5 / 10
Produção japonesa envolvendo o Batman e marcada por exagero de vícios japoneses faz bonito no visual, mas falha em nos contar uma história realmente bacana e marcante do homem-morcego.
Título brasileiro: Batman Ninja
Confira minha opinião!
Direção: Junpei Mizusaki
Vozes originais em japonês: Kôichi Yamadera, Wataru Takagi, Ai Kakuma, Rie Kugimiya, Atsuko Tanaka, Daisuke Ono, Hôchû Ôtsuka, Takehito Koyasu, Jun'ichi Suwabe, Yûki Kaji, Akira Ishida, Kengo Kawanishi, Chô, Toshiyuki Morikawa, Kenta Miyake, Anna Mugiho, Juri Nagatsuma
Não muito tempo atrás, eu dei de cara com um fã filme do Batman feito por um brasileiro, chamado Um Conto de Batman: Na Psicose do Ventríloquo, alertado sobre ele pelo meu ilustre amigo Felipe Martinelli; e até hoje, eu costumo dizer que este filme foi uma bela de uma ideia interessante! Ele se usa de elementos do mithos de Batman, mas é escrito como um autêntico produto da cultura brasileira. Você vê no meio do filme, diálogos que jamais se passariam em uma produção oficial do Batman vinda direta da fonte, bem como referências culturais populares do Brasil, como o rock brasileiro e uma passagem no filme que parece ter sido escrita pelo José Mojica Marins. Todos estes elementos acabaram por acrescentar um ar de brasilidade à produção, mas não deturparam o Batman e seu mundo, que continuam lá da mesma maneira que conhecemos.
Pois bem, imagina agora se fosse o contrário! Imagine se o mesmo filme do Batman fosse escrito por um roteirista japonês! Creio eu que a história teria sido muito diferente! Hoje eu parei de crer e fiquei apenas a divagar! Eis um filme do Batman como os japoneses provavelmente o imaginariam! Mas será que as características originais do herói seriam mantidas? Pelo sim e pelo não, resolvi conferir. E ouvir o Batman falando japonês foi uma das coisas mais bizonhas que eu já vi!
Surpreso com isso? Não fique, caro leitor! O Homem-Aranha também ja teve uma versão japonesa no passado, o "Supaidaman"! E olha, foi aquela... maravilha. Tecnologia alienígena, monstros, um robô gigante, aquele dramalhão típico dos antigos super-sentais... ihh, a coisa era doida demais! Mas não foi tão longe. Perto do que foi esse aranhoso nipônico, esse Batman até que é mais bonitinho.
Mas o filme não é perfeito, aliás, passa longe disso. Eu vou mais além, e direi que muita coisa nele eu eliminaria numa boa. Tem muita coisa absurda nele que não faz o menor sentido, até porque esta produção não se trata de um "elseworld", não se trata de imaginar o Batman de outra forma, mas sim de uma nova história do Batman supostamente dentro de seu mundo; eu vou chegar a explicar essas coisas, mas meu parecer inicial é que, apesar do filme conter ideias interessantes e uma animação simplesmente de tirar o fôlego, ele peca e muito no exagero. E eu sei, produções japonesas são, por natureza, extremamente exageradas, mas acho que muita coisa aqui poderia ter sido evitada para garantir a credibilidade da narrativa. Eu me peguei muitas vezes dizendo "puta merda, sério mesmo?" para diversas sequências disso aí!
O problema maior disso é que o cara que roteirizou não teve o cuidado de preservar os elementos originais do homem-morcego. Eu entendo onde ele quis chegar: ele planejou uma aventura do Batman com visual mais moderno, misturado com aquela aura do Batman tiozão dos anos 40, ou seja, algo feito para as crianças, e elementos da cultura japonesa; porém, esta última acabou se sobressaindo demais, fora que tem muita coisa pensada aqui que chega a ser ridícula, dado o contexto!
Pensa na história como se fosse dois moleques brincando com Lego, ou bonecos de ação! Aí um diz "aahh, o carro quebrou, mas o Batman agora tem um bat-plano, fsshhhh...", aí vem o outro e fala "aahh, mas o Coringa mandou o Pinguim soltar mísseis teleguiados e destruiu o avião também, ca-tchum, ca-tchuuumm!" e o primeiro responde: "mas aí vem o Dick e o Damian que também entraram na bola gigante do tempo e começam a socar o Pinguim, pow, pow, pow...!" Sério, é nesse nível! Nível trailer do Deadpool 2! SE FOR ASSIM, DEIXA EU PARTICIPAR DA BRINCADEIRA TAMBÉM, PÔ!!
A trama é a mais básica e rasteira possível! Batman luta contra o Gorila Grodd no Asilo Arkham, entra num mecanismo de deslocamento temporal que foi construído pelo macaco e viaja de volta para o Japão Feudal.
SENTA AÍ!! EU NÃO ACABEI!
Bom, por mais absurdo que isso possa parecer, tem coisa pior. O negócio vira festa, e todo mundo de Gotham viaja no tempo e vai junto pra lá, alguns antes, outros depois, não fica muito claro como, nem quando, mas é isso aí.
Primeiro: como que todo mundo acabou passando nessa fenda do tempo do Grodd??
Segundo: como diabos os caras viajam no tempo de Gotham City, EUA, para o Japão? Que raio de deslocamento temporal doido é esse? Quem tá operando a máquina, Moe, Larry e Curly?
Terceiro: que raio de sakê doido é esse que os roteiristas beberam pra terem umas ideias bestas dessas?
Então a trama vira um jogo de Playstation, porque tem quatro vilões do Batman, o Pinguim, o Duas-Caras, a Hera Venenosa e o Deathstroke, mais o Coringa que é o chefão, todos eles querendo o que? Isso mesmo, cada um controla um território do Japão, e todos eles querem unificar a ilha. É aí que o "Battoman" tem que agir pra impedir os vilões de mudarem a história. Tem até uma versão ninfeta japonesa aqui da Mulher-Gato, hora ajudando o Morcego, hora ajudando alguns dos vilões. Pois é. Pena que todos os vilões aqui perderam suas marcantes personalidades na tradução nipônica!
Como eles conseguiram conquistar o Japão feudal em tão pouco tempo, está além do meu entendimento, mas enfim, rolam cenas de luta em pleno Japão feudal com o "Battoman" usando suas traquitanas tecnológicas! É bat-móvel que se destrói e vira bat-nave, depois bat-moto, depois bat-armadura robótica (WHAT??), depois faz café e vira um super sayajin, depois... hehehe, essa última não acontece... mas tava muito perto de acontecer! Se deixassem, ia não só virar super sayajin, mas também reunir as esferas do dragão, invocar Sheng Long, reunir os Transformers, os asgardianos, os Beatles e depois de tudo terminado, ficar olhando para o horizonte em contemplação, enquanto tudo vira purpurina... e tomando café!
Ah, devo dizer que mesmo com suas traquitanas tecnológicas, esse Battoman é tão burro que acaba caindo em armadilhas óbvias demais do Coringa, do palhaço, do bobo versão Japão! Enfim, ele acaba derrotado, fica dois dias desmaiado e aí tem uma crise de identidade, e começa a achar que a única forma de vencer o Coringa e salvar o Japão feudal é reunindo a bat-família feliz (Dick, Jason, Tim, Damian, você sabe) e reconhecendo que ele tava dependendo demais de tecnologia e esquecendo suas origens. Bom, isso é debatível, afinal o Batman sempre procurou por formas mais eficazes de combater vilões, mas enfim, não deixa de ser um desenvolvimento interessante se for ver.
Quando você menos vê, tem uma bela trupe de bat-vigilantes que lutam ao lado do gaijin agora. Aí você pensa "pouts, legal, agora as coisas vão ser mais orgânicas e menos high tech, vai ter mais combate corpo a corpo e menos dessa firula de robô gigante e coisa e tal"... mas não! Eles arranjam um jeito de meter batalha de robô gigante lá!
PUTAKIPARIU!!
Ah, e ainda por cima tem um lance lá do Coringa também passar por uma crise de identidade, e algo assim... meu, sério, o que é que tinha nesse sakê que os caras beberam, hein? De boa, vai assoprar bolinha de sabão! Como é que você me constrói um robô gigante de cinco partes do tipo Changeman e Power Rangers em PLENO FUCKIN' JAPÃO FEUDAL? Como que você me explica isso? Nem mesmo o Doc Brown conseguiu plutônio quando tava no velho oeste, como é que você me faz uma coisa dessas?? Isso só pode ser pra eles darem uma de Bandai e vender muito brinquedo! Só pode!
AI, QUE SAUDADE DE Batman: The Brave and the Bold! Pelo menos lá as coisas eram também mais voltadas às crianças, mas faziam sentido! Por favor DC, faça com que aquele novo filme, Scooby-Doo! & Batman: The Brave and the Bold, que rolou no início deste ano e foi tão legal, represente um reinício do seriado, vai DC!! Agita aí uma volta do Batman tiozão, que a coisa tá feia! Faça isso por mim, vai! Senão, faça pelas crianças!
Ok, eu devo admitir, o filme também tem partes que são boas, não perfeitas, mas boas. Apesar dos diálogos bobocas, as vozes são bem feitas, o visual, como eu falei, é sensacional, o final do filme é muito bom, e a batalha de espadas do Battoman contra o Coringa também é muito foda! Eu não sei em que ponto que o palhaço se tornou um esgrimista, mas enfim, pouca coisa faz sentido aqui neste filme mesmo, então foda-se!
Mais um dos poucos momentos realmente bons que eu posso citar no filme é o vestuário ninja dos personagens. As caracterizações, segundo a cultura japonesa, ficaram muito bacanas, se tivessem sido melhor usadas em momentos-chave, teria sido mais épico.
Teve também uma homenagem à primeira aparição do Batman, aquela roupa primeira que ele teve, com as orelhas mais espaçadas, as luvas roxas, enfim, aquele visual da Detective Comics do final dos anos 30. Aquilo foi legal pela intenção, mas no contexto dessa patacoada de criatura gigante do filme ficou menos marcante.
Um dos poucos momentos de mais calma do filme é aquele trecho entre o Batman e o Coringa, nesta cena o palhaço parecia mudado, e eles tem uma conversa sobre isso, esta é uma cena que, dado um problema ou outro, eu gostei.
Quais problemas? Um por exemplo que é bem recorrente no filme: toda vez que o morcego tenta se disfarçar, ele deixa as orelhonas de morcego de fora! Quando o Bruce Wayne se disfarça de monge, ele faz um morcego na cabeça com o cabelo que ficou! Puta merda, que raio de identidade secreta é essa, energúmeno? Ou então quando ele está em um barco, ele se disfarça, mas esquece novamente as orelhas de fora! O Coringa ainda pergunta quem era ele!! E você não deixa de pensar: "carálios, tu não tá vendo as orelhinhas de fora, seu imbecil??"
Em suma: foi um filme bem irregular e bizonho pra mim. Poderia ter sido um filme absolutamente marcante, e uma verdadeira junção ousada do mundo do Batman com as produções japonesas de filmes de samurais, mas a oportunidade foi desperdiçada. Eu não recomendo ele nem para iniciantes, nem para fãs de longa data, e tenho minhas dúvidas se realmente vai ser lembrado daqui algum tempo. Se você gostou, ótimo, realmente não é um dos piores, tem suas qualidades, como eu apontei acima, e se você não liga para os exageros que eu mencionei, ok, faça bom proveito.
Já, eu, não achei essa Coca-Cola toda, e ainda aguardo o dia que eu vou ver novamente o Batman detetive, com tramas mais voltadas a thrillers e mistérios junto da ação. Trama oriental por trama oriental, fico com os dois episódios da série animada que foram brilhantemente concebidos por Michael Reaves, Bruce Timm e Kevin Altieri, respectivamente os episódios "Night of the Ninja" e "Day of the Samurai", da sempre clássica e icônica série animada de 1992.
Pois bem, imagina agora se fosse o contrário! Imagine se o mesmo filme do Batman fosse escrito por um roteirista japonês! Creio eu que a história teria sido muito diferente! Hoje eu parei de crer e fiquei apenas a divagar! Eis um filme do Batman como os japoneses provavelmente o imaginariam! Mas será que as características originais do herói seriam mantidas? Pelo sim e pelo não, resolvi conferir. E ouvir o Batman falando japonês foi uma das coisas mais bizonhas que eu já vi!
Surpreso com isso? Não fique, caro leitor! O Homem-Aranha também ja teve uma versão japonesa no passado, o "Supaidaman"! E olha, foi aquela... maravilha. Tecnologia alienígena, monstros, um robô gigante, aquele dramalhão típico dos antigos super-sentais... ihh, a coisa era doida demais! Mas não foi tão longe. Perto do que foi esse aranhoso nipônico, esse Batman até que é mais bonitinho.
Mas o filme não é perfeito, aliás, passa longe disso. Eu vou mais além, e direi que muita coisa nele eu eliminaria numa boa. Tem muita coisa absurda nele que não faz o menor sentido, até porque esta produção não se trata de um "elseworld", não se trata de imaginar o Batman de outra forma, mas sim de uma nova história do Batman supostamente dentro de seu mundo; eu vou chegar a explicar essas coisas, mas meu parecer inicial é que, apesar do filme conter ideias interessantes e uma animação simplesmente de tirar o fôlego, ele peca e muito no exagero. E eu sei, produções japonesas são, por natureza, extremamente exageradas, mas acho que muita coisa aqui poderia ter sido evitada para garantir a credibilidade da narrativa. Eu me peguei muitas vezes dizendo "puta merda, sério mesmo?" para diversas sequências disso aí!
O problema maior disso é que o cara que roteirizou não teve o cuidado de preservar os elementos originais do homem-morcego. Eu entendo onde ele quis chegar: ele planejou uma aventura do Batman com visual mais moderno, misturado com aquela aura do Batman tiozão dos anos 40, ou seja, algo feito para as crianças, e elementos da cultura japonesa; porém, esta última acabou se sobressaindo demais, fora que tem muita coisa pensada aqui que chega a ser ridícula, dado o contexto!
Pensa na história como se fosse dois moleques brincando com Lego, ou bonecos de ação! Aí um diz "aahh, o carro quebrou, mas o Batman agora tem um bat-plano, fsshhhh...", aí vem o outro e fala "aahh, mas o Coringa mandou o Pinguim soltar mísseis teleguiados e destruiu o avião também, ca-tchum, ca-tchuuumm!" e o primeiro responde: "mas aí vem o Dick e o Damian que também entraram na bola gigante do tempo e começam a socar o Pinguim, pow, pow, pow...!" Sério, é nesse nível! Nível trailer do Deadpool 2! SE FOR ASSIM, DEIXA EU PARTICIPAR DA BRINCADEIRA TAMBÉM, PÔ!!
A trama é a mais básica e rasteira possível! Batman luta contra o Gorila Grodd no Asilo Arkham, entra num mecanismo de deslocamento temporal que foi construído pelo macaco e viaja de volta para o Japão Feudal.
SENTA AÍ!! EU NÃO ACABEI!
Bom, por mais absurdo que isso possa parecer, tem coisa pior. O negócio vira festa, e todo mundo de Gotham viaja no tempo e vai junto pra lá, alguns antes, outros depois, não fica muito claro como, nem quando, mas é isso aí.
Primeiro: como que todo mundo acabou passando nessa fenda do tempo do Grodd??
Segundo: como diabos os caras viajam no tempo de Gotham City, EUA, para o Japão? Que raio de deslocamento temporal doido é esse? Quem tá operando a máquina, Moe, Larry e Curly?
Terceiro: que raio de sakê doido é esse que os roteiristas beberam pra terem umas ideias bestas dessas?
Então a trama vira um jogo de Playstation, porque tem quatro vilões do Batman, o Pinguim, o Duas-Caras, a Hera Venenosa e o Deathstroke, mais o Coringa que é o chefão, todos eles querendo o que? Isso mesmo, cada um controla um território do Japão, e todos eles querem unificar a ilha. É aí que o "Battoman" tem que agir pra impedir os vilões de mudarem a história. Tem até uma versão ninfeta japonesa aqui da Mulher-Gato, hora ajudando o Morcego, hora ajudando alguns dos vilões. Pois é. Pena que todos os vilões aqui perderam suas marcantes personalidades na tradução nipônica!
Como eles conseguiram conquistar o Japão feudal em tão pouco tempo, está além do meu entendimento, mas enfim, rolam cenas de luta em pleno Japão feudal com o "Battoman" usando suas traquitanas tecnológicas! É bat-móvel que se destrói e vira bat-nave, depois bat-moto, depois bat-armadura robótica (WHAT??), depois faz café e vira um super sayajin, depois... hehehe, essa última não acontece... mas tava muito perto de acontecer! Se deixassem, ia não só virar super sayajin, mas também reunir as esferas do dragão, invocar Sheng Long, reunir os Transformers, os asgardianos, os Beatles e depois de tudo terminado, ficar olhando para o horizonte em contemplação, enquanto tudo vira purpurina... e tomando café!
Ah, devo dizer que mesmo com suas traquitanas tecnológicas, esse Battoman é tão burro que acaba caindo em armadilhas óbvias demais do Coringa, do palhaço, do bobo versão Japão! Enfim, ele acaba derrotado, fica dois dias desmaiado e aí tem uma crise de identidade, e começa a achar que a única forma de vencer o Coringa e salvar o Japão feudal é reunindo a bat-família feliz (Dick, Jason, Tim, Damian, você sabe) e reconhecendo que ele tava dependendo demais de tecnologia e esquecendo suas origens. Bom, isso é debatível, afinal o Batman sempre procurou por formas mais eficazes de combater vilões, mas enfim, não deixa de ser um desenvolvimento interessante se for ver.
Quando você menos vê, tem uma bela trupe de bat-vigilantes que lutam ao lado do gaijin agora. Aí você pensa "pouts, legal, agora as coisas vão ser mais orgânicas e menos high tech, vai ter mais combate corpo a corpo e menos dessa firula de robô gigante e coisa e tal"... mas não! Eles arranjam um jeito de meter batalha de robô gigante lá!
PUTAKIPARIU!!
Ah, e ainda por cima tem um lance lá do Coringa também passar por uma crise de identidade, e algo assim... meu, sério, o que é que tinha nesse sakê que os caras beberam, hein? De boa, vai assoprar bolinha de sabão! Como é que você me constrói um robô gigante de cinco partes do tipo Changeman e Power Rangers em PLENO FUCKIN' JAPÃO FEUDAL? Como que você me explica isso? Nem mesmo o Doc Brown conseguiu plutônio quando tava no velho oeste, como é que você me faz uma coisa dessas?? Isso só pode ser pra eles darem uma de Bandai e vender muito brinquedo! Só pode!
AI, QUE SAUDADE DE Batman: The Brave and the Bold! Pelo menos lá as coisas eram também mais voltadas às crianças, mas faziam sentido! Por favor DC, faça com que aquele novo filme, Scooby-Doo! & Batman: The Brave and the Bold, que rolou no início deste ano e foi tão legal, represente um reinício do seriado, vai DC!! Agita aí uma volta do Batman tiozão, que a coisa tá feia! Faça isso por mim, vai! Senão, faça pelas crianças!
Ok, eu devo admitir, o filme também tem partes que são boas, não perfeitas, mas boas. Apesar dos diálogos bobocas, as vozes são bem feitas, o visual, como eu falei, é sensacional, o final do filme é muito bom, e a batalha de espadas do Battoman contra o Coringa também é muito foda! Eu não sei em que ponto que o palhaço se tornou um esgrimista, mas enfim, pouca coisa faz sentido aqui neste filme mesmo, então foda-se!
Mais um dos poucos momentos realmente bons que eu posso citar no filme é o vestuário ninja dos personagens. As caracterizações, segundo a cultura japonesa, ficaram muito bacanas, se tivessem sido melhor usadas em momentos-chave, teria sido mais épico.
Teve também uma homenagem à primeira aparição do Batman, aquela roupa primeira que ele teve, com as orelhas mais espaçadas, as luvas roxas, enfim, aquele visual da Detective Comics do final dos anos 30. Aquilo foi legal pela intenção, mas no contexto dessa patacoada de criatura gigante do filme ficou menos marcante.
Um dos poucos momentos de mais calma do filme é aquele trecho entre o Batman e o Coringa, nesta cena o palhaço parecia mudado, e eles tem uma conversa sobre isso, esta é uma cena que, dado um problema ou outro, eu gostei.
Quais problemas? Um por exemplo que é bem recorrente no filme: toda vez que o morcego tenta se disfarçar, ele deixa as orelhonas de morcego de fora! Quando o Bruce Wayne se disfarça de monge, ele faz um morcego na cabeça com o cabelo que ficou! Puta merda, que raio de identidade secreta é essa, energúmeno? Ou então quando ele está em um barco, ele se disfarça, mas esquece novamente as orelhas de fora! O Coringa ainda pergunta quem era ele!! E você não deixa de pensar: "carálios, tu não tá vendo as orelhinhas de fora, seu imbecil??"
Em suma: foi um filme bem irregular e bizonho pra mim. Poderia ter sido um filme absolutamente marcante, e uma verdadeira junção ousada do mundo do Batman com as produções japonesas de filmes de samurais, mas a oportunidade foi desperdiçada. Eu não recomendo ele nem para iniciantes, nem para fãs de longa data, e tenho minhas dúvidas se realmente vai ser lembrado daqui algum tempo. Se você gostou, ótimo, realmente não é um dos piores, tem suas qualidades, como eu apontei acima, e se você não liga para os exageros que eu mencionei, ok, faça bom proveito.
Já, eu, não achei essa Coca-Cola toda, e ainda aguardo o dia que eu vou ver novamente o Batman detetive, com tramas mais voltadas a thrillers e mistérios junto da ação. Trama oriental por trama oriental, fico com os dois episódios da série animada que foram brilhantemente concebidos por Michael Reaves, Bruce Timm e Kevin Altieri, respectivamente os episódios "Night of the Ninja" e "Day of the Samurai", da sempre clássica e icônica série animada de 1992.
ニンジャバットマン (2018)
(Ninja Battoman)
Produção: Kamikaze Douga, Benjamin Melniker, Sam Register, Tetsuro Satomi, Ittatsu Shimizu, Michael E. Uslan
Roteiro: Kazuki Nakashima (baseado em personagens criados por Bill Finger, Bob Kane, Marv Wolfman, George Pérez, Paul Dini, Bruce Timm, Chuck Dixon, Doug Moench, Graham Nolan)
Trilha sonora: Yûgo Kanno
Versão em inglês: Roger Craig Smith, Tony Hale, Adam Croasdell, Eric Bauza, Grey DeLisle, Will Friedle, Tom Kenny, Yuri Lowenthal, Tara Strong, Fred Tatasciore, Matthew Yang King, Kenta Miyake, Anna Mugiho, Juri Nagatsuma
Trailer:
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