7,5 / 10
Filme baseado em best seller sobre garoto com deformidade facial faz a gente refletir sobre a verdadeira beleza, mas é mais um daqueles feel-good movies de Hollywood.
Confira minha opinião!
Título brasileiro: Extraordinário
Direção: Stephen Chbosky
Estrelando: Jacob Tremblay, Owen Wilson, Izabela Vidovic, Julia Roberts, Mandy Patinkin, Noah Jupe, Bryce Gheisar, Elle McKinnon, Daveed Diggs, Ty Consiglio, Kyle Breitkopf, James A Hughes, Millie Davis, Sonia Braga, Maccie Margaret Chbosky, Emma Tremblay, Gidget
Estive curioso por um tempo para ver este filme sobre o menininho com deformidade facial. O filme estreou ainda no ano passado, mas eu fui arrastando e pensando se realmente valeria a pena a experiência, ou se se tratava de outra daquelas performances que tentam ganhar o Oscar. No fim das contas, Wonder é eficiente em nos fazer pensar sobre a verdadeira natureza da beleza humana, e o que isso significa, mas o filme não se concentra em apenas uma história, ele fica tentando contar várias coisas, e isso eu achei que atrapalhou um pouco o andamento.
A história é sobre August Pullman, ou simplesmente Auggie. Ele sonha em ser um astronauta. É muito inteligente, criativo, curte Minecraft, Star Wars, e gosta de pesquisar sobre ciências, mas nunca foi para a escola, tendo sido educado via homeschooling, então seus pais finalmente decidem que é hora do menino interagir com outras crianças na quinta série escolar. O problema é sua aparência, razão pela qual ele nunca tira o capacete de astronauta dele.
Já na escola, ele começa a interagir com outros alunos, e sua jornada parte daí. Alguns dos meninos que o recebem primeiramente até são legais, mas um deles se mostra um verdadeiro bully. Auggie tem que lidar com essas coisas e encontrar verdadeiras amizades que vão fazer da vida dele uma experiência melhor e gostarem dele pelo que ele é. Achei ótima esta mensagem, especialmente nos tempos modernos, onde todo mundo se preocupa demais em ficar mudando sua verdadeira natureza. Com isso, vemos que o que podemos mudar realmente, são as nossas atitudes para com os outros, a forma como os vemos, mas NUNCA, jamais, nossa verdadeira natureza, tanto física, quanto psicológica. Somos o que somos, e temos que aprender a sermos felizes com isso, e fazer com que os outros nos enxerguem com bons olhos exatamente como somos, e nunca o contrário.
Também achei bacana a forma como o filme aborda a questão do bullying. A escola até tem regras rígidas com relação a isso, mas no fim das contas, a gente vê o óbvio: que não dá pra escapar disso. É uma coisa que vamos encontrar aonde quer que vamos, em toda nossa vida. Dificuldades, todo mundo tem, mas você não precisa se intimidar com elas, basta ter determinação para enfrentá-las, e nada melhor que a família e os verdadeiros amigos para nos ajudarem nessas horas, então foi algo de muito positivo que eu vi no filme.
Aí tem a irmã mais velha do menino, que tem sua narrativa paralela, e quer ser aceita no grupo de teatro da escola, e outras narrativazinhas paralelas que vemos. Só que elas são desnecessariamente esticadas para mim, poderiam ser mais condensadas; também o diretor não precisaria isolar os personagens para contar suas jornadas pessoais de forma mais detalhada, sendo que a que realmente importa é a do menino, que acaba ficando fragmentada demais. Eu entendi onde ele quis chegar com essas divisões, destacar como Auggie afeta as pessoas ao redor dele, que apesar de outras pessoas gozarem de boa aparência, também podem ter que enfrentar seus próprios problemas pessoais, independentes de qualquer coisa, mas não achei uma forma eficiente de contar a história, ele deixou essas narrativas truncadas e no final acabou até abandonando certas coisas no caminho.
Eu também esperava uma coisa mais catártica no final. Acaba que a gente apenas assiste as cenas finais e a narrativa é interrompida. Ela até se fecha, mais creio eu que poderiam ter caprichado um pouco mais nesse fecho, com um climax mais elaborado. Em Mr. Holland's Opus (Mr. Holland - Adorável Professor), por exemplo, você tem uma jornada bem mais emocional do protagonista, e quando atinge o climax, você corre o risco até de ser levado às lágrimas, porque tudo se converge para aquele momento, e o caminho trilhado é claro, fica visível como que cada coisa que vimos importou no final, era para estar alí, e nada ficou para trás. Aqui ficou mais desencontrado, mais desconexo. Você ainda simpatiza com a história de superação do menino, mas a narrativa mais simples e fragmentada e a trilha sonora genérica não ajudam.
Enfim, achei até bonito, e não me arrependo de ter assistido, mas se não tivesse, não me importaria em assistir no conforto de minha casa mesmo, como se fosse um daqueles filmes de Sessão da Tarde. Se quiser, vá ver no cinema, mas não vá com expectativas muito altas, pois no final, é apenas mais um dos milhares de feel-good movies que Julia Roberts e Owen Wilson tem participado nos últimos anos, nada assim muito marcante. A maquiagem do ator-mirim Jacob Tremblay, no entanto, ficou excelente, e a interpretação dele também está muito boa. Talvez valha a pena por isso, porque ver a boca de ovo do Owen Wilson pela enésima vez, mesmo que acompanhada de referências a Star Wars, não é um atrativo tão grande assim.
A história é sobre August Pullman, ou simplesmente Auggie. Ele sonha em ser um astronauta. É muito inteligente, criativo, curte Minecraft, Star Wars, e gosta de pesquisar sobre ciências, mas nunca foi para a escola, tendo sido educado via homeschooling, então seus pais finalmente decidem que é hora do menino interagir com outras crianças na quinta série escolar. O problema é sua aparência, razão pela qual ele nunca tira o capacete de astronauta dele.
Já na escola, ele começa a interagir com outros alunos, e sua jornada parte daí. Alguns dos meninos que o recebem primeiramente até são legais, mas um deles se mostra um verdadeiro bully. Auggie tem que lidar com essas coisas e encontrar verdadeiras amizades que vão fazer da vida dele uma experiência melhor e gostarem dele pelo que ele é. Achei ótima esta mensagem, especialmente nos tempos modernos, onde todo mundo se preocupa demais em ficar mudando sua verdadeira natureza. Com isso, vemos que o que podemos mudar realmente, são as nossas atitudes para com os outros, a forma como os vemos, mas NUNCA, jamais, nossa verdadeira natureza, tanto física, quanto psicológica. Somos o que somos, e temos que aprender a sermos felizes com isso, e fazer com que os outros nos enxerguem com bons olhos exatamente como somos, e nunca o contrário.
Também achei bacana a forma como o filme aborda a questão do bullying. A escola até tem regras rígidas com relação a isso, mas no fim das contas, a gente vê o óbvio: que não dá pra escapar disso. É uma coisa que vamos encontrar aonde quer que vamos, em toda nossa vida. Dificuldades, todo mundo tem, mas você não precisa se intimidar com elas, basta ter determinação para enfrentá-las, e nada melhor que a família e os verdadeiros amigos para nos ajudarem nessas horas, então foi algo de muito positivo que eu vi no filme.
Aí tem a irmã mais velha do menino, que tem sua narrativa paralela, e quer ser aceita no grupo de teatro da escola, e outras narrativazinhas paralelas que vemos. Só que elas são desnecessariamente esticadas para mim, poderiam ser mais condensadas; também o diretor não precisaria isolar os personagens para contar suas jornadas pessoais de forma mais detalhada, sendo que a que realmente importa é a do menino, que acaba ficando fragmentada demais. Eu entendi onde ele quis chegar com essas divisões, destacar como Auggie afeta as pessoas ao redor dele, que apesar de outras pessoas gozarem de boa aparência, também podem ter que enfrentar seus próprios problemas pessoais, independentes de qualquer coisa, mas não achei uma forma eficiente de contar a história, ele deixou essas narrativas truncadas e no final acabou até abandonando certas coisas no caminho.
Eu também esperava uma coisa mais catártica no final. Acaba que a gente apenas assiste as cenas finais e a narrativa é interrompida. Ela até se fecha, mais creio eu que poderiam ter caprichado um pouco mais nesse fecho, com um climax mais elaborado. Em Mr. Holland's Opus (Mr. Holland - Adorável Professor), por exemplo, você tem uma jornada bem mais emocional do protagonista, e quando atinge o climax, você corre o risco até de ser levado às lágrimas, porque tudo se converge para aquele momento, e o caminho trilhado é claro, fica visível como que cada coisa que vimos importou no final, era para estar alí, e nada ficou para trás. Aqui ficou mais desencontrado, mais desconexo. Você ainda simpatiza com a história de superação do menino, mas a narrativa mais simples e fragmentada e a trilha sonora genérica não ajudam.
Enfim, achei até bonito, e não me arrependo de ter assistido, mas se não tivesse, não me importaria em assistir no conforto de minha casa mesmo, como se fosse um daqueles filmes de Sessão da Tarde. Se quiser, vá ver no cinema, mas não vá com expectativas muito altas, pois no final, é apenas mais um dos milhares de feel-good movies que Julia Roberts e Owen Wilson tem participado nos últimos anos, nada assim muito marcante. A maquiagem do ator-mirim Jacob Tremblay, no entanto, ficou excelente, e a interpretação dele também está muito boa. Talvez valha a pena por isso, porque ver a boca de ovo do Owen Wilson pela enésima vez, mesmo que acompanhada de referências a Star Wars, não é um atrativo tão grande assim.
Wonder (2017)
Produção: David Hoberman, Todd Lieberman, Dan Clarke
Produção: David Hoberman, Todd Lieberman, Dan Clarke
Roteiro: Stephen Chbosky, Steve Conrad, Jack Thorne (baseado no livro de R.J. Palacio)
Trilha sonora: Marcelo Zarvos
Trailer:
No comments:
Post a Comment