, "grim reaper", ou seja, "anjo da morte"; a trama também é conduzida diferente, de modo a formar uma narrativa em que Willis se foca em ir atrás dos responsáveis pela sua tragédia pessoal, ao invés de pegar qualquer vagabundo na rua.
A mídia, claro, discute o ocorrido abordando ele de diversas formas, e o filme atualiza a narrativa de forma bem inteligente; enquanto ele atualiza bem a coisa do vigilante para os dias atuais (afinal em uma realidade tão populada de filmes de quadrinhos, nada mais fácil do que isso), também consegue de forma bacana abordar uma questão que eu achei meio complicada: a da realidade dos portáteis. Sim, porque hoje, qualquer pessoa pode tirar foto, gravar vídeo, não iria ser tão difícil capturar o vigilante. O filme trabalha isso bem, no final das contas, e mesmo que se valha de um pouco de sorte, convence ao mostrar como o "vigilante" desta versão se escondeu. Mas claro, não durou muito.
No final, Willis também homenageia Bronson com o famoso dedo em forma de cano de arma, quando a narrativa fecha. Claro, daquele jeitão meio John McClane, em especial em um dos momentos que ele conversa com sua psicóloga, e na cena de Joe, o mecânico, descendo o "Jack" em cima dele e esmagando o cérebro do capanga igual chiclete; ficou até mais forte a violência gráfica aqui nesta versão do que na do Bronson, pra ser honesto.
Um último fator que achei ter marcado esta nova narrativa, é a grande valorização do trabalho policial. Enquanto o antigo se preocupou em mostrar as dificuldades burocráticas que a polícia enfrenta ao caçar um criminoso, dando a ideia até mesmo de uma certa corrupção dentro da força, este, até mesmo por ser outros tempos, chega até mesmo a simpatizar com os policiais, que também criam uma certa simpatia com o vigilante e reconhecem que ele está apenas fazendo o óbvio: protegendo sua família.
No fim das contas, este foi um dos poucos bons remakes que surgiu nos últimos anos, e um filme que eu recomendo a todos que estavam sentindo falta de um pouco mais desse bom cinema de ação, sem frescuras, sem desculpinha esfarrapada, e passando longe da babaquice do politicamente correto.
Death Wish (2018)
Produção: Roger Birnbaum, Stephen J. Eads, Ilona Herzberg, Irene Litinsky
Roteiro: Joe Carnahan (baseado no livro de Brian Garfield e inspirado no filme de 1974 com roteiro de Wendell Mayes)
Trilha sonora: Ludwig Göransson
Trailer:
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