Brave é o segundo álbum conceitual do Marillion, o sétimo disco de estúdio do grupo e o terceiro com o carismático vocalista Steve Hogarth.
Após dois álbums onde o novo integrante passou pela prova de fogo, o primeiro, Seasons End ainda trazendo alguns traços da antiga sonoridade que a banda fazia na época de Fish, mas já claramente como um trabalho de transição, e outro, Holidays in Eden, álbum mais experimental no sentido do grupo achar uma nova sonoridade para si, muito bom, mas que não fez tanto sucesso, o grupo encontra-se novamente naquela velha encruzilhada onde tem aquele senhor que faz a clássica pergunta: e aí, para que lado você vai agora? E o Marillion decidiu novamente trilhar o longo e tortuoso caminho das pedras, ao invés do caminho fácil. E se deu muito bem.
Brave é, de longe, o melhor trabalho do Marillion dos anos 90. Com esse trabalho, o Marillion impõe uma nova identidade sonora, identidade essa pela qual serão reconhecidos em todos os outros trabalhos que vieram depois dele, sempre é claro dando uma ousada à mais no som. O álbum ganhou com isso, um interessante filme dirigido por Richard Stanley e estrelado pela belíssima Josie Ayers, e duas versões ao vivo, uma no álbum ao vivo Made Again e outra versão melhorada em Brave Live 2002, que saiu também em DVD.
A grandeza deste trabalho está justamente na sua temática. A história do álbum foi inspirada em um fato real que, segundo Hogarth, foi noticiado em uma rádio local que passava um programa policial. A notícia relatava sobre uma garota que estava em uma ponte que se recusava ou estava impossibilitada de falar com qualquer policial que rodeava a área. Houve um apelo ao grande público de fazer o reconhecimento da suicida, que acabou ganhando até mensagens de apoio do próprio Hogarth. Esse fato foi o embrião da misteriosa e dramática história que escutamos em Brave.
A história trata brilhantemente, e sem banalidades, de todas as paranóias que permeavam a juventude nos anos 90, como envolvimento com estranhos, drogas, sexo, desilusão amorosa e a dificuldade dos relacionamentos familiares. "Bridge" e "Living with the Big Lie" abrem o álbum ilustrando a capacidade do ser humano de se habituar a qualquer nova situação. As partes instrumentais das músicas estão impecáveis, ilustrando o novo "padrão Marillion de qualidade", a nova identidade sonora da banda, muito bem trabalhada.
Outro destaque é "Goodbye to All That", que passeia desde trechos puramente progressivos e com alguns relampejos genesianos até outras passagens mais floydianas e de extrema introspecção e experimentalismo. O grupo cria climas e ambientações sonoras como ninguém. "Hard as Love", uma faixa mais hard rock e que aborda o tema do sexo na adolescência também é um grande destaque e complementa a faixa anterior. A faixa mais pop rock do álbum, "Alone Again in the Lap of Luxury" trata brilhantemente de desilusão, relacionamentos e sentimentos de culpa, seguida pela crua e direta "Paper Lies".
A faixa título e sua bela melodia escocesa de gaita de fólio dá um clima mais depressivo, porém tocante à história. A sensacional e belíssima "The Great Escape" cria o ápice do clímax final da história e é avassaladora, dura e tocante do início ao fim, se tornando uma das faixas mais clássicas do Marillion e executada até hoje nos shows, onde a performance dramática e emotiva de Hogarth brilha mais uma vez. É uma espécie de primeiro final. A conclusão vem depois com a bonita "Made Again".
Brave sinaliza a consolidação da nova formação do Marillion e de sua nova identidade sonora que perdura até hoje, e é uma obra essencial, relevante e maravilhosa do acervo da banda e também do rock progressivo e experimental.
Brave é, de longe, o melhor trabalho do Marillion dos anos 90. Com esse trabalho, o Marillion impõe uma nova identidade sonora, identidade essa pela qual serão reconhecidos em todos os outros trabalhos que vieram depois dele, sempre é claro dando uma ousada à mais no som. O álbum ganhou com isso, um interessante filme dirigido por Richard Stanley e estrelado pela belíssima Josie Ayers, e duas versões ao vivo, uma no álbum ao vivo Made Again e outra versão melhorada em Brave Live 2002, que saiu também em DVD.
A grandeza deste trabalho está justamente na sua temática. A história do álbum foi inspirada em um fato real que, segundo Hogarth, foi noticiado em uma rádio local que passava um programa policial. A notícia relatava sobre uma garota que estava em uma ponte que se recusava ou estava impossibilitada de falar com qualquer policial que rodeava a área. Houve um apelo ao grande público de fazer o reconhecimento da suicida, que acabou ganhando até mensagens de apoio do próprio Hogarth. Esse fato foi o embrião da misteriosa e dramática história que escutamos em Brave.
A história trata brilhantemente, e sem banalidades, de todas as paranóias que permeavam a juventude nos anos 90, como envolvimento com estranhos, drogas, sexo, desilusão amorosa e a dificuldade dos relacionamentos familiares. "Bridge" e "Living with the Big Lie" abrem o álbum ilustrando a capacidade do ser humano de se habituar a qualquer nova situação. As partes instrumentais das músicas estão impecáveis, ilustrando o novo "padrão Marillion de qualidade", a nova identidade sonora da banda, muito bem trabalhada.
Outro destaque é "Goodbye to All That", que passeia desde trechos puramente progressivos e com alguns relampejos genesianos até outras passagens mais floydianas e de extrema introspecção e experimentalismo. O grupo cria climas e ambientações sonoras como ninguém. "Hard as Love", uma faixa mais hard rock e que aborda o tema do sexo na adolescência também é um grande destaque e complementa a faixa anterior. A faixa mais pop rock do álbum, "Alone Again in the Lap of Luxury" trata brilhantemente de desilusão, relacionamentos e sentimentos de culpa, seguida pela crua e direta "Paper Lies".
A faixa título e sua bela melodia escocesa de gaita de fólio dá um clima mais depressivo, porém tocante à história. A sensacional e belíssima "The Great Escape" cria o ápice do clímax final da história e é avassaladora, dura e tocante do início ao fim, se tornando uma das faixas mais clássicas do Marillion e executada até hoje nos shows, onde a performance dramática e emotiva de Hogarth brilha mais uma vez. É uma espécie de primeiro final. A conclusão vem depois com a bonita "Made Again".
Brave sinaliza a consolidação da nova formação do Marillion e de sua nova identidade sonora que perdura até hoje, e é uma obra essencial, relevante e maravilhosa do acervo da banda e também do rock progressivo e experimental.
Brave (1994)
(Marillion)
Nota: 9 / 10
Tracklist:
01. Bridge02. Living with the Big Lie
03. Runaway
04. Goodbye To All That
i. Wave
ii. Mad
iii. The Opium Den
iv. The Slide
v. Standing in the Swing
05. Hard As Love
06. The Hollow Man
07. Alone Again in the Lap of Luxury
i. Now wash your hands
08. Paper Lies
09. Brave
10. The Great Escape
i. The last of you
ii. Falling from the moon
11. Made Again
Selos: EMI (Europe), I.R.S. Records (United States)
Marillion é:
Steve Hogart - voz
Steve Rothery - guitarra
Pete Trewavas - baixo
Mark Kelly - teclados
Ian Mosley - bateria
Discografia:
- Less Is More (2009)
- Happiness Is the Road (2008)
- Somewhere Else (2007)
- Popular Music (2005)
- Marbles on the Road (2004) - DVD
- Marbles (2004)
- Brave Live 2002 (2002)
- Anorak in the UK (2002)
- Anoraknophobia (2001)
- marillion.com (1999)
- Radiation (1998)
- This Strange Engine (1997)
- Made Again (1996)
- Afraid of Sunlight (1995)
- Brave (1994)
- Holidays in Eden (1991)
- Seasons End (1989)
- The Thieving Magpie (La Gazza Ladra) (1988)
- Clutching at Straws (1987)
- Misplaced Childhood (1985)
- Fugazi (1984)
- Script for a Jester's Tear (1983)
Site: www.marillion.com
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