Friday, April 5, 2019

NO CINEMA: Shazam!

8 / 10
Novo filme do DCEU, Shazam!, é a DC voltando ao básico e ao mesmo tempo ignorando um pouco o clima sombrio que adota.

Confira minha opinião!

Título brasileiro: Shazam!
Direção: David F. Sandberg
Estrelando: Zachary Levi, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Mark Strong, Djimon Hounsou, Grace Fulton, Faithe Herman, Ian Chen, Jovan Armand, Cooper Andrews, Marta Milans, Adam Brody, Michelle Borth, Ross Butler, D.J. Cotrona, David J. MacNeil, Carson MacCormac, Natalia Safran, Lou Lou Safran, Ava Preston, Caroline Palmer, Andi Osho, Ethan Pugiotto, David Kohlsmith, Manuel Rodriguez-Saenz, Ali Badshah, Simon Northwood, Lovina Yavari, Jim Pagiamtzis, Emily Nixon, Raul Torres, Jhaleil Swaby, Fred Tatasciore


Muito bem pessoal, voltei ao cinema depois de um longo inverno! E para comemorar a ocasião, eu fui assistir um filme da DC comics, o novo filme do universo expandido da DC nos cinemas, Shazam!

Eu havia lançado um especial sobre o personagem ontem no blog, falando um pouco sobre o herói. Como eu dei uma sumida, não deu para postar antes, porque eu estava me sentindo meio sem inspiração e queria descansar um pouco, mas agora, estamos de volta; quem não conhece o personagem, vai se confundir um pouco, porque pessoas mais velhas como eu chamam ele de Capitão Marvel, e eu também vou chamar ele de Capitão Marvel mesmo e dane-se, porque na época que eu era moleque, ele chamava Capitão Marvel! Não tenho culpa se a senhorita concorrente apareceu anos depois e quis capitalizar em cima do nome!

O filme inclusive usa outros artifícios para se referirem à família Marvel, ficam tentando inventar nome de super-heróis para Billy Batson, não deixa de ser bem engraçado, mas enfim, não tem problema esse negócio de briga editorial entre a Marvel e a DC, já é coisa do passado, hoje ele é Shazam! mesmo, mas eu, que sou velhão, vou continuar chamando ele de Capitão Marvel mesmo, e para o resto da minha vida inclusive, se eu me descuidar, hehe!

Enfim, trata-se de um filme muito legal, o que acontece com a DC é que ela tava numa vibração meio sombria, vocês lembram bem; a partir do filme da Liga da Justiça, a DC passou a dar sinais de querer ser um pouco menos sombria, tanto é que até mesmo o Batman fez piada naquele filme lá. Depois teve o Aquaman, que foi uma diversão bem mais pipoca. 

Muito bem, Shazam! agora vem confirmar o novo direcionamento da DC, um pouco mais engraçadinho, é esquisito, porque eu acabei achando que a DC iria apostar na comédia com personagens, por exemplo, como o Homem-Borracha, ou o Lobo, ou quem sabe até mesmo o Flash, mas pelo visto não foi o que aconteceu. Viram que a Marvel colocou um personagem palhação no cinema, o Deadpool, e aí resolveram responder com o Superman de vermelho com um raio no peito! Eu chamo de "Superman" porque, se você for pensar, o Capitão Marvel é bem semelhante ao Superman em vários aspectos! A diferença é que o Superman tem uma origem mais "científica", enquanto que o Capitão Marvel tem uma origem que faz uso mais da magia mesmo.

Na trama do filme, a gente vê o vilão primeiramente; ele aparece como o menino Thaddeus Sivana, com os pais dele, e vemos o tratamento horrível que a família dá para ele, a gente vê a infância do cientista e também junto o mago Shazam, e aqui eu achei que o filme cometeu um erro ao apresentar o mago logo no começo, porque isso tendeu a tirar um pouco a surpresa de quando o Billy Batson cai lá na caverna do mago para ganhar os poderes; isso é um mero detalhe, mas não atrapalhou, só que eu achei que foi muito cedo para eles apresentarem o mago porque estragou a surpresa e o deslumbre de o vermos com o personagem protagonista em primeiro lugar.

Não achei uma saída muito inteligente de roteiro, mas enfim, depois que a gente vê o Thaddeus Sivana e o mago Shazam, corta para o Billy Batson correndo entre orfanatos e vivendo na rua praticando pequenos delitos, até ele acabar sendo adotado pelo casal final que iria ficar com ele, Victor, sua esposa e as crianças, que moram na casa de orfanato deles, a Darla, o Freddie, o Pedro e os outros, como a Mary; um dia, sendo provocado pelos bullies da escola, ele acaba pegando o metrô, e isso leva ele ao destino que todo mundo conhece! Ele vai encontrar o mago, ele vai dizer a palavra mágica, e vai virar o Capitão Marvel.

Aqui neste filme eu achei que deram uma solução melhor e uma motivação melhor para que o mago desse os poderes dele para o menino, porque nas outras produções, por exemplo, na minissérie de 1941, ou naquela série dos anos 80, era sempre muito banal e simplificado. Eu nunca achei que eles trabalharam bem essa motivação do mago dar os poderes para o menino, mas agora eu senti uma motivação melhor. Nesta versão do Capitão Marvel, muito embora eu ainda tenha achado que foi feita meio às pressas, meio jogadão, eu ainda assim achei melhor.

Enfim, ele sai de lá com os poderes dele e aí o filme vira uma verdadeira comédia, porque o que você tem é uma criança de 15 anos no corpo de um adulto, se descobrindo e vislumbrando aqueles poderes novos que ele tem, e isso acarreta situações muito engraçadas como por exemplo quando ele está descobrindo os poderes dele com o Freddie, e essa parte aí eu achei muito bem montada, até por causa da música do Queen de fundo, muito legal e bem sacada a ideia.

A jornada do herói, conceito que tem em todo e qualquer bom filme de super-heróis, também é trabalhada de forma satisfatória, porém eu devo ressaltar que esse filme aí é um daqueles filmes bem Sessão da Tarde mesmo, o que foi feito basicamente foi voltarem ao básico do desenvolvimento de filmes de heróis, sabe aqueles filmes de super-heróis que a gente via no início dos anos 90, e que tinha geralmente aquele enredo meio bobinho e infantil? Pois é, é o caso desse filme aqui, quando você vê ele, você remonta na sua cabeça uma retrospectiva dos anos 90, com aqueles filmes de super-heróis com atmosfera light, soluções meio bobas e atuações um pouco afetadas, até mesmo por conta do ótimo ator Mark Strong, mas enfim, eu achei até legal que eles resolveram utilizar desse artifício, até porque tinha que ser um filme bem light mesmo, uma vez que você já tem todo aquele mergulho psicológico no primeiro filme do Superman, que foi feito neste universo da DC.

O modo como eles apresentam aqueles elementos das histórias do Capitão Marvel com esse formato também é muito legal. Por exemplo, os Sete Maiores Inimigos do Homem são inclusos na narrativa de forma a conectar com o vilão principal que é o Thaddeus Sivana, e aí o que eles fizeram basicamente foi juntar o cientista Thaddeus Sivana com o Thaddeus já uma figura mais sombria, porque nos quadrinhos, são dois momentos diferentes do mesmo personagem, mas eles juntaram esses momentos aqui e os apresentaram de forma boa e resumida; enfim, como eles relacionaram os elementos dos Sete Pecados Capitais com o vilão ficou bem legal.

Mais para o fim do filme, você vê a participação da família Marvel, que aqui logicamente no filme não aparece como família "Marvel", cada irmão postiço do Billy Batson é transformado em um herói, mas eles não citam os nomes dos heróis, eles apenas falam, "olha, essa é a versão herói do fulano de tal, essa é a versão herói do Freddie, essa é a versão herói do Pedro, essa é a versão herói da Darla, e essa é a Mary, ou seja, não falam "Mary Marvel". E fica por isso mesmo, a solução até que é uma saída boa, considerando o mimimi da editora concorrente.

O filme é bastante divertido e tem várias piadas referenciais: a forma como o filme faz a conexão com o universo estendido da DC também é legal, não aparece nenhum outro ator do universo expandido, nem o Henry Cavill, nem o Ben Affleck, nem a Gal Gadot, nem o Jason Momoa, ninguém aparece, porém, aparece num determinado momento, o Superman, mas cortam a cabeça dele para a gente não ver que aquele que está lá não é o Cavill! Vocês vão ver como é que eles fazem essa aparição acontecer, é bem engraçado!

Os momentos de comédia entre ele e o amigão, o deslumbramento deles com aqueles novos poderes, e a paixão de Freddie com super-heróis, tudo isso vai encorajando Billy Batson a encarar a vida de protetor dos inocentes. A cena mais bacana é a da loja de conveniência, e eu rachei o bico de rir, quando o Capitão Marvel simplesmente vira para a caixa e diz "oi, eu quero comprar uma de suas melhores cervejas". Puts, olha, a Marvel que se cuide, porque senão ela também vai perder o monopólio da comédia de super-heróis!

Enfim, as piadas referenciais da própria DC dão o tom, e incluem esse filme dentro do Universo Estendido sem necessariamente você ter que assistir todo o resto do universo para entender; este é um filme que você pode ver tranquilamente, sem ter assistido o da Mulher-Maravilha, sem ter assistido o do Aquaman, o do Batman e do Superman, sem ter assistido nenhum outro filme deste universo. Garanto que você vai entender e curtir numa boa!

Enfim, resumindo, eu gostei bastante deste filme, muito embora eu acho ele meio bobinho em enredo, bem naquele estilão Sessão da Tarde mesmo, mas foi bom; não foi ótimo, mas eu me diverti e achei engraçado. Tem aquela atmosfera light das histórias de super-heróis da era de ouro dos quadrinhos. Eu recomendo e garanto que vocês vão se divertir bastante, portanto, não percam Capitão Marv... opa, desculpa, hehehe... Shazam! nos cinemas. Garanto a você que vai ser uma diversão muito mais legal e satisfatória do que a chupada que a Marvel deu na DC anos depois.

Ah, e não saiam da sala de cinema depois que acabarem os créditos, porque tem uma cena lá que, para quem conhece as histórias do Capitão Marvel, vai ficar muito contente de ver, pois envolve um certo insectóide! Vão assistir Shazam! nos cinemas, levem a família, levem as crianças e divirtam-se!

Shazam! (2019)

Produção: Peter Safran, Hiram Garcia, Michael Ewing, Michael E. Uslan, F.J. DeSanto, Dwayne Johnson, Dany Garcia, Toby Emmerich
Roteiro: Henry Gayden, Darren Lemke (baseado em personagens criados por Bill Parker e C.C. Beck)
Trilha sonora: Benjamin Wallfisch

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Trailer:

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