Friday, March 16, 2018

NO CINEMA: 12 Strong

9 / 10
Filme inspirado em fatos reais sobre o atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001 mostra uma nova perspectiva dos fatos, desta vez com um grupo de 12 soldados à cavalo, que precisam combater forças ocultas.

Confira minha opinião!

Título brasileiro: 12 Heróis
Direção: Nicolai Fuglsig
Estrelando: Chris Hemsworth, Michael Shannon, Michael Peña, Navid Negahban, Trevante Rhodes, Geoff Stults, Thad Luckinbill, Austin Hébert, Austin Stowell, Ben O'Toole, Kenneth Miller, Kenny Sheard, Jack Kesy, Rob Riggle, William Fichtner, Arshia Mandavi, Elsa Pataky, Marie Wagenman, Allison King, Samuel Kamphuis, Fahim Fazli


Sabe o que é engraçado? É engraçado você entrar em um filme e começar a pensar na sua vida há quase duas décadas atrás. Foi o caso deste filme. Eu tenho a mais absoluta certeza de que os vintões, trintões e quarentões se recordam exatamente de onde estavam em 11 de Setembro de 2001, o que faziam e como que eram as coisas. Isso ainda é muito recente na história do mundo. Não mais tão recente assim, mas mesmo assim, as histórias ainda não acabaram totalmente. 12 Strong é mais um filme de guerra baseado no fato histórico que vem nos jogar alguma luz em relação ao que ocorria neste momento enquanto nós, meros mortais, cuidávamos de nossas vidas. E eu gostei demais de tudo que vi.

Eu tinha quase 21 anos quando ocorreu; voltei para casa e vi as imagens ao vivo da tragédia na TV. Vi Michael Jackson e outros artistas cantando "What More Can I Give", Sting dedilhando "How Fragile We Are" no violão, a TV noticiando a todo momento novidades do atentado. Vi George Bush Jr. declarar guerra ao Afeganistão, e uma torcida inteira em uma quadra de basquete americana aplaudir a declaração de pé, tudo pela TV. Vi o terror traduzido na face de Osama Bin Laden.

Vi o Superman se sensibilizar nos quadrinhos com tudo isso, o Homem-Aranha se lamentar com o fato. Vi o autêntico e verdadeiro espírito patriótico aflorar na alma de cada americano naquele momento, uma união que não mais existe hoje em dia no nosso mundo ultra-polarizado. Vi as homenagens às vítimas, o memorial, os planos de reconstrução das torres, enfim, vi a coisa toda. Consigo lembrar de muitos detalhes precisos do que estava se passando. Vi gente defendendo os EUA, outros xingando os EUA, vi a bondade e a maldade aflorar no ser humano, tudo ao mesmo tempo. Foram momentos da mais pura incerteza e desespero que você pode imaginar. Quem tem lá seus 15 anos, 12, ou mesmo 18, não pode sequer imaginar o transtorno que foi essa época.

Pois bem, em meio a todo esse panorama, soldados resolveram agir para caçar os responsáveis por terem matado milhares de pessoas que trabalhavam todos os dias nos edifícios e tiveram suas vidas ceifadas pelo atentado. O início do filme mostra a rotina desses soldados antes de presenciarem na TV as cenas trágicas dos atentados às torres gêmeas do World Trade Center. Tão logo, o personagem de Chris Hemsworth decide voltar à agência de inteligência para reunir sua equipe e partir para o ataque contra o Talebã, lá no Afeganistão.

Aí tem os momentos das despedidas desses bravos guerreiros, e despedidas como essas nunca são fáceis, de fato. Mas certas esposas me deixaram atravessado. Um dos soldados queria um momento romântico com a mulher dele, porque só tinha duas horas para partir, que é o personagem do Michael Shannon; só que a pateta vira pra ele e diz "deixe para me amar quando você voltar"... putaquepariu! O cara a mercê de uma viagem que talvez possa não ter volta pra ele, e a bosta da mulher nem sequer dá um ombro amigo pra ele. Isso me deixou à flor da pele! Eu sei que ela está sensibilizada com tudo isso, mas por favor! Hemsworth tem uma despedida mais decente com a mulher dele. Mas enfim, feitas as devidas despedidas, hora de vermos esses caras em ação no Afeganistão. E é aí que rola a parte boa.

O filme é cheio de ação e tensão. Tem referências políticas da época dos atentados, além é claro, dos famosos terroristas e homens-bomba que serão os adversários da tropa americana. Vemos uma reencenação de execução de crianças por muçulmanos, porque segundo o que diz na lei bárbara deles, era proibido escolarizar crianças abaixo dos 8 anos. Em cenas como essas que a gente percebe a maldade que assola grande parte desse povo do leste europeu; contudo, há um cara de lá que acaba se tornando aliado dos americanos, e auxilia eles na guerra contra um dois generais do Bin Laden, de modo que eles pudessem acabar com o domínio do Talebã naquela área afegã e enfraquecer o Estado Islâmico.

Seguindo a narração do escritor Doug Stanton em seu livro homônimo, o filme mostra detalhadamente esta primeira operação, a primeira trupe de guerreiros americanos que fizeram essa investida contra forças ocultas em uma região tão inóspita. Claro, para aquele povo de lá, essa operação toda não fez muita diferença, mesmo porque hoje em dia ainda vemos a barbárie tomar conta dessa região cheia de gente que gosta de se explodir berrando "Alá Akbar!". Mas para os americanos e o mundo ocidental, foi de extrema importância, porque evitou que esse pessoal terrorista se espalhasse pelo mundo afora.

Podemos dizer que é um autêntico filme americano clássico de guerra, com todos aqueles elementos tradicionais que víamos em filmes de guerra famosos. É um filme bem interessante, às vezes bem humorado e às vezes bem dramático, com uma trilha sonora muito bacana. Ele foi filmado quase todo no México, portanto, podemos constatar que a reconstrução de eventos em termos de localização ficou perfeita, e deve ter dado um grande trabalho na produção do filme para fazer aquilo parecer com o Afeganistão. O que é mais legal de ver é o senso de responsabilidade e honra que os soldados tinham para com o país. Você não vê isso em certas regiões dos EUA hoje em dia, até mesmo por causa da polarização que assolou o país. Seria muito bom ver o povo americano voltar a ter esse senso patriótico. Vamos torcer para que o espírito do MAGA atinja a todos eles no futuro.

Mas há também outras lições a se observar. Não somente honra, responsabilidade, fidelidade, amor à família e companheirismo são mostrados, como também o senso patriótico ao qual eu me referi antes, e que é ensinado ao aliado afegão por Hemsworth, em um trecho no final do filme que ele diz "olha, quando vocês forem embora, vou pendurar uma bandeira de vocês aqui, junto com a nossa.", e Hemsworth lhe responde "este é seu país, amigo, pendure a sua própria bandeira!" Cara, eu até fiquei tocado com tal declaração! Ao final do filme, eu estava reflexivo e também muito satisfeito com tudo.

Este filme é daqueles que eu mostraria aos outros, caso me perguntassem porque eu puxo tanto o saco dos EUA. Bem, está aqui o porquê. E mesmo que o país ainda esteja passando por certos problemas hoje, continuo esperançoso sempre na possibilidade de ver os EUA brilharem como um exemplo bom de democracia e de país desenvolvido que o Brasil deveria muito seguir. Recomendo bastante este filme para você, especialmente você que é mais jovem e que não teve a chance de vivenciar isso que eu e outras pessoas mais velhas vivenciamos nestes tempos de incerteza.

12 Strong (2018)

Produção: Jerry Bruckheimer, Thad Luckinbill, Trent Luckinbill, Molly Smith
Roteiro: Ted Tally, Peter Craig (baseado no livro de Doug Stanton)
Trilha sonora: Lorne Balfe

Trailer:

No comments:

Post a Comment