Friday, March 31, 2017

NO CINEMA: Kong: Skull Island (Kong: A Ilha da Caveira)

Nota: 8 / 10

Agora quero ver! Ao final desta resenha você verá um interessante twist, portanto, leia até o final e aguarde o twist!


Kong: Skull Island é mais uma reimaginação da história escrita por Edgar Wallace e Merian C. Cooper em 1933. O filme já teve uma refilmagem nos anos 70 estrelando Jeff Bridges, e outra em 2005, dirigida por Peter Jackson, ambas as refilmagens com perspectivas diferentes: a primeira, trazia uma nova história, enquanto que a segunda pegava o filme original de 1933 e o expandia em termos de mitologia.

Pois bem, como hoje em dia tudo é feito para... para... ops... hehehe, bem, no final, no final, twist, aguarde... para durar, sim, isso... Kong: Skull Island já aterrissa nas salas de cinemas com promessas de... adivinha... isso mesmo: sequências! Vamos ver então se o filme é digno de recebê-las.

A trama acompanha dois cientistas interessados em explorar uma tal de Ilha da Caveira, um lugar que a lenda diz ser perigosíssimo. O personagem de John Goodman ainda, se sentindo inspirado, o classifica como o local "onde Deus não terminou sua criação". Blá, blá, blá, os dois se juntam ao exército americano nos anos 70 para terem uma escolta adequada à sua expedição, e assim partimos para o tal lugar.

Vemos então que o filme pende mais para o tipo de trama apresentado na refilmagem setentista do que no tom mais poético e metalinguístico dos filmes de 1933 e 2005, onde tínhamos um cineasta e sua equipe querendo trazer à civilização algo diferente e único. Há pequenos enxertos de metalinguagem aqui e alí, mas não são o foco. Essa história de bela e fera, bem, inexiste nessa versão. Também desta vez, Kong não vai se apaixonar por uma donzela em perigo, como estamos acostumados a ver; a mulher está lá apenas como fotógrafa e na trama, para acalmar a fera em um dado momento, mas não há química amorosa entre ela e o gorilão.

O filme então se preocupa em ser um bom filme de monstro; e o é. Ao mesmo tempo que é o melhor filme de monstros e criaturas gigantes em muitos anos, com ótimas cenas de porradaria entre King Kong e as várias criaturas da Ilha da Caveira, também consegue trabalhar de forma satisfatória os personagens humanos. Esse equilíbrio entre o espetáculo e os personagens é bem balanceado, garantindo uma experiência legal no fim das contas. Há inclusive um racha entre a equipe que veio à ilha, e aí o lado que fica com Samuel L. Jackson quer explodir o macacão, enquanto que o lado do Tom Hiddleston quer salvá-lo. Você já sabe qual lado que ganha, não preciso dizer. É óbvio assim. Mas foi bem divertido.

Misturando Apocalype Now com filme de safari, Kong: Skull Island consegue ser uma diversão ótima; não um shakespeare nem nada do tipo, mas funciona muito bem em suas 2 horas de projeção como bom escapismo. Você vê o drama dos soldados que acompanham Jackson à Ilha, você vê a piada recorrente entre eles ("querido Billy"...) baseada em uma carta que um dos soldados estava mandando à seu filho, você vê Kong quebrar tudo contra várias criaturas gigantes, matança à rodo, você vê a questão da colonização sugerida no roteiro quando os visitantes encontram com o povo nativo da Ilha, você vê o alívio cômico na forma de John C. Reilly, cujo personagem ficou preso na Ilha da Caveira por 28 anos (meio estereotipadão e caricato em seu humor, e às vezes meio nada a ver com o resto, mas funciona), enfim, vale a pena se um pouco de diversão é o que procura por duas horas.

Ah, o twist, né? É mesmo, pois bem...

Filminho legal, tudo bonitinho, tudo dentro dos conformes, ok. Eu até cheguei a pensar, quando entrei na sala, qual dos King Kongs eu deveria considerar dentro dessa continuidade, pois achei que este fosse um prelúdio, o que não é o caso, pois destoa de todos os outros três filmes; passei a olhá-lo então como mais uma reimaginação independente, após um certo tempo de projeção. Aí...

Acabam os créditos e o filme recomeça... uma cena final, pós-créditos... que raios estão fazendo? Então, os sobreviventes do massacre na Ilha da Caveira descobrem que Kong não era o único monstro gigante existente... uai... omessa... no melhor estilo MARVEL STUDIOS, nós testemunhamos desenhos feitos em paredes de uma... borboleta gigante... Mothra??... e uma fera parecida com um lagarto gigante... SIM, É PROVAVELMENTE O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO! Gojira... Gojira... GOJIRA!!

Estamos diante do início de mais uma série de filmes de universo compartilhado, querido leitor! Desta vez, um universo compartilhado populado por monstros gigantes, incluindo nele King Kong e Godzilla! O filme então dá a deixa para o futuro encontro das duas feras!! Apelidado de MonsterVerse, este universo, segundo minhas pesquisas, começou naquele filme do Godzilla de 2014, lembra? O filme com o Bryan Cranston, em que o lagarto malemá aparece? Pois é! Kong: Skull Island então se trata do segundo filme desse MonsterVerse.

Isso foi uma tremenda surpresa para mim, porque eu andava meio distante ultimamente e nem me lembrava de ter visto algo sobre outro universo qualquer a não ser o dos monstros da Universal que vai começar no meio deste ano. Mas eu não estou assim tão seguro quanto a estes universos de monstros conseguirem se manterem de pé. Hoje em dia todo mundo quer ter seu universozinho compartilhado, está meio exagerada a coisa. Começou com quadrinhos, e agora está envolvendo outras coisas. Vamos ver o que vai rolar. Claro, a ideia de ver King Kong dar porrada no lagartão japonês é ótima, e me anima de pensar, mas será que realmente precisamos de mais um universo compartilhado para isso? Só o tempo vai dizer.

Enfim, como diversão independente, Kong: Skull Island é bacana, e eu recomendo assistir se você for fã de filmes de monstros.

Kong: Skull Island (2017)
Título em português BR: Kong: A Ilha da Caveira

Direção: Jordan Vogt-Roberts
Produção: Jennifer Conroy, Alex Garcia, Jon Jashni, Mary Parent, Thomas Tull
Roteiro: Dan Gilroy, Max Borenstein, Derek Connolly, John Gatins (baseado em personagem criado por Edgar Wallace e Merian C. Cooper)
Trilha sonora: Henry Jackman

Estrelando: Tom Hiddleston, Samuel L. Jackson, Brie Larson, John C. Reilly, John Goodman, Corey Hawkins, John Ortiz, Tian Jing, Toby Kebbell, Jason Mitchell, Shea Whigham, Thomas Mann, Eugene Cordero, Marc Evan Jackson, Terry Notary

Trailer:

1 comment:

  1. Interessante, você gostou do filme? É excelente, sinto que história é boa. Meu ator favorito é Toby Kebbell, não tem historia que não me surpreenda. O vi recentemente em filme Ouro e Cobiça, e recomendo! É um filme muito divertido, é uma boa opção para uma tarde de filmes. Se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo, na minha opinião, este foi um dos melhores filmes de drama que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, a historia está bem estruturada, o final é o melhor.

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