Thursday, May 26, 2016

NO CINEMA: X-Men: Apocalypse (X-Men: Apocalipse)


Nota: 8 / 10

Em 2014, X-Men: Days of Future Past representou um verdadeiro reboot, com requintes de continuação, ao universo dos X-Men nos cinemas. Isso significa que, apesar de reconhecer tudo que havia acontecido ali até aquele momento na convoluta franquia, a linha cronológica iria começar de novo, com uma nova continuidade, o que possibilitou, inclusive, fazerem o ótimo filme do Deadpool que tivemos no início deste ano.

Desta forma, saem os atores dos outros filmes, e a franquia segue com um novo elenco, aquele que nos foi apresentado em X-Men: First Class.

Assim, esta linha tem seguimento aqui em X-Men: Apocalypse; compensou? De forma geral, sim. O novo filme é bom, mas não tão bom quanto seu antecessor.

Essa artimanha de reiniciar linhas temporais sem descartar o que veio antes, já foi aplicada em outros filmes, como Star Trek (2009) e Terminator Genisys (2015); a primeira tentativa foi um sucesso, a segunda... bem... não tanto. Aqui na série dos mutantes, ela deu certo sim, mas com algumas ressalvas.

Na trama deste novo filme que começa no Egito antigo, época da escravidão judaica, vemos, dentro de uma pirâmide, o vilão En Sabah Nur (Oscar Isaac), também conhecido como Apocalypse, o primeiro mutante, a incorporar em um outro cara e garantir sua imortalidade ao longo dos séculos. O início só serviu pra isso mesmo, nos apresentar o vilão. Corta para os anos 80 - sim, outro filme dos X-Men de época - onde vemos o jovem Scott Summers (Tye Sheridan), o Cíclope, descobrindo pela primeira vez seus poderes na escola que estuda. Também vemos a nova encarnação da Ororo (Alexandra Shipp), a Tempestade versão punk das revisas antigas da equipe, e suas origens no Egito.

Pois bem, vemos Erik, o Magneto (Michael Fassbender), perder sua família por causa de um desentendimento com a lei e se tornar amargo. Ele é contactado por Apocalypse, que ressuscitou de seu sono, após ser contido no Egito antigo, para atazanar a vida de todos com seu "novo mundo", nos anos 80. Para cumprir suas intenções, ele recruta Ororo, Magneto, Anjo (Ben Hardy) e outros mutantes que encontra por aí, e também sequestra o Professor Xavier (James McAvoy, cabeludinho pela última vez) em sua escola através de contato mental pelo dispositivo Cerebro, do Professor. Ele tem grandes planos para Xavier no clímax do filme, planos... diabólicos.

Scott é levado para a escola de Xavier para aprender a lidar com seus novos poderes, e lá fica conhecendo Hank (Nicholas Hoult), o Fera, Jean Grey (Sophie Turner), Noturno (Kodi Smit-McPhee), Relâmpago (Evan Peters) e outros alunos. Não demora muito, a escola é demolida, devido as ações de Apocalypse; Mística (Jennifer Lawrence) também aparece na trama quando vê o que aconteceu e todos os X-Men tem que enfrentar as maquinações de Apocalypse a partir daí.

Simples, não é? Simples, mas efetivo. Vemos muitos dos heróis em ação, e... peraí... não tá faltando alguém aqui não? Wolverine, cadê você?? Ah... pois é, hehe, ele acaba fazendo uma breve aparição de 5 minutinhos nos 42 do primeiro tempo, envolvido novamente no programa Arma X, depois ele perde o tempo do continue e sai locão por aí, só Deus sabe o porque. E isso me chateou muito, porque o Wolverine (pela milésima vez em 16 anos, Hugh Jackman) é o meu mutante favorito! Só que aqui ele tem somente parcos 5 minutinhos de tela, e nem mesmo é incluso nos créditos finais. Ah, por favor, pessoal, em First Class, eu até pude entender que não era para o Wolverine aparecer mesmo, apesar de colocarem ele lá pra bater cartão e beleza, mas aqui, poxa vida!

Só depois que eu comprei na banca o encadernado X-Men: A Era do Apocalipse, eu fui entender que ele não aparecia mesmo muito na história, virando rapidamente as páginas da revista. Depois eu vou ler esse encadernado; eu lia um pouco os X-Men na época que essa história foi escrita (1995-1996), mas não lembro de muita coisa, fui pulando muitos números da revista, sem uma sequência cronológica na cabeça.

Enfim, a história é legal, simples e direta, não tem muito o que enfeitar; os filmes da Marvel feitos pela Fox tem aquele clima entre MCU e DCEU, ou seja, não são muito cômicos, mas também não são muito sérios. A falta de cor na paleta e o climão épico é misturado com as gracinhas aqui do Relâmpago, que está bastante engraçado, e eu agradeço de coração o ser de boa alma que teve a feliz ideia de dar 5 minutos pra lembrar a todos que o Logan ainda existe na franquia. Valeu por esses 5 minutos de Logan, e inclusive, os 5 minutos mais selvagens que ele já teve em toda a série, Logan vintage! Mas eu queria mais Logan, mesmo assim, ainda que ele não tivesse um papel importante no filme. Quero ver como vai ficar essa questão, porque após o último filme do Jackman como Wolverine, em 2017, o ator estará se aposentando do papel, para nossa infelicidade. E eu estarei lá para conferi-lo!

Em linhas gerais, estou mais uma vez meio conflitante com os filmes de heróis; me entristece constatar que o filme que eu mais esperava que fosse bom, Batman v Superman, foi uma decepção, e que todo e qualquer outro filme de herói este ano está sendo melhor que ele. Mas ao mesmo tempo, fico feliz que a franquia X-Men segue com mais um filme legal no currículo. Novamente, não o melhor, e aqui está o maior problema da franquia: os mutantes já tem 16 anos de cinema e ainda estão com chororô de "ai, tenho tantos poderes, sou tão angustiado, mimimimimi, ninguém me entende!" Que saco, sai dessa, poxa! Desencana! Tá faltando mais personagens nessa franquia como o Relâmpago e o Deadpool, e eu estou ansioso e animadíssimo que, com o sucesso do filme do mercenário tagarela este ano, ele acabe aparecendo nos próximos filmes dos mutantes. Aguardemos!

Em linhas gerais, um filme que eu recomendo sim, mas com as devidas ressalvas. Deadpool ainda é o invicto deste ano na linha dos super-heróis, e merecidamente. Vamos ver se, a partir dos próximos anos, teremos menos escuridão e mais luz nesse gênero. Os filmes de heróis precisam muito disso, voltar à sua inocência, voltar a brincar com nosso imaginário, sem serem tão angustiados. E fiquem ligados para a cena pós créditos que nos dá uma boa notícia!

X-Men: Apocalypse (2016)
Título em português BR: X-Men: Apocalipse

Direção: Bryan Singer
Produção: Simon Kinberg, Stan Lee, John Ottman, Lauren Shuler Donner, Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg, Bryan Singer, Michael Dougherty, Dan Harris (baseado em história escrita por Scott Lobdell, Terry Kavanagh, Mark Waid e Fabian Nicienza, baseada em personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby)
Trilha sonora: John Ottman

Estrelando: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult, Oscar Isaac, Rose Byrne, Evan Peters, Josh Helman, Sophie Turner, Tye Sheridan, Lucas Till, Kodi Smit-McPhee, Ben Hardy, Alexandra Shipp, Lana Condor, Olivia Munn, Warren Scherer, Rochelle Okoye, Monique Ganderton, Fraser Aitcheson, Ryan Hollyman, Joanne Boland, Stan Lee, Joan Lee, Hugh Jackman

Filmes da série dos X-Men da Marvel/Fox:
ESPECIAL: A Série de Filmes Marvel/Fox dos X-Men

Trailer:

2 comments:

  1. Acabei de ler o texto. Concordo que Wolverine e Peter Maximoff dão tempero ao filme, mas acho que você foi condescendente demais con o resto. Apocalipse tá muito aquem do que deveria ser. Stryker é maus ameaçador que ele.

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    1. Eu acabei não focando tanto no Major Stryker. Ele tem requintes deperversidade no filme, com certeza. Poderia sim, ter sido bem melhor, mas achei bacana o modo como veio a reconstruir aquele universo que conhecemos dos primeiros filmes. Abraço!

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