Nota: 8 / 10
Quando eu coloco um novo álbum dos finlandeses do Poets Of The Fall para tocar, sempre faço isso com muito entusiasmo, porque sei que, de uma forma ou de outra, eu serei brindado com boa música. Com Clearview, novo disco da banda, lançado agora, dia 30 de Setembro, não é diferente. Porém, alguns discos te conquistam de um jeito, outros, de outro. Clearview não se mostrou forte o bastante para figurar entre os meus grandes favoritos da banda, mas conquista pela simplicidade empregada e pela veia pop do grupo que é sempre um elemento muito agradável.
Quando eu coloco um novo álbum dos finlandeses do Poets Of The Fall para tocar, sempre faço isso com muito entusiasmo, porque sei que, de uma forma ou de outra, eu serei brindado com boa música. Com Clearview, novo disco da banda, lançado agora, dia 30 de Setembro, não é diferente. Porém, alguns discos te conquistam de um jeito, outros, de outro. Clearview não se mostrou forte o bastante para figurar entre os meus grandes favoritos da banda, mas conquista pela simplicidade empregada e pela veia pop do grupo que é sempre um elemento muito agradável.
E quando eu digo que o Poets Of The Fall primou pela simplicidade desta vez, isso já fica bastante evidente na própria arte da capa. Essa tendência ao simples tem despontado desde o álbum anterior, Jealous Gods, em que a arte era apenas uma placa; apesar de ainda conter algum tipo de detalhamento, a arte era bem simples, mas o conteúdo musical ainda era de um arrojo de arranjos e solos que eu acho sempre bem vindos, e é até mesmo por essa razão que eu digo que este novo álbum é inferior, se comparado ao anterior, pois volta àquele clima de simplicidade que se via no primeiro álbum do grupo, Signs of Life. Uma simplicidade até bem mais escancarada neste caso.
Os solos de guitarra não estão presentes, as guitarras de Olli e Jaska servem, desta vez, apenas como acompanhamento instrumental, se destacando poucas vezes, e o grupo aposta na veia mais pop, e nas cadências atmosféricas, além é claro, das composições acústicas. É um álbum mais tranquilo, sem muita pompa, e mais foco nas melodias e letras.
É interessante notar também que este é o primeiro disco da banda com um produtor grande e famoso, no caso, o produtor e engenheiro de som Stefan Boman, que já trabalhou com muita banda grande, como o Def Leppard, Alice Cooper, The Hives e mais recentemente com a banda Kent, além de ter produzido boy-bands, como Backstreet Boys e Westlife, ou seja, preferências a parte, o cara tem muita experiência, e já trabalhou com vários estilos musicais. Isso deixa no ar se o Poets Of The Fall não está pensando finalmente em se lançar para o grande mercado fonográfico. Vamos ver o que o futuro reserva.
A certeza que fica é que a banda nao perdeu suas raízes musicais com essa mudança de ares. As músicas seguem muito na veia do Signs of Life, mas com um pouco mais de sutileza e simplicidade, sem perder a identidade que faz o grupo ser o que é.
A primeira delas que me chamou a atenção é a verborrágica "Drama For Life", que todos conheceram alguns meses antes do lançamento do disco. Saíram o lyric-video da música e o clipe propriamente dito, e percebe-se que a preferência geral apontou bem mais para o primeiro. Eu mesmo gostei bem mais da simplicidade do lyric-video. É uma música com aquele ritmo mais acelerado bem característico do Poets, cativante, e com um poema intermediário que filosofa de forma legal sobre as possibilidades das nossas imaginárias situações de "e se...". Confira o lyric-video.
A segunda, "The Game", eu até peguei para tirar no violão, muito bacana, com um arranjo melódico que me fisgou de cara. Tornou-se a minha grande favorita do álbum, até mesmo pela excelente letra que discorre sobre a plasticidade. Possui um arranjo simples, mas bastante contagiante, e eu me arrisco até a dizer que se trata de um novo clássico da banda.
Entre as outras que me chamaram bastante a atenção neste novo lançamento estão a ritmada "Once Upon A Playground Rainy", a belíssima "Children Of The Sun", que tem uma atmosfera que remete ao estilão do U2, devido à seus arranjos melódicos e malha sonora que a guitarra constrói com as harmonias de teclado junto com toda aquela roupagem cinemática que o Poets sempre imprime, fora sua letra sensacional; a mais roqueira "Shadow Play" também é ótima pedida, e sua letra deliciosamente cheia de segundas intenções e jogos de palavras são o destaque; por fim, pelo menos dos destaques, "Crystalline" é um soft rock bastante legal e que mantém a tradição de arranjos que o grupo vem apresentando ao longo dos anos.
Algumas coisas que o Poets tentou fazer diferente agora: na faixa "The Child In Me", que em grande parte ficou parecendo uma composição do The Police, o refrão é até bacana, mas os arranjos de sintetizadores, principalmente na introdução, ficaram meio fracos, pelo menos para mim. "Center Stage" também tem uma atmosfera bacana, mas soa meio casual.
Por fim, "The Labyrinth" é bem melancólica, certamente é bem interessante do ponto de vista lírico, aliás é até legal notar que ela foi escrita para o jogo Quantum Break, da Remedy, empresa do amigão Sam Lake, responsável por clássicos como Max Payne e Alan Wake, mas por razões adversas, acabou não entrando no game; não a considero a melhor atmosférica do grupo, eles já escreveram melhores no passado, mas não perde a essência do som que eles sempre fizeram; e a que fecha o álbum, "Moonlight Kissed", ganha pela letra sempre bem elaborada, e seu arranjo somente ao piano dá um caráter bem sóbrio e soberbo, mas também achei que já fizeram atmosféricas melhores no passado e com isso, creio que dava para ousar um pouco mais em termos de arranjos, mas não deixa de ser bonita, e a letra, uma sempre obra de arte.
De forma geral, esse realmente não tem chances de entrar na lista dos meus discos favoritos do grupo. É um álbum que apenas cumpre as expectativas habituais, mais relaxado, para mim não teve aquele apelo que álbuns sensacionais do passado do grupo tiveram, e por isso, eu recomendo sim, ouvir um disco do Poets é sempre uma ótima experiência, mas eu esperava mais. Talvez a banda tenha colocado o pé no freio desta vez, somente para não gastar demais as ideias, talvez estejam tentado almejar um público mais variado; enfim, houve, como sempre, coisas muito bacanas no disco, e eu certamente me apegarei a elas, mas senti que Clearview, apesar de eu querer sim, fazer a aquisição física do álbum e não ficar só no Spotify, não é aquele disco dos caras que eu ouvirei com tanta frequência no futuro. Ainda assim, é um bom lançamento. O Poets sempre primou pela excelência, então a gente dá um desconto quando querem ser mais casuais, como é o caso aqui.
Os solos de guitarra não estão presentes, as guitarras de Olli e Jaska servem, desta vez, apenas como acompanhamento instrumental, se destacando poucas vezes, e o grupo aposta na veia mais pop, e nas cadências atmosféricas, além é claro, das composições acústicas. É um álbum mais tranquilo, sem muita pompa, e mais foco nas melodias e letras.
É interessante notar também que este é o primeiro disco da banda com um produtor grande e famoso, no caso, o produtor e engenheiro de som Stefan Boman, que já trabalhou com muita banda grande, como o Def Leppard, Alice Cooper, The Hives e mais recentemente com a banda Kent, além de ter produzido boy-bands, como Backstreet Boys e Westlife, ou seja, preferências a parte, o cara tem muita experiência, e já trabalhou com vários estilos musicais. Isso deixa no ar se o Poets Of The Fall não está pensando finalmente em se lançar para o grande mercado fonográfico. Vamos ver o que o futuro reserva.
A certeza que fica é que a banda nao perdeu suas raízes musicais com essa mudança de ares. As músicas seguem muito na veia do Signs of Life, mas com um pouco mais de sutileza e simplicidade, sem perder a identidade que faz o grupo ser o que é.
A primeira delas que me chamou a atenção é a verborrágica "Drama For Life", que todos conheceram alguns meses antes do lançamento do disco. Saíram o lyric-video da música e o clipe propriamente dito, e percebe-se que a preferência geral apontou bem mais para o primeiro. Eu mesmo gostei bem mais da simplicidade do lyric-video. É uma música com aquele ritmo mais acelerado bem característico do Poets, cativante, e com um poema intermediário que filosofa de forma legal sobre as possibilidades das nossas imaginárias situações de "e se...". Confira o lyric-video.
A segunda, "The Game", eu até peguei para tirar no violão, muito bacana, com um arranjo melódico que me fisgou de cara. Tornou-se a minha grande favorita do álbum, até mesmo pela excelente letra que discorre sobre a plasticidade. Possui um arranjo simples, mas bastante contagiante, e eu me arrisco até a dizer que se trata de um novo clássico da banda.
Entre as outras que me chamaram bastante a atenção neste novo lançamento estão a ritmada "Once Upon A Playground Rainy", a belíssima "Children Of The Sun", que tem uma atmosfera que remete ao estilão do U2, devido à seus arranjos melódicos e malha sonora que a guitarra constrói com as harmonias de teclado junto com toda aquela roupagem cinemática que o Poets sempre imprime, fora sua letra sensacional; a mais roqueira "Shadow Play" também é ótima pedida, e sua letra deliciosamente cheia de segundas intenções e jogos de palavras são o destaque; por fim, pelo menos dos destaques, "Crystalline" é um soft rock bastante legal e que mantém a tradição de arranjos que o grupo vem apresentando ao longo dos anos.
Algumas coisas que o Poets tentou fazer diferente agora: na faixa "The Child In Me", que em grande parte ficou parecendo uma composição do The Police, o refrão é até bacana, mas os arranjos de sintetizadores, principalmente na introdução, ficaram meio fracos, pelo menos para mim. "Center Stage" também tem uma atmosfera bacana, mas soa meio casual.
Por fim, "The Labyrinth" é bem melancólica, certamente é bem interessante do ponto de vista lírico, aliás é até legal notar que ela foi escrita para o jogo Quantum Break, da Remedy, empresa do amigão Sam Lake, responsável por clássicos como Max Payne e Alan Wake, mas por razões adversas, acabou não entrando no game; não a considero a melhor atmosférica do grupo, eles já escreveram melhores no passado, mas não perde a essência do som que eles sempre fizeram; e a que fecha o álbum, "Moonlight Kissed", ganha pela letra sempre bem elaborada, e seu arranjo somente ao piano dá um caráter bem sóbrio e soberbo, mas também achei que já fizeram atmosféricas melhores no passado e com isso, creio que dava para ousar um pouco mais em termos de arranjos, mas não deixa de ser bonita, e a letra, uma sempre obra de arte.
De forma geral, esse realmente não tem chances de entrar na lista dos meus discos favoritos do grupo. É um álbum que apenas cumpre as expectativas habituais, mais relaxado, para mim não teve aquele apelo que álbuns sensacionais do passado do grupo tiveram, e por isso, eu recomendo sim, ouvir um disco do Poets é sempre uma ótima experiência, mas eu esperava mais. Talvez a banda tenha colocado o pé no freio desta vez, somente para não gastar demais as ideias, talvez estejam tentado almejar um público mais variado; enfim, houve, como sempre, coisas muito bacanas no disco, e eu certamente me apegarei a elas, mas senti que Clearview, apesar de eu querer sim, fazer a aquisição física do álbum e não ficar só no Spotify, não é aquele disco dos caras que eu ouvirei com tanta frequência no futuro. Ainda assim, é um bom lançamento. O Poets sempre primou pela excelência, então a gente dá um desconto quando querem ser mais casuais, como é o caso aqui.
Clearview (2016)
(Poets of the Fall)
Tracklist:
01. Drama for Life
02. The Game
03. The Child in Me
04. Once Upon a Playground Rainy
05. Children of the Sun
06. Shadow Play
07. Center Stage
08. The Labyrinth
09. Crystalline
10. Moonlight Kissed
Selo finlandês: Insomniac
Poets of the Fall é:
Marko Saaresto: voz
Olli Tukiainen: guitarra, violão
Markus "Captain" Kaarlonen: teclados e efeitos
Músicos de apoio:
Jaska Mäkinen: guitarra
Jani Snellman: baixo
Jari Salminen: bateria
Discografia:
- Alexander Theatre Sessions (2020) - Web Série (*)
- Ultraviolet (2018)
- Clearview (2016)
- Jealous Gods (2014)
- Live in Moscow 2013 (2013) - DVD
- Temple of Thought (2012)
- Alchemy Vol. 1 (2011) - compilação
- Twilight Theater (2010)
- Best of Poets of the Fall (2009) - compilação (*)
- Revolution Roulette (2008)
- The Ultimate Fling (2008) - SINGLE
- Carnival of Rust (2006)
- Signs of Life (2005)
(*) - via Opinião Sonante
Site oficial: www.poetsofthefall.com
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